Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição Judith e Holofernes, obra do artista brasileiro Pedro Américo, é baseada num tema bíblico, tendo sido pintada por vários artistas, como Sandro Botticelli, Artemisia Gentileschi, Caravaggio, Donatello, entre outros, através da história.
Judith, revoltada com as ameaças do general assírio, Holofernes, a seu povo, tentando obrigá-lo a adorar o rei assírio Nabucodonosor em vez de Javé, aproveita-se do estado de embriaguez do tirano, depois de seduzi-lo, cortando-lhe a cabeça.
Embora Judith seja comumente representada ao lado de sua criada, que a ajuda na execução do assassinato, Pedro Américo optou por mostrá-la sozinha, festivamente trajada com um vestido de renda branca, tendo por cima uma saia de fundo escuro com estampas douradas. A parte de cima traz um sensual decote, contornado por uma fita de renda, com imensas mangas. Um xale de seda está amarrado à sua cintura, caindo sobre a saia. Ela está ricamente ornada por joias que lhe enfeitam a cabeça, orelhas, braços e mãos.
Judith, de pé no centro da composição, levanta os braços e os olhos para o céu, agradecendo a Javé o sucesso de seu propósito. À sua esquerda está a cama do acampamento de Holofernes e do outro lado, no chão, a espada, ainda coberta de sangue, com que perpetrou sua vingança. A cabeça sangrenta do general assírio jaz à frente de Judith, sobre um tapete, , destacando seus cabelos pretos e longo nariz.
Conforme a história apresentada no livro bíblico, Judith era uma viúva próspera e de boa conduta. Era bela nas formas e de presença encantadora. Para seduzir Holofernes, retirou os trajes de luto e botou uma vestimenta de festa, acompanhada de muitas joias, e se introduziu no seu acampamento e bebeu com ele. O momento para assassinar o tirano era único, já que os judeus estavam prestes a se render diante das forças do inimigo, que, após o crime, saíram em debandada. Depois, ela regressou à Betulia com a cabeça do general, e os judeus venceram o inimigo. Judith voltou da tenda do herege tão pura quanto ali chegara, sendo honrada por seu povo, e foi tida como uma heroína que deveria ser imitada. Esta passagem é narrada no Antigo Testamento, no Livro de Judith.
Ficha técnica
Ano: 1880
Dimensões: 229 x 141,7 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, Brasil
Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha
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