Autoria de Lu Dias Carvalho
Quando os comunistas, na Revolução Comunista de 1917, assumiram o Império Russo, até então governado pelo czar Nicolau II, apelidado de “O Sanguinário”, detiveram-no, juntamente com sua família e executaram-nos à meia noite de julho de 1918. Até hoje não se sabe ao certo quem foi o responsável por autorizar tão bárbara execução, embora muitos historiadores atribuam-na a Vladimir Lenin, o chefe.
Os Romanov, cuja família era composta pelo czar Nicolau II, a czarina Alexandra Feodorovna, suas quatro filhas: Olga (22 anos), Maria (19 anos), Anastasia (17 anos) e Tatiana (21 anos) e o filho Alexei (13 anos), foram brutalmente assassinados, juntamente com outras quatro pessoas: o médico da família, um servo pessoal, a camareira da imperatriz e o cozinheiro. Os soldados bolcheviques levaram as vítimas para o porão, assinalaram a posição específica de cada uma, leram a sentença de morte e executaram-nas a tiro. Não houve muito tempo para que exteriorizassem o pânico que se apoderou delas.
O czar Nicolau II foi o primeiro a ser assassinado, com um tiro no peito, morrendo na mesma hora. A seguir atiraram na czarina Alexandra, na sua filha Olga e em Alexei. Então, começaram a atirar com tanto ímpeto que a pólvora e a fumaça tomaram conta do porão. Os soldados retiraram-se para não morrerem asfixiados. Ao retornarem, para surpresa dos carrascos, as irmãs Tatiana, Anastásia e Maria haviam sobrevivido ao tiroteio. Estavam encolhidas, encostadas a um canto da parede, chorando convulsivamente. Sem piedade, foram mortas a tiro e golpes de baionetas. E o pequeno Alexei, ainda agonizante, recebeu dois tiros de misericórdia na cabeça. Todos foram enterrados num local que ficou desconhecido até 1991.
Numa floresta próxima a Yekaterinbur foram encontrados os restos mortais de Nicolau II, de sua esposa e de três de suas filhas. Não estavam presentes os restos do filho Alexei e da filha Anastasia, a caçula. Em razão disso, persistiu uma lenda de que a caçula dos Romanov estivesse viva, daí surgindo inúmeras mulheres alegando ser ela. Uma delas, e mais convincente, foi Anna Anderson, uma polonesa que morreu nos Estados Unidos, tendo os exames de DNA revelado a farsa.
Ao assumir o trono, Nicolau II não estava preparado para governar, levando seu reino a duas guerras (1905 e 1914) para grande descontentamento do povo. Apesar das atrocidades cometidas pelo czar em seu reinado, ele, sua mulher e filhos foram canonizados como “neomártires”, por membros da Igreja Ortodoxa Russa, no exílio.
Retroagindo na história, Aleksandr, irmão de Lenin, foi enforcado em 1887, acusado de ter tomado parte numa conspiração, fracassada, para assassinar o pai de Nicolau II, Alexandre III. Com Nicolau II findou a monarquia russa. A Dinastia Romanov governou o império russo por três séculos.
Nota: os membros da família Romanov , postados da esquerda para a direita: Olga, Maria, Nicolau II, Alexandra, Anastasia, Alexei e Tatiana ( foto tirada em 1913).
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