Mit. – A BELEZA DA MITOLOGIA (I)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Desde a Antiguidade, os seres humanos buscaram explicar aquilo que não compreendiam. Na falta de métodos comprobatórios, lançaram mão de histórias fabulosas de deuses, semideuses, heróis e outras criaturas mitológicas, para explanarem a origem do universo e a vida desses seres fantasiosos, como nos mostra a mitologia da Grécia e da Roma antigas, vistas à época como uma religião politeísta, mas que hoje se encontram agregadas aos mais diferentes tipos de arte, e não mais vistas com o mesmo sentido de então. Vamos conhecer um pouco da mitologia greco-romana sob o prisma da Antiguidade, sem nos esquecermos de que, aquilo que chamamos hoje de “mito”, era tido como real para as gentes daqueles tempos.

Os gregos foram responsáveis, por difundir para os romanos e outras nações, a visão que possuíam sobre a ciência e a religião. Para eles, a Terra era achatada e redonda, ocupando a Grécia (Hélade) seu centro, e tendo na sua parte central o Monte Olimpo, onde viviam os deuses e seus séquitos. Essa esfera terrestre era dividida ao meio, de leste a oeste, pelo Mar e o Ponto Euxino (continuação do Mar). A Terra era envolta pelo rio Oceano, que na sua parte ocidental corria do sul para o norte e na oriental dava-se o contrário, ou seja, de norte para o sul. Esse rio Oceano era responsável por suprir todos os rios da Terra com suas águas.

Os gregos acreditavam que a aurora, o sol e a lua emergiam-se do Oceano, no lado oriental, para levar luz tanto para os deuses quanto para os homens. O mesmo faziam as estrelas, excetuando as que compunham as constelações da Ursa Maior e da Ursa Menor e outras próximas a elas. Emergiam e imergiam no Oceano, depois de completada a missão diária. Ao deitar-se, o deus-sol tomava um barco alado, que o levava até o lugar onde emergiria no dia seguinte.

Os deuses moravam no píncaro do Monte Olimpo. Ali, as deusas, denominadas Estações, eram responsáveis por uma porta de nuvens, a qual abriam para a saída dos seres imortais em direção à Terra e para o regresso desses. Embora tivessem moradas separadas, quando convocados, todos os deuses deveriam comparecer ao palácio de Júpiter (ou Zeus), o rei do Olimpo, até mesmo aquelas divindades que tinham moradia na terra, águas ou embaixo do mundo. Nas reuniões eram servidos ambrosia, responsável por dar e conservar a imortalidade, e néctar. Esse serviço cabia à deusa Hebe. Discutiam assuntos relacionados com a terra e o céu. A Apolo, deus da música, cabia alegrar os convidados, tocando sua lira, enquanto as musas cantavam. As assembleias terminavam ao pôr do sol, quando todos buscavam suas respectivas moradas.

Além dos deuses e deusas gregos havia também:
• as Musas, responsáveis, cada uma em separado, por uma divisão da literatura, da ciência e das artes. Eram nove ao todo;
• as Três Graças eram as deusas do banquete, da dança, das diversões sociais e das belas-artes;
• as Parcas tinham como função tecer o fio do destino humano, usando a tesoura para cortá-lo, quando quisessem. Elas eram três.
• as Erínias (ou Fúrias) eram responsáveis por punir aqueles que escapuliam da justiça pública ou dela escarneciam;
• os Sátiros eram divindades responsáveis pelos bosques e campos.

No quadro que ilustra o texto (Parnaso, de Andrea Mantegna) podemos ver:
• ao centro, as nove musas das artes, filhas de Zeus, que dançam, enquanto Apolo, considerado o deus da beleza, juventude e da luz na mitologia grega, toca sua harpa. São elas:

• Calíope – musa da poesia e a eloquência
• Clio – musa da história
• Erato – musa da poesia lírica
• Euterpe – musa da música
• Melpômene – musa do canto e do teatro
• Polímnia – musa da música cerimonial
• Terpsícore -musa da dança
• Talia – musa da comédia e da sátira
• Urânia – musa da astrologia e da astronomia

• à esquerda está Vulcano, o deus romano do fogo, usando unicamente sua capa vermelha, brincando com Eros, o deus grego do Amor. À direita, Mercúrio, deus do comércio e da eloquência, está próximo a Pégaso, cavalo alado e figura da mitologia grega.

• Acima, no ponto central superior da tela, estão Marte, o deus romano bélico, vestido com sua armadura de guerra, e Afrodite (Vênus), a deusa do amor e da beleza, presidindo a cena. Eles se encontram sob um monte que foi escavado como um túnel, que leva à cidade dos deuses, ao fundo.

Nota: Parnaso, obra de Andrea Mantegna (ver estudo da obra no blog)

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Renascença/ Folio
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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