Mit. – PLUTÃO ROUBA PROSÉRPINA

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Recontado por Lu Dias Carvalho

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O deus Júpiter (Zeus) era filho de Saturno (Cronos), aquele que devorava os filhos, com Reia (Ops). Seus pais, portanto, pertenciam à raça dos Titãs, que surgiram do Caos. Como Saturno matasse todos os filhos, com medo de ser destronado, Reia conseguiu fazer com que Júpiter fosse salvo, ao enrolar uma pedra num pano e dar ao marido, como se fosse o filho. Esse nem mesmo notou a troca, tamanha era a sua ambição.

Júpiter, ao crescer, tomou por esposa Métis, que deu um remédio a Saturno, fazendo-o vomitar todos os filhos que devorara. A seguir, Júpiter chefiou seus irmãos contra os Titãs, e, juntos, enterraram-nos vivos no Monte Etna. Os domínios de Saturno foram então divididos entre os irmãos: a Júpiter coube o céu, Netuno ficou com o oceano e Plutão com o reino dos mortos. A Terra e o Olimpo passaram a ser propriedades comuns a todos eles. Júpiter passou a ser o deus dos deuses e dos homens.

Os Titãs, exilados no Monte Etna, passaram a provocar erupções vulcânicas com a respiração, abalando a estrutura da terra, deixando Plutão preocupado com seu reino no submundo, temendo que esse ficasse exposto à luz do sol. E foi por isso que viajou para a terra, para ver, in loco, o tamanho dos estragos.

A deusa Vênus, ao ver Plutão, pediu a seu filho Cupido que o flechasse, para que esse não continuasse a governar seu reino sozinho. Indicou Prosérpina, a filha de Ceres, para se unir ao sombrio monarca. E tudo aconteceu em conformidade com as intenções de Vênus. O deus Plutão viu-se perdidamente apaixonado por Prosérpina, que se encontrava ali por perto, colhendo flores. Grosseiro como era, o deus do reino dos mortos raptou-a, apesar de seus gritos, levando-a para o Tártaro (personificação do mundo inferior).

Ceres, a mãe, pôs-se loucamente a procurar a filha, indo de terra em terra, mas tudo em vão. Mesmo aqueles que tinham conhecimento do rapto, como o Rio Cíano e a ninfa do rio, temiam contar-lhe a verdade, receando a fúria de Plutão. Porém, condoída com o sofrimento daquela mãe, a ninfa do rio pegou a guirlanda que Prosérpina deixara para trás, ao tentar desvencilhar-se de seu raptor, e fez com que ela descesse pela corrente do rio, até chegar a Ceres. Essa, ao vê-la, revoltada, achou que a terra fosse a culpada pela desventura da filha, e, por isso, tornou o solo infértil, matando os rebanhos.

A fonte Aretusa, ao ver o sofrimento da terra, resolveu contar a verdade a Ceres, dizendo-lhe que a terra abrira de má vontade para que Plutão passe por ela com Prosérpina. E foi ao passar com suas águas pelas camadas inferiores da terra, que ela avistou a jovem, que embora triste, já se parecia com a rainha do Érebo (a personificação da escuridão).

Ceres dirigiu-se ao trono de Júpiter para pedir justiça, contando-lhe todo o ocorrido. Desejava que sua filha fosse devolvida. O poderoso rei consentiu em trazê-la, desde que ela não tivesse feito uso de qualquer alimento no reino de seu irmão. Se isso tivesse ocorrido, as Parcas (Cloto, Láquesis e Átropos, responsáveis por tecer o fio do destino humano) não permitiriam o seu retorno.

Mercúrio e Primavera foram incumbidos de buscar Prosérpina. Porém, a infeliz aceitara uma romã oferecida pelo astuto Plutão, sugando o suco de algumas de suas sementes. Portanto, sua libertação não poderia mais ser total. Foi acordado, porém, que a filha de Ceres passaria metade do tempo em companhia de sua mãe e a outra metade na do marido. Ceres aceitou a proposta e aproveitou para fazer com que a terra retomasse a sua prosperidade de antes.

Nota: Prosérpina, obra de Dante Gabriel Rosseti

Fontes de pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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