Autoria de Lu Dias Carvalho
A composição Moenda é uma obra do pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. Trata-se de uma das mais importantes de sua carreira. Com ela, ele fez parte da I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, tendo conquistado o terceiro lugar e também o prêmio Toddy de Aquisição, em meio a grandes nomes da pintura, como Picasso, Giorgio Morandi, Candido Portinari, Aldemir Martins, entre outros. Tal conquista foi de fundamental importância para o artista, pois pôs em destaque a arte naïf, também conhecida como arte ingênua, e abriu espaço para um pintor negro, fator relevante para a cultura artística afro-brasileira.
A composição apresenta uma cena do mundo rural: a moedura de cana. Estão presentes na pintura dois personagens, um homem e uma mulher, de costas para o observador, mas com os rostos de perfil. O casal de negros, com seus chapéus de palha e abas dobradas para cima, encontra-se abosorvido na moagem da cana que o circunda por todos os lados. No meio do quadro está o moinho de onde escorre um liquído esbranquiçado – o caldo de cana – para uma tina de madeira. A mulher traz na mão um balde e o homem uma enxada. O verdor do canavial cinge-se com o azul e o branco do céu.
Ficha técnica
Ano: 1951
Dimensões: 65 x 81,1 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de S. Paulo
Fonte de pesquisa
Heitor dos Prazeres/ Coleção Folha
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Lu
No mundo dar artes é muito comum um ajudante, no caso do Heitor dos Prazeres, conheço o seu maior colaborador ainda vivo. Meu avô, inclusive, antes de conhecer as obras do Heitor ele já me contava histórias de como o ajudava, citando algumas obras que ele pintou e o Heitor apenas assinava, uma delas é “A Moenda”.
Luciano Busch
Isso realmente acontece. E vem desde o Renascimento, quando os artistas, com excesso de encomendas, enchiam suas oficinas com ajudantes, muitos desses também se tornaram artistas famosos. É por isso que se tem tanta dificuldade em indentificar o trabalho de pintores antigos, pois muitas vezes contribuiam com umas poucas pinceladas numa pintura, ou nem mesmo isso, assinando-a. E é certo que Heitor dos Prazeres, sendo um pintor famoso, que vendia muitas obras, precisava contar com um ou mais ajudantes. Acredito, portanto, nas suas palavras. Agora é uma pena que assinasse, como fizeram muitos outros, no lugar no real autor.
Amiguinho, fica aqui o espaço para que você fale sobre seu avô. Poderá me enviar um texto falando sobre a vida dele, inclusive acompanhado de obra (ou obras pintadas por ele), que eu publicarei com o maior prazer. Não podemos deixar pessoas como ele no esquecimento. Agradeço seu comentário e visita.
Abraços,
Lu