Autoria de Lu Dias Carvalho
Os crimes sexuais contra a mulher avolumam-se em todo o mundo, principalmente nos países em que a condenação para esses é tacanha, e onde o machismo é estimulado, sendo visto como uma característica importante da sociedade, que é muitas vezes regida por certos princípios religiosos. É também muito comum ver estampada na mídia a verborragia de certos políticos, fazendo uma apologia ao estupro contra as mulheres, legando a elas a “culpa” por terem sido agredidas sexualmente. E imaginar que tais pessoas foram eleitas para proteger também essas mesmas mulheres! É impossível estimar o número exato de tal violação, pois as vítimas, envergonhadas, preferem, na maioria das vezes, silenciar-se, com medo de ficarem estigmatizadas pela incompreensão e rudeza da sociedade.
No caso do estupro (crime que consiste em constranger o indivíduo, de qualquer idade ou condição, a conjunção carnal, por meio de violência ou grave ameaça) é a personalidade da vítima que irá mensurar as consequências psicológicas que virá a ter. Quanto mais equilibrada for, melhor lidará com a violência perpetrada contra ela. Se se tratar de uma pessoa fragilizada, poderá se tornar desconfiada, temerosa de novos realcionamentos, com reijeição ao sexo, ou, ao contrário, poderá se transformar numa pessoa extremamente promíscua. Também não se pode descartar a depressão e a tentativa de suicídio. Se a violação traz uma gravidez, as coisas complicam-se mais sérias, trazendo dilemas diversos.
No rol dos crimes sexuais está também o incesto (relacionamento sexual ilícito entre parentes consanguíneos, afins ou adotivos). Embora cause indignação geral, está mais presente na sociedade do que se possa imaginar. Além de colocar em cheque a vida emocional da vítima, muitas vezes perdurando por vários anos, ainda ameaça a unidade estrutural da família. A miséria também pode estar ligada a esse tipo de crime, quando pais e filhos dormem num mesmo quarto, sem nenhum tipo de privacidade. Pesquisas mostram que, quando sujeitas ao incesto, as pequenas vítimas tendem a tornarem-se adultos promíscuos ou frígidos, ou ainda podem ter sérias dificuldades de relacionamento.
A pedofilia (crime que se caracteriza por desejo recorrente de práticas sexuais e de fantasias sexuais com crianças pré-púberes e adolescentes) é, na maioria das vezes, abafada para proteger o adulto portador do distúrbio psicossexual. O ideal é que se tomem as medidas necessárias, evitando as reações dramáticas, de modo a proteger a criança ao máximo possível, além de dar-lhe suporte emocional. Com o avanço da tecnologia, a pedofilia vem ganhando campo em todo o mundo, apesar de leis severas e das reações de horror que provocam em todo o mundo. A internet tem sido um campo propício para esse tipo de crime, merecendo dos pais a máxima atenção possível, em relação a seus filhos menores, monitorando o que veem.
Muito se tem falado sobre parafilia, nome que recebe cada um de um grupo de distúrbios psicossexuais em que a excitação sexual é alcançada fora dos padrões sociais aceitos como normais, em que se incluem, por vezes, fantasias com objeto humano, autossofrimento ou auto-humilhação, ou sofrimento ou humilhação, consentidos ou não, de parceiro, etc. (Def. do Aurélio). São parafilias, apenas para citar algumas, o interesse erótico principal por:
- Asfixia érotica (asfixia de si próprio ou de outros; pode levar à morte).
- Biastofilia (estupro de uma pessoa inconsciente, geralmente um estranho).
- Coprofilia (ingestão de fezes durante o ato sexual).
- Exibicionismo (exibir o órgão sexual em público sem permissão de quem vê).
- Fetichismo (interesse particular em objetos sem vida própria).
- Masoquismo (prazer em ser espancado, agredido ou humilhado verbalmente pelo parceiro)
- Sadismo sexual (sofrimento físico ou psicológico imposto ao parceiro).
- Urofilia (urinar ou receber urina do parceiro, com sua ingestão ou não).
- Voyeurismo (assistir outras peladas ou praticando o coito, com ou sem permissão dessas).
Nota: imagem copiada de Unisinos
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Lu,
Texto preciso! Urge o debate! Há muitos pontos que merecem destaque. Entre eles: as armadilhas por trás das práticas de parafilias. Em muitos casos, as mulheres se sujeitam por medo de perder o parceiro e não necessariamente pelo prazer. Ou seja, uma violência consentida, que no decorrer do tempo, com ou sem o término do relacionamento, deixa marcas e traumas muitas vezes irreversíveis. Causa de sofrimentos mentais.
Grata pelas colocações!
Marcela
Você tem toda razão ao dizer que muitas mulheres dão continuidade ao relacionamento infeliz porque não estão preparandas para tocar a vida adiante, sozinhas. Não compreendem que isso só lhes avolumará o sofrimento, deixando-lhes profundas cicatrizes. É sábia aquela que pula do barco roto e procura caminhar com as próprias pernas, enquanto tem forças. Um relacionamento infeliz, cheio de lacunas e sofrimento, não faz bem a ninguém.
Abraços,
Lu