A escultura intitulada Apolo e Dafne é uma obra-prima criada pelo artista italiano Gianlorenzo Bernini (1598 – 1680), também filho de um escultor, responsável por trazer um novo sentido para a escultura ao criar figuras cheias de movimentos que ganham vida através dos drapeados de modo fluido e delicadeza dos membros. É também uma preciosidade de toda a escultura ocidental.
A obra traz como tema a história de Dafne e Apolo, extraída das “Metamorfoses” de Ovídio que narra a paixão de Apolo, deus da juventude e da luz, pela ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu e seguidora da deusa Diana. Apolo apaixona-se pela ninfa, depois de ser atingido pela seta de ouro de Cupido – após irritar o pequeno deus com a sua arrogância – e passa a perseguir Dafne. Em contrapartida, o deus do amor atingiu a ninfa com uma flecha de chumbo para que essa tivesse aversão pelo deus apaixonado. Ao fugir de Apolo, ela recebe o socorro de Gaia (Mãe-Terra) que, para acabar com seu sofrimento, transforma-a num loureiro.
O escultor apresenta o exato momento em que os membros superiores e inferiores de Dafne e seus cabelos vão se transformando no loureiro. É possível notar que a parte inferior do corpo da ninfa já se mostra coberta pela casca de árvore.
Apolo atrás, desesperado por não conter sua amada, traz a mão esquerda sobre o flanco de Dafne, ao tentar impedir a transmutação, puxando para si o corpo da ninfa que tem os braços para cima, já com o formato de galhos. A sensação de movimento é repassada através do uso inteligente do drapejamento.
Benini usou o famoso Apolo do Belvedere, estátua de mármore feita na Antiguidade Clássica e redescoberta no Renascimento, para modelo de seu Apolo. Na base da estátua pode-se ler o dístico moralístico em latim: “os que preferem as formas fugazes do prazer não colherão senão folhas amargas”, a mando do Cardeal Barberini.
Ficha técnica
Arte romana
Ano: c. 1622- 1625
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália
Fonte de Pesquisa
Galleria Borghese/ Os Tesouros do Cardeal
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