OH! CÉUS, OH! VIDA, OH! AZAR!

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Autoria do Dr. Telmo Diniz

Muitos dos leitores devem se lembrar do desenho animado criado pelos estúdios Hanna-Barbera (EUA), no qual os dois personagens viajam pelo mundo em busca de uma vida tranquila, de sucesso e fortuna. O leão Lippy é um otimista nato que acredita que tudo irá dar certo. Já a hiena Hardy é o típico reclamador contumaz. No texto desta semana vamos ver como identificar esse tipo de pessoa, a partir da observação de suas diversas facetas.

O reclamador contumaz é aquele que reclama de tudo. Nunca nada está bom. Aliás, sempre pode piorar. É igual o personagem da hiena Hardy, que repete o bordão: “Oh vida, oh céus, oh azar… Isso não vai dar certo!”. É um pessimista nato. Sofre nas filas de hospital, nas filas do banco ou em qualquer lugar que tenha que esperar. Tem um semblante pesado, anda curvado e nunca demonstra atitudes de proatividade.

Indignado com o mundo e com tudo que o cerca, o reclamador habitual sabe de todas as mazelas e notícias ruins que saem nos noticiários. É o difusor de péssimas notícias, pois não se contenta em ficar ranzinza sozinho. Reclama muito, mas não tem resolução para quase nada. Aliás, nunca pergunte como andam as coisas, pois se o fizer, se prepare! Puxe uma cadeira e senta, pois vai demorar. É realmente um deus nos acuda.

Muitos dos reclamadores estão desiludidos com tudo e com todos – os homens não prestam, as mulheres são todas iguais, a família é uma instituição falida, o mundo está de cabeça para baixo e por aí segue. Já outros adoram sofrer compulsivamente, pois seus problemas são sempre piores, maiores, mais complexos que o dos outros! Eles querem demonstrar que sua força está em aguentar todas as mazelas que suportam. Por fim, existem os reclamadores que estão sempre atarefados, reclamam que nunca têm tempo pra nada e que estão sempre ocupados. Colocam-se sempre açodados e com algo a fazer, entretanto, são procrastinadores diários.

O fato é que a lamúria e a constante reclamação criam conexões neurais que vão estimular a produção de cortisol e adrenalina (hormônios do estresse) que provocam estados de tensão e esgotamento. E isso, no longo prazo, pode acarretar doenças. Por outro lado, quem tem pensamentos positivos cria conexões neurais que estimulam a produção dos “hormônios da tranquilidade” – endorfina e serotonina. É simples! Pensamentos positivos trazem boas coisas e pensamentos negativos certamente vão andar de mãos dadas com a hiena Hardy.

Para não nos tornarmos pessoas reclamadoras, a atitude a ser adotada aponta para o desenvolvimento da inteligência emocional que tem entre suas características a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções para situações adequadas, praticar a gratidão e passar a motivar as pessoas ao seu redor. Para ser otimista, treine o cérebro e seu corpo com hábitos simples. Busque se levantar sempre alegre. Pratique meditação (ou oração) por 15 minutos diários. Faça 30 minutos de exercícios físicos e seja uma pessoa engajada, ou seja, envolva-se em atividades que tenham real significado, como a profissão, um hobby, esportes ou  o voluntariado. Sinta-se útil!

Vá e faça, mas deixe de reclamar! Lembre-se de que a vida é fugaz.

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