Autoria de Lu Dias Carvalho
A bela figura divina estava rodeada por um lago prateado de luz que se espalhava e atravessava a sombra escura da luz. (Segantini)
O pintor italiano Giovanni Battista Segantini (1850 – 1899) nasceu numa família muito pobre e chegou a viver num reformatório, permanecendo muito tempo de sua vida sem saber ler ou escrever. Foi encorajado por um capelão do lugar a desenhar, coisa que fazia muito bem, a fim de melhorar sua autoestima. Depois foi morar com seu meio-irmão Napoleão que dirigia um estúdio de fotografia, onde o futuro pintor aprendeu o básico sobre esta arte, o que lhe possibilitou incorporá-la à sua pintura. Veio a estudar na Academia de Brera, onde se tornou amigo de inúmeros artistas. Suas primeiras obras situam-se, em grande parte, em cenas de gênero realistas, lembrando Millet e Daubigny. Tornou-se muito conhecido pelas paisagens pastorais que fazia dos Alpes, chegando a tornar-se um dos artistas mais famosos da Europa, no final do século XIX. Suas pinturas que combinavam um estilo divisionista com imagens simbolistas eram compradas por importantes museus.
A composição intitulada A Colheita de Feno é uma obra do artista que retrata o difícil trabalho dos camponeses com o feno que é ajuntado para depois ser carregado, numa faina cansativa e sem fim, com o objetivo de alimentar o gado na estação invernal. Assim como acontecia com os impressionistas, a luz era muito importante para Segantini, embora sob uma visão diferente — a divina.
Uma jovem mulher encontra-se em primeiro plano, curvada sobre um pequeno monte de feno, próxima a um amontoado de pequenas pedras. Seu braço direito está abraçado a um ancinho — seu instrumento de trabalho. Ela usa um vestido escuro e sobre ele um avental branco com mangas da mesma cor sobrepostas. Na cabeça traz uma touca branca. Mais ao fundo, um camponês carrega um pesado saco de feno em direção à carroça, onde outros já se encontram empilhados. Duas outras mulheres trabalham ao fundo, à esquerda, de costas para a figura principal. Outras figuras humanas são vistas distantes, à direita, na estrada de terra.
Um grande céu — tomando metade da tela — traz nuvens escuras e pesadas que são atravessadas por uma forte luz. Uma cadeia de montanhas desaparecem no horizonte. Pessoas e animais integram-se à paisagem, unidas pela luz radiante que vem do céu.
Ficha técnica
Ano: 1889/98
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 137 x 149 cm
Localização: Segantini-Museum, Sr. Moritz, Suíça
Fontes de Pesquisa:
Impressionismo/ Editora Taschen
https://en.wikipedia.org/wiki/Giovanni_Segantini
https://www.segantini-museum.ch/en/museum/collection/paintings.html
Views: 2