Zurbarán – HÉRCULES E ANTEU

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Hércules era o herói clássico por excelência, cujos feitos de força e perseverança em face da adversidade e a transfiguração num status quase divino tornaram-no uma figura indispensável à iconografia principesca. (Jonathan Brown)

Percebendo os truques de Anteu, Hércules ergueu-o no ar e apertou-o tão poderosamente entre seus braços que a criatura morreu. Tal foi a vitória de Hércules nesta luta.[…] Diz-se que a cobiça ou o desejo carnal nasceu da Terra e, por isso, foi incorporado por Anteu. (Juan Pérez de Moya)

O pintor barroco, desenhista e gravador espanhol Francisco de Zurbarán (1598-1664) foi aluno de Pedro Diaz de Villanueva em Sevilha. Ele fez inúmeras obras para o Convento de Sevilha. Sua fama levou-o a receber o título de pintor honorário dessa cidade. Trabalhou para a corte de Madri no governo de Filipe IV. É tido como um dos mais importantes pintores espanhóis do século XVII, ao lado de Velázquez, Ribera e Murillo. Ele se tornou conhecido, sobretudo, por suas obras religiosas, que descrevem monges e mártires, e também pelas suas maravilhosas naturezas-mortas. A maioria de suas pinturas era destinada às ordens religiosas espanholas, tendo criado muitas pinturas religiosas durante a era barroca.

A composição intitulada Hércules e Anteu – ou também A Luta de Hércules com Anteu – é uma obra do artista que em razão de seu grande sucesso como pintor foi convidado pela corte espanhola a participar da decoração do “Salão dos Reinos”, criando pinturas sobre os “Doze Trabalhos de Hércules”. As críticas não foram unânimes quanto às 10 obras criadas pelo artista. Alguns as acharam deficientes se comparadas à antiga lenda, enquanto outros viram nelas uma concepção totalmente original. O fato é que o artista foi muito corajoso ao desviar-se das abundantes imagens desse herói grego, encontradas em esculturas, dentro dos protótipos clássicos, ao criar sua obra.

O Hércules de Zurbarán é mostrado como um personagem poderoso e desajeitado que necessita de muito esforço para derrotar seus inimigos. O artista não o idealiza como o semideus descrito na lenda, mas como um homem comum dotado de uma estupenda força. E por isso, ele necessita de força de vontade para atingir seus objetivos. Aqui, Hércules é visto com Anteu (o gigante norte-africano), filho da deusa Gaia (a Terra) em seus braços.

A tarefa de Hércules para derrotar o gigante não era fácil, pois toda vez que ele era derrubado, sua mãe dobrava-lhe a força, exigindo ainda mais esforço de Hércules. A luta entre os dois personagens acontece diante de uma caverna escura, sendo ambos apresentados verticalmente, o que deixou Anteu com pouco espaço na parte superior da tela, tendo seu braço e mão esquerda praticamente incompletos.

Ficha técnica
Ano: 1634/35
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 136 x 153 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições
https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-work/hercules-fighting-with-antaeus/b50a7459-d674-4ce1-8da7-ecbe3120b9c9

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