Autoria de Lu Dias Carvalho
É a maior mostra de arte sacra realizada no Brasil e uma das mais importantes com o acervo do Vaticano fora da Itália. (Mônica Xexéo, diretora do Museu Nacional de Belas Artes/ RJ)
A exposição proporciona amplo entendimento da singularidade de importantes períodos artísticos, como o Renascimento e o Barroco. (Morello, pesquisador durante 30 anos na Biblioteca do Vaticano)
Não se pode negar a importância da Igreja Católica em relação às artes, pois ela foi responsável por incentivar e abrigar, especialmente na região que forma hoje a Itália, grandes mestres e suas artes, nos mais diferentes estilos e épocas, cujo apogeu deu-se no período da Renascença. Prova disso são os mundialmente famosos Museus Vaticanos, que abrigam tesouros inestimáveis, e, que se encontram entre os mais visitados do mundo.
Os Museus Vaticanos e outros ligados a dioceses e instituições católicas, assim como donos de algumas coleções particulares, emprestam 106 obras de arte para que seja realizada no Brasil a exposição Herança do Sagrado, que permanecerá em nosso país por um período de três meses. Dentre os grandes nomes da pintura estão Leonardo da Vinci, Michelangelo, Caravaggio, Fra Angelico, Guido Reni e Ticiano. Embora não se trate das obras maiores desses artistas, é uma ocasião ímpar para admirar o trabalho desses grandes nomes da pintura e escultura.
Na sala que retrata a imagem de Cristo, vê-se o Mandylion de Edessa, peça que compõe o acervo da Sacristia Secreta, sala anexa à Capela Sistina e à qual apenas o papa tem acesso. Trata-se de uma têmpera sobre linho colado sobre madeira de cedro com a imagem de Cristo datada do século III a IV dC., com moldura em ouro, prata e pérolas de Francesco Comi (1623). No Mandylion (‘tecido’ em grego), segundo a tradição católica, a imagem de Cristo não teria sido pintada, mas ‘se manifestou milagrosamente’, de acordo com Morello.
Na mesma sala, o público verá a tela ‘Salvador Mundi’ (século XVI), de Leonardo da Vinci, em que o curador apontou uma polêmica entre os historiadores da arte: o globo na palma da mão de Cristo é composto por quatro partes, diferentemente das três retratadas na época – o que indicaria que Leonardo da Vinci saberia da existência da América.
A ‘Pietà’ de Michelangelo é uma réplica de 1975, pois a original foi danificada pelo martelo de um homem em 1972 e hoje, restaurada, não sai o Vaticano. Na mesma sala, está a tela pintada a partir da imagem de Nossa Senhora Aparecida, de autor paulista desconhecido e datada de meados do século XX, enviada à Basílica de São Pedro de acordo com a tradição de mandar pinturas e esculturas de santos coroados ao Vaticano.
A exposição é dividida em 4 módulos:
- O primeiro é dedicado às representações de episódios da vida de Cristo, com destaque para obras como Ressurezione, de Ticiano, e outras de Peter Paul Rubens.
- O segundo aborda a vida e a missão dos apóstolos Pedro e Paulo e tem como destaque achados e obras de arte provenientes da antiga Basílica de São Pedro.
- O terceiro tem como tema a Virgem Maria, representada por obras significativas como Madonna del Davanzale, de Pinturicchio, datada de 1490.
- O quarto é formado por obras e relíquias que remetem à vida dos santos, retratados em obras de Caravaggio e Guido Reni, entre outros mestres do Renascimento.
Nota:
Nesse último segmento, a exposição faz uma homenagem ao Rio de Janeiro, ao mostrar o relicário que abriga os restos mortais do crânio de São Sebastião, o padroeiro da cidade.
O que poderá ser visto:
- Ressurreição, do pintor Ticiano;
- Quatro feições de Cristo, postadas lado a lado;
- Uma escultura rara atribuída a Leonardo da Vinci;
- São Pedro, obra do espanhol José de Ribera;
- O Salvador do Mundo, de Melozzo da Forli;
- Madonna del Davanzale, de Pinturicchio;
- A primeira representação de Jesus Cristo, de autor desconhecido e pintada entre o terceiro e o quinto século da era cristã;
- Relicário que abriga os restos mortais do crânio de São Sebastião
- Antiguidades e objetos sacros de estilos e épocas diversas, etc.
A exposição Herança do Sagrado iniciou-se no dia 10 de julho e se prolongará até 13 de outubro. Trata-se do principal evento cultural da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Fontes de pesquisa:
Revista Veja/ 26-07-2013
http://www.portalr3.com.br
http://noticias.br.msn.com
Nota: Foto Agência Brasil
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