Autoria do Dr. Telmo Diniz
Recente matéria publicada em revista de circulação nacional, dando conta de pesquisa sobre a influência da flora bacteriana intestinal e o ganho de peso, lança mão de um importante tema que já é debatido há quase uma década. A obesidade é causada por diversos fatores, como por problemas genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. A referida pesquisa identificou mais outra causa: as bactérias encontradas nos intestinos.
Um artigo publicado na revista científica americana “Nature”, esmiuçou essa relação. Um desequilíbrio nas bactérias intestinais está atrelado a um processo inflamatório, atalho para a obesidade e diabetes. O desarranjo permite que fragmentos dessas bactérias saiam de seu habitat (os intestinos), caiam na corrente sanguínea e atinjam as células de gordura, alterando seu metabolismo, consequentemente provocando acúmulo de adipócitos, em outras palavras: obesidade.
A flora intestinal comensal é responsável por várias funções, desde processos metabólicos (fermentação, síntese de vitaminas, produção energética), estimulação do crescimento celular, melhora do sistema imunológico e proteção contra patógenos. Portanto, sua alteração está interligada a várias patologias como:
- síndrome do intestino irritável,
- fibromialgia,
- doenças autoimunes,
- alergias,
- e, agora, obesidade.
Nossos intestinos, se forem dissecados e abertos, têm uma área de absorção do tamanhão de uma quadra de tênis, e os “moradores” de todo esse terreno são as bactérias. Vários fatores contribuem para o controle da microbiota normal, entre eles, a acidez gástrica e a idade. As bactérias do cólon sintetizam vitaminas como biotina, ácido fólico, tiamina, B12 e vitamina K e fermentam carboidratos indigeríveis como as fibras, para produzir sua energia própria. Vários estudos mostram diferenças da microflora intestinal entre pessoas magras e pessoas obesas.
A grande diferença está na desproporção entre as bactérias patogênicas e as chamadas “bactérias do bem”, mais conhecidas por lactobacilos. Essas últimas encontram-se em maior concentração em pessoas magras em comparação com as obesas.
As recentes descobertas abrem caminho para o desenvolvimento de várias frentes de tratamento contra a obesidade como, por exemplo, os probióticos, bactérias vivas consumidas na forma de iogurte, leite fermentado, em cápsulas ou sachês, que podem ser adicionados a sucos e vitaminas. Atualmente, a ingestão de lactobacilos é indicada com o objetivo de regular o trânsito intestinal e reforçar o sistema imunológico de uma forma geral, ou seja, é indicada em quadros de diarreias e/ou constipação e para modular diversas patologias, nas quais há envolvimento do sistema imune, como as alergias em geral e doenças autoimunes.
A indicação de lactobacilos para o emagrecimento não está clara ainda, porém, o uso de substâncias pré-bióticas e pró-bióticas na forma de alimentos ou suplementos podem vir a ajudar diversos pacientes com sobrepeso e obesidade, pois são bem toleradas, com baixo índice de efeitos colaterais e outros ganhos associados à saúde da pessoa.
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Lu Dias
Tu bem que poderias nos brindar com uma lista de alimentos pré e pró-bióticos, contendo lactobacilos.
Grato.
Mário Mendonça
Mário
Fica aqui a sugestão para o Dr. Telmo, pois eu não domino tal assunto.
Abraços,
Lu