Autoria de Lu Dias Carvalho
À medida que a fotografia ia se desenvolvendo, passava a ser usada para os mais diferentes fins: instrumento para o estudo da psique humana (acreditava-se antigamente que a personalidade de alguém poderia ser compreendida através da análise de suas características corporais); lembranças póstumas; documentar exposições, eventos históricos, arquitetônicos, etc.
Na década de 1850, a fotografia foi responsável por documentar um dos momentos mais interessantes da arquitetura: a instalação da gigantesca estátua Bavária, na cidade alemã de Munique, medindo 18 metros de altura, encomendada pelo rei Luís I da Bavária. Tratava-se da primeira escultura agigantada, feita em bronze fundido desde a Antiguidade, cujo designer foi escolhido através de uma disputa, tendo ganho o escultor Ludwig von Schwanthaler. A Bavária, uma combinação de elementos estilísticos clássicos e românticos, com seu tronco revestido por uma pele de urso, é tão grande que teve de ser construída em partes.
O fotógrafo Alois Löcherer foi responsável por registrar as diferentes etapas da produção da Bavária, acompanhadas por um eufórico público. O momento mais fascinante foi o transporte das partes da estátua, em 1850, para o lugar onde ficaria: diante do Ruhmeshalle (Hall da Fama) de Munique. Para transportar as partes da estátua foram construídas carroças fortificadas, sendo cada uma delas puxada por inúmeros cavalos.
A imagem que ilustra o texto é uma das seis fotografias tiradas por Löcherer. Trata-se também de um dos primeiros registros fotográficos de um projeto arquitetônico de tamanha envergadura e, como não poderia deixar de ser, de um dos primeiros exemplos de fotorreportagem.
O céu na fotografia aparece muito claro, embora fosse comum escurecê-lo no negativo usando tinta. Deixá-lo bastante claro foi uma opção de Löcherer, com o objetivo de dar maior destaque à estátua.
O homem de pé, com a mão esquerda apoiando a cabeça, no centro da fotografia, é o chefe da fundição onde a estátua foi amoldada. Atrás dele, encontra-se um dos operários, usando uma camisa branca, que olha diretamente para a câmera. O mesmo acontece com o outro que se encontra sobre o braço da estátua. Embora tenham feito pose para a foto, os retratados mostram-se extremamente naturais, como se tratasse de um flagrante.
Através de uma escadaria circular interna é possível chegar até o topo da cabeça da estátua. No capacete encontram-se quatro aberturas que permitem ver Theresienwiese e o centro de Munique. Baviera é a personificação feminina da Baviera (um dos dezesseis estados federais da Alemanha), assim como de sua força e glória.
Fontes de pesquisa:
Tudo sobre fotografia/ Editora Sextante
Wikipédia
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