Autoria de Lu Dias Carvalho
Esta é uma obra de arte bizantina, intitulada A Escada da Ascensão Divina, criada no final do século XII, cujo autor é desconhecido. Mostra como era a vida de terror que levavam os cristãos da época. O convencimento dava-se através do medo do inferno. Quanto mais temor fosse incutido na indefesa vítima, maior era o fervor. Sob certo ponto de vista, os fiéis eram acorrentados à fé pelo medo que tinham do inferno, lugar de tormentos para onde iam as almas em pecado, segundo a crença, coisa que ainda vemos acontecer nos dias de hoje em inúmeros credos.
A gravura é a ilustração de um tratado de fé, escrito pelo monge cristão John Klimakos, no século VII, inspirado no sonho de Jacó, descrito no livro Gênesis em que o autor descreve os 30 passos necessários para o homem evoluir de modo a ganhar a salvação espiritual. Esta obra representa a principal metáfora do texto do monge.
A escada em questão divide a ilustração em duas partes iguais, ao formar uma diagonal. Na parte superior da gravura encontra-se o céu e na inferior o inferno. No alto da escada está o monge Klimakos, já quase chegando ao último degrau da escada que leva ao paraíso. O que significa que ele seguiu os 30 passos da evolução espiritual, tendo recebido a recompensa prometida.
Na parte superior direita da gravura, Cristo, de braços abertos, aguarda os monges que venceram o pecado ao seguirem as recomendações de John Klimakos. Vê-se, porém, que não é fácil alcançar o paraíso, pois demônios puxam para o inferno aqueles que não foram fiéis a todos os passos da evolução espiritual. Cristo usa vestes de cores vivas que contrastam com a cor sombria das dos monges e com o preto dos demônios.
Um grupo de anjos, usando trajes festivos e em pose de oração, presentes no canto superior esquerdo da ilustração, reza para que os fiéis consigam subir a escada e chegar ao paraíso, imunes à tentação dos demônios. O monge John Klimakos, com suas vestes pretas, é o primeiro da escada, já tendo completado sua jornada. Abaixo dele está o bispo Antonios, inspirando os que vêm atrás, com vestes diferentes, em razão de seu status religioso.
Nove demônios alados tentam puxar os monges para o inferno. Dois deles lançam flechas, outros usam grandes lanças, martelo ou cordas. Sete monges já despencaram da escada, por não terem alcançado as virtudes ensinadas no tratado. Os personagens mostram-se amedrontados, como se pedissem clemência.
No canto inferior direito, um grupo de monges reza por aqueles que estão subindo, enquanto espera sua vez. Parecem angustiados e temerosos. Um monge, com vestes alaranjadas é empurrado para dentro da boca do inferno, não sendo mais possível ver sua cabeça, enquanto outros tomam o mesmo caminho.
Dados técnicos:
Autor: desconhecido
Ano: final do século XII
Técnica: têmpera em folha de ouro sobre madeira
Dimensões: 41 x 29,5 cm
Localização: Mosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, Sinai, Egito
Fonte de pesquisa:
Tudo Sobre Arte/Editora Sextante
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A escada da ascensão divina:
Pelo que já estudei e refleti em algumas passagens da bíblia, essa do livro Gênesis é muito profunda revela que humanamente, temos a missão de crescer e evoluir com intuito de transmutar os sentimentos da carne para a essência divina espiritual, com a finalidade de voltar à eternidade, da casa do Pai Criador.
Para isto, o relato do sonho de Jacó, “A escada de Jacó”, simboliza a união espiritual entre o homem e o céu. E para alcançar tamanha graça de escalar todos os degraus da escada da vida é preciso realizar boas obras, ações e a prática constante das virtudes éticas, morais, solidária e acima de tudo, a prática da caridade e do amor, em benefício de todas as vidas presentes da natureza universal.
Difícil é seguir retamente as virtudes do bem comum e chegar ao último degrau para adentrar pela porta do céu. Afinal, somos humanos que vivemos com a bipolaridade do bem e do mal. Conquistar e praticar a santidade da fé cristã, dói e requer muita fé e perseverança.
Beijos
Reini
Reini
Achei esta pintura muito interessante, em se tratando da época em que foi feita.
A simbologia é bem real.
Precisamos nos tornar melhores a cada dia, subindo um degrau de nossa humanidade.
E como você disse, levando em conta os valores morais e éticos.
A solidariedade e a compaixão são o corrimão dessa escada.
Gosto muito dos seus comentários, pois são muito profundos.
Gosto de contar com a sua presença no blog.
Venha todos os dias.
Beijos,
Lu