A Rev. Dos Bichos (12) – NENHUM ANIMAL ROUBAVA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Todos os trabalhadores têm consciência de que, quando o fruto do trabalho resulta em benefício para eles próprios, além de ser mais produtiva a faina também se torna mais prazerosa. E foi exatamente isso que aconteceu com os bichos, pois sabiam que os negligentes e aproveitadores humanos, não iriam lhes roubar o fruto da labuta. E, por isso, davam de si tudo que podiam em benefício da Granja dos Animais.

Como vimos anteriormente, após a expulsão covarde de Bola de Neve, o astuto Napoleão assumiu todo o comando, ficando senhor absoluto de todas as ordenanças, que fazia passar como se fossem “sugestões democráticas”. E foi assim que sugeriu aos bichos um trabalho voluntário, ou seja, cada um poderia aceitá-lo ou não, mas aquele que dele não participasse teria sua ração diminuída. Com tão benevolente proposta, ninguém ousou ficar de fora dos trabalhos feitos nas tardes de domingo.

A construção do moinho de vento estava cada vez mais trabalhosa, apresentado um sem número de dificuldades. Os animais não se ajustavam ao trabalho de quebrar pedras. As ferramentas não se adequavam ao físico deles. O único jeito seria aproveitar a gravidade. Como muito sacrifício, enormes pedras eram arrastadas até o cume da pedreira, e de lá eram jogadas para que se espatifassem ao cair. Coisa que nem sempre acontecia. O serviço era tão brutal, que até os porcos resolveram ajudar, deixando de lado a intelectualidade. Sansão, como sempre, trabalhava incansavelmente, como se fora três cavalos.

Mais um inverno fazia-se presente. Embora os animais não tivessem alimentos armazenados com fartura, tinham o suficiente para passarem aquela gélida estação, sem falar que, como nenhum animal roubava, nem mesmo houve necessidade de se colocar cercas e porteiras nas pastagens. A confiança era a base da vida na granja. Além disso, os animais sabiam que não seriam usurpados pelos esbanjadores humanos, que se nutriam do resultado do trabalho alheio. Para minha tristeza, constato que a crítica, feita pelos bichos ao Homem, continua firme nos dias de hoje, entre os próprios homens: o povo trabalha até não mais poder e vê os políticos usufruírem daquilo que conseguiu com muito suor, sem ao menos ser consultado. E pior, quase sempre em benefício próprio.

O verão chegou trazendo alguns problemas: a falta de óleo de parafina, pregos, corda, biscoitos para os cachorros e ferraduras para os cavalos. Não havia como fabricá-las na granja. Depois houve a falta de sementes, adubo artificial, maquinaria para o moinho de vento, etc. O que fará Napoleão, como chefe intelectual do grupo? Que rumos tomarão os animais diante de tal dilema? Como ficará a filosofia Animalista? E isso que veremos no próximo capítulo.

Fonte de pesquisa:
A Revolução dos Bichos/ George Orwell

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