ÁFRICA – COLONIZAÇÃO E ESCRAVIDÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A África, continente mais pobre do planeta, foi retalhada pelos colonizadores europeus, a partir do início do século XIV, quando os portugueses ocuparam as Ilhas Canárias. As potências europeias (Portugal, Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, Espanha e Reino Unido) não apenas fizeram uso do domínio político, como também exploraram intensamente as riquezas do continente até a metade do século XX.

A competição entre as metrópoles europeias pelas terras africanas foi tão feroz, que em 1884 houve a Conferência de Berlim com o objetivo de criar regras para a ocupação do continente. Foi negociada a divisão da África de modo que uma nação não pudesse invadir o território já ocupado por outra.

A escravidão africana nasceu do encontro dos exploradores europeus e alguns chefes locais. Juntos, capturaram milhões de africanos e os exportaram como escravos para os mais diferentes locais do planeta. Apenas dois países africanos não se submeteram ao domínio europeu, não chegando a se transformar em colônias: Etiópia, que apenas foi invadida pela Itália, num curto espaço de tempo, durante a Segunda Guerra Mundial e a Libéria, que tinha sido formada recentemente por escravos libertos dos EUA.

Só para se ter uma ideia da situação desse continente negro, no início da Primeira Guerra Mundial, 90% de suas terras já estava em mãos européias. E o pior: a divisão das terras fora feita arbitrariamente, desrespeitando características étnicas e culturais de cada tribo, o que gera, até os dias de hoje, conflitos sangrentos no continente africano. Como quase sempre acontece, o colonizador tem como objetivo sucatear o colonizado, de modo que os europeus deitaram e rolaram nas riquezas do continente africano, sem se importar com seus reais habitantes.

A descolonização do continente africano aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, com exceção do Egito, que em 1922 proclamou unilateralmente a sua independência e da África do Sul que se tornou autônoma, na forma de domínio do Império Britânico. Todo o resto dos territórios africanos começou o seu processo de independência a partir de 1950, num passado ainda muito recente.

Quem imagina que a descolonização foi tranquila, engana-se. Os europeus não tinham nenhum interesse em abrir mão de tantas riquezas. Mas nem todas as colônias tornaram independentes com o uso da força. Exceção feita para as colônias portuguesas e a Argélia, colônia francesa.

Em 1990, Namíbia e Eritréia, que estavam sob a administração da África do Sul e da Etiópia, respectivamente, foram os últimos países africanos a se tornarem independentes. Contudo, as garras europeias ainda estão fincadas em vários territórios africanos. Em suma, o continente africano é composto por 54 países independentes (sendo 48 continentais e 6 insulares), 4 províncias nacionais e mais de 10 territórios estrangeiros (pertencentes à países da Europa)

 O mais triste na história da colonização da África pelos europeus é que esses não se misturaram ao povo africano. Dentro de suas colônias, construíam pedaços de seu país de origem, onde o povo da terra entrava apenas como serviçal. O fascínio, que os europeus sentiam pelo continente africano, não dizia respeito ao povo, mas à caça por esporte, aos safáris, aos clubes de dança e pesca, aos passeios e às riquezas encontradas em suas terras. Nas escolas, dentro do mais puro padrão europeu, nenhum africano estudava. Quando muito, os colonizadores distribuíam remédios aos doentes, que rodavam suas fabulosas moradas.

Os colonizadores europeus possuíam uma sedução exacerbada pela caça. As crianças, desde cedo já eram preparadas para tal.  Apenas ver o bicho não era o suficiente. Era preciso contar a história de como se deu a morte do animal, perseguido por cães farejadores e como foi o tiro de misericórdia, principalmente em elefantes e búfalos. Empalhavam o animal como troféu, ornamentavam suas salas ou o enviava para sua terra de origem. Também, era muito comum que esses insensíveis caçadores fossem encontrados com o corpo perfurado por chifres de búfalos ou rígido dentro da mesma poça de sangue do elefante abatido (a manada vingava a morte de seu membro).

A África é o continente mais miserável do planeta. Seu povo sofrido vem sendo dizimado por doenças como a malária (ou paludismo), SIDA (ou AIDS), doença do sono, doença de chagas e, sobretudo, pela FOME.  Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças, que sobrevivem a casos severos, sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.

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