Dürer – O GRANDE TUFO DE ERVAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

tufo

O mínimo detalhe deve ser realizado o mais habilmente possível, nem as menores rugas e pregas devem ser omitidas. (Albrecht Dürer)

Dürer não era apenas um mestre do fantástico e do visionário e um autêntico herdeiro dos artistas góticos, era também um estudioso da natureza, copiando-a perfeita e fielmente. A autêntica arte está contida na natureza e aquele que consegue aprendê-la a alcança. (E.H. Gombrich)

O artista alemão, Albrecht Dürer, em O Grande Tufo de Ervas, cria uma obra de grande detalhamento e beleza, com uma precisão quase fotográfica, a ponto de sua pintura ser tida como um dos primeiros estudos europeus da biodiversidade. As plantas apresentam tamanha nitidez de modo a ser possível identificá-las. É admirável a capacidade do artista na apresentação das várias nuances de verde, quer para diferenciar uma planta da outra, quer para dar profundidade à obra. O pintor não se limita às partes das plantas sobre o solo, agregando à composição algumas raízes.

Dürer era exímio nos detalhes por mais diminutos que esses pudessem parecer. A paciência e a determinação na elaboração de seus trabalhos eram a sua marca registrada. Era um estudioso do mundo natural, como nos mostra a pintura acima, executada com um detalhamento impensável. Quem poderia imaginar que num simples tufo de ervas pudesse estar contida tanta beleza? As pequenas e emaranhadas plantas oferecem ao observador a perspectiva de um inseto.

O uso da aquarela em O Grande Tufo de Ervas permitiu ao artista trabalhar mais rápido, com maior concentração nas cores e texturas das plantas, sendo capaz de mesclar com mais facilidade os tons sutis, e aplicar camadas de tinta diluída umas sobre as outras, sem ter que aguardar muito tempo para que secassem.

 Em O Grande Tufo de Ervas é possível notar que quatro grandes e carnudas folhas  destacam-se em meio ao tufo. Pinceladas finas e secas de um verde mais profundo modelam a forma das folhas, e linhas finas e brancas salientam suas nervuras e bordas. Três dentes-de-leão destacam-se primorosos em seus delgados caules. Plantas identificadas  na obra: galo-pé, poa dobrada, lisa do rastejamento,  margarida,  dente-de-leão, o speedwell do germander, o maior plantain, a cão-língua e o yarrow.

Assim como Leonardo da Vinci, Dürer era um estudioso, tentando compreender a natureza para depois aplicar os detalhes em seus trabalhos.

Ficha técnica:
Ano: 1503
Técnica: Aquarela e bico de pena sobre papel
Dimensões: 40,8 x 31,5 cm
Localização: Museu Albertina, Viena, Áustria

Fontes de pesquisa
Grandes pinturas/ Publifolha

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