Autoria de Alfredo Domingos
Em plena zona portuária do Rio, RJ, o artista baiano Toz (Tomaz Viana) pintou, a partir de janeiro de 2013, o maior mural de grafite da cidade, com 30 metros de altura e 70 de largura, usando totalmente a lateral do prédio da Rua Coelho e Castro, na Saúde, próximo à Praça Mauá.
Gente, esta é uma obra maravilhosa! O artista realmente saiu do sério e entrou no lúdico, sem dó e piedade! Embriagou-se nas formas e cores. Perdeu o rumo para achar a arte, caramba! Toz compôs um painel universal para todos os gostos. Reuniu em colagem, não misturou, diga-se de passagem, uma boa quantidade de figuras, vejamos, a começar lá pela esquerda:
- boneca moderna de cabelo vermelho;
- perto dela a loura sinistra;
- a quase Santa de mãos postas, mais ou menos no centro, trajando azul e adornada pelo cabelo roxo;
- dois bonecos coloridos, um em cada ponta, desfigurados de cabeça, onde apresentam um punhado de bolas com aspecto de ovos de Páscoa;
- cão de cara do tipo mau, com traços de gozador, no entanto, voltado para a direita, meio que central na composição;
- personagem oriental, chegado a samurai, bem no cantinho à direita; várias carinhas de quadrinhos infantis;
- olhos misteriosos espalhados;
- boca solta e risonha, posicionada abaixo do cão;
- caixa d’água azul, no alto, de intrometida, assumindo papel de chapeuzinho de tudo ali;
- e espaços preenchidos de tons de azul e de amarelo para compor a arte. Ufa, muita coisa!
O artista fez uma positiva conspiração em nome da cor para derrubar o cinza-pedra da cidade. O concreto aparente transformou-se em galeria policromática a céu aberto, desafiando e ganhando do feio. Que árdua luta travou o Toz para abrandar anos de obscuridade e rigidez, hein! Valeu!
As armas usadas na batalha, porém, foram pacíficas: andaimes, grua, mais de 1.500 latas de tinta e incontáveis rolos, broxas e pincéis. Participou, ainda, uma tropa de 8 obstinados guerreiros, inclusive o autor do projeto esteve empenhado. E assim, o que já foi maldito, tido há tempos como enganação de vagabundos, ganhou destaque, conquistando a sociedade. Grafitar é fazer arte e das boas. Bem comparando, este painel contém a mesma importância artística daquele de Portinari, Guerra e Paz, claro, considerando que cada um ocupa o seu quadrado, dentro de sua época!
Fonte de pesquisa:
oglobo.globo.com
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Alfredo
Toz matou o cinza com sua arte multicolorida. Espero que os pichadores respeitem a arte e o grafite, pois aqui em Osasco, alguns não estão respeitando.
Abração
Mário Mendonça
Mário,
Obrigado pelo contato. Você tem razão! O azar da obra de arte é topar com um pichador. Mas penso que isso está mudando. Já há mais respeito! Aqui no Rio, ocorrem essas pichações desagradáveis, também.
Abração,
Alfredo Domingos.
Alf
A arte de Toz é realmente fantástica.
Encanta-me a capacidade que esses artistas de rua possuem de embelezarem a cidade, com o toque mágico de suas mãos. Quantos lugares abandonados pelo poder público vem servindo de atração pública, depois de passarem pelo toque dessa gente talentosa, espalhada pelo Brasil e pelo mundo… A sociedade vem se abrindo para acolhê-los cada vez mais, e o Brasil encontra-se entre os países mais receptivos a essa arte, como diz Binho, outro grande artista brasileiro.
Quem seria capaz de passar imune a esse mural colorido de Toz, onde se mesclam um mundo de coisas e cores? Queria ter um desses no meu prédio.
Continue a nos trazer belos artigos como esse, descrevendo o que vê com tanta sensibilidade e nos enredando também nas suas palavras mágicas.
Grande abraço,
Lu
Lu,
A arte está em todas as partes e de todos os jeitos. Ter sensibilidade é apreciar o que aparece, respeitando momentos e tendências, sem torcer o nariz. O artista está para o que der e vier, e nos obriga a pensar, mesmo que não concordemos com o seu produto.
Abração,
Alfredo Domingos.