Autoria de Lu Dias Carvalho
Apesar da veemência das religiões em revitalizar o pecado, as velhas admoestações religiosas encontram-se exauridas, nulas de significação. O mundo anda cansado do velho mantra da moralidade em detrimento da Ciência, da generosidade e do amor ao próximo, o que vem colocando o tão temido “pecado” de outrora fora de moda. Pois, quem vive no século XXI, tem dificuldade em absorver sua noção, tal e qual colocam as religiões a fim de amedrontar seus adeptos. Ficou démodé! Há uma espécie de cinismo, uma vez que a prática e a palavra não coabitam no mesmo plano, pois os templos, em sua grande maioria, são hoje lugares onde coabitam a perversidade, a mentira, a perseguição e o desamor no seu nível mais elevado, uma vez que palavra e ação vivem em total discordância.
Não se faz necessário abraçar religião alguma para ser uma pessoa de bom caráter, comprometida com o planeta e a vida que nele habita. Hoje, mais do que nunca, a vida exige comunhão com o planeta como um todo, racionalidade, responsabilidade, compaixão, generosidade e humanidade. Somente através das lentes da razão é que os homens poderão enxergar com clareza que o nosso planeta está morrendo em razão do descaso para com a vida que nele habita. Talvez ainda possa compreender os limites entre mantê-lo vivo ou perecer junto, mas isso as religiões não colocam em seus púlpitos. Da vida terrena de seus fiéis só lhes interessa a parte monetária.
Não são os momentos passados numa igreja, mesquita ou templo ouvindo sermões, ou participando de rituais desprovidos de significação, sem nenhuma ligação com a vida em seu caráter mais profundo, que vão melhorar a humanidade, levá-la a um estágio de grandeza moral. Jamais. É precioso o contato com o humano e com todas as formas de vida que nos cercam nesta nossa curta passagem pela Terra. É, sobretudo, o respeito pelos animais, nossos irmãos de viagem, e por tudo que ornamenta esta nossa grande casa chamada Terra: florestas, rios, mares, céus, ar…
O maior de todos os males reside na natureza humana, pois bem e mal são inerentes a ela. Por isso, somos humanos e não deuses. Mas não podemos crer, como as velhas pregações religiosas querem nos fazer acreditar, que o homem maligno tem chifres, dedução que nos afetaria enormemente, pois só daríamos conta da maldade humana depois que essa concluísse a sua ardilosa destruição. A raça humana, no seu antropocentrismo, tende cada vez mais a se desligar do planeta, como um todo. E, em consequência, torna-se mais e mais enfastiada e violenta na tentativa de preencher o vazio que devora suas vísceras. Ao desconhecer a Ciência, ela só regride.
As pregações religiosas continuam arcaicas e desprovidas de racionalidade, num mundo em que a tecnologia impera. O diabo ainda é o mote da ultrapassada retórica, que não conduz a lugar nenhum, senão a um medo abstrato que em nada ajuda a humanidade em seu crescimento. Quando as religiões buscam mudanças através do terror, elas voltam à Idade Medieval, uma vez que as transformações perenes são fruto do amor, da compreensão e sobretudo da razão. É preciso abordar com ênfase o comportamento humano, pois é no homem que duelam o bem e o mal. O resto é discurso vazio, ensaiado para angariar adeptos e dinheiro. Devemos ter a certeza de que existem muitos Hitlers em potencial, espalhados pelo mundo, sem chifres ou olhos de fogo, até mesmo com rosto de anjo.
A crise espiritual vem provocando a material, com a ausência de solidariedade, respeito, justiça e amor para com o próprio homem e para com o planeta como um todo. Portanto, a Terra encontra-se duplamente em crise, beirando o caos. A nossa capacidade infinita de criatividade e de imaginação, centrada apenas na abstração originadas das crenças é um poder perigoso que precisa encontrar freios, pois é no mundo concreto que a maldade toma forma. E a contenção de tal dique cabe a cada um de nós em particular. É bom que não nos esqueçamos de que estamos todos no mesmo barco. E que toda mudança só poderá vir de dentro para fora. Quem vive em paz consigo mesmo, respeitando as demais formas de vida e zelando por sua grande morada, a Terra é, sem dúvida, um ser humano na concepção da palavra.
Nota: Imagem copiada de http://palavrastodaspalavras.wordpress.com
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Alguem aí se lembra de Sérgio Von Helder?
Márcio
Era um pastor evangélico, vaidoso, em busca de holofotes, sem nenhum respeito pelo pluralismo religioso. Ele se comportou do mesmo modo que agem os fanáticos religiosos do islamismo e de outras crenças. Não sei que fim tomou.
Abraços,
Lu
Lu
Também sinto que as diversas religiões e líderes de igrejas precisam rever e mudar para uma nova comunicação, até porque os jovens e crianças de hoje serão os praticantes de amanhã. Hoje faz-se necessário a busca do equilíbrio e respeito na comunicação da natureza com o homem, e isso já está acontecendo com o novo despertar da espiritualidade divina/humana e comprovação científica. Sou otimista com a evolução das próximas gerações, futuras governantes do Amor e do mundo!
Beijos
Reini
Obrigada por sua visita e comentário.
Abraços,
Lu
Lu Dias
Como dizia alguém que não me lembro agora: “A religião é o ópio do povo”
Bakunin dizia: “É um Estado que tributa o povo indiretamente”
Abração
Mário Mendonça
Mário
Eu tenho um pé atrás com as religiões. Muitas são verdadeiras empresas financeiras, onde Deu$ não passa de um mantra para atrair dinheiro.
Abraços,
Lu
Lu
A cada dia o mal tem se preponderado contra o bem. Somam-se a isto as mazelas e as impunidades. Vivemos mum mundo onde cada vez mais cresce a inversão de valores. O que é pior, o mundo natural tem sido saqueado e destruído mais e mais.
Beijos
Karlla
Karlla
A impunidade não apenas acoberta a maldade, como também a nutre.
As religiões precisam mudar o discurso medieval que ainda carregam e olhar o mundo como algo concreto e não abstrato. Não mais adianta falar sobre o divino, sem o compromisso com o terreno. Devemos começar pelo cuidado com o nosso planeta, nossa casa maior, respeitando as outras formas de vida. Não é mesmo?
Abraços,
Lu
Lu
No homem duelam o bem e o mal.
Aninha
Por isso, não adianta ficarmos procurando o mal fora de nós.
Beijos,
Lu