Arquivo da categoria: Apenas Arte

Textos sobre variados tipos de arte

Jacopo Zucchi – AMOR E PSIQUE

Autoria de Lu Dias Carvalhoampsi
A composição denominada Amor e Psique é uma obra do pintor italiano Jacopo Zucchi, responsável por pintar importantes afrescos mitológicos.

A cena representada diz respeito à curiosidade de Psique em relação ao seu amor alado, Cupido, que só a visitava durante a noite, sem permissão para que pudesse vê-lo. Este é o momento em que ela acende uma lâmpada de azeite para iluminá-lo.

Cupido encontra-se nu, sobre lençóis brancos, entre almofadas e flores, debaixo de um dossel vermelho magnificamente arranjado, o que torna a cena ainda mais sensual. A seu lado encontra-se uma seta, enquanto o arco e a aljava com setas encontram-se numa mesa vermelha, próxima à cama, onde estão um vaso com flores e um cãozinho. Psique usa um manto verde que circunda seu lado esquerdo e na mão direita traz a faca com que iria matar o imaginado monstro.

As posturas dos dois personagens não são convincentes, uma vez que Cupido dorme com a cabeça ereta e Psique encontra-se de pé sobre a cama. Há uma profusão de cores na pintura. A cama é adornada com belas figuras, simulando entalhes na madeira.

Segundo o mito, para vingar-se da beleza de Psique, Vênus pediu a seu filho Cupido para castigá-la, fazendo com que ela se apaixonasse por um ser mortal. Ao vê-la, contudo, ele se sentiu embriagado com sua beleza e acabou se ferindo com a própria seta, vindo a apaixonar-se por ela. Psique foi morar com ele num palácio, sem jamais vê-lo. Ao receber a visita das irmãs, essas lhe disseram que seu marido era uma terrível serpente que iria devorá-la depois, devendo, portanto, esconder uma lâmpada e uma faca afiada, a fim de decepar sua cabeça, enquanto dormisse. Assim agiu a ingênua esposa, antes de  surpreender-se com a presença de Cupido, que partiu,deixando-a desesperada.

Ficha técnica
Ano: 1589
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 173 x 130 cm
Localização: Galleria Borghese, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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Lucas Cranach, o Novo – NINFA RECLINADA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Ninfa Reclinada é uma obra do pintor Lucas Cranach, o Novo, que pintou inúmeros quadros, tendo como tema a mitologia clássica, inclusive, há três versões dessa mesma figura. Nesta pintura, ele parece ter buscado inspiração na “Vênus Reclinada”, de Giorgione Barbarelli.

Deitada sobre a relva, totalmente nua, a ninfa traz a cabeça recostada em suas vestes. Sobre o tronco de uma árvore estão dependurados o seu arco e sua aljava cheia de flechas. Duas aves pastam a seus pés. Na inscrição acima , à esquerda, uma frase transforma o quadro numa alegoria moral: “Não perturbem o sono da ninfa da sagrada primavera.”.

As ninfas, na mitologia grega, faziam parte dos séquitos dos deuses. Eram divindades menores, femininas, que jamais envelheciam, muitas vezes relacionados a um local ou objeto. Habitavam os bosques, florestas, montanhas, algumas espécies de árvores, grutas, rios, etc. Portanto, existiam as ninfas da terra, da água e do ar. Eram muito desejadas pelos sátiros (divindades dos bosques e campos, que tinham pés de cabra e diminutos chifres).

A palavra “ninfomania”, usada pela medicina no passado, era indicativa do excesso de desejo sexual em mulheres, tido à época como uma perversão.

Ficha técnica
Ano: c. 1537
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 48 x 73 cm
Localização: Musées des Beaux-Arts, Besançon, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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Simon Vouet – SATURNO CONQUISTADO POR AMOR…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Saturno Conquistado por Amor, Vênus e Esperança é uma obra alegórica do virtuoso pintor francês Simon Vouet.

Na tela acima, o artista usa de extrema delicadeza e equilíbrio, ao representar Saturno, o deus romano do mundo dos mortos e do Tempo, conhecido como Crono, pelos gregos, já bem velho. Ele se faz reconhecido pelo atributo que traz na mão direita, a foice, na qual se escora. Encontra-se caído no chão, tendo acima de si quatro jovens aladas. Suas feições, direcionadas para as figuras aladas, e gestos corporais denotam medo e súplica.

A Esperança, usando um manto vermelho, puxa com as duas mãos a asa direita de Saturno, escorando o corpo do deus em seus pés. Acima dela, A Verdade, com seu manto azul e o seio esquerdo à vista, puxa-lhe os cabelos esbranquiçados com a mão direita, enquanto segura com a esquerda a ponta da veste branca, interna. Por sua vez, acima dela, está a Fama, vestindo um manto rosado, trazendo na mão esquerda uma trombeta, que está a tocar. Seu braço direito enlaça uma figura alada, que traz na mão outra trombeta. A figura que é abraçada pela Fama é Occasio (ocasião afortunada). Usando um manto amarelo e com os cabelos despencando para frente, ela traz na mão direita os atributos do poder e da riqueza, também conhecidos como atributos da Fortuna. Um pequeno Cupido, de costas para o observador, segura com firmeza a asa direita de Saturno.

A cena acontece próxima a duas colunas gregas, possivelmente na entrada de um templo. Ao fundo vê-se parte do mar, estando uma âncora, com uma corda entrelaçada, próxima aos pés de Saturno. O céu traz nuvens pesadas e grandes árvores servem de fundo para as figuras.

Ficha técnica
Ano: 1645
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 187 x 142 cm
Localização: Musée du Berry, Bourges, França

Fonte de pesquisa
Barroco/ Editora Taschen

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Pietro da Cartona – AS QUATRO IDADES DA VIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada As Quatro Idades da Vida é uma obra do pintor italiano Pietro da Cartona, baseada na mitologia grega.

Segundo a mitologia grega, a Terra passou por quatro idades:
• A Idade do Ouro
• A Idade da Prata
• A Idade do Bronze
• A Idade do Ferro

Os deuses criaram a Terra, os animais e a humanidade. Aqui embaixo tudo transcorria na mais perfeita paz e harmonia. Embora não houvesse leis determinadas, reinava a inocência, a verdade e a justiça. O homem era tido como animal superior, zelando pela flora, fauna, águas e tudo que fazia parte do novo mundo. Em troca, a Terra, que vivia numa eterna primavera, acumulava-o de bens, suprindo todas as suas necessidades, sem que tivesse que trabalhar. Ela era tão dadivosa que nem era preciso plantar sementes para a produção de alimentos. Os rios, em vez de água, eram cheios de leite e de vinho. As árvores vertiam mel abundantemente. Vivia-se a esplendorosa Idade de Ouro.

Transformações aconteceram com a humanidade que, imbuída de desejos personalistas, passou a desviar-se da retidão. O poderoso deus Júpiter optou por fazer mudanças na organização terrena, mas a humanidade não melhorou. Não aprendeu que era preciso retomar a vida de inocência, verdade e justiça. Ao contrário, piorava cada vez mais.

Os deuses então a abandonaram a Terra, ficando apenas Astreia, a deusa da justiça, da inocência e da pureza, talvez por acreditar, ingenuamente que ainda poderia salvar a humanidade. Ela ficou na Terra até o final da Idade do Bronze, quando viu que a espécie humana não tinha mais jeito, fadada aos muitos desatinos que viriam. Deixando-a assim que começou a Idade de Ferro. E foi habitar o firmamento na forma da constelação Virgem.

Ficha técnica
Ano: 1637
Técnica: afresco
Dimensões: 165 x 128 cm
Localização: Salla dela Stufa, Palazzo Pitti, Firenze, Itália

Fontes de pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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Gavin Hamilton – O RAPTO DE HELENA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada O Rapto de Helena é uma obra do pintor inglês Gavin Hamilton, baseada no mito que discorre sobre a Guerra de Troia.

Páris, o pastor, foi convidado a ser juiz de um concurso de beleza entre as deusas Minerva (Atena), Juno (Hera) e Vênus (Afrodite), uma vez que Zeus (Júpiter) abriu mão de tal empreitada. Cada uma delas oferecia-lhe um presente melhor do que o outro, caso fosse a escolhida. O moço via-se em maus lençóis. Ele deveria dar o pomo de ouro à vencedora, que não foi outra senão a bela Vênus (Afrodite).

Vênus cumpriu a sua promessa, dando a Páris, como esposa, a  mais linda mulher, Helena de Tróia, que era casada com o rei Menlau. Com a ajuda da deusa, Páris fugiu com ela, dando origem à guerra entre gregos e troianos.

Na pintura, Páris está fugindo com Helena, enquanto seus companheiros protegem-nos. Embora seja dito que Helena foi raptada, alguns estudiosos dizem que ela se apaixonou por Páris, consentindo, portanto, em fugir com ele. E é isso que mostra o pintor da obra acima, ao apresentar Helena segurando na armadura de Páris e acenando para as pessoas que ficam em Troia. Ele, por sua vez, não evidencia nenhuma forma de violência, ao contrário, protege-a com seu escudo.

Ano: c. 1784
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 306 x 367 cm
Localização: Museu de Roma, Roma, Itália

Ficha técnica
Fontes de pesquisa
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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Guido Reni – A AURORA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor italiano Guido Reni (1575–1642) foi aluno do artista holandês Denis Calvaert que vivia próximo a Bolonha, vindo depois a trabalhar com seu mestre. Também frequentou a Academia dos Carracci em Bolonha, onde viveu o resto de sua vida, embora tenha feito viagens a Roma, Ravena e Nápoles. Após a morte de Annibale Carracci ele veio a tornar-se mestre da pintura barroca em Bolonha, sendo que sua obra é composta por afrescos, narrativas mitológicas, retábulos e retratos.

A composição denominada A Aurora é uma das obras-primas do artista, criada quando ele se encontrava em Roma. Foi pintada no teto de um palácio dessa cidade. Trata-se de um grande e esplêndido afresco barroco, tido como uma ode à luz. Esse quadro cheio de graça e beleza lembra os afrescos de Rafael Sanzio na Farnesina. Possui 2,8 metros de altura e 7 metros de largura, sendo visto dentro de uma moldura pintada. Ao longo dos séculos muitos críticos de arte, poetas e escritores admiraram essa obra.

À frente da comitiva encontra-se Aurora — a deusa da madrugada ou do amanhecer. Sua função é a de anunciar o novo dia e eliminar os sinais da noite escura. Ela se dirige à Terra — vista no canto inferior direito da pintura — que ainda se encontra escura. A deusa traz nas mãos guirlandas de flores. Um cupido com um archote aceso — a Estrela Matutina — vem logo atrás dela, voando acima dos cavalos.

A pintura representa a Aurora — claridade que precede o nascer do Sol — com seu vestido iluminado e esvoaçante e suas guirlandas de flores na frente de um bloco de nuvens densas. Os vaporoso tecidos tecidos que a envolvem se destacam contra o violeta escuro das nuvens e refletem o branco luminoso da luz e o laranja delicado dos primeiros raios. As grinaldas que traz nas mãos parecem ir abrindo caminho para a claridade. Ela volta seu rosto para trás para observar o Cupido que a acompanha.

o jovem deus Apolo (Febo) — divindade solar considerada pela mitologia grega como o deus da juventude e da luz que além de possuir muitos outros atributos e funções é extremamente belo — veste um manto violeta que lhe deixa o tronco nu. Ele conduz o carro dourado do Sol, puxado por quatro cavalos alinhados.

As Horas — deusas do ano, das estações climáticas e da ordem natural da natureza e, atualmente, da ordem humana e social — na figura de sete belas mulheres, ladeiam o carro, enquanto dançam sobre as nuvens. Elas  estão de mãos dadas e vestem roupas coloridas. O grupo voa por cima de uma paisagem, levando luz à Terra.

Ficha técnica
Ano: c. 1613-1614
Técnica: afresco no texto
Dimensões: 280 x 700 cm
Localização: Casino Rospigliosi-Pallavicini, Roma, Itália

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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