Arquivo da categoria: Apenas Arte

Textos sobre variados tipos de arte

Anônimo: A TAPEÇARIA DE BAYEUX

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A propaganda traduzida para o bordado.

A Tapeçaria de Bayeux, de artista anônimo, datada de 1066, mede 70,34 metros de comprimento e 50 centímetros de altura, sendo formada por diversos pedaços de tecido unidos. Infelizmente falta sua parte final, que deveria medir mais alguns metros. Foi feita em linho, bordado com fios de lã, num total de oito cores. Presume-se que tanto os desenhos quanto os bordados foram feitos por freiras. Apareceu pela primeira vez na Catedral de Bayeux, na Normandia, em 1077. E foi redescoberta por estudiosos, em 1729, quando estava sendo exibida no mesmo local. Os bordados narram a vitória de Guilherme, o Conquistador sobre os ingleses, na Batalha de Hastings, em 1066.

A igreja em 1025, através do Conselho da cidade francesa de Arras, propôs ornamentar as igrejas com panos com representações de personagens e eventos históricos cuja finalidade era ajudar, principalmente, a ampliar o conhecimento dos fiéis que não sabiam ler. A Tapeçaria de Bayeux é o exemplo mais importante desse tipo de educação usada na Idade Média. Possui um imensurável valor tanto histórico quanto artístico. A presença dessa tapeçaria na catedral de Bayeux tinha dupla finalidade: a narração de fatos políticos da época e a edificação religiosa.

A Tapeçaria de Bayeux representa a pequena cidade normanda no detalhe superior, apresentando uma colina e um grande edifício que tanto pode ser uma igreja ou um castelo. Frases em latim ajudam a contar a história. Também são mostrados animais simbólicos que nada tem a ver com o relato. As cenas de batalha mostram corpos nus e mutilados. É interessante acompanhar uma série de detalhes documentais da época: escudos, esporas e veios das selas que serviam para prender o cavaleiro durante o combate. O personagem principal da tapeçaria é Guilherme, o Conquistador, e todos os acontecimentos são contados mediante seu ponto de vista.

A Tapeçaria de Bayeux foi usada como instrumento de propaganda por Napoleão, ao tentar conquistar a Inglaterra, e por Adolf Hitler, quando planejou a invasão da ilha. Atualmente a obra encontra-se no Musée de la Tapisserie de Bayeux, na Normandia.

Vejam essa tapeçaria na animação:
https://www.youtube.com/watch?v=KfMekHN6x7w/

Fontes de pesquisa:
Los secretos de las obras de arte/ Taschen
Blog Café com Ciência

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HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Apesar de várias décadas de estudos na busca pela origem da história em quadrinhos (HQs), deduções mostram que este é um trabalho inglório, pois toda cultura tem propensão para contar histórias, aliando texto e imagem. Assim, torna-se impossível definir qual foi a “primeira” história em quadrinhos a surgir. Contudo, a “pré-história” dos quadrinhos pode ser encontrada na Coluna de Trajano (monumento feito em Roma, pelo arquiteto Apolodoro de Damasco, onde figuras em baixo relevo contam a história da guerra contra os dácios), nas tapeçarias medievais, nos retábulos, nos pergaminhos asiáticos, nas estampas japonesas, etc.

O trabalho do caricaturista suíço Rofolphe Töpfer, o mangá do artista japonês Hokusai, a série britânica Ally Sloper e os funmies (“engraçados” – nome dado às primeiras histórias em quadrinhos nos EUA e demais países de língua inglesa, sendo posteriormente chamados de comics), que eram publicados nos jornais, entre o final do século XIX e o início do século XX, foram os responsáveis por trazerem as HQs à tona. Apesar de terem aparecido nas mais diferentes culturas, sempre houve um intercâmbio cultural entre elas, recebendo e irradiando influências. As histórias em quadrinhos, que já possuem mais de 150 anos de vida, também são conhecidas como mangá (em japonês), fumetti (em Italiano), comique (em francês), historietas (em espanhol), comics (em inglês), etc.

As HQs tiveram o ano de 1968 como uma data importante, pois foi quando grandes nomes dessa arte, tanto no Japão,  quanto na América do Norte e na Europa, concluíram que elas eram muito mais do que um mero divertimento infantil, mas também arte para os adultos. Muitos de nós adultos ainda nos lembramos de Astro Boy (de Osamu Tesuka), Tio Patinhas e Pato Donald (de Carl Barks), Tintin (de Hergé), O Pequeno Nemo (de Winsor McCay), etc.

Até algumas décadas após a Segunda Guerra Mundial, os quadrinhos não eram levados a sério, sendo vistos apenas como diversão efêmera. Seus criadores deveriam trabalhar dentro de normas traçadas por considerações comerciais, que delimitavam o gênero, o formato, a abordagem narrativa e o estilo gráfico, que fossem tidos como ideais e comercializáveis para o grande público. Não havia preocupação com o trabalho artístico, desde que se encaixasse nas regras estipuladas. Os quadrinhos estavam voltados, sobretudo, para as crianças.

As políticas de censura asseguravam que as revistas em quadrinhos estivessem direcionadas apenas ao público infantil e, por isso, não podiam comprometer seus valores morais, interferindo na educação das crianças. Por sua vez, as tiras de jornal, direcionadas aos adultos, podiam tratar de uma temática variada, com maior liberdade, nos EUA e na Grã-Bretanha. Os quadrinhos, no entanto, poucas décadas depois, passaram a se libertar das normas impostas.

Fonte de pesquisa:
Quadrinhos/Dan Mazur & Alexander Danner

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A ARTE ERA PRIVILÉGIO DE UMA MINORIA

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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Nem sempre a arte esteve à disposição dos mortais comuns. As coleções de arte das cortes europeias só eram vistas por convidados especiais, estudiosos e artistas bem relacionados com a nobreza. Em 1750, os habitantes de Paris foram autorizados, durante dois dias por semana, a visitar as coleções de arte reais. Tal situação só mudou depois que a Revolução Francesa, em 1789, aconteceu, quando se deu a queda da monarquia. O novo governo declarou que os tesouros artísticos da Coroa passariam a ser patrimônio nacional, ou seja, as pessoas comuns teriam acesso a eles. A arte deixou de ser um bem privado, privilégio das minorias, para se transformar num bem coletivo, acessível a todos. O British Museum de Londres foi o primeiro museu a ser fundado pelo Estado, em 1753. O primeiro edifício construído para abrigar uma coleção de arte foi o Museum Fridericianum, na Alemanha, em 1779. Em 1793, o Louvre foi aberto como museu (foto acima).

Ao ser transferida para os museus, transformando-se em propriedade coletiva, a arte passou a exigir sua própria identidade arquitetônica. Muitos edifícios neoclássicos foram construídos, baseados nos princípios arquitetônicos da Grécia antiga. A National Gallery de Londres abriu-se para o público, em 1824. Daí para frente, numerosas instituições europeias fizeram o mesmo. Os museus procuravam dar ao público uma visão genérica da história da arte, através de cópias das pinturas famosas. Não existindo, portanto, a preocupação em se ter obras originais, executadas por artistas famosos. O propósito era, sobretudo, didático: cativar e educar os visitantes nas tradições artísticas.

A apresentação das coleções de pintura do século XIX não obedecia a uma organização única. As coleções podiam ser organizadas de acordo com:

  • escolas,
  • ciclos artísticos,
  • temas,
  • tamanho das molduras,
  • ou meramente expostas onde houvesse espaço, no momento em que foram adquiridas.

Atualmente, a maioria das pinturas vistas nas galerias de arte na Europa, muitas vezes, parece não seguir qualquer lógica. São apresentadas em vários níveis, que vão do chão ao teto, com breves espaços entre as filas de quadros.

Termos relacionados à pintura:

  • Aquarela – técnica de pintura com cores aguadas e transparentes. Os pigmentos são misturados com uma cola, de forma que as cores continuam solúveis em água mesmo depois de secarem. Suas principais características: renúncia ao desenho e às linhas, bem como a inclusão do fundo como forma autônoma.
  • Anatomia (em arte) – representações anatômicas baseadas em estudos exatos da natureza e da figura humana nua, bem como profunda compreensão dos elementos corporais sob a forma externa do corpo. Excelência dos pintores do Renascimento.
  • Arabesco – ornamento clássico com folhas e parras estilizadas, que incluía frequentemente cabeças, máscaras ou figuras.
  • Arte Bizantina – arte que emerge em finais do período da Antiguidade e se forma na Cristandade Ortodoxa, no âmbito do Império Bizantino.
  • Arte sacra – pinturas religiosas cujos motivos e temas são determinados por preocupações e regras de culto e liturgia.
  • Artes gráficas – produção artística baseada no desenho.
  • Barroco – seus traços característicos são a idealização, a deificação e o exibicionismo. O termo barroco provém da ourivesaria portuguesa, significando originalmente uma pérola irregular.
  • Busto – escultura sobre uma base, mostrando o colo, ombros, pescoço e cabeça de uma pessoa. O termo foi utilizado também na pintura de retratos.
  • Composição centralizada – pintura em que todos os elementos dirigem o olhar do observador para o acontecimento principal, que está no meio da tela.
  • Deesis – tipo de pintura que mostra Cristo entronizado como rei e juiz do mundo, geralmente colocado entre a Virgem Maria e São João Batista.
  • Ecletismo – em Belas Artes e arquitetura, normalmente um termo pejorativo indicando que um artista adotou formas, motivos ou técnicas já vistos em obras anteriores. Implica geralmente falta de imaginação e criatividade por parte do artista.
  • Fresco (al fresco) – pintura mural feita segundo uma técnica na qual as tintas são aplicadas sobre o gesso fresco.
  • Gótico – estilo de arte medieval.
  • Ícone – pequenas pinturas de figuras religiosas, portáteis, comuns na Igreja Ortodoxa do Oriente, contendo frequentemente formas e cores muito idealizadas.
  • Natureza morta – representação realística de objetos em repouso. Já foi considerada uma forma menor de arte.
  • Pintura a óleo – técnica em que os pigmentos (pós de cor) são misturados com óleo. Essas cores não desvanecem perante a luz e podem ser opacas ou, quando aplicadas em camadas finas, permitir que se vejam as camadas inferiores, sem que as tintas se misturem entre si.
  • Pintura a Pastel – técnica de pintura e desenho que utiliza pequenos paus de uma só cor, compostos por pó de cor e giz.
  • Pintura ao ar livre – refere-se às obras realizadas ao ar livre.
  • Pintura de gênero – apresenta cenas típicas de acontecimentos da vida quotidiana, de certa profissão ou de uma classe social. Também chamadas de “pinturas de vida e costumes”.
  • Pintura profana – pintura feita para propósitos mundanos em vez de um propósito religioso; o oposto de sacra.
  • Pintura votiva – dedicada a um santo ou a Deus.
  • Verniz – camada final transparente aplicada às pinturas para selá-las e protegê-las.

Nota:  Biblioteca Vaticana (www.vaticanlibrary.va)

Fonte de pesquisa
1000 Obras Primas da Pintura

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FRANS KRAJCBERG – A BRUTEZA DO HOMEM…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta. Desde então, o que faço é denunciar a violência contra a vida. Esta casca de árvore queimada sou eu. (Frans Krajcberg)

Frans Krajcberg faz parte desta raça de homens que são raros, automarginalizados, muito individualistas, mas também muito generosos na sua solidão. A vida foi rude para ele e as provas da última guerra marcaram-no para sempre. A floresta brasileira foi ao mesmo tempo o meio, o teatro e o agente de uma verdadeira renovação humana – a redenção de Frans Krajcberg pela arte. (Pierre Restaney)

Cresci neste mundo chamado natureza, mas foi no Brasil que ela me provocou um grande impacto. Eu a compreendi e tomei consciência de que sou parte dela. (Frans Krajcberg)

O pintor, escultor, gravador, artista plástico e fotógrafo polonês Frans Krajcberg, naturalizado brasileiro, possui uma forma diferente de denunciar os estragos feitos pelas queimadas em nosso país: transforma troncos ressequidos e pedaços de árvores queimadas em esculturas.

O trabalho de Frans Krajcberg é um grito pungente de dor e de alerta, diante da destruição sem limites da natureza pelo homem. São epitáfios de protesto. São as cruzes que anunciam a presença da morte, onde só havia vida, em toda a sua plenitude. Quantas espécies de animais não morreram ou tiveram que migrar para o entorno das cidades, quando tiveram suas árvores arrancadas ou queimadas?

O artista, por ser judeu, foi perseguido pelos nazistas. Sua família foi dizimada pelo Holocausto. Chegou ao Brasil em 1948, aos 27 anos, incentivado pelo amigo e artista plástico Marc Chagall. Nos anos de 1950, morou no Pico da Cata Branca, numa caverna, na região de Itabirito, e no interior mineiro, onde era conhecido como o Barbudo das Pedras, pois além de viver sozinho e totalmente desprovido de conforto, tomava banho no rio, enquanto criava seus trabalhos em pedra (gravuras e esculturas). Em 1956 retornou ao Rio de Janeiro.

Atualmente Frans Krajcberg mora no Sítio Natureza, município de Nova Viçosa, Bahia, onde trabalha em seu ateliê, numa casa situada a sete metros do chão, no tronco de um pé de pequi, com 2,60 metros de diâmetro, construída com a ajuda de seu amigo Zanine Caldas, arquiteto. O artista plantou milhares de mudas de espécies nativas ali. Dois pavilhões abrigam suas obras artísticas. Futuramente, o local abrigará um museu com o seu nome.

As primeiras esculturas com madeiras mortas começaram a ser executadas pelo artista a partir de 1964, em cedros. Esteve diversas vezes no Pantanal mato-grossense e na Amazônia, onde, além de documentar os estragos feitos pelo desmatamento, também recolheu raízes e troncos queimados, material para seu trabalho. Suas esculturas de madeira trouxeram-lhe fama internacional.

Frans Krajcberg é um genuíno defensor da natureza, um atuante ativista ambiental, tendo abraçado várias causas para protegê-la, como por exemplo, denunciou queimadas no estado do Paraná, o desmatamento da Amazônia brasileira e a exploração de minérios no estado de Minas Gerais; atuou em defesa das tartarugas marinhas que buscam o litoral do município de Nova Viçosa para a desova, e se colocou na frente de um trator para evitar a abertura de uma avenida na cidade de Nova Viçosa.

Ele explica o porquê de usar material morto em sua obra:

Como posso gritar? Se grito na rua, vão me levar ao hospital como doido. Eu gostaria de mostrar uma fotografia com as três montanhas de corpos dos campos de concentração, mas não tenho essa foto, ou botar a imagem da árvore com os índios nessa exposição que fiz em São Paulo. Mas isso eu não consigo. Então, eu trouxe comigo pedaços de árvore, que o fogo deixou, unidos em escultura. É o único grito que posso dar, para mostrar minha revolta contra uma sociedade que só sabe exibir a brutalidade do homem com a vida. Está na hora de parar com isso.

A causa de ter sido tão solitário:

Detestava os homens. Fugia deles. Levei anos para entrar em casa de alguma pessoa. Isolava-me completamente. A natureza deu-me a força, devolveu-me o prazer de sentir, de pensar e de trabalhar. De sobreviver. Quando estou na natureza, eu penso a verdade, eu falo a verdade, eu me exijo verdadeiro.

Fontes de pesquisa:
Pancron News
Blog Mercado Arte

Conheça mais sobre o artista visitando
http://www.mercadoarte.com.br/artigos/artistas/frans-krajcberg/frans-krajcberg/

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UM QUADRO DE FRANZ JOSEF WIDMAR

Autoria de Alfredo Domingos

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Esta é uma obra especial para mim. Ela foi encomendada, por minha mãe, Maria José, diretamente ao artista, no final dos anos 1960. Concluindo a decoração da casa nova, ela contratou o artista plástico Franz Josef Widmar (1915-1995), de assinatura artística “Widmarfranz”, austríaco de nascimento, radicado no Rio de Janeiro, em pleno exercício das atividades profissionais.

O pintor foi um dos últimos remanescentes do chamado Círculo de Viena (movimento artístico que floresceu na capital austríaca no século passado). Aluno do mestre expressionista Oskar Kokoschka (1886-1980), na Academia de Belas Artes de Viena, e diplomado em filosofia pela Universidade de Innsbruck, Franz foi um dos últimos representantes do expressionismo romântico, do qual Kokoschka foi grande expoente.

A técnica do pintor era aproveitar placas de fibras de madeira e lançar a sua arte. Na época da encomenda, a sua grande inspiração eram os motivos brasileiros. E foi munido dessa paixão pelas terras de cá, que desenvolveu o projeto da obra. Apresentou alguns desenhos experimentais à minha mãe, que não se fez de rogada e, praticamente, ajudou na concepção. Presenciei, então, a gestação e o nascer deste quadro. O local para a sua permanência foi escolhido com todo o carinho. Ele foi posto bem no centro de uma parede revestida de madeira, reinando sobre um aparador, ornamentando a sala de jantar da família.

Há uma peculiaridade a revelar. Em função da sua localização privilegiada, quase todas as fotos tiradas na tal sala, durante décadas, têm a obra de Widmarfranz compondo o cenário. Ela se portou impávida, criativa e rigorosamente brasileira.

Tratemos, agora, da arte:

Foi feita em “Eucatex”, num tamanho portentoso, conforme consta da ficha técnica, e magnificamente colorida. O artista abusou propositalmente das cores, para bem representar o nosso país, de acordo com o seu próprio depoimento. Via um Brasil luminoso, exagerado nas cores. Nesse diapasão, colocou um radioso sol, um tanto avermelhado, de duas bordas, no centro da tela. Indo chocar-se com o sol, está o Pão de Açúcar, uno, poderoso, traçado para envolver os três vasos marajoaras.

No sopé do morro e em volta dos vasos, estão as frutas tropicais, imponentes, derramando beleza e grandeza. Observa-se, como exemplo, que o mamão, à esquerda, ocupa um espaço substancial, se comparado com o morro e os vasos. Parece, vale reparar, que tudo brota grandioso da terra, do solo brasileiro, não definido por uma única cor; que coisa, hein?!

Na base da tela, há a informação da presença das águas brasileiras, em diferentes tons de azul. Ao fundo, não sem importância, está o conjunto das nossas montanhas, confundindo-se com o céu, que não é tão azul nem tão uniforme.

É importante observar o transpasse, a sobreposição, das figuras, marcadas com fortes e leves contornos, ao mesmo tempo. Dá para pensar que Widmarfranz quis dar transparência, no meio de pesados e significativos elementos. As cores são múltiplas, mas não são fortes. Há um esmaecimento natural das cores, na técnica do artista. Nada é tão presente que não seja suave!

Este quadro, ao qual não foi dado nome, é admirável, e, ao ser analisado nos detalhes, oferecerá, a cada momento, uma novidade.

A maior e mais completa coleção do mundo de quadros do pintor Franz Josef Widmar (mais de quinhentas obras), que compõe o projeto “Museu Franz Josef Widmar”, pode ser admirada, em exposição permanente, na Fundação Brasilea. Essa iniciativa partiu de Walter Wüthrich, amigo e entusiasta do trabalho do pintor, que após a morte de Franz adquiriu o restante das obras da própria viúva.

Registra-se que o nome da Fundação combina “Brasil” com a “Basileia”, onde ela se encontra, à beira do rio Reno, no triângulo formado por Suíça, França e Alemanha. Ali, o coração tupiniquim pulsa intensamente.

Na paisagem portuária da Basileia, desde 2003, destaca-se uma edificação diferente, coberta de placas acrílicas verdes, acenando com uma Bandeira do Brasil, símbolo do que se realiza no interior do prédio: intercâmbio artístico e cultural entre o Brasil e a Suíça.

Ficha técnica
Ano: 1960
Dimensões: 70 x 80 cm
Técnica: óleo sobre madeira
Localização: acervo particular de Maria José de Faria Costa, Rio de Janeiro/RJ, Brasil

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Johannes Sotter – A MULHER QUE VIROU ARARA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Hoje recebi uma postagem com esta maravilhosa arara que engana a nossa visão, pois, ao olharmos com mais argúcia, veremos que se trata de uma mulher. Trabalho feito pelo artista e músico italiano Johannes Sotter. Segundo seu site, todas as suas obras estão voltadas para o espiritual e para o relacionamento com a natureza. Seu trabalho hoje, já muito vasto, está sendo apreciado em todo o mundo.

A arara de que falo acima é, na realidade, uma mulher assentada sobre um tronco de madeira. Para uma melhor visualização por parte dos leitores, vou mostrar alguns detalhes que ajudam na identificação:

1. A perna esquerda da modelo forma a cauda da ave.
2. A perna direita, dobrada e apoiada no tronco, forma uma das asas.
3. Seu braço esquerdo, levantado e postado em torno da cabeça, forma a cabeça e o bico do animal.
4. O braço direito, apoiado no tronco da árvore, ajuda a compor o resto do corpo da ave.

Vejam também a beleza desta rã. Perfeita, não? Mas ela também tem os seus mistérios e cabem a vocês os encontrar.

Conheçam mais obras deste artista fantástico, acessando o Google: Imagens de johannes stötter

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