FRANS KRAJCBERG – A BRUTEZA DO HOMEM…

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta. Desde então, o que faço é denunciar a violência contra a vida. Esta casca de árvore queimada sou eu. (Frans Krajcberg)

Frans Krajcberg faz parte desta raça de homens que são raros, automarginalizados, muito individualistas, mas também muito generosos na sua solidão. A vida foi rude para ele e as provas da última guerra marcaram-no para sempre. A floresta brasileira foi ao mesmo tempo o meio, o teatro e o agente de uma verdadeira renovação humana – a redenção de Frans Krajcberg pela arte. (Pierre Restaney)

Cresci neste mundo chamado natureza, mas foi no Brasil que ela me provocou um grande impacto. Eu a compreendi e tomei consciência de que sou parte dela. (Frans Krajcberg)

O pintor, escultor, gravador, artista plástico e fotógrafo polonês Frans Krajcberg, naturalizado brasileiro, possui uma forma diferente de denunciar os estragos feitos pelas queimadas em nosso país: transforma troncos ressequidos e pedaços de árvores queimadas em esculturas.

O trabalho de Frans Krajcberg é um grito pungente de dor e de alerta, diante da destruição sem limites da natureza pelo homem. São epitáfios de protesto. São as cruzes que anunciam a presença da morte, onde só havia vida, em toda a sua plenitude. Quantas espécies de animais não morreram ou tiveram que migrar para o entorno das cidades, quando tiveram suas árvores arrancadas ou queimadas?

O artista, por ser judeu, foi perseguido pelos nazistas. Sua família foi dizimada pelo Holocausto. Chegou ao Brasil em 1948, aos 27 anos, incentivado pelo amigo e artista plástico Marc Chagall. Nos anos de 1950, morou no Pico da Cata Branca, numa caverna, na região de Itabirito, e no interior mineiro, onde era conhecido como o Barbudo das Pedras, pois além de viver sozinho e totalmente desprovido de conforto, tomava banho no rio, enquanto criava seus trabalhos em pedra (gravuras e esculturas). Em 1956 retornou ao Rio de Janeiro.

Atualmente Frans Krajcberg mora no Sítio Natureza, município de Nova Viçosa, Bahia, onde trabalha em seu ateliê, numa casa situada a sete metros do chão, no tronco de um pé de pequi, com 2,60 metros de diâmetro, construída com a ajuda de seu amigo Zanine Caldas, arquiteto. O artista plantou milhares de mudas de espécies nativas ali. Dois pavilhões abrigam suas obras artísticas. Futuramente, o local abrigará um museu com o seu nome.

As primeiras esculturas com madeiras mortas começaram a ser executadas pelo artista a partir de 1964, em cedros. Esteve diversas vezes no Pantanal mato-grossense e na Amazônia, onde, além de documentar os estragos feitos pelo desmatamento, também recolheu raízes e troncos queimados, material para seu trabalho. Suas esculturas de madeira trouxeram-lhe fama internacional.

Frans Krajcberg é um genuíno defensor da natureza, um atuante ativista ambiental, tendo abraçado várias causas para protegê-la, como por exemplo, denunciou queimadas no estado do Paraná, o desmatamento da Amazônia brasileira e a exploração de minérios no estado de Minas Gerais; atuou em defesa das tartarugas marinhas que buscam o litoral do município de Nova Viçosa para a desova, e se colocou na frente de um trator para evitar a abertura de uma avenida na cidade de Nova Viçosa.

Ele explica o porquê de usar material morto em sua obra:

Como posso gritar? Se grito na rua, vão me levar ao hospital como doido. Eu gostaria de mostrar uma fotografia com as três montanhas de corpos dos campos de concentração, mas não tenho essa foto, ou botar a imagem da árvore com os índios nessa exposição que fiz em São Paulo. Mas isso eu não consigo. Então, eu trouxe comigo pedaços de árvore, que o fogo deixou, unidos em escultura. É o único grito que posso dar, para mostrar minha revolta contra uma sociedade que só sabe exibir a brutalidade do homem com a vida. Está na hora de parar com isso.

A causa de ter sido tão solitário:

Detestava os homens. Fugia deles. Levei anos para entrar em casa de alguma pessoa. Isolava-me completamente. A natureza deu-me a força, devolveu-me o prazer de sentir, de pensar e de trabalhar. De sobreviver. Quando estou na natureza, eu penso a verdade, eu falo a verdade, eu me exijo verdadeiro.

Fontes de pesquisa:
Pancron News
Blog Mercado Arte

Conheça mais sobre o artista visitando
http://www.mercadoarte.com.br/artigos/artistas/frans-krajcberg/frans-krajcberg/

4 comentaram em “FRANS KRAJCBERG – A BRUTEZA DO HOMEM…

  1. Débora Lonack

    Deixo aqui a minha grande admiração por este artista maravilhoso, que realmente se importa com o problema ambiental.

    Responder
    1. LuDiasBH Autor do post

      Débora

      É uma pena que sejam tão poucos como ele, imbuídos desse grande amor pela natureza e, em consequência, pela vida.

      Amiguinha, agradeço a sua visita e comentário. Volte sempre!

      Abraços,

      Lu

      Responder

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