Arquivo da categoria: Estilos da Arte

A Arte possui vários estilos ou tendências, cada um com uma filosofia ou objetivo comum, seguido por um grupo de artistas durante um certo período de tempo. Eles são classificados separadamente pelos historiadores de arte para facilitar o entendimento.

A ARTE DO IMPRESSIONISMO (III)

Autoria de Lu Dias Carvalho

A paisagem impressionista

O Impressionismo era essencialmente uma nova forma de pintar, ainda assim é difícil obter uma definição que abrace toda a gama de telas que se inserem dentro do termo “impressionista”. Contudo, um tipo de quadro é inequívoco: a paisagem impressionista por excelência — a exemplo de A Regata de Argenteuil de Monet, criada em 1874 — uma vez que suas características são bem fáceis de serem identificadas: 1- possuía um tamanho relativamente pequeno e irregular no que diz respeito à composição; na maioria das vezes era feita ao ar livre; as cores usadas eram quase sempre brilhantes e contrastantes; e a pincelada era livre e intuitiva.

Quase todos os paisagistas, antes dos impressionistas, ao criar suas obras de grandes dimensões e dar-lhes um acabamento impecável para serem exibidas, faziam uso do estúdio, tomando como referência pequenos estudos preparatórios feitos ao ar livre, portanto, não foram os impressionistas os primeiros a usar as pinturas a óleo realizadas ao ar livre. Os paisagistas franceses, desde os finais do século XVIII, já faziam esboço a óleo ao ar livre, como parte de seu aprendizado, como mostram os pequenos estudos de Pierre Henri de Valenciennes, feitos na década de 1780, hoje presentes no Louvre.

Há exemplos de Valenciennes esboçando o mesmo tema sob diferentes condições meteorológicas, como Monet viria a fazer. Também na Inglaterra, no início do século XX, esse mesmo tipo de estudo foi realizado, como pode ser visto nos esboços a óleo de John Constable.  A diferença é que essas pequenas pinturas a óleo feitas ao ar livre não eram tidas como acabadas, tratando apenas de apontamentos sobre a luz e o ambiente que os pintores viriam a usar para fazer suas grandiosas pinturas no estúdio.  

A admiração dos artistas pelas pinturas obradas ao ar livre foi aumentando com o passar dos anos. O pintor francês Jean-Baptiste Camille Corot expôs no Salão alguns estudos exteriores, ao invés de usar composições feitas em estúdio. E Charles-François Daubigny, aluno da escola de Barbizon, começou a expor, entre as décadas de 1850 e 1860, imensas paisagens que possuíam grande parte delas trabalhada ao ar livre. Assim, tal tradição francesa antecedeu as obras ao ar livre dos impressionistas, mas não é provável que esses tenham tido ciência das tentativas anteriores que lograram êxito ao comporem obras exteriores.

Os impressionistas mostravam-se cada vez mais obstinados a compor ao ar livre, fazendo uso de telas menores. Consideravam os seus pequenos óleos, feitos ao ar livre, como obras terminadas, nas quais o que contava era a sua tendência natural e o frescor do registro da natureza. Ao criar um quadro paisagístico, primeiro buscavam por um ponto de vista que definisse de que maneira as formas que apareciam diante dos olhos deveriam interagir entre si e com os limites do quadro, embora usassem diferentes perspectivas. Monet e Cézanne gostavam das composições que não eram captadas de maneira direta, enquanto Sisley, Renoir e Pissarro optavam por uma estrutura de perspectiva simples e claramente definida.

Imagina-se que a maioria das paisagens de dimensões reduzidas, criadas e expostas pelos impressionistas na década de 1870, tenha sido totalmente pintada ao ar livre, ou ao menos em sua maior parte. Do grupo composto por eles, apenas Degas não pintou externamente. É possível também que Camille Pissarro tenha usado seu estúdio na década de 1870, quando criou grandes óleos. O fato é que a partir de 1870 a maioria das paisagens impressionistas diferenciavam-se no uso da cor das paisagens francesas pintadas anteriormente.

Os impressionistas, contudo, após 1880, passaram a compreender que as pinturas feitas ao ar livre eram muito limitantes e consistiam num paradoxo, uma vez que tais obras externas adornavam ambientes internos. Também compreenderam que a fugacidade dos efeitos da luz impossibilitava-os de fazer um registro real e imediato do que viam. Em razão disso passaram a trilhar caminhos diferentes. Renoir, nos seus últimos anos de vida, passou a usar pequenos esboços feitos ao ar livre para trabalhar em seu estúdio. Pissarro voltou ao trabalho no estúdio. Embora Monet desse a impressão de que seu trabalho continuava sendo executado totalmente ao ar livre, suas correspondências provavam o contrário, ou seja, ele usava o estúdio para dar acabamento às suas telas. A partir da década de 1890 ele revisou a maior parte de sua obra na quietude de seu estúdio.

Os paisagistas impressionistas não se ativeram apenas aos temas declaradamente modernos. Também pintaram paisagens que deixavam evidente o trabalho humano (estradas, pontes, campos, aldeias, etc). Monet e Cézane retrataram a natureza em seus aspectos mais rústico (montanhas e rochas). Monet também se viu atraído pelas forças bravias dos elementos (neve e gelo, mar e vento contra as escarpas), mostrando a insignificância do homem diante das forças da natureza.

O Impressionismo foi o movimento artístico que – durante a história da arte até então – que mais valorizou o trabalho ao ar livre. Os paisagistas impressionistas foram responsáveis por trazer consigo uma utilização livre, espontânea e sincera, mostrando as diferentes texturas da natureza e destacando o valor de cada pincelada.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (I)
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (II)
Degas – A AULA DE DANÇA
Eliseu Visconti – MOÇA NO TRIGAL
Monet – MULHER COM SOMBRINHA
Monet – REGATAS EM ARGENTEUIL
Renoir – BAILE NO MOINHO DA GALLETE
Teste – A ARTE DO IMPRESSIONISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Teste – A ARTE DO IMPRESSIONISMO

(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

O Impressionismo — movimento artístico que pertenceu ao período entre 1860 e 1890 — teve origem na união de um grupo de artistas com ideias afins que se reuniam nos cursos de arte e nos cafés de Paris no início na década de 1860. A esse grupo juntaram-se outros alunos entusiasmados com as novas concepções artísticas, ficando o grupo conhecido posteriormente como “os impressionistas”. O que interessava a esses pintores era retratar a vida moderna como a viam num determinado instante, ou seja, a captura da impressão do momento no qual estavam presentes os fugitivos efeitos da luz solar, ao incidir sobre os objetos e a paisagem, ficando as figuras sem contornos nítidos. Ao pintar sob tais condições, suas obras pareciam inacabadas sob o olhar do século XIX, ainda afeito ao academicismo.

    1. O Impressionismo surgiu após Realismo, antecedendo o:

      1. Romantismo.
      2. Pontilhismo.
      3. Pós-Impressionismo.
      4. Cubismo.

  1. Os impressionistas revolucionaram a Arte com sua técnica de pintura que, a princípio, causou surpresa por:

    1. ser uma vertente do Romantismo.
    2. seguir as características do Maneirismo.
    3. remeter à cultura greco-romana.
    4. não se ater aos dogmas do academicismo.

  2. São características da pintura impressionista, exceto:

    1. cores usadas puras em pequenas de pinceladas.
    2. uso de contornos escuros e telas gigantescas.
    3. contraste de luz e sombra obtidos pelo uso de cores complementares.
    4. predileção pela pintura feita ao ar livre (plein air)

  3. A pintura ao ar livre buscava captar os efeitos e mudanças que a luz solar causava, ao incidir sobre os objetos e a paisagem, deixando as figuras:

    1. com contornos mais fortes.
    2. sem contornos nítidos.
    3. sem nuances de cores.
    4. sempre na sombra.

  4. A origem da palavra “impressionismo” veio de uma crítica feita ao quadro de Claude Monet (visto acima), intitulado:

    1. Impressão: Sol Nascente.
    2. Tormenta em Belle-Isle.
    3. Baile do Moulin de la Golette.
    4. Terraço em Saint-Adresse.

  5. Apenas um dos artistas abaixo não pertence ao Impressionismo:

    1. Claude Monet.
    2. Théodore Rousseau.
    3. Edgar Degas.
    4. Pierre-Auguste Renoir.

  6. O Impressionismo foi se manifestar no Brasil um pouco mais tarde, por volta de 1920, trazido da França pelo pintor e designer ítalo-brasileiro:

    1. Lasar Segall.
    2. Di Cavalcanti.
    3. José Ferraz de Almeida Júnior.
    4. Eliseu d’Ângelo Visconti.

  7. No Impressionismo brasileiro também se destaca Almeida Júnior com suas pinturas ingênuas de interior. Uma das obras mais famosas desse artista é:

    1. Moça no Trigal.
    2. Caipira Picando Fumo.
    3. Estrada de Ferro Central do Brasil.
    4. Cinco Moças de Guaratinguetá.

  8. Ao estudar a incidência de luz sobre a paisagem, o pintor Claude Monet pintou:

    1. várias vezes a mesma paisagem em horários diferentes.
    2. sob a luz de lampiões a gás e sob a luz de velas
    3. com Renoir, Degas e Pissarro a mesma paisagem.
    4. somente em dias nublados, ao amanhecer.

  9. As gravuras japonesas, surgidas na França, serviram como influência para os impressionistas porque:

    1. mostravam cenas da vida cotidiana.
    2. apresentavam cores vivas e ousadas.
    3. possuíam traçados simples e composições dinâmicas.
    4. Todas as alternativas estão corretas.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (I)
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (II)
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (III)
Degas – A AULA DE DANÇA
Eliseu Visconti – MOÇA NO TRIGAL
Monet – MULHER COM SOMBRINHA
Monet – REGATAS EM ARGENTEUIL
Renoir – BAILE NO MOINHO DA GALLETE

Gabarito
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Teste – A ARTE DO REALISMO

Autoria de Lu Dias Carvalho

 (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

O Realismo foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX, tendo como objetivo o afastamento — formal e estilístico — das cenas idealizadas e naturais, assim como da pintura histórica que obedecia aos ditames da arte acadêmica do início do século XIX. Em suma, desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado, ao buscar uma arte que deveria ser objetiva em suas representações e referências. Suas sementes foram lançadas quando em Paris, no final da década de 1840, um grupo de artistas, escritores e intelectuais passaram a reunir-se num bar — Brasserie Ander —, onde debatiam os mais variados assuntos, abrangendo desde políticas radicais e questões sociais a tendências artísticas. O local passou a ser chamado de o “Templo do Realismo”, nome que o pintor francês Gustave Courbet viria a usar posteriormente em sua arte.

  1. O Realismo foi um movimento artístico que surgiu como oposição ao:

    1. Pontilhismo
    2. Romantismo
    3. Cubismo
    4. Impressionismo

  2. Todas as alternativas dizem respeito ao Realismo, exceto:

    1. Foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX.
    2. Desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado.
    3. As cenas eram pintadas, na maioria das vezes, em grandes telas.
    4. Procura não mostrar a realidade de fatos sobretudo as injustiças sociais.

  3. No Brasil o movimento realista coincide com a decadência da economia cafeeira. O escritor brasileiro Machado de Assis publica o primeiro romance realista nacional, cujo nome é:

    1. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
    2. Quincas Borba.
    3. O Alienista.
    4. Relíquias da Casa Velha.

  4. São afirmações corretas em relação à arquitetura desse período, exceto:

      1. Devia se adequar às novas necessidades urbanas.
      2. Mansões e castelos cedem lugar a edifícios.
      3. Os edifícios lembram castelos e catedrais ao estilo gótico.
      4. Há preocupação com a estrutura das edificações.

  5. Um exemplo de construção dessa época, usada como o arco de entrada para a Exposição Mundial de 1889 e que também serviu para comemorar os 100 anos da Revolução Francesa, é:

    1. a Torre de Pizza
    2. o Palácio de Cristal
    3. o Arco do Triunfo
    4. a Torre Eiffel

  6. A ————-, ao abraçar um movimento coerente com seus ideais, foi a grande fomentadora do Realismo.

    1. Alemanha
    2. França
    3. Itália
    4. Suíça

  7. Jean-François Millet foi um famoso pintor pertencente ao movimento realista cuja obra mais famosa é:

    1. Os Catadores
    2. As Respigadoras
    3. Homem com uma Enxada
    4. Angelus

  8. Na escultura realista revelaram-se importante artistas, dentre eles encontra-se o escultor francês:

    1. Maurício Falconet
    2. Jean-Antoine Houdon
    3. Antônio Canova
    4. August Rodin

  9. O pintor Gustave Courbet é tido como o líder do movimento surrealista. A obra que retrata seus princípios políticos e artísticos e ridicularizava a postura idealizada da arte acadêmica é conhecida como:

    1. A Origem do Mundo
    2. Mulher com Papagaio
    3. O Ateliê do Artista
    4. Enterro em Ornans

  10. O As pinturas rurais foram importantes, sobretudo para os artistas da chamada ———– que se inspiraram nas cenas pintadas pelo artista inglês John Constantable.
    1. Escola de Fontainebleau
    2. Escola Bela Época
    3. Escola de Sagres
    4. Escola de Barbizon

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO REALISMO
Courbet – O ATELIÊ DO ARTISTA
Manet – OLÍMPIA
Millet – AS RESPIGADORAS
Courbet – OS QUEBRADORES DE PEDRA

Gabarito
1b / 2d / 3a / 4c / 5d / 6b / 7a / 8d / 9c / 10d

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A ARTE DO REALISMO

 Autoria de Lu Dias Carvalho

 
O Realismo foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX, tendo como objetivo o afastamento — formal e estilístico — das cenas idealizadas e naturais, assim como da pintura histórica que obedecia aos ditames da arte acadêmica do início do século XIX. Em suma, desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado, ao buscar uma arte que deveria ser objetiva em suas representações e referências. Suas sementes foram lançadas quando em Paris, no final da década de 1840, um grupo de artistas, escritores e intelectuais passaram a reunir-se num bar — Brasserie Ander —, onde debatiam os mais variados assuntos, abrangendo desde políticas radicais e questões sociais a tendências artísticas. O local passou a ser chamado de o “Templo do Realismo”, nome que o pintor francês Gustave Courbet viria a usar posteriormente em sua arte.

O desenvolvimento de uma consciência social cada vez maior e de uma crença na democracia e na liberdade individual fez com que revoltas políticas estourassem na metade do século XIX. As ideias fundamentais dos filósofos alemães — Karl Max e Friedrich Engels — que pregavam a igualdade social e a distribuição justa das riquezas, espalharam-se, tornando-se a razão de grande parte da obra realista. Dentre os fatores que contribuíram para que as ideias realistas ganhassem vida estava a situação dos pobres das áreas urbanas e rurais. Eles se viram numa situação de privação e miséria em razão do crescimento descontrolado da população, das inúmeras quebras de safras e do aceleramento da industrialização. Esta junção de fatos acabou gerando como consequência grande instabilidade, resultando na Revolução de fevereiro de 1848 que teve como ganho a garantia do voto universal para os homens, assim como o “direito ao trabalho”. Dentro de tal contexto, os pobres passaram a ter voz na política.

Os pintores realistas aproveitaram-se de tais transformações sociais e políticas para contestarem tudo aquilo que não aceitavam, como o fato de as autoridades artísticas dizerem-lhes tudo o que podiam ou não fazer, ou a presunção de que só um fato importante podia ser algo digno da arte. Também mostraram sua indiferença pelo Romantismo (estilo anterior), ao retratarem pessoas e acontecimentos do dia a dia, usando um estilo de pintura naturalístico, quase fotográfico, tendo como principal objetivo a observação o mais fiel possível. As cenas eram pintadas, na maioria das vezes, em grandes telas com a intenção de dar-lhes a mesma importância conferida às pinturas que representavam grandes eventos históricos. Aos realistas não importava mostrar figuras belas ou feias, mas mostrá-las reais.

O pintor francês Gustave Courbet é tido como o líder do movimento realista, sendo que sua obra intitulada “O Ateliê do Artista” é vista como uma declaração de seus princípios políticos e artísticos. Ao mesmo tempo em que compõe sua obra usando um estilo grandioso, próprio da pintura histórica, aborda uma temática realista ao apresentar seu estúdio onde se reuniam pessoas das mais diferentes classes sociais. Evidenciava, assim, sua crítica à postura idealizada da arte acadêmica em voga, tanto é que sua tela não foi aceita pelo júri do Salão de Paris de 1855. Em resposta, Courbet construiu um espaço próprio, intitulado “Le Réalisme” que acabou atraindo uma geração mais jovem de artistas parisienses.

Os pintores realistas encontraram no interior rural um lugar propício para suas obras, nas quais retratam principalmente paisagens tristes. As pinturas rurais foram objeto, sobretudo para os artistas da chamada “Escola de Barbizon” que se inspiraram nas cenas pintadas pelo artista inglês John Constantable. Um grupo de pintores sob a liderança de Jean-Baptiste-Camille Corot, Thèodore Rousseau, Jean-François Millet e Charles-François Daubiny criaram essa escola. Eles não só pintaram a natureza como tema principal, como nela inseriram, muitas vezes, personagens, a exemplo de Millet em sua obra “Os Catadores” em que inclui camponeses. Os membros desse grupo tinham em comum, sobretudo, a repulsa pela artificialidade da arte acadêmica. Propunham-se, ao invés de abraçar o academicismo, representar as cenas que viam com o maior realismo possível. Esses artistas foram mais tarde citados pelos impressionistas como inspiração para o novo estilo que criariam — o Impressionismo.

Os críticos que até então conviviam com as formas idealizadas da arte acadêmica achavam tudo aquilo muito bizarro. Para eles, os artistas realistas faziam, na verdade, uma busca deliberada pela feiura. No entanto, os realistas não tinham compromisso com a beleza, mas com a verdade. Transgredir a arte acadêmica à época era tido como um absurdo sob o ponto de vista dos imponentes censores da arte. Achavam, por exemplo, um disparate o tamanho grandioso das pinturas naturalistas que retratavam as cenas rurais que, para eles, tinham apenas a finalidade de transmitir aos cidadãos urbanos certo escapismo. E pior, essas ainda mostravam as condições do trabalho daquela gente, o que, para os conservadores, cheirava perigosamente a socialismo.

A França, ao abraçar um movimento coerente com seus ideais, foi a grande fomentadora do Realismo. As tendências naturalistas, contudo, ainda que em menor escala, ganharam projeção em vários países europeus, como Áustria, Alemanha e Itália, o que possibilitou diferentes graus deste estilo. Em seu contexto, o Realismo também apresentou formas chocantes para a época, sendo vistas pela maior parte dos críticos e público como ofensivas. É fato que alguns artistas realistas tinham por objetivo agredir as ditadoras convenções artísticas, mas também queriam atacar as conveniências sociais que eram, ao mesmo tempo, sociais e artísticas, uma vez que eles tinham compromisso com a realidade. Courbet, por exemplo, ao apresentar sua pintura “As Banhistas” provocou um escarcéu no Salão de Paris de 1853, sendo sua tela vista como ofensa pública.  A mesma pressão e crítica sofreu Manet, dez anos depois, com sua tela “Olympia”, uma versão do decantado tema de Vênus.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Courbet – O ATELIÊ DO ARTISTA
Manet – OLÍMPIA
Millet – AS RESPIGADORAS
Courbet – OS QUEBRADORES DE PEDRA
Teste – A ARTE DO REALISMO 

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Teste – A ARTE DO ROMANTISMO

(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

O Romantismo foi um estilo ligado às artes que teve início no final do século XVIII e atingiu sua plenitude no início do século XIX. Nasceu da visão dos filósofos alemães —Immanuel Kant, Karl Schlegel e George Hegel) —, para os quais o mundo interior do artista era a essência da esfera romântica. Para isso contribuíram certas precondições filosóficas, políticas, sociais e artísticas, existentes à época que puseram em primeiro plano a imaginação individual e a criatividade, sem que essas ficassem atreladas a quaisquer impedimentos. O movimento romântico carregava em si uma visão emotiva e intuitiva em oposição ao tratamento comedido e racional que se dava ao “clássico”.  

  1. Todas as alternativas em relação ao Romantismo estão corretas, menos:

    1. Houve mudanças no campo das artes em razão de fatos políticos e sociais.
    2. O Romantismo no Brasil coincidiu com a chegada da família real portuguesa.
    3. Foi um movimento que se caracterizou pela valorização do indivíduo.
    4. Rompeu com as regras acadêmicas, enalteceu a natureza e o nacionalismo.

  2. A —————- alcançou seu auge, sendo tida por muitos como a mais importante forma de arte do novo estilo.

    1. pintura de gênero
    2. paisagem
    3. natureza-morta
    4. pintura histórica

  3. São características da pintura romântica, exceto:

    1. O uso da figura “serpentinata” do Maneirismo.
    2. A reaproximação com o estilo Barroco.
    3. A negação do Neoclassicismo.
    4. O rompimento com as regras acadêmicas.

  4. A famosa pintura intitulada “A Liberdade Guiando o Povo” é obra de um dos mais importantes pintores românticos, conhecido como:

    1. Pablo Picasso.
    2. Theodore Géricault.
    3. Eugène Delacroix.
    4. J.M.W. Turner.

  5. Os nazarenos alemães pretendiam reviver a honestidade e a espiritualidade na arte cristã. Eles formavam um grupo de:

    1. pintores românticos.
    2. opositores ao Romantismo.
    3. amigos dos artistas cristãos.
    4. Críticos do estilo romântico.

  6. Todas as alternativas dizem respeito aos valores queridos aos românticos, exceto:

    1. Opção por mostrar o indivíduo oprimido pelas forças da natureza.
    2. O individualismo era ancorado no espírito de revolta.
    3. Apreço pelos movimentos nacionalistas.
    4. Levantes populares a favor do Estado dominante.

  7. O Romantismo veio depois do:

    1. Cubismo.
    2. Neoclassicismo.
    3. Impressionismo.
    4. Realismo.

  8. As ideias do Romantismo espalharam-se por toda Europa, principalmente nesses países:

    1. Alemanha, Espanha, Suíça, França.
    2. França, Alemanha, Grã Bretanha, Suíça.
    3. Grã Bretanha, Portugal, Alemanha, Suécia.
    4. Suíça, Itália, Alemanha, Grã Bretanha.

  9. O espírito romântico foi em parte moldado pelos filósofos alemães Immanuel Kant, Karl Schigel e Georg Hegel, isto porque para eles:

    1. A imaginação individual e a criatividade deviam ser controladas.
    2. A noção do mundo interior não poderia influir na arte.
    3. As emoções do artista não podiam contaminar sua obra.
    4. O mundo interior do artista era a essência da esfera romântica.

  10. Foi também um fator determinante para a ascensão do Romantismo em razão da crise social e do sentimento de impotência diante das forças antinaturais da mecanização:

    1. A guerra dos Cem Anos.
    2. Nascimento do Nazismo.
    3. Revolução Industrial.
    4. Segunda Guerra Mundial.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO ROMANTISMO
Delacroix – A LIBERDADE GUIANDO O POVO
Turner – VAPOR NUMA TEMPESTADE DE NEVE
Géricault – A JANGADA DA MEDUSA
Friedrich – CAMINHANTE SOBRE UM MAR…

Gabarito
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A ARTE DO ROMANTISMO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O Romantismo foi um estilo ligado às artes que teve início no final do século XVIII e atingiu sua plenitude no início do século XIX. Nasceu da visão dos filósofos alemães —Immanuel Kant, Karl Schlegel e George Hegel) —, para os quais o mundo interior do artista era a essência da esfera romântica. Para isso contribuíram certas precondições filosóficas, políticas, sociais e artísticas, existentes à época que puseram em primeiro plano a imaginação individual e a criatividade, sem que essas ficassem atreladas a quaisquer impedimentos. O movimento romântico carregava em si uma visão emotiva e intuitiva em oposição ao tratamento comedido e racional que se dava ao “clássico”.  

A reação ao racionalismo iluminista do século XVIII foi em parte responsável pelo surgimento do Romantismo. Os pensadores do Iluminismo haviam tentado encontrar uma ordem racional que fosse capaz de eliminar as superstições e os ideais religiosos que se espalhavam pelo mundo do pensamento inteligente, o que acabou não se concretizando, resultando numa grande desilusão, uma vez que o caos e as guerras continuavam existindo. Isso acabou ajudando a estimular o novo estilo.

Outro fator responsável pelo desenvolvimento do Romantismo foi a Revolução Industrial europeia. Ela deu início a um período de caos social, despertando nas pessoas um sentimento de impotência diante das forças antinaturais da mecanização que se fazia cada vez mais presentes. O Romantismo acabou fazendo com que essa frustração desaguasse na relação especial do homem com a natureza intocada, selvagem e inculta, como expôs o teórico francês Jean-Jacques Rousseau e como externou o pintou J.M.W. Turner em sua tela denominada “Vapor numa Tempestade”.

Os românticos objetivavam fazer reaparecer o lado espiritual e fantástico da Idade Média, fundamentalmente moderno, sob a alegação de que esse fora corrompido pela regressão pagã do Renascimento materialista. As ideias relativas ao Romantismo espalharam-se por toda a Europa, mas França, Alemanha, Suíça e Grã-Bretanha abraçaram-nas com paixão. A arte dos Estados Unidos — principalmente a pintura de paisagem — também sofreu grande influência deste estilo que, ao se interessar pela Idade Média, contribuiu em grande escala com o ressurgimento da arte pré-rafaelista por parte dos nazarenos alemães, retomando o interesse pelo gótico na arquitetura, principalmente na Inglaterra.  A escultura foi enriquecida com a representação de animais e foi menos afetada pelas diretrizes românticas — ao contrário da pintura que pois era tida à época como uma arte totalmente antirromântica.

O termo “romântico”, usado livremente para referir-se a uma visão saudosista do passado, ganhou intensidade com o renascimento vigoroso do estilo Gótico na arquitetura, sobretudo na Inglaterra. Porém, no final do século XVIII, um grupo de autores alemães passou a fazer uso de tal termo, dando-lhe um sentido diferente, ou seja, como o oposto do Classicismo, no que dizia respeito aos valores tradicionais. Enquanto o Classicismo valorizava a razão e a ordem, o Romantismo prezava o poder da imaginação, as emoções e o individualismo.

Na França havia uma disputa entre românticos e classicistas. Enquanto os primeiros — liderados por Eugène Delacroix — eram coloristas e suas obras muitas vezes pareciam inacabadas, os segundos — liderados por Jean-August-Dominique Ingres — viam no traço e no acabamento esmaltado os dois pontos mais importantes da arte. Por sua vez os nazarenos (grupo de pintores românticos alemães do início do século XIX que pretendiam reviver a honestidade e a espiritualidade na arte cristã e cujo nome nasceu como zombaria em razão de sua afetação do modo de usar roupas e estilo de cabelo segundo a modo bíblico) na Alemanha, inspiravam-se no passado, mas não se atinham às normas acadêmicas impostas pelo Neoclassicismo — estilo anterior. Outro ponto em que clássicos e românticos diferiam era na criação de paisagens. Os primeiros trabalhavam a natureza de modo que essa se adequasse a suas composições ordenadas, enquanto os últimos retratavam-na selvagem e afoita.  

Os valores queridos aos românticos podiam ser mostrados de diferentes maneiras: opção por mostrar o indivíduo opresso pelas forças da natureza; o individualismo ancorado no espírito de revolta; levantes populares contra o Estado dominante; e os movimentos nacionalistas. Eles trabalhavam com um grande leque de temas: horror, violência, loucura, sobrenatural, ideias exóticas, visionárias e místicas. Era comum que reproduzissem cenas históricas ou lendárias referentes à Idade Média. O movimento romântico apregoava a exacerbação das emoções, a agitação da psicologia humana e a força incontida da natureza, capaz de sobrepor à da própria humanidade, como mostra a pintura do artista francês Theodore Géricault, intitulada “A Jangada da Medusa”.

O Romantismo foi muito mais uma questão de ponto de vista, o que torna quase impossível analisá-lo em termos de conjunto de características. No entanto, podem ser citadas algumas tendências pictóricas predominantes, como a extrema linearidade dos alemães e a acentuada “pictorialidade” dos franceses. Alguns artistas também mostraram grande interesse pela cor, quer seja por seu potencial vibrante, quer seja pela criação de efeitos vibrantes. No que diz respeito à pintura histórica, essa deixou para trás sua supremacia moral vista no estilo Neoclássico, passando a fundir-se, muitas vezes, à pintura de gênero. Por sua vez a paisagem alcançou seu auge, sendo tida por muitos como a mais importante forma de arte do novo estilo. O Romantismo passou a dar lugar aos realistas nos anos 1840, quando esses passaram a retratar o presente com uma visão menos afeita à emotividade.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Teste – A ARTE DO ROMANTISMO
Delacroix – A LIBERDADE GUIANDO O POVO
Turner – VAPOR NUMA TEMPESTADE DE NEVE
Géricault – A JANGADA DA MEDUSA
Friedrich – CAMINHANTE SOBRE UM MAR…  

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A história da arte/ E. H. Gombrich
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