Arquivo da categoria: Estilos da Arte

A Arte possui vários estilos ou tendências, cada um com uma filosofia ou objetivo comum, seguido por um grupo de artistas durante um certo período de tempo. Eles são classificados separadamente pelos historiadores de arte para facilitar o entendimento.

Teste – A ARTE DO FAUVISMO

(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

O início do século XX primou por transformações sociais e tecnológicas, período em que aconteceram invenções como a do rádio, do automóvel e a acessibilidade da eletricidade a um número maior de pessoas. Foi nessa época que surgiu o Fauvismo (ou Fovismo), movimento contemporâneo do Expressionismo. O Fauvismo surgiu em Paris em 1905, por ocasião de uma exposição coletiva no Salão de Outono. O grupo de fauvistas ali presente tinha por objetivo uma revisão crítica da arte. Foi o primeiro e um dos mais passageiros movimentos de vanguarda da arte moderna, surgidos no século XX, tendo como ápice os anos entre 1905 e 1907.

  1. O Fauvismo surgiu na cidade de ——–, em 1905, por ocasião de uma exposição coletiva no Salão de Outono.

    1. Lisboa
    2. Paris
    3. Berna
    4. Berlim

  2. Nessa exposição estavam presentes pinturas de artistas jovens que chamavam a atenção dos críticos e do público…

    1. pelo uso de cores vivas e simplificação exagerada das formas.
    2. pela forma realista e complexa das figuras das telas.
    3. pela falta de contorno e uso de cores frias na pintura.
    4. pelo retorno à arte mitológica greco-romana.

  3. O crítico francês Louis Vauxcelles, presente à reunião, chamou os pintores de um pequeno grupo de “Les Fauves”, o que significa:

    1. As Folhas.
    2. As Feras.
    3. Os Famintos.
    4. Os Felizardos.

  4. O grupo de fauvistas era liderado, não oficialmente, pelo pintor francês ————, cuja proposta era a libertação da cor de seu papel descritivo tradicional, distorcendo intencionalmente o espaço pictórico.

    1. André Derain
    2. Maurice de Vlaminkc
    3. Raoul Dufy
    4. Henri Matisse

  5. Dentre as características do Fauvismo estavam:

    1. cores puras e brilhantes.
    2. perspectiva aplainada.
    3. detalhes simplificados.
    4. Todas as respostas estão corretas.

  6. O Fauvismo foi o primeiro e um dos mais breves movimentos de vanguarda da arte moderna do:

    1. século XVIII
    2. século XIX
    3. século XX
    4. século XXI

  7. O grupo de fauvistas presentes na reunião de 1905 tinha por objetivo:

    1. um retorno ao mundo clássico.
    2. uma retomada da Renascença.
    3. uma revisão crítica da arte.
    4. um retorno ao maneirismo.

  8. Os artistas desse movimento inspiraram-se em ————-, Paul Gauguin, Paul Cézanne (pós-impressionistas) e em Georges Seurat e Paul Signac (neoimpressionistas).

    1. Vincent van Gogh
    2. Paul Monet
    3. Eugene Delacroix
    4. Pablo Picasso

  9. O Fauvismo, apesar de ser uma influência, era visto apenas como uma fase, tanto é que ————- veio a desenvolver um estilo clubista, sendo ele, ao lado de Pablo Picasso, um de seus fundadores.

    1. Georges Rouault
    2. André Derain
    3. Henri Matisse
    4. Georges Braque

  10. Ao ignorar antigas regras de pintura, Matisse comparou a experiência de pintar a:

    1. crianças diante da natureza.
    2. meninos brincando na areia.
    3. meninas brincando de boneca.
    4. Nenhuma das alternativas acima.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO FAUVISMO
Matisse – A DANÇA
Matisse – A TRISTEZA DO REI

Gabarito
1b / 2a / 3b / 4d / 5d / 6c / 7c / 8a / 9d / 10a

Nota: a tela ilustrativa acima, intitulada La Rue Pavoisée, é uma obra do fauvista Raoul Dufy. Ela apresenta uma rua francesa ornamentada com imensas bandeiras tricolores, mostrando a adoção de cores fortes e dos contornos densos dos fauvistas.

Views: 240

A ARTE NOVA (ART NOUVEAU)

Autoria de Lu Dias Carvalho

O estilo denominado Arte Nouveau — termo que em francês significa “Arte Nova” — floresceu nas últimas décadas do século XIX. Em Paris o Art Nouveau dizia respeito ao nome de uma loja. Na Itália era conhecido por Stile Liberty, nome de uma loja de departamento inglesa. Na Alemanha recebia o nome de Jugendstil em razão do jornal moderno de nome Die Jugend. O maior impacto deste estilo versátil e decorativo, popular em toda a Europa e Estados Unidos, foi sobre as artes aplicadas (ou utilitárias) que passaram por um grande desenvolvimento na década de 1880, época em que pintores, arquitetos e escultores dedicaram-se intensamente à fabricação e à decoração de objetos úteis, como mostram as peças de vidro de Louis Comfort Tiffany e René Lalique, assim como os cartazes de Mucha e os desenhos de Charles Rennie Mackintosh.

A Arte Nova, assim como o Simbolismo, abraçou o elemento da fantasia. A diferença encontrava-se no fato de essa buscar primeiramente o efeito decorativo, sendo também o primeiro estilo a contar com a comunicação de massa. Sua influência na arte foi da pintura e arquitetura à arte gráfica e design. Ao abster-se de conteúdo emocional e narrativo, contribuiu para abrir caminhos para o surgimento da arte abstrata. Dentre suas características estão a valorização do trabalho artesanal, o uso das formas da natureza (folhas, flores, etc.) e o uso de símbolos.

O que se buscava através da Arte Nova era, através do planejamento, dar vida a um estilo internacional moderno, tendo como base a decoração. Tinha por características o uso de linhas fluentes muito estilizadas, motivos orgânicos inspirados nas plantas, apreço pelos padrões lineares sinuosos, o predomínio das formas naturais estilizadas (folhas, gavinhas, etc.). As mulheres que figuravam na Arte Nova eram levemente inspiradas nas “femmes fatales” — anteriormente popularizadas pelos simbolistas —, mas sem aludir à sedução, carregando um objetivo meramente decorativo.

Várias fontes contribuíram para dar origem à Arte Nova, como as gravuras japonesas, o movimento britânico Arts & Crafts, as estilizações empregadas por artistas como Paul Gauguin, Vincent van Gogh e Edvard Munch. Tal estilo herdou do movimento simbolista a busca da evocação e da expressão, assim como parte de sua iconografia: lírios, esfinges, vampiros, etc. De certa forma a pintura simbolista também criou uma arte decorativa com o predomínio de referências, associações e sentimentos.

O artista hamburguês Otto Eckmann — um dos mais importantes ilustradores da revista alemã Die Jugend (Juventude) — foi um grande seguidor da Arte Nova, tendo criado desenhos para móveis, cerâmicas e papéis de parede. O pintor holandês Jan Toorop que iniciou sua carreira como simbolista acabou abraçando as obras puramente decorativas deste estilo. Hector Guimard criou estruturas fortes e rítmicas que sugeriam insetos e asas de borboletas para as entradas do metrô de Paris. O espanhol Antonio Gaudí foi um grande arquiteto do estilo em Barcelona. Algumas de suas obras podem ser vistas no Parque Güell, em Barcelona, Espanha.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Beardsley – A SAIA DE PAVÃO
Klimt – O BEIJO
Teste – A ARTE NOVA (ART NOUVEAU)

 Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

Views: 34

Beardsley – A SAIA DE PAVÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Aubrey Vincent Beardsley (1872 – 1898) foi um agente de seguros inglês que sempre sonhou com a carreira artística. Foi incentivado por Sir Edward Burne-Jones, depois que esse viu seus desenhos. Não demorou a ser reconhecido como artista. Tornou-se editor de arte da revista literária trimestral “The Yellow Book”, cargo que teve que deixar mais tarde por causa de seu trabalho com o escritor Oscar Wilde.

A composição intitulada A Saía de Pavão é uma obra do artista. Faz parte de uma série de ilustrações criadas por ele para a peça “Salomé” de Oscar Wilde. Em sua arte ele deixa claro o fascínio que nutria pela moda feminina, aqui vista através de linhas simples e envolventes da vestimenta, no bem trabalhado adorno da cabeça e na parte de baixo do vestido.

As duas figuras presentes são andrógenas. A que está voltada para o observador tem os joelhos visivelmente masculinos. As penas de pavão são um emblema da Arte Nova (Art Nouveau) na transformação das formas naturais, aqui representadas de forma decorativa e de um efeito estilizado.

Os desenhos da saia de Salomé são semi abstratos, remetendo às penas do pavão. Atrás de Salomé encontra-se um segundo pavão que diz respeito a uma passagem da peça, ou seja, após dançar para Herodes, esse a presenteia com sua coleção de pavões em troca da cabeça de João Batista. O artista mostra a ave por inteiro, usando linhas curvas. Este medalhão decorativo tem por objetivo destacar o ar de mistério da composição.

Ficha técnica
Ano: 1892
Técnica: nanquim e grafite sobre papel
Dimensões: 23 cm x 17 cm
Localização: Museu de Arte de Harvard, Cambridge, EUA

Fonte de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante

Views: 6

Teste – A ARTE NOVA (ART NOUVEAU)

(Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

O estilo denominado Arte Nouveau — termo que em francês significa “Arte Nova” — floresceu nas últimas décadas do século XIX. Em Paris o Art Nouveau dizia respeito ao nome de uma loja. Na Itália era conhecido por Stile Liberty, nome de uma loja de departamento inglesa. Na Alemanha recebia o nome de Jugendstil em razão do jornal moderno de nome Die Jugend. O maior impacto deste estilo versátil e decorativo, popular em toda a Europa e Estados Unidos, foi sobre as artes aplicadas (ou utilitárias) que passaram por um grande desenvolvimento na década de 1880, época em que pintores, arquitetos e escultores dedicaram-se intensamente à fabricação e à decoração de objetos úteis, como mostram as peças de vidro de Louis Comfort Tiffany e René Lalique, assim como os cartazes de Mucha e os desenhos de Charles Rennie Mackintosh.

  1. O estilo denominado Arte Nouveau — termo que em francês significa “Arte Nova” — floresceu nas últimas décadas do século XIX, ou seja, na…

    1. Pré-História.
    2. Idade Antiga.
    3. Idade Média.
    4. Idade Contemporânea.

  2. A Arte Nova, assim como o —————, abraçou o elemento da fantasia.

    1. Romantismo
    2. Impressionismo
    3. Simbolismo
    4. Realismo

  3. A Arte Nova foi o primeiro estilo a contar com:

    1. o interesse dos impressionistas.
    2. a comunicação de massa.
    3. os símbolos yin e yang.
    4. o uso de tinta a óleo.

  4. Este movimento, surgido entre o final do século XIX e início do século XX, tem como característica principal:

    1. a valorização do trabalho do homem nas fábricas.
    2. a valorização do trabalho artesanal e das formas da natureza.
    3. a humanização do trabalho nas minas de carvão.
    4. a preocupação com os trabalhadores da Revolução Industrial.

  5. O que se buscava através da Arte Nova era, usando o planejamento, dar vida a um estilo internacional moderno, tendo como base:

    1. a decoração.
    2. a realidade.
    3. a sensualidade.
    4. o espaço.

  6. Ao abster-se de conteúdo emocional e narrativo, a Arte Nova contribuiu para abrir caminhos para o surgimento…

    1. das exposições públicas.
    2. da arte abstrata.
    3. das figuras geométricas.
    4. do sintetismo.

  7. As mulheres que figuravam na Arte Nova eram levemente inspiradas nas “femmes fatales” — anteriormente popularizadas pelos simbolistas. A diferença estava no fato de essas…

    1. não aludirem à sedução.
    2. serem bem mais ousadas.
    3. serem ligadas à mitologia grega.
    4. Imitarem as virgens da Renascença.

  8. No Brasil destaca-se o nome de __________ que montou em 1900 a Exposição de Arte Decorativa Aplicada à Indústria Artística.

    1. Lasar Segall
    2. Eliseu Visconti
    3. Di Cavalcanti
    4. Cândido Portinari

  9. Todas as alternativas sobre a Arte Nova estão corretas, exceto:

    1. Foi um versátil estilo decorativo.
    2. Foi popular por toda a Europa e Estados Unidos
    3. Os designers não levavam em conta o estilo decorativo.
    4. Influenciou todos os ramos da arte.

  10. Tal estilo herdou do movimento simbolista a busca da evocação e da expressão, assim como parte de sua iconografia, na qual constavam:

    1. espinhos, cercas e boneca.
    2. fadas, sátiros e deuses.
    3. rosas, animais e frutas.
    4. lírios, esfinges e vampiros.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE NOVA (ART NOUVEAU)
Beardsley – A SAIA DE PAVÃO
Klimt – O BEIJO

Gabarito
1d / 2c / 3b / 4b / 5a / 6b / 7a / 8b / 9c / 10d

Views: 681

A ARTE DO SIMBOLISMO

Autoria de Lu Dias Carvalho

As últimas décadas do século XIX e o período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial primaram pela prosperidade e pela modernidade e foi justamente nesse período que surgiram dois novos movimentos artísticos: o Simbolismo e a Arte Nova (ou Art Nouveau). A França foi o berço do Simbolismo, mas contou com adeptos em grande parte da Europa, sendo Paris e Bruxelas os mais importantes centros do pensamento e da obra simbolista, cujas raízes estavam fincadas no Movimento Estético que achava ser mais importante trazer à imaginação um clima com leves harmonias de cor ao invés de narrar uma história. Os anos 1880 foram o ápice desse movimento.

 O Simbolismo foi, portanto, um movimento artístico surgido na década de 1880 que se contrapôs ao materialismo e às mudanças tecnológicas do século XIX, ou seja, foi uma oposição aos movimentos naturalistas — o Realismo e o Impressionismo — que dominaram o cenário artístico depois da década de 1850. O termo “simbolismo” foi cunhado por Jean Moréas, poeta de arte francês, ao escrever um artigo para o Le Figaro, jornal diário francês, que tinha por título “O Simbolismo”, termo este que acabou sendo estendido a todo estilo imaginativo e intuitivo de pintura que se abstivesse da objetividade e do naturalismo. O manifesto simbolista foi escrito por poeta em 1886.

Os pintores simbolistas criticavam os movimentos naturalistas que se dedicavam apenas ao que viam, renegando a imaginação, o intelecto e as emoções. Achavam necessário criar imagens que trouxessem à lembrança certos climas e sentimentos. Preferiam a visão interior, os sentimentos e as ideias como sendo os pontos de partida da arte, ao invés de explorar o mundo exterior palpável, ou seja, aquele que os sentidos podiam apreender. Queriam que a arte se fizesse presente por meio da linha, da cor e da forma, assim como acontecia com a poesia e a música. Eles não tinham símbolos determinados, mas preferiam imagens que fossem bastante evocativas. Bem mais do que um estilo, o Simbolismo era uma concepção artística, sendo ao mesmo tempo uma tendência literária e artística.

Não se deve confundir o “sonho simbolista” com o sonho analisado por Freud, aquele que se tem ao dormir. Os simbolistas não tinham conhecimento sobre a existência do subconsciente. O sonho a que se referiam dizia respeito a uma ilusão consciente, aprimorada com as experiências sensuais relativas ao sentido estético, capazes de distanciar a mente de preocupações corriqueiras e, assim, propor e trazer experiências inesperadas e casuais, conduzidas pela imaginação humana, providas de estímulos emocionais e sensuais. Em resumo, o artista simbolista não se encontrava inerte, adormecido ou inconsciente, mas atento ao que se passava em sua mente.

Sendo o sonho uma fonte de inspiração dos escritores e pintores simbolistas, é normal que suas obras tenham como características seu componente fantástico indispensável e suas imagens cheias de emocionalidade. Eles buscavam explorar a experimentação sensorial através da imaginação. Para fugir do mundo físico, tentavam tornar seus sentidos tão conscientes e tensos a ponto de torná-los doídos. Em suma, o sonho simbolista buscava se extasiar com a experiência sensual instigada por estímulos artificiais.

As obras simbolistas almejavam encontrar a experimentação da provocação sensual da imaginação. Através dela os seus autores não queriam ser demais claros ou excessivamente difíceis de serem compreendidos. À medida que o movimento se desenvolvia, a representação da realidade concreta ia sendo deixada de lado na busca de um maior aprofundamento no significado da obra de arte. No que diz respeito à poesia simbolista, sua característica principal era a de botar o sentido do poema em um segundo plano, para que os sons das palavras, ou seja, seus aspectos materiais, ganhassem mais destaque. O Simbolismo em Paris deu destaque a um grande número de artistas e literatos como Gustave Moreau e Stéphene Mallarmé.

Os simbolistas, tanto escritores quanto pintores, recobravam temas da mitologia clássica e da Bíblia que estivessem dentro daquilo que buscavam. Algumas vezes expunham o tema sem oferecer referências, ou seja, sem indicar espaço, tempo ou pessoas, mas criando imagens próprias, sem ser preciso se referir ao passado clássico ou bíblico. A imagem de Salomé, por exemplo, personagem bíblica, em razão de sua sensualidade era extremamente popular entre os simbolistas, sendo ao mesmo tempo objeto de horror e fascínio. Eles a viam como a representação da sensualidade feminina, vista sob o ponto de vista masculino, mostrando-se ao mesmo tempo fascinante e mortífera.

O pintor francês Eugène Delacroix em meados do século XIX expôs a ideia de que era possível fazer uso da cor tanto para descrever como para expressar. Os pintores simbolistas pegaram esta ideia de Delacroix e desenvolveram-na. Alguns deles exploraram ideias semelhantes com a linha e a forma. Para eles, quando a superfície pictórica é sutilmente organizada, a cor e a linha chegam ao ápice de sua expressividade. E se uma obra é excessivamente descritiva, ela deixa de ser um apoio eficiente do conjunto, tornando-se mais um elemento de distração. Com base em tal conceito a maioria dos pintores simbolistas eliminavam os detalhes na representação das imagens mais importantes.

O Simbolismo contou com vários grupos, sendo o que se estabelecera durante um pequeno tempo em Pont-Aven (Bretenha) um dos mais importantes. Dele faziam parte Paul Gauguin, Emile Bernard e Paul Sérusier. Esse grupo sentiu-se seduzido pelo folclore camponês e pela religiosidade daquela gente dos rincões rurais. Tratava-se de um campo ideal para que fizessem experiências com imagens de sonhos e recordações, usando formas simplificadas, cores não naturais e padrões rítmicos.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Jan Toorop – AS TRÊS NOIVAS
Munch – A DANÇA DA VIDA
Teste – A ARTE DO SIMBOLISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

Views: 12

Munch – A DANÇA DA VIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho

O norueguês Edvard Munch (1863–1944) era o segundo filho do casal Christian Munch e Laura Catherine. Seu pai era um médico tradicional, muito devoto,  moralista e castrador. O artista perdeu sua mãe aos 30 anos de idade, vitimada pela tuberculose, assumindo a tia Karen Bjolstad, irmã dela, o controle da família. Aos 16 anos de idade, Munch matriculou-se para estudar engenharia, mas um mês depois deixou o curso para estudar pintura. Aos 26 anos de idade o pintor fez sua a primeira viagem a Paris, ocasião em que perdeu o pai. Foi influenciado pelo trabalho de Vincent van Gogh e Paul Gauguin.

A composição intitulada A Dança da Vida faz parte de uma série de pinturas e gravuras do artista sobre a condição humana. Munch era capaz de desenvolver sua iconografia sem que para isso houvesse qualquer perda de inteligibilidade.  Trata-se, portanto, de uma obra simbolista em que ele usa ao máximo os recursos expressivos da linha, da cor e do ritmo, ampliando sua relação com o tema.  É uma composição em friso (banda ou tira pintada em parede), levemente simétrica, com a finalidade de levar o observador a fazer uma série de comparações.

O artista toma como temática de sua obra as três idades da mulher, mostrando também estágios diferenciados do amor, numa cena que se desenrola como uma dança numa praia. Não existe uma localização específica, ou seja, um cenário determinado, parecendo encontrar-se fora do tempo e do espaço, assim como não há uma passagem lúcida ou verossímil do primeiro plano para o fundo da composição. Ali se misturam a areia, o prado e o horizonte.

O ritmo da pintura está ligado à disposição das figuras que se mostram em dois terrenos narrativos. Em primeiro plano estão as três figuras femininas, uma delas com seu par de olhos fechados, ambos distantes do mundo em derredor e unidos, através de linhas onduladas, numa única figura. Ao fundo outras figuras são vistas a dançar agitadamente. A composição está centrada a partir do casal em primeiro plano. O sol (ou lua) é formado por um ponto brilhante no horizonte, evidenciando-se no fundo do quadro, refletindo sobre a água, o que leva a uma forte conotação sexual. Dele desce uma coluna de luz pálida e misteriosa que se projeta na água.

O artista pintou a natureza com formas simples, linhas onduladas e cheias de força, deixando à vista o movimento do pincel, enquanto os personagens são retratados com pinceladas verticais, assim como o reflexo da luz do sol (ou da lua) e o pequeno arbusto inclinado que mostra flores simbolizando o amor. Esta obra simbolista de Munch, além de repassar ideias e sentimentos, vai bem além da descrição comum do viver cotidiano.

O artista não se preocupou em colocar imagens específicas a fim de guiar o observador na interpretação da cena. O que caracteriza as figuras é a postura, a expressão e a cor dos vestidos de cada uma:

  • o branco simbolizando a virgindade e o gesto de colher uma flor indicando que está apaixonada, ou seja, a inocência com traços platônicos;
  • o vermelho simbolizando a idade do amor, da sedução e da maturidade;
  • o preto simbolizando a viuvez e a resignação diante da solidão.

A obra mostra uma progressão da esquerda para a direita e da claridade para a escuridão, o que cria uma faixa que se põe além da realidade temporal, representada pelo artista com a arrebatada dança na praia. O sol (ou lua) é visto no céu. Mais tarde Munch reconheceu que a inspiração para este quadro foi um verão em Asgardstrand (paisagem da costa norueguesa), onde dançou com o seu primeiro amor. Esta obra, portanto, reflete sua vida interior, transcendendo o simples terreno pessoal — o que era tão comum aos artistas simbólicos. Esta composição, portanto, pode ser vista como um exemplo da propagação internacional das influências, técnicas e ideias simbolistas.

Ficha técnica
Ano: 1889/1900
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 1,25m x 1,9m
Localização: Galiria Nacional, Oslo, Noruega

Fonte de pesquisa
Edvard Munch / Coleção Folha
História da arte/ Folio

Views: 72