Arquivo da categoria: Janelas pro Mundo

Artigos excêntricos de diferentes partes do mundo

ÍNDIA – O CÓDIGO DE MANU E O ADULTÉRIO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Os idealizadores do Código de Manu julgavam que a coação e o castigo eram essenciais para se evitar o caos produzido na sociedade, advindo da decadência moral humana. Havia nele uma estreita correlação entre o direito e os dispositivos sacerdotais, os problemas de culto e as conveniências de castas. Trocando em miúdos, a aplicação do direito dizia respeito à casta do sujeito e à sua condição social. E, como não poderia deixar de ser, a mulher encontrava-se em extrema desvantagem, numa condição de completa passividade e submissão dentro de tal código, sendo tratada como objeto a ser manobrado e julgado pelo homem.

Através do conhecimento de alguns artigos do Código de Manu, poderemos deduzir como a mulher era tratada naquela época, levando em conta o adultério. Vejamos:

• Os homens, que gostam de seduzir as mulheres de outros, devem ser banidos pelo rei, depois de serem punidos com severas mutilações.
• A mistura de classes tem origem no adultério, assim como a violação dos deveres que destrói a raça humana, causando a perda do universo.
• O homem que, em segredo, seduz a mulher de outro, e já sendo conhecido por ter maus costumes, deve receber a primeira multa.
• No entanto, aquele homem sobre o qual nunca houve uma acusação semelhante, e se entretém com uma mulher por motivo legítimo, não deve ser punido, porque não é o culpado do erro.
• Incorre em pena de adultério o homem que conversa com a mulher de outro em um lugar afastado.
• Também são provas de um amor adúltero: mandar flores e perfumes para uma mulher, brincar com ela, tocar nos seus enfeites ou vestes e se sentar no mesmo leito.
• Tocar no seio da mulher casada ou em outras partes de seu corpo de uma maneira indecorosa, ou se permitir ser tocado por ela, em consentimento mútuo, também é prova de adultério.
• A mulher deve ser vigiada em todas as classes; se um “sudra” violar a mulher de um brâmane, ele deve levar a pena capital.
• Homem algum pode se dirigir a uma mulher estranha, se seus donos assim o desejam; se descumprirem a lei, deverá pagar multa.
• Não estão sujeitas a tais regulamentos, as mulheres de dançarinos e cantores, nem a dos homens que vivem da desonra de suas mulheres, porque eles as usam para entreter outros homens.
• Contudo, aquele que tiver relações particulares com essas mulheres, ou com servas de um amo, ou com religiosas de uma seita herética, deve pagar uma leve multa.
• O homem, que violentar uma jovem, sofrerá uma pena corporal, mas se ele goza dela porque houve consentimento, e, se pertencem à mesma classe, não há castigo algum.
• Se uma jovem apaixona-se por um homem de classe superior à sua, não deve ser penalizada pelo rei, mas se ele tiver nascimento inferior, ela deve ficar presa em casa, sob forte vigilância.
• Um homem de baixa origem receberá pena corporal, se cortejar uma jovem de origem superior; porém, se ela for da mesma classe não haverá penalidade.
• Aquele que macular violentamente uma jovem pelo contato de seu dedo, não apenas terá dois dedos cortados, como pagará uma multa.
• Mas se a jovem consente nisso e é da mesma classe do poluidor, ele não deve ter os dedos cortados, deve apenas pagar uma multa para não reincidir no erro.
• Se uma jovem macula outra pelo contato de seu dedo, deverá ser condenada a pagar uma multa, e a pagar ao pai da jovem maculada duas vezes o valor do presente de núpcias, além de receber dez chicotadas.
• Mas se for uma mulher (adulta) a macular uma jovem, ela deve ter os dedos cortados e a cabeça raspada; além disso, deve ser conduzida pelas ruas montada num burro.
• Se uma mulher, por orgulho de sua família e de suas qualidades, torna-se infiel a seu esposo, deve ser devorada por cães, num lugar público.
• E o seu cúmplice deve ser queimado sobre leito de ferro aquecido ao rubro, até ser carbonizado.
• Um homem adúltero, que já foi infiel uma primeira vez, e que, ao prazo de um ano volta a ser acusado, deve pagar uma multa.
• O “sudra” que mantém contato com uma mulher das três principais classes, terá o seu membro extirpado e perderá seus bens; no caso de que ela era também guardada, ele perderá a vida.
• Mesmo que um brâmane cometa qualquer tipo de crime, inclusive o adultério, ele jamais poderá ser assassinado; o rei poderá expulsá-lo do reino, mas lhe deixando todos os bens.

Fonte de pesquisa
Código de Manu/ Editora Edipro

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BABILÔNIA – O CÓD. DE HAMURABI E AS MULHERES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O Código de Hamurabi, o mais antigo código de leis escritas da humanidade, foi responsável pela centralização de seu reinado, pois abarcava os mais diferentes campos jurídicos: civil, penal, trabalhista, comercial, etc. Foi também responsável por trazer os primeiros vestígios da Lei de Talião (Lex talionis) que tinha por princípio o “olho por olho, dente por dente”.

Vejamos com que olhos a sociedade, em que vigorou o Código de Hamurabi, provavelmente entre os séculos VXIII e XVII,  a.C., via a mulher, observando alguns artigos dos capítulos IX e X. E tiremos as nossas próprias conclusões:

• Se um homem tomou para si uma esposa, mas não redigiu um contrato, ela não será tida como sua esposa.
• Se a esposa de um homem foi encontrada dormindo com outro homem, os dois serão amarrados e jogados dentro da água (afogados), mas se ele perdoar sua esposa, o rei também perdoará seu servo.
• Se um homem violentou a esposa de outro homem, que ainda é virgem e mora na companhia de seu pai, ele será morto e ela inocentada.
• Se a esposa de um homem é acusada por ele, mas não foi pega com outro homem, ela fará juramento diante de Deus e voltará para sua casa.
• Se à esposa de um homem foi apontado o dedo por causa de outro homem, mas não houve provas, ela deverá pular no rio por seu esposo.
• Se um homem saiu de casa silenciosamente, mas deixou o que comer, sua esposa cuidará de si e da casa, e não entrará na casa de nenhum outro homem. Caso contrário, será jogada na água.
• Se um homem saiu de casa silenciosamente, mas não deixou o que comer, sua esposa poderá entrar na casa de outro homem, sem culpa alguma.
• Se um homem saiu de casa silenciosamente, mas não deixou o que comer, sua esposa poderá entrar na casa de outro homem, sem culpa alguma. E se tiver gerado filhos com o segundo, quando o marido retornar, voltará para ele, deixando os filhos com o pai.
• Se um homem abandou sua cidade e fugiu, e sua mulher entrou na casa de outro homem, quando ele voltar, ela não mais lhe pertencerá.
• Se um homem abandonou sua esposa por não ter gerado filhos, deverá devolver a ela o seu dote e metade dos bens, e ela será responsável pela educação dos filhos. Depois de educá-los e lhes dar a parte correspondente de bens, poderá se casar novamente.
• Se a esposa de um homem decidiu ir embora, e foi uma péssima esposa, sendo isso comprovado contra ela, seu marido poderá repudiá-la sem lhe dar coisa alguma, nem para a viagem e nem como indenização pela separação. Se ele não quiser repudiá-la, poderá se casar com outra e tê-la em casa como escrava.
• Se uma mulher, por aversão ao marido, não quiser mais ter relações com ele, seu caso irá a julgamento. Se ela tiver sido uma boa esposa e ele um péssimo marido, tendo a humilhado, ela pegará seu dote e voltará para a casa de seu pai.
• Mas se ela foi uma péssima esposa, tendo desonrado seu marido, será jogada na água.
• Se um homem tomou uma esposa e ela contraiu uma doença contagiosa, ele poderá se casar com outra, mas sua esposa doente morará na casa e será sustentada pelo marido, enquanto viver.
• E se ela não quiser morar na companhia do marido, terá o dote que trouxe da casa de seu pai e irá embora.
• Se um homem deixou seus bens para sua esposa, conforme documento selado, após sua morte, os filhos não poderão reivindicar nada contra ela, que poderá dar sua herança ao filho que escolher, mas jamais a um estranho.
• Se depois que a mulher passou a morar na casa de um homem, e sobre ambos recaiu uma dívida, o casal deverá pagar por ela.
• Se uma mulher mandou matar seu marido por causa de outro homem, ela será empalada.
• Se um homem teve relações sexuais com uma filha, ele será expulso da cidade.
• Se o pai escolheu uma noiva para seu filho, e esse teve relações com ela, e depois o pai fez o mesmo, esse será amarrado e jogado na água.
• Se um homem dormiu com a mãe, após a morte do pai, ele será queimado.
• Se o noivo já pagou o dote ao pai da moça, mas se sentiu atraído por outra mulher, devolverá ao pai dela tudo que lhe foi entregue.
• Mas se for o pai quem resolveu não dar mais a filha em casamento, ele terá que restituir em dobro tudo que recebeu como dote.
• Se a esposa de um homem morreu, seu pai não poderá reclamar o dote, pois ele passará para os filhos.
• Mas se ela não teve filhos, seu dote pertencerá a seu pai.
• Se a primeira esposa de um homem gerou filhos e a escrava também, e ele reconheceu os filhos da escrava, quando morrer, esses também herdarão de seus bens.
• Mas se ele não tiver reconhecido os filhos da escrava, após a sua morte , eles não terão direito à herança. Apenas serão libertados juntamente com a mãe.

Fonte de pesquisa
Código de Hamurabi/ Edipro

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BABILÔNIA – O CÓDIGO DE HAMURABI

Autoria de Lu Dias Carvalho

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… Anu e Bel me chamaram, a mim, Hamurabi, o excelso adorador dos Deuses, para implantar justiça na Terra, para destruir os maus e o mal, para prevenir a opressão do fraco pelo forte, para iluminar o mundo e propiciar o bem-estar do povo… (Introdução)

Hamurabi , também conhecido por Hamurábi, Hammurabi ou Kammu-Rabi, reinou entre os séculos XVIII e XVII a.C. Era rei da dinastia amorrita, que se fixou na Média Mesopotâmia, atual Irã. Após reunificar a região, fundou o Primeiro Império Babilônico. Como comprova o código de leis elaborado em seu governo, ele foi despótico e centralizador em todos os campos da vida de seu povo.

O Código de Hamurabi, o mais antigo código de leis escritas da humanidade, foi responsável pela centralização de seu reinado, pois abarcava os mais diferentes campos jurídicos: civil, penal, trabalhista, comercial, etc. Foi também responsável por trazer os primeiros vestígios da Lei de Talião (Lex talionis) que tinha por princípio o “olho por olho, dente por dente”. Hamurabi baseou seu Código nas antigas leis semitas e sumerianas (Código de Dungi), sendo de suma importância não apenas para a história dos direitos babilônicos, mas também para o direito asiático e, em especial, para o hebreu. Era composto por 282 artigos, perfazendo um total de 3600 linhas, sendo que 33 artigos perderam-se com o tempo, em razão da deterioração da rocha em que foi talhado e, que se encontra hoje no Museu do Louvre, em Paris/França, por ter sido encontrada por uma expedição francesa, em 1901.

Hamurabi abrange no seu Código os mais diferentes aspectos da vida social da Babilônia: família, propriedade, herança, escravidão, comércio, propriedade, etc. No entanto, as punições aos réus não obedeciam a um princípio democrático, pois levavam em conta a posição social do infrator e da vítima, ou seja, para os bem nascidos, a pena podia divergir da que se encontrava escrita. Vejamos:

Capítulo XI
Art. 196.  Aquele, que cegar o olho de um homem, terá o próprio olho destruído.
Art. 197.  Aquele, que quebrar o osso de um homem, terá o próprio osso quebrado.
Art. 198.  Se cegar o olho de um homem vulgar ou quebrar seu osso, pesará sobre aquele, que     praticar a ação uma mina de prata.
Art. 199.  Se cegar o olho do escravo de um homem ou quebrar o seu osso, aquele, que praticar a ação, pesará a metade de seu preço.
Art. 202.  Se um indivíduo agredir a face de outro homem que lhe é superior, levará sessenta chibatadas com um chicote de boi, diante de uma assembleia.

Art. 203.  Se o filho de um homem ferir a face de outro filho de homem igual a ele, pesará uma mina de prata.
Art. 205.  Se o escravo de um homem ferir a face de seu filho, terá a sua orelha cortada.

A maior parte das disposições do Código de Hamurabi dirigia-se a três classes sociais:
• Awelum – classe mais alta dos homens livres, proprietários de terras, independentes dos palácios e templo.
• Mushkenum – classe livre, mas de status inferior, funcionários públicos que detinham certos privilégios no uso de terras.
• Wardum – escravos marcados, que podiam ser negociados até que pudesse comprar a própria liberdade.

O Código de Hamurabi tinha como principais pontos: feitiçarias e juízos, falso testemunho e prevaricação, furtos e roubos, trato com o campo, compra e locação, empréstimos e juros, injúria e difamação, lesões corporais, indenizações, penalidades profissionais, empréstimos, locação, compra e venda de escravos, etc. Hamurabi fez fixar cópias do Código nas mais diferentes regiões de seu reino, para que se fizesse conhecido.

Fonte de pesquisa
Código de Hamurabi/ Edipro

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CHINA – AS MULHERES CHINESAS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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As mulheres sustentam metade do céu. (Mão Tsé-tung)

A China sempre teve preferência pelos filhos homens, vistos como responsáveis por cuidarem dos pais e avós na velhice desses, enquanto as filhas devem servir os sogros. Assim, seguindo a mesma linha da política indiana, as meninas sempre foram relegadas a um segundo plano, algo comum aos países asiáticos. A maioria delas é abortada antes do nascimento, embora o governo chinês proíba o exame de ultrassonografia para o reconhecimento do sexo do bebê. Mas isso não dá em nada pois, além de o país ter o aborto como uma prática legal e tal procedimento ser muito barato, é dificílimo fiscalizar a utilização de tal exame. Portanto, o nascimento de meninos no país é o mais elevado em todo o mundo. Só para se ter uma ideia de tal disparidade, o censo de 2000 apresentou um déficit de 41,27 milhões de mulheres em relação ao número de homens.

O confucionismo foi o responsável pela imagem negativa da mulher, que era tida como insignificante e subalterna, a ponto de não poder realizar o culto aos ancestrais. Não podia ter bens e ficava fora da herança do pai. Conheçamos um pouco do histórico das mulheres chinesas:

• Na China, é muito comum o tráfico de mulheres, que também são adquiridas nos países pobres vizinhos como Laos, Camboja, Coreia do Norte e Vietnã. Os camponeses, principalmente, compram-nas e as transformam em esposas e escravas sexuais.

• Quando uma menina é indesejada, ela é simplesmente abandonada pelos pais. Se ela consegue sobreviver, acaba num orfanato, onde fica exposta à adoção por casais estrangeiros.

• Os camponeses são ainda mais preconceituosos em relação à filha, pois o filho homem é quem cuidará dos pais, além de ter mais força para lidar com o trabalho no campo. A filha, ao se casar, passa a pertencer à família do marido.

• As crianças do sexo feminino recebem menos atenção dos pais, por isso, as mulheres detêm o maior índice de analfabetismo no país.

• Durante cerca de mil anos, prevaleceu em toda a China a prática de mutilar os pés das meninas, para agradar a seus futuros maridos. Mais do que isso, a deformidade garantia a castidade, a submissão e a fidelidade da mulher, que era muito frágil para se locomover, transformando o corpo numa prisão. Somente a Revolução Comunista, em 1949, conseguiu erradicar totalmente tal crueldade.

• Na China imperial havia a prática do concubinato, que permitia ao homem ter várias concubinas, que tanto podiam ser vendidas pelo dono como dadas de presente. O número delas variava de acordo com as posses de seu senhor. Elas eram governadas pela esposa legítima do dono. Serviam de fonte de prazer e de reprodutoras, principalmente de filhos homens. Muitas eram enterradas vivas para acompanharem o senhor no pós-morte.

• O homem detinha sobre as concubinas e a esposa legítima total poder. E podia divorciar de sua esposa, se ela não lhe desse um filho, fosse infiel, roubasse, tivesse uma doença grave, não tratasse bem de seus pais ou dissesse coisas ruins.

• O imperador possuía um grande harém, dirigido pela imperatriz e vigiado pelos eunucos, que eram castrados para que não viessem a ter filhos com as mulheres. Para impedir qualquer tentativa de assassinato, a mulher escolhida devia receber o imperador, nua e de pé aos pés da cama.

• A mulher na sociedade chinesa dos dias atuais não carrega nenhum traço da submissão do passado. Ela se encontra nas mais variadas esferas do país, sendo muito ativa. Exerce as mais diferentes profissões, desde motorista de táxi a altos cargos no governo. A luta revolucionária foi a grande responsável por tão grande transformação. Mao Tsé-Tung nutria grande admiração pelas mulheres e achava que elas eram imprescindíveis na transformação da China.

• Os novos ricos mantém hoje outro tipo de concubinas: amantes. Elas não vivem junto à família deles, mas às suas custas, e tampouco têm filhos. Normalmente são jovens e muito bonitas, que funcionam como símbolo de status. Mas o governo comunista não aprova tal prática, pois muitas vezes ela está aliada à corrupção.

Fontes de pesquisa:
China, o Despertar do Dragão/ Luís Giffoni
Os Chineses/ Cláudia Trevisan

Nota: imagem copiada de www.epochtimes.com.br

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CHINA – A VERDADE NUA E CRUA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A China é vista como a princesa do grupo BRICS (formado por cinco países emergentes que possuem características comuns: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mas nem tudo são flores no país dos palitinhos, quando se leva em conta a distribuição da riqueza que vem sendo gerada nos últimos tempos. E a distância entre ricos e pobres é cada vez mais acentuada, principalmente se levarmos em conta que se trata de um país comunista. O mais intrigante é que, antes das reformas, a China era bem mais homogênea na distribuição de riquezas. Vejamos:

• As benesses do crescimento econômico atinge apenas um pequeno grupo, enquanto a maioria nada viu mudar em sua vida de pobreza. Assim sendo, a China dos excluídos é imensamente mais volumosa. E esta distância entre ricos e pobres só faz aumentar.

• Os camponeses, moradores dos distritos e vilas rurais, continuam no mesmo estilo de vida de seus antepassados: usando o arado de madeira, puxado por búfalos; fazendo uso de buracos como privadas e possuindo pouquíssimos bens de consumo, como geladeiras e telefones celulares, se comparados com os usados pelos moradores das cidades.

• Na China, não existe uma rede de proteção social para ajudar a população pobre tanto do meio rural quanto da cidade. A imensa maioria da população chinesa não recebe aposentadoria ou dispõe de assistência médica gratuita.

• Ao contrário do que muitos imaginam, o ensino fundamental, embora seja obrigatório, é pago. Ao ter que pagar pela saúde e pela educação, as pessoas são obrigadas a fazer poupanças, o que coloca o país como o mais poupador do mundo, pois, como aqui, os chineses preocupam-se com a saúde, com os estudos dos filhos e em possuir um lugar para morar.

• Os trabalhadores migrantes são os chineses que percorrem o país em busca de trabalho temporário, fugindo da penúria da vida rural. São eles os principais responsáveis pelas construções no país e montagem das fábricas. Impossibilitados de carregar a família, visitam-na uma vez por ano, no Ano Novo chinês. A bagagem que possuem é carregada num saco jogado às costas, sendo facilmente reconhecidos. São também discriminados.

• Os operários migrantes não recebem o salário tratado mensalmente, mas apenas o necessário para sobreviver. Somente ao final do contrato de seis meses ou um ano é que vão receber, descontados os gastos.

• Os trabalhadores itinerantes não contam com o descanso semanal remunerado e, tampouco com assistência médica. Em caso de acidente de trabalho, arcam com 50% do valor do tratamento. Além disso, não são protegidos pelas leis, e muitas vezes não recebem o que foi combinado. Não têm a quem apelar.

• Não existe liberdade religiosa na China. Somente igrejas registradas pelo governo podem atuar, debaixo de fortes restrições, como a de respeitar os interesses do Estado. Os cultos reconhecidos são: budismo, taoismo, islamismo, catolicismo e protestantismo. Mas, se não rezarem na cartilha dos mandatários do país, serão expulsos. Por sua vez, os membros do partido não podem seguir nenhuma crença, pois o Partido Comunista é ateu.

• O budismo tibetano não é aceito. Há também um violento combate aos muçulmanos, principalmente aos grupos considerados extremistas que, segundo boatos, queriam criar o Estado do Turcomenistão do Leste.

• A voracidade dos chineses é assustadora, similar ao provérbio que reza que “quem nunca comeu mel, quando come, lambuza”. Eles estão buscando viver o sonho americano do consumismo. O desperdício e a demanda por carrões são preocupantes. Milhares de toneladas de lixo são produzidas diariamente, em detrimento do meio ambiente. E pior, a maior parte não é reciclada, criando lixões por todo o país.

• A China ultrapassou os Estados Unidos na emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, com estimativa de que tem muito ainda a crescer, com o aumento do consumo. O país é hoje o segundo consumidor de petróleo do mundo.

• Os chineses não usam o garfo. Mas o uso de palitos descartáveis vem trazendo grandes danos ecológicos, pois milhares de árvores são derrubadas para produzi-los. Dois outros problemas aliam-se aos muitos já existentes: as sacolas plásticas e as fraldas descartáveis. Imaginem a quantidade de palitos, sacolas e fraldas numa população tão gigantesca, que corresponde a 20% da população mundial.

• Quanto mais cresce o Dragão chinês, maior é o impacto ambiental, incluindo a contaminação da água e do ar, contagiados com substâncias tóxicas, criando as chamadas “vilas cancerígenas”, que proliferam por todo o país.

Portanto, não adianta um crescimento tão acelerado, como o que se vê na China, à custa do sofrimento dos pobres e da devastação do meio ambiente, e, que só vem a beneficiar a classe rica. É preferível um crescimento moderado, que tem como preocupação principal as classes mais sofridas e a natureza. Diminuir as disparidades sociais e o impacto no meio ambiente deve ser o compromisso dos governantes, em qualquer lugar do mundo.

Fontes de pesquisa:
China, o Despertar do Dragão/ Luís Giffoni
Os Chineses/ Cláudia Trevisan

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CHINA – SUPERSTIÇÕES E JUDIAÇÕES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com as mudanças operadas na China de hoje, os videntes e os astrólogos voltaram à cena, ainda com mais força. Assim como entre os indianos, os números, que são divididos entre os que trazem boa sorte e os que trazem mau agouro, passaram a influenciar a vida dos chineses. A numerologia e a astrologia estão em alta por todo o país. Vejamos algumas singularidades desse povo:

• O número 8, por exemplo, que simboliza riqueza e prosperidade, segundo a visão dos chineses, possui uma alta cotação no mercado. Um número de celular, que traz no final tal número, é muito cobiçado, sendo vendido por um alto preço, pois todo mundo quer enriquecer. Por sua vez, se traz o número 4, tido como maléfico, o preço despenca. Os edifícios não possuem a terminação 4 nos andares. Os números 6 e 9 também são muito apreciados.

• A consulta a um astrólogo, para definir a data melhor para um casamento, é muito comum na China. A seguir, vem a preparação para a concepção dos filhos, levando em conta o zodíaco chinês, sendo o dragão o mais importante dos signos.

• Nas comemorações do Ano Novo (não corresponde ano nosso), a mais importante data para o povo chinês, todos procuram estar juntos com a família. A China vira uma gigantesca estação. Os trens ficam tão cheios, que algumas pessoas fazem uso de fraldas descartáveis, pois chegar até o banheiro torna-se uma tarefa impossível. Neste evento não podem faltar o peixe, incluindo a cabeça e rabo, e o frango, também com a cabeça e os pés, ou seja, devem estar inteiros.

• Os chineses adoram comer e possuem uma rica culinária. Apesar das mudanças encontradas em todo o país, os palitos continuam imperando. A colher é usada apenas para sopa e, quando os alimentos não podem ser capturados com os palitos. Alguns usam os próprios palitos para se servirem dos pratos postos à mesa, o que seria para nós ocidentais, falta de higiene.

• Ao comer, os chineses fazem muito barulho à mesa, principalmente ao tomarem sopa. Arrotos são emitidos durante a refeição. É comum falar com a boca cheia de alimentos. Eles fumam, enquanto comem e também falam ao celular. Cospem espinhas de peixe, cascas, ossos e tudo que não engolem, diretamente na mesa, fora do prato.

• Os chineses comem de tudo (escorpiões, gafanhotos, bichos da seda, etc.) Mas o hábito de comer cachorros é para nós ocidentais repugnante. Para ampliar o absurdo, existe a crença no país de que a adrenalina torna a carne mais saborosa, o que leva a matar o animal com extrema crueldade. Eles os mantém em gaiolas, para serem mortos. Muitos tipos de animais são colocados vivos em água fervente (peixe, crustáceos, etc.)

• A medicina tradicional chinesa recomenda a bílis de urso para o tratamento de doenças do fígado e sistema biliar, embora já haja o produto sintético no mercado. Os animais são mantidos em jaulas, onde mal se movem e têm a bílis retirada duas vezes ao dia, através de canais abertos no abdome. Os coitados acabam doentes, com atrofia muscular, perda dos pelos e transtornos mentais. Haja judiação!

Fontes de pesquisa:
China, o Despertar do Dragão/ Luís Giffoni
Os Chineses/ Cláudia Trevisan

Nota: imagem copiada de aoikuwan.com

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