Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Picasso – DORA MAAR COM GATO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O genial artista espanhol Pablo Ruiz Picasso, além de ser conhecido como revolucionário, visionário e vanguardista, foi também famoso pelo número de mulheres que teve em sua vida. Entre elas estava Dora Maar. Picasso travou conhecimento com a fotógrafa e intelectual de esquerda, de origem croata, que se transformou em sua nova amante, passando a ser sua modelo preferida e uma de suas mais significativas musas. Além de inteligente, ela era famosa por sua beleza, sobretudo pelos cabelos escuros. Ele viveu 10 anos com ela.

O artista retratou Dora Maar em inúmeras pinturas, sendo Dora Maar com Gato, obra cubista, uma das mais conhecidas. Ela se encontra assentada numa cadeira de madeira, com três quartos do corpo à vista, de frente para o observador. Seus braços descansam nos braços da cadeira. No seu espaldar, à direita da retratada, está um gatinho negro, de pé e com o rabo levantado, que também fixa o observador.

As unhas afiadas de Dora Maar lembram as do gato. Estudiosos de Picasso dizem que ele, certa vez, comparou o fascínio e o temperamento de sua amante semelhantes ao de um gato afegão, portanto, o animal aqui representado carrega em si muitos significados. Na história da arte, a presença de gatos alude aos artifícios da mulher e à agressão sexual. As unhas de Dora Maar reforçam esta significação.

Chama a atenção em especial o chapéu surrealista com que Dora Maar foi retratada. Sua vestimenta possui uma bela padronização. Seria o chapéu uma coroa e a cadeira um trono, feitos pelo pintor para homenagear sua musa? Segundo a crítica, Dora Maar com Gato é uma obra extraordinária de Picasso, tanto pela seleção das cores, atenção aos detalhes, execução e simbolismo utilizado.

Ficha técnica
Ano: 1941
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 128,3 x 95,3 cm
Localização: Coleção particular

Fontes de pesquisa

Dora Maar au Chat


http://paintinghistory.blogspot.com.br/2008/12/dora-maar-au-chat.html

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Monet – MULHERES NO JARDIM

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Mulheres no Jardim é uma obra do pintor impressionista Oscar-Claude Monet, que a vendeu a seu grande amigo Fréderic Bazille.

A pintura mostra quatro jovens mulheres, elegantemente vestidas, o que denota pertencerem a uma classe social alta, num jardim. O pintor usa como modelo, para três delas, a sua esposa Camille. A quarta figura, que é a mulher com cabelos ruivos, de costas para o observador, é uma outra modelo. As quatro figuras estão muito bem vestidas, uma prova de que o pintor entendia bem da moda da época.

As mulheres vestem vestidos longos e volumosos, com rendas e bordados. Uma delas está assentada na relva, com seu vestido branco rodado, aberto como se fosse uma flor. Ela se cobre com uma pequena sombrinha e traz no colo muitas flores, para as quais dirige o seu olhar. Duas outras, próximas a ela, conversam animadamente. Uma delas usa um vestido branco com listras verdes e um chapéu plano, feito de flores, com um enorme laço, que lhe cai pelas costas. A outra, com sua vestimenta cor de pêssego, enfeitada com uma carreira de botões, de cima abaixo, traz na mão esquerda uma sombrinha fechada, e na direita um buquê de flores, com o qual cobre parte do rosto, como se estivesse a cheirá-lo. A quarta mulher distancia-se do grupo, enquanto colhe flores.

A luz ilumina a composição través da abertura entre as árvores, e em especial uma parte do caminho, assim como a mulher afastada do grupo, e parte do vestido da que se encontra sentada e também de sua sombrinha. Chama a atenção o salpicado de luz no vestido das duas mulheres que estão a conversar e as sombras sobre parte da sombrinha e o do vestido da que se encontra assentada.

Este quadro foi feito ao ar livre, mas concluído no ateliê do artista, que à época tinha 26 anos. Monet, em sua composição, não está preocupado em retratar as mulheres, tanto é que seus rostos são imprecisos, mas capturar luz e sombra do momento. Os personagens são meros detalhes.

Ficha técnica
Ano: 1866-1867
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 256 x 208 cm
Localização: Musée d’Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Monet/ Editora Abril
Monet/ Coleção Folha
http://www.rivagedeboheme.fr/pages/arts/oeuvres/claude-monet-

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Pieter Bruegel, o Velho – O TRIUNFO DA MORTE

Autoria de Lu Dias Carvalho

morfin   (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

A composição denominada O Triunfo da Morte é uma pintura do artista Pieter Bruegel, o Velho, que mostra a importância de ter sido um pintor de miniaturas, ao agregar numa única tela inúmeras figuras, fato comum em suas obras. Este quadro encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas  do mundo. Embora não tenha intenção ou temática religiosa, a sugestão para esta obra foi tirada do Apocalipse e do Eclesiastes, livros bíblicos. A sua motivação encontra-se numa razão secular: as chacinas da dominação espanhola e a revolta dos “mendigos”, inspirada, portanto, na resistência.

Bruegel tinha grande preocupação com os princípios morais estabelecidos pela religião. Preocupava-o, sobretudo, a condição humana que parecia servil aos vícios, à loucura, ao homicídio e ao medo. Nesta composição, a exemplo das obras de Hieronymus Bosch, ele mostra que, ao final, a morte sempre triunfará sobre tudo e todos, ou seja, também os opressores serão arrebatados por ela, pouco importando o seu tempo de glória terrena ou a vida de ostentação e poder que levaram.

Não era fácil a vida durante a Idade Média e início da Moderna, quando a ciência ainda engatinhava. As pessoas eram vitimadas por epidemias, pragas e, como se isso não fosse suficiente, também pelas guerras religiosas e políticas. Na visão popular tudo era atribuído ao “castigo divino” em razão dos vícios da humanidade, sendo Deus visto como um juiz temerário que enviava a morte como punição para toda a humanidade.

A tradição de culto à morte que amainou em outros lugares, continuou forte nos Países Baixos, até o século XVI, como nos mostra Bruegel na pintura acima. A Morte, com seu poderoso exército de esqueletos, alastra-se sobre toda a paisagem isolada e esfumaçada, desde o horizonte, destruindo tudo que encontra. Ela se posiciona no meio da composição, conforme mostra o seu distintivo — a foice. Um esqueleto na parte superior à esquerda toca o sino anunciando a batalha, ou seja, a sentença mortal para a Terra e seus habitantes.

A guerra final contra as forças do mal acontece em primeiro plano. À direita, na parte inferior da pintura, a Morte, montada num esquelético cavalo, com uma longa foice na mão, avança contra as pessoas amontoadas umas sobre as outras. Elas são obrigadas a entrar numa espécie de passagem que possivelmente conduz ao Inferno, encurraladas por exércitos de esqueletos à direita e à esquerda, impedindo a fuga. Estes portam escudos amarelos, parecidos com tampas de caixões, com o desenho de uma cruz.

Um esqueleto, montado num raquítico cavalo branco que leva um corvo no dorso, conduz uma carroça, onde são colocados os crânios decepados, trazendo em cima desses uma pá. Um guerreiro da morte aponta um relógio de areia para um rei, a indicar-lhe que seu tempo de vida chegou ao fim. Enquanto o monarca agoniza, um esqueleto rouba-lhe as riquezas guardadas em barris. Nem mesmo os membros da Igreja estão a salvo. Tampouco tem alguma serventia as espadas. No canto inferior direito da composição um tocador de alaúde e uma dama tentam ignorar o horror que deles se aproxima, mas um esqueleto traz a espada em punho atrás da dupla, pois nada escapa ao rigor da Morte.

A colheita da Morte é brutal: cabeças decepadas, corpos enterrados, afogados, torturados, degolados, pisoteados, transpassados por lanças, etc. Mesmo no mar é possível observar a destruição, ocasionada por incêndios e naufrágios. A mulher, usando vestido vermelho e touca branca e sobre a qual irá passar o cavalo e a carroça da morte, traz nas mãos um fuso e uma roca que simbolizam a fragilidade humana. A presença de uma mesa com toalha branca significa que os comensais tiveram que interromper seu banquete para lutar contra a Morte, enquanto o bobo da corte enfia-se debaixo da mesa.

Bruegel em sua cena dramática descreve aspectos da vida no século XVI, quando eram muito usados passatempos como o gamão e o baralho de cartas. Ele usa cores quentes para repassar a sensação de calor, reforçando a ideia de inferno que se estende por todo o quadro. Como quase toda obra do pintor esta também repassa um conteúdo moral que é o de reafirmar que a morte é cruel, mas democrática, pois não faz distinção entre credos, classes sociais ou cargos. É o fim de todos os seres vivos. É impossível esquecer a tragicidade da cena retratada.

Ficha técnica
Ano: c. 1562
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 117 x 162 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa

Enciclopédia dos Museus/ Prado/ Madri
http://comunidade.sol.pt/blogs/jaguar/archive/2008/01/21/A-Pintura-Flamenga
http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/pieter_brueghel
https://en.wikipedia.org/wiki/The_Triumph_of_Death

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Picasso – RAPAZ COM CACHIMBO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Uma noite, Picasso abandonou a companhia de seus amigos e seu discurso intelectual. Retornou a seu ateliê, posicionou-se de frente à tela que havia abandonado um mês antes e coroou a figura do jovem aprendiz com uma grinalda de rosas.”. (André Salmon)

A composição denominada Rapaz com Cachimbo é uma obra-prima do pintor espanhol Pablo Picasso, pintada quando ele tinha 24 anos de idade. Faz parte de seu “Período Rosa”. Encontra-se entre as 50 pinturas mais famosas do mundo, em razão de ter sido leiloada por um preço exorbitante à época.

Dois dos mais íntimos amigos de Picasso, Max Jacob e Apollinaire, nutriam grande admiração por Arthur Rimbaud, poeta homossexual. E foi em razão desse arrebatamento visto nos dois, que o artista resolveu fazer esta pintura. Para alguns, Picasso inspirou-se no poema de Paul Verlaine, “Crime Amoris”, dedicado a seu amante Rimbaud. Como modelo para sua tela, o pintor escolheu Louis, um jovem de Montmatre.

O rapazinho, todo vestido de azul, toma grande parte da tela, quase atingindo a margem superior. Encontra-se assentado, com as pernas abertas, sendo vistas apenas parte delas. De seu cabelo desce na testa uma pequena mecha, em forma de vírgula, como se estivesse a assinalar seu olhar vago. Sua cabeça está envolta por uma bela coroa de rosas vermelhas.

Ele segura o banco (ou cadeira) com a mão direita, enquanto leva, na esquerda, um cachimbo, próximo ao peito. O cachimbo está relacionado com o uso de ópio ou haxixe. O pintor relaciona a iluminação do rosto com a mão a segurar o cachimbo, mostrando uma conexão entre ambos, ou seja, o uso de drogas.

A expressão do rapaz expressa feminilidade e masculinidade ao mesmo tempo, o que é próprio de sua fase de adolescente. Seu olhar parece distante e indiferente. O fundo colorido da composição deixa a palidez de sua pele ainda mais destacada. Embora a vestimenta do jovem seja simples, mais parecida com a de um trabalhador, o fundo da pintura é belamente adornado com arranjos florais.

Antes de chegar a esta pintura final, Picasso fez vários estudos, posicionando o rapazinho nos mais diferentes tipos de pose (de pé, sentado, encostado na parede, etc). Quase nada se sabe sobre o garoto que serviu de modelo.

Ficha técnica
Ano: 1905
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 100 x 81,3
Localização: Coleção particula, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Picasso/ Coleção Folha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gar%C3%A7on_%C3%A0_la_Pipe
http://www.galleryintell.com/artex/garcon-la-pipe-boy-pipe-pablo-picasso/

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Klimt – DÂNAE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada Dânae é uma obra do modernista austríaco Gustav Klimt, que toma como tema o mito grego sobre a princesa Danae. Vários pintores sentiram-se inspirados por essa temática mitológica, como Rubens, Rembrandt, Ticiano, Correggio, Tintoretto, etc.

O pintor limitou-se a pintar Dânae no ato da fecundação, abrindo mão da iconografia clássica, que até então acompanhava a obra dos outros artistas. Sua Dânae é vista em pleno gozo, após ser fecundada por Zeus (Júpiter), o deus dos deuses.

O corpo nu da princesa, com seus longos cabelos ruivos, em postura fetal, ocupa a maior parte da tela, em diagonal, numa alusão à maternidade e à fertilidade universal. Apenas seu seio esquerdo encontra-se à vista. Seus olhos fechados, as narinas abertas, as maçãs do rosto vermelhas, a mão tensa e a boca entreaberta denotam o êxtase do orgasmo. Véus escuros, com estamparias douradas, assim como um halo verde cingem-na, acariciando sua pele branca, como referência à sua linhagem imperial. Por entre suas coxas, em direção à região púbica, cai uma forte chuva de ouro. A mão esquerda, que se esconde entre as pernas abertas, mostra que Dânae masturba-se, enquanto recebe a chuva de ouro.

Segundo o mito, a bela Dânae era filha do rei Acrísio, que ambicionava ter um filho, para sucedê-lo. Assim, resolveu consultar o oráculo de Delfos sobre a chegada de um menino. Contudo, a resposta recebida deixou-o profundamente preocupado. Segundo a predição do oráculo, ele seria morto por seu próprio neto, ou seja, pelo filho de Dânae, sua única filha. Temeroso, Acrísio aprisionou a princesa numa torre, muito bem vigiada, para que ela não tivesse contato com nenhum humano ou divindade, e viesse a gerar um filho.

Zeus (Júpiter) que sempre traíra a esposa Hera (Juno), viu-se apaixonado pela princesa Dânae e, para ter acesso a ela, transmutou-se numa chuva de ouro, que se entranhou por uma rachadura no teto, engravidando-a. Ela viria a dar à luz o herói Perseu, responsável por matar a Medusa. Ao tomar conhecimento do acontecido, o rei ordenou que mãe e filho fossem postos numa arca, bem fechada, e jogados ao mar. Quis o destino que a arca fosse encontrada por um pescador, que levou ambos ao rei de seu país, Polidectes, que os recebeu com muita alegria. O resto do mito encontra-se no blog, em MITOS E LENDAS.

Ficha técnica
Ano: 1907/1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 77 x 83
Localização: Coleção privada, Graz, Áustria

Fontes de pesquisa
Klimt/ Coleção Folha
http://www.gustav-klimt.com/Danae.jsp

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Dalí – CONSTRUÇÕES MOLES COM FEIJÕES COZIDOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Embelezei essa estrutura macia da grande massa de carne em guerra civil com feijões cozidos, pois era inimaginável engolir toda aquela carne inconsciente sem a presença, por pouco atraente que fosse, de algum farináceo e melancólico vegetal. (Salvador Dalí)

A composição denominada Construções Moles com Feijões Cozidos – Premonição da Guerra Civil, é uma obra do pintor espanhol Salvador Dalí. Segundo ele, tratava-se de uma alusão à Guerra Civil Espanhola. Como o quadro fora feito antes de a guerra começar, ele diz que a pintura foi fruto de sua intuição. Coisas do vaidoso Dalí.

Em sua obra, Dalí apresenta um corpo humano andrógino e monstruoso, que, desconjuntado, forma uma figura bizarra e amedrontadora, que se estrangula, chamando a atenção para a autodestruição da Espanha. Ele traz as proporções do contorno do país espanhol. Pelo chão está espalhadas as vísceras.

O monstro encontra-se numa região desértica, propícia para sua destruição. Um armário serve de sustentação para seu corpo deformado. À esquerda, uma gigantesca mão esmaga um seio, enquanto à direita, um pênis flácido jaz sobre um coto da coxa. Essa figura caótica possui mãos e pés descarnados e petrificados. Sua cabeça sustenta-se sobre os músculos retorcidos do pescoço. O rosto apavorante mostra, ao mesmo tempo, um esgar de vitória e maldade, lembrando a obra de Goya, denominada “Saturno Devorando o Filho”. Na mitologia, Saturno é o deus da destruição, o promotor da guerra.

À esquerda, em tamanho diminuto, uma figura humana é vista. Alguns dizem que se trata de um burguês chinês supervisionando o solo, tendo sido retirada de um livro ilustrado, e inserida na pintura via colagem. Para outros trata-se de um médico que vistoria um corpo agonizante.

Os feijões, nesta obra alegórica, aparecem em primeiro plano, espalhados sobre o chão, dando a impressão de que substituem as formigas, tão presentes na obra do pintor. O próprio Dalí justificou a presença dos grãos dando uma explicação bem bizarra (ver acima em negrito).

A referência de Dalí à guerra espanhola é vista por alguns como oportunismo, pois logo no início dessa, ele e sua esposa Gala abandonaram a Espanha, ficando especialmente na França e na Itália. Além disso, ele nunca foi comprometido com as questões políticas e ideológicas, sendo por isso muito criticado pelos surrealistas, que se colocavam como revolucionários de esquerda. Outra fato que leva a justificar o seu oportunismo foi o acréscimo feito ao título de “Premonição da Guerra Civil”, depois de a guerra ter se iniciado, sendo que a obra foi terminada seis meses antes. Ele ainda dizia que se tratava de uma profecia “daliniana”.

Esta pintura encontra-se entre as 50 mais famosas do mundo.

Ficha técnica
Ano: 1936
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 101,3 x 100 cm
Localização: Philadelphia Museum of Art, Filadélfia, EUA

Fontes de Pesquisa:
Dalí/ Coleção Folha
Dalí/ Abril Coleções
https://www.google.com.br/#q=Dal%C3%AD+%E2%80%93+beans

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