Arquivo da categoria: Mestres da Pintura

Estudo dos grandes mestres mundiais da pintura, assim como de algumas obras dos mesmos.

Renoir – GAROTO COM GATO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Até então, o nu masculino era normalmente representado em pose heroica, mas na sua composição, Garoto com Gato, Renoir faz exatamente o contrário, ao mostrá-lo numa postura bem familiar.

O rapaz, de costas para o observador, encontra-se apoiado numa mesa ricamente coberta. Seus braços em círculo rodeiam carinhosamente o felino, que se aconchega a seu corpo, num misto de confiança e afeto.

O olhar do observador é imediatamente atraído pela nudez adolescente do garoto com sua pele branca brilhante. A pele claríssima de suas costas vai se escurecendo à medida que atinge os braços e as pernas, sendo possível notar os pelos. O fundo escuro da composição e o excesso de tecido, que cobre a mesa, dão ainda mais destaque ao corpo nu do rapaz.

É possível notar contentamento na carinha do gato, esparramado na almofada verde-escuro. Sua pelagem preta e branca mostra-se sedosa. A cauda preta envolve o pulso esquerdo do garoto, como se quisesse aprisionar aquele instante de afago e gostoso abandono.

O rosto do adolescente está voltado para a esquerda, em direção ao observador. Suas sobrancelhas pretas e bem feitas, o nariz saliente, a boca carnuda e os olhos escuros compõem um rosto bem expressivo. A toalha da mesa, onde ele se encontra, é  trabalhada em toques de azul e branco, com o acabamento em vermelho.

Dados técnicos
Ano: 1868
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 124 x 67 cm
Localização: Museu d`Orsay, Paris, França

Fontes de pesquisa
Renoir/ Coleção Folha
Renoir/ Abril Coleções

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Renoir – ROSA E AZUL

Autoria de Lu Dias Carvalho

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 Decênios depois, a menor das modelos, então Lady por ter casado com o general Townsend of Kut, relembraria que o tédio das sessões era compensado pelo prazer de vestir o elegante vestido de renda. (Ettore Camesasca)

Parti imediatamente após terminar o retrato das meninas Cahen, tão cansado que nem lhe sei dizer se a pintura é boa ou ruim. (Renoir)

A obra Rosa e Azul, nome popularmente conhecido da composição em razão das cores das vestimentas das meninas, é também conhecida como As Meninas Cahen d`Anvers. Trata-se de um dos retratos mais conhecidos de Renoir que era exímio em retratar crianças. É também um dos quadros mais visitados no Museu de Arte de São Paulo, onde se encontra desde 1952.

Renoir retratou na composição as duas irmãs: Alice — a de cabelos escuros — e Elizabeth — a de cabelos loiros — filhas de um banqueiro judeu. Elas se encontram com a idade de cinco e seis  anos, respectivamente. As duas garotinhas são representadas com seus vestidos rendados,  embebidos de luz, com longas faixas na cintura. As meias e os laços dos cabelos possuem a mesma cor das faixas: uma rosa e outra azul, cores reforçadas pelo forte tom do tapete e das cortinas.

A irmã mais velha segura na mão da mais nova, como se quisesse protegê-la do cansaço. Os cabelos de Elizabeth, amarrados com um enorme laço, caem-lhe pelas costas e na frente, quase tocando-lhe a cintura, enquanto os de Alice, também amarrados com um laço, estão jogados para trás. As perninhas abertas da menor — de modo a sustentar o corpo com mais facilidade — denotam o seu cansaço, enquanto descansa a mão na sua faixa rosa. Seus olhos chorosos fitam o observador, como se estivesse a pedir uma pausa para um descanso.

Conforme relatou Renoir, não foi fácil retratar as duas pequenas, sendo necessárias várias e penosas sessões de poses. Elizabeth, a mais velhas, mostra-se vaidosa, segurando delicadamente a renda de seu vestido, mas Alice, a menorzinha, parece cansada, trazendo o rostinho fechado, querendo chorar.

Ao que parece, a família Cahen não ficou satisfeita com o resultado da composição, pois além de ter demorado um ano para pagar o pintor, ainda colocou o quadro na ala dos empregados da casa, o que denotou o seu desprezo pela pintura das filhas, embora Renoir já tivesse pintado outros quadros dessa mesma família.

A obra foi descoberta em 1900 — aparentemente abandonada — e depois disso fez uma longa caminhada até chegar ao Brasil. Foi adquirida em um leilão em Nova York em 1952 pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), com recursos doados por Assis Chateaubriand, fundador do Museu.

O quadrinista Maurício de Sousa também criou as suas fofas menininhas, alusivas à composição, com os personagens Magali e Mônica de Rosa e Azul.

Ficha técnica:
Ano: 1881
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 119 x 74 cm
Localização: Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil

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Mestres da Pintura – RENOIR

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura não é uma fantasia vã. É, antes de tudo, um trabalho manual e é necessário realizá-la como um bom operário. (Renoir)

Não creio que nenhum outro pintor tenha interpretado a mulher de maneira mais sedutora. O pincel de Renoir, rápido e leve, lhe dá graça, agilidade, abandono, faz a carne transparente, colore as maçãs do rosto e os lábios com um encarnado brilhante. As mulheres de Renoir nos enfeitiçam. (Théodore Duret)

O pintor francês, Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), alegrava-se por ter nascido num família de grande talento manual, onde havia alfaiates, ourives e desenhista de modas. Para ele teria sido mais difícil se tivesse nascido numa família de intelectuais, pois teria levado muito tempo para se livrar das ideias recebidas. De origem humilde, aos 13 anos de idade, Renoir deu início à sua carreira artística, pintando porcelanas, cortinas e leques para ajudar financeiramente sua família, composta por mais seis irmãos. Émile Laporte, seu colega nas aulas noturnas da Escola de Desenho e Arte Decorativa, incentivou-o a frequentar o ateliê do mestre suíço Charles Gleye, para que pudesse depois se ingressar na Academia, o que aconteceu dois anos depois.

A princípio, Renoir exercitava-se fazendo cópias de quadros de pintores famosos, pois, como dizia, “para compreendê-los é preciso copiá-los”. Ali ficou conhecendo Monet, Sisley e Bazille que não gostavam da “arte-oficial”, exigida pelo Salão (local de exposição em Paris, que seguia rigidamente as normas acadêmicas). Nos dias ensolarados, eles deixavam as portas fechadas do ateliê, para pintar ao ar livre (plain air). Morou com o colega Sisley e depois com Bazille, faltando-lhe, muitas vezes, até o dinheiro para comprar tinta, pois vivia apenas de sua arte. Em uma de suas cartas, ele dizia: “Vou quase todos os dias para a casa de Monet. Nem sempre temos o que comer…”.

Renoir e seus amigos também nutriam grande admiração por Eugene Delacroix e Manet. Sendo que o último acabara de provocar um grande escândalo com o seu quadro Almoço Campestre, rejeitado pelo academicismo do Salão. O grupo, numa crítica mordaz, recebeu o nome irônico de “impressionistas”, alcunha essa que viria a dar nome ao novo movimento pictórico. Nas composições de Renoir, O Casal Sisley e No Verão, já é possível perceber a presença dos efeitos cromáticos da luz e da penumbra sobre os corpos, que mais tarde iriam se transformar nas sombras transparentes e coloridas do Impressionismo, cujo objetivo era aprisionar aquilo, que os olhos veem num determinado momento, sem a exigência da exatidão.

Apesar de trabalhar sob a ótica do movimento, que viria a ser chamado de impressionista, Renoir não abriu mão de também pintar dentro do ateliê, em ambiente fechado, pois sabia que a crítica conservadora renegava o trabalho daquele grupo de pintores com suas pesquisas sobre o instante capturado. Mesmo assim, teve as obras criadas, para serem expostas no Salão, recusadas. Foi quando sugeriu ao grupo a criação de um Salão dos Recusados, onde exporiam suas obras.

Posteriormente, o pintor foi criticado pelos amigos por expor telas suas no Salão e por moldar seus trabalhos aos interesses de sua clientela de burgueses. O artista estava num momento difícil de sua vida, em crise depressiva sobre o estilo a seguir, chegando a destruir telas já prontas. Assim, ao ver esgotada sua fase impressionista, o pintor voltou-se para uma pintura mais delicada e de cores mais suaves. Nos seus últimos 10 anos de vida, ele pintou a sua famosa série Banhistas (mulheres nuas no banho), em que dá mais destaque às figuras principais, sem se preocupar com o fundo das telas. A série trata-se de mulheres volumosas e de formas arredondadas, por isso, o artista é muitas vezes chamado de “O Pintor das Gordinhas”.

Renoir parece ter levado uma vida familiar normal, ao contrário de seu amigo Monet. Casou-se com a modelo Aline Charigot, com quem teve três filhos: Pierre, Jean (cineasta) e Claude. Viveram juntos até o final da vida dela, que morreu vitimada pela diabetes. Um ataque grave de reumatismo abalou a saúde de Renoir, resultando numa paralisia facial. Com as mãos deformadas pela doença, foi obrigado a amarrar os pinceis no pulso para pintar. Seus últimos anos de vida foram passados numa cadeira de rodas, em razão de uma paralisia parcial. Mesmo assim, pintou até seu último dia de vida, quando compôs um ramalhete. Morreu aos 68 anos de idade, deixando um acervo riquíssimo.

Nota: Ilustrando o texto estão dois autorretratos do pintor.

Fontes de pesquisa:
Renoir/ Coleção Folhas
Renoir/ Abril Coleções
Renoir/ Coleção Girassol

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Van Gogh – CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE SUA VIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho van

No trabalho artístico, Van Gogh tinha plena lucidez e pode controlar seus conflitos, sublimando-os até. O que ele não conseguia, mesmo, era viver. Talvez concorresse para isso sua doença com sérios acessos de depressão. Também na época não era fácil, sobretudo para alguém tão intrinsecamente alheio aos padrões de valores sociais que se definiriam no século 19. (Fayga Ostrower)

A obra de Vincent van Gogh, executada num curto período de 5 anos, rejeitada em sua época, atinge hoje preços estratosféricos no mercado de arte, num desses reveses da vida. A triste história do artista holandês já se fez presente na sua primeira escolha – ser evangelizador de uma igreja que não mostrava muita aceitação por ele. Mas, como sentia que não tinha o manejo fácil das palavras, começou a desenhar, coisa que fazia muito bem, e depois a pintar. Antes disso, trabalhou por algum tempo nas minas de carvão da Bélgica, numa situação desumana.

Atrás de seu tipo taciturno e desajeitado, quase que desconhecido em seu tempo, Van Gogh escondia uma doçura e uma generosidade ímpares, talvez só percebidas por seu adorado irmão Theo que tanto trabalhou por seu reconhecimento como artista, ainda que fruto algum fosse colhido no seu tempo, mas que se tornaria um celeiro no futuro. Suas linhas abruptas, traços curtos e vigorosos com sequências repetitivas, que se adensam, mostram a alta tensão emotiva em que vivia o pintor. Embora toda a sua atividade artística não ultrapasse  uma década, ainda assim contabiliza mais de 800 quadros, o que demonstra como sua mente era frenética.

Muitas vezes nós nos perguntamos o porquê de o sofrimento desabar pesadamente sobre alguém, sem lhe proporcionar um grama de alegria. Assim foi a vida de Van Gogh, uma tragédia artística e humana sem tréguas. Serão a sensibilidade e a criatividade o fermento do sofrimento? Por que sofrer com a indiferença da chamada vida civilizada? Não teria sido mais fácil ignorá-la? Nada disso foi possível a Van Gogh que sentia uma grande necessidade de contato humano e sobretudo de encontrar a si mesmo, de modo a dar sentido à sua vida. Nutria uma desesperada necessidade afetiva de se dar aos outros e de ser amado. Mas todas as suas buscas amorosas foram infrutíferas.

Van Gogh entregava-se por inteiro a tudo que fazia, de forma que a força de sua compulsão criadora não era capaz de conter-se dentro de moldes preestabelecidos. Ao contrário, vergava-se à sua vontade. Dentro dele, como em Noite Estrelada, tudo era movimento e agitação. É possível sentir esse turbilhão que não se acalmava nunca, através de seus traços desinquietos e exasperados, acompanhando as marcas deixadas por seus pinceis e espátulas.

No início de sua carreira Van Gogh escolheu os pobres e os desvalidos para pintar, como uma forma de protesto contra a indiferença de uma sociedade injusta, na qual sentia uma grande dificuldade de se inserir. Não conseguia aceitar que a existência fosse daquele jeito. Foi jogando essa emoção no seu trabalho que alcançou um estilo pessoal inconfundível e admirável. A falta de sentido que a vida representou para o artista, está presente em toda a sua obra,  assim como sua solidão, seus medos e necessidade de afeto.

Ele jamais se preocupou em encontrar a beleza, pois buscava apenas a verdade. Por isso, nunca sentiu necessidade de apagar as marcas deixadas por sua espátula ou a necessidade de misturar cores primárias. A tinta brotava virgem dos tubos para suas telas que jamais retocava. Tinha dificuldade em retomar uma obra já iniciada, pois estava sempre em busca do novo. Expressar seus sentimentos, ainda que doídos, era tudo o que queria. Isso fazia com que sua pintura  diferisse tanto das demais de seu tempo, a ponto de ser tido como o precursor do Expressionismo europeu, conforme atesta o pintor Pablo Picasso: Quando mais ninguém soube como continuar, Van Gogh descobriu uma ampla estrada para o futuro. Mas essa descoberta custou a vida do próprio pintor. No desespero para encontrar uma explicação para sua própria vida, Van Gogh acabou se autodestruindo, tomando o suicídio, aos 37 anos, como caminho final, enquanto deixava uma estrada para o futuro.

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Van Gogh – NOITE ESTRELADA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Com frequência penso que a noite é mais viva e mais rica em cores do que durante o dia. Eu confesso não saber a razão, mas olhar as estrelas sempre me faz sonhar. Saio noite afora para pintar estrelas. (Van Gogh) (Van Gogh)

Neste quadro, quase síntese cósmica de toda uma busca humana e pictórica de Van Gogh, é como se astros, mundo, terra e céu girassem numa trepidante atmosfera, sob cuja proteção pintou um povoado que, a julgar por seu campanário, recorda mais os de sua meninice na Holanda do que as aldeias provençais. (Laura García Sánchez)

A noite esteve muito presente nas telas de Van Gogh, nos seus últimos anos de vida, como se ele buscasse algo além das estrelas. Anteriormente a esta tela fantástica, o artista pintou Terraço de Café na Praça do Fórum e também Noite Estrelada sobre o Ródano (ambos presentes no blog), tendo a noite como tema. O pintor tinha uma maneira peculiar de retratar a noite. Para superar o escuro, usava várias velas acesas na aba de seu chapéu, enquanto pintava, apesar do perigo de queimar-se.

Quando produziu Noite Estrelada, Van Gogh encontrava-se no sanatório, por vontade própria, há quase um mês. Durante um ano permaneceu no local, existindo contínuas oscilações em sua saúde.  Apesar de muitas vezes aparentar tranquilidade e ternura em suas cartas ao irmão Theo, o artista convivia com profundas crises de depressão.  A tela em ora em estudo é o resultado do agravamento de seu estado mental desequilibrado. O pintor estava à época com 37 anos de idade.

Van Gogh, ao optar por ficar num sanatório, ganhou regalias que não eram dispensadas aos outros companheiros do lugar. Era-lhe permitido deixar o lugar para pintar sempre que quisesse,. A princípio contentou-se com o ambiente em volta do sanatório, depois foi ganhando coragem e  aventurando-se por lugares mais distantes. Gostava de observar o mundo do lado de fora, assim como a forma grotesca da vegetação e das rochas, de modo que as representava distorcidas e desfiguradas, tal e qual elas se mostravam. No entanto, o quadro intitulado Noite Estrelada foi pintado recorrendo à memória e à imaginação, antes de ganhar confiança e superar o distanciamento entre o mundo exterior e o sanatório.

Esta tela, segundo analistas da obra de Van Gogh, demonstra uma energia nunca vista em outra obra do pintor e possivelmente em toda a história da pintura. Karl Jaspers, filósofo e psiquiatra alemão, no seu estudo sobre Van Gogh, assim analisa: Os objetos, como coisas individuais, desaparecem para se converter em redemoinhos.

A olharmos para a tela Noite Estrelada, temos a sensação de que o pintor observava tudo de um ponto no alto, mas ele já não quer dizer nada, no sentido de perpetuar o que vê. É levado apenas a exprimir o que sente, ou o que se passa em sua alma conturbada. Seu incandescente e sinuoso cipreste parece querer atingir o céu, enquanto a lua explode-se em esplendor. À direita está um agrupamento de oliveiras, formando uma densa nuvem. As estrelas também ganham a posição de sóis. A cidadezinha parece insignificante lá embaixo, com um pouco de luz aqui e acolá. Apesar de frágil, só o pináculo da torre da igreja parece desafiar o céu. As aspirais de luz traduzem toda a energia do quadro, como se quisessem abraçar ou expulsar tudo que delas se aproximam.

Noite Estrelada é uma das mais belas visões já criadas do céu noturno. A estrutura da pintura é dinâmica, ondulada. O céu parece em movimento e a lua e as estrelas espalham seu brilho em forte amarelo. Se olharmos a pintura com intensidade, somos levados a sentir os movimentos que dela emanam, pois tudo ali parece ganhar vida. Alguns estudiosos veem nesses traços luminosos a representação da nossa Via Láctea.

Van Gogh entregava-se por inteiro a tudo que fazia, de forma que a força de sua compulsão criadora não era capaz de conter-se dentro de moldes preestabelecidos. Ao contrário, vergava-se à sua vontade. Dentro dele, como em Noite Estrelada, tudo era movimento e agitação. É possível sentir esse turbilhão que não se acalmava nunca, através de seus traços desinquietos e exasperados, acompanhando as marcas deixadas por seus pinceis e espátulas, apesar do tempo que nos separa dele.

Ficha técnica:
Data: 1889
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 92 cm
Localização: Metropolitan Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos

Fontes de pesquisa:
Mestres da Pintura/ Editora Abril
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Van Gogh/ Editora Taschen
Van Gogh/ Girassol
Para Entender a Arte/ Maria Carla Prette

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Van Gogh – TERRAÇO DO CAFÉ À NOITE

Autoria de Lu Dias Carvalho Shiva1

               (Faça o curso gratuito de História da Arte, acessando: ÍNDICE – HISTÓRIA DA ARTE)

Aqui está um quadro noturno, sem ter usado tinta preta, somente azuis, violetas e verdes maravilhosos. (Van Gogh)

Com frequência penso que a noite é mais rica e viva em cores do que o dia. (Van Gogh)

A composição intitulada Terraço do Café à Noite é uma obra de Van Gogh. Retrata a Praça do Fórum em Arles. Trata-se de uma cena noturna pintada no local. O artista tinha fascinação pelas noites provençais, cheias de estrelas, como podemos ver em suas telas Terraço do Café na Praça do Fórum (O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite) e em Noite Estrelada sobre o Ródano.

O céu encontra-se todo pintado de azul e não de preto, salpicado de estrelas de diversos tamanhos, embora seja noite. As pinceladas deixadas pelo pintor estão bem visíveis, pois a superfície não é alisada, sendo possível acompanhar o rastro do pincel. Várias pessoas estão assentadas em frente ao café. O garçom está vestido de branco em meio aos clientes. Algumas mesas e cadeiras encontram-se vazias na entrada do café. Outras estão espalhadas pela rua à espera dos fregueses.

Alguns transeuntes conversam parados na rua. Um cavalo, que parece puxar uma carruagem, surge no centro da composição em direção ao café. Tanto as pessoas que se encontram na rua, quanto o cavalo recebem o reflexo amarelado da lâmpada a gás dependurada no café.

Van Gogh usou a perspectiva na metade inferior do quadro, atraindo o olhar do observador em direção ao café. A composição apresenta duas fontes de luz: a natural – vinda das estrelas – e a artificial – vinda do café. Essas fontes se fundem, trazendo à obra uma luminosidade toda especial.

O café – em especial o toldo – apresenta inúmeros tons de amarelo que contrastam maravilhosamente com os diversos tons de azul. O verde também marca sua presença na tela. O vermelho está presente em pequena quantidade. Como o próprio artista registrou, embora se tratasse da noite, não existe a presença do preto.

Dados técnicos:
Data: 1888
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 81 x 65,5 cm
Localização: Kröller – Müller Otterlo, Holanda

Fonte de pesquisa
Tudo Sobre Arte/Editora Sextante
Van Gogh/Coleção Folha do Estado de São Paulo
Van Gogh/Abril Cultural

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