Autoria de Lu Dias Carvalho
O besouro rola-bosta tem um cérebro mais ou menos do tamanho de um grão de arroz, e, ainda assim, pode fazer coisas que não poderíamos nem imaginar. Basicamente, ele é todo desenvolvido para lidar com sua fonte de comida, que é o estrume. (Marcus Byrne)
O zoólogo e entomologista Marcus Byrne, professor em Joanesburgo, África do Sul, possui uma verdadeira paixão pelo modo como os insetos resolvem os problemas inerentes ao meio ambiente onde vivem. Dentre esses, o besouro rola-bosta (também conhecido como escaravelho) é o que mais o fascina. Marcus procura, através dos truques dos insetos, encontrar ideias para aplicar na solução dos problemas humanos, mostrando que eles têm muito a ensinar aos homens, apesar de esses se sentirem como os senhores do planeta Terra.
Apesar de carregar um cérebro diminuto, o besouro rola-bosta demonstra grande inteligência ao carregar para casa seu alimento – excremento animal. O pequeno inseto causa surpresa pela precisão que possui, ao levar o alimento até sua toca. Em razão de um apurado sistema de navegação visual, ele rola o excremento animal, com extrema precisão, mesmo que seja na escuridão noturna.
O excremento expelido por outros animais ainda tem nutrientes para o besouro rola-bosta e suas larvas são criadas dentro de uma bola de esterco. Em todo o mundo existem cerca de seis mil espécies de tal besouro. A maioria delas enrola seu alimento em um tipo de embalagem. Apenas 10% das espécies fazem uma bola com o excremento, saem rodando com ela em linha reta e a soterram distante do local, onde foi encontrado o alimento.
O besouro rola-bosta, com sua cabeça abaixada, caminhando para trás, empurra sua carga preciosa com muita atenção e cuidado. Segundo o zoólogo Marcus Byrne, a competição acirrada é a responsável, possivelmente, pelo fato dele levar seu fardo alimentar para longe. Se encontra algum obstáculo pelo caminho, dribla-o e volta a seguir na mesma direção para onde se dirigia antes. Ou seja, como diz o zoólogo “ele sabe para onde está indo e sabe para onde quer ir”. De quando em vez, o inseto sobe no topo da bola de estrume e olha para o Sol, sua fonte de sinalização. Mesmo quando esse não se encontra visível, o besouro é capaz de seguir o padrão de luz polarizada no firmamento, invisível para nós humanos.
Ecologicamente falando, esse inseto coprófago tem muita importância para a natureza, pois aduba a terra com os excrementos que enterra, diminui a liberação de amônia, aumenta sua aeração, é um agente controlador de ectoparasitas dos bovinos, contribui para a limpeza das pastagens, etc. Para quem não sabe, coprófagos são aqueles que se alimentam de fezes. Isso mesmo, os besouros “rola-bosta” comem excrementos de mamíferos herbívoros. Também é conhecido por capitão, coró, carocha, vira-bosta e bicho-carpinteiro.
Nota: imagem copiada de diariodebiologia.com
Fonte de pesquisa
Revista Oásis http://www.brasil247.com/
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