Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Chardin – NATUREZA-MORTA E CACHIMBOS

Autoria de Lu Dias Carvalho

O francês Jean-Baptiste-Siméon Chardin é tido como um dos mais importantes pintores de naturezas-mortas da arte europeia, sendo suas obras muito estudadas pelos artistas do gênero, posteriores a ele. O gênero usado por Chardin surgiu como uma grande novidade na pintura do século XVIII, embora as academias torcessem o nariz, achando que se tratava de uma arte menor. As suas naturezas-mortas, assim como sua pintura de gênero, são elementos importantes da arte francesa.

A composição acima, conhecida como Natureza Morta e Cachimbos, ou ainda Natureza Morta com Cachimbos e Jarros, é uma das obras-primas do artista. Trata-se de um trabalho relativo aos seus últimos anos de carreira, que mostra a evolução de sua pintura. Diderot, filósofo e escritor francês, escreveu sobre Chardin: “A magia de seu trabalho é difícil de compreender-se. Usa espessas camadas de cores, uma sobre as outras, com o efeito final filtrando do interior. Alguma vezes parece que uma nuvem de vapor foi soprada através da tela, outras como se espuma de luz tivesse sido arremessada contra ela… Se se olha de perto, tudo se torna confuso, comprime-se, desaparece; quando se afasta, as formas reaparecem e revivem.”.

Sobre uma mesa retangular de madeira, com o tampo aparentemente de mármore, estão dispostos vários objetos de diferentes texturas: uma mala aberta com o fundo da tampa azul, cheia de inúmeros objetos aparentemente de vidro; um jarro pintado de branco com flores, destampado, e o copo e a tampa do mesmo jarro; dois cachimbos, um à esquerda, maior, e outro à direita, menor; um cálice cheio com o que parece ser uma substância cremosa; um recipiente de metal e um copo do mesmo material. Os elementos verticais contrastam com os horizontais. A impressão que se tem é que os objetos foram arrumados sem obedecer nenhum critério.  Os elementos verticais contrastam com os horizontais. Uma luz delicada banha-os, gerando uma sensação aprazível.

Ficha técnica
Ano: c. 1762
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 32 x 42 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Tintoretto – A NATIVIDADE

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição A Natividade é uma obra do pintor italiano Jacopo Tintoretto (1518 – 1594), cujo nome de batismo era Jacopo Robusti. Embora não haja clareza em relação a seus mestres, presume-se que entre eles estejam Ticiano, Andrea Schiavone e Paris Bardone. Além de ser considerado o mais importante pintor do estilo maneirista, Tintoretto também se apresenta entre os melhores retratistas de sua época.

A obra em estudo é monumental (ver dados abaixo). As figuras de São José, da Virgem Maria, de uma mulher e a de um pastor adorando o Menino Jesus saltam à vista. São imensas. Halos circundam a cabeça das figuras divinas. Não se sabe quem seja a mulher ali presente com a aparência de uma sibila. Ela tanto pode ser Santa Ana, ou uma pastora, ou a parteira da lenda segundo a qual ela atendeu Maria. De qualquer forma foi uma das ousadas criações do mestre Tintoretto.

À esquerda da composição, em segundo plano, observamos a comitiva dos Reis Magos que se aproxima do local, onde se encontra a Sagrada Família. Eles chegam a cavalo. Já no lado direito da pintura, ao fundo, os pastores, ao lado do rebanho, recebem a visita de um anjo que lhes dão a notícia do nascimento do Menino Jesus.

Muitos animais domésticos apresentam-se na cena: ovelhas, coelho, cachorro, galo, boi, burro, cavalos, etc. Contudo, o cordeirinho que aparece próximo ao Menino Jesus em sua manjedoura tem um significado especial: é o símbolo do sacrifício pelo qual a criança que acabara de nascer irá passar.

É interessante notar que Tintoretto foge à tradição, ao mostrar o estábulo com alguns postes, sendo reforçado pela presença do boi e do burro. A influência de Michelangelo na obra é visível, principalmente na modelagem das mulheres e na grandiosidade dos participantes do nascimento.

Uma radiografia desta obra mostrou que ela é muito complicada, pois o artista aproveitou a parte inferior de uma pintura que ele fizera cerca de vinte anos antes. As duas cenas de fundo esboçado (a chegada dos Reis Magos e a anunciação do Anjo aos pastores) foram adicionadas à pintura, quando a tela ganhou um formato horizontal, por um assistente do pintor. Não se sabe o porquê da mudança do formato.

Ficha técnica
Ano: 1567
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 155,6 x 358 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.mfa.org/collections/object/the-nativity-32992

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Fragonard – A LIÇÃO DE MÚSICA

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Jean- Honoré-Fragonard (1732 – 1806) deu início aos seus estudos artísticos com o mestre Jean-Siméon Chardin, famoso por suas naturezas-mortas e pinturas de gênero. Depois estudou com François-Boucher, que muito o impressionara e de quem herdou muitas influências. Sua ida para Roma em razão de uma bolsa de estudos ganha como prêmio, possibilitou-o estudar na Academia de França em Roma, onde estudou pintura barroca e Pietro da Cartona, ali permanecendo cerca de cinco anos. Continuou suas viagens pelos grandes centros de arte, aumentando seus conhecimentos. Ao lado de Antoine Watteau e François Boucher, o artista é tido como um dos mais importantes pintores de gênero de antes da Revolução Francesa. Como típico representante do Rococó francês, Fragonard não aderiu à revolucionária arte neoclássica.

A composição acima é uma pintura de gênero, pertencente ao estilo Rococó, intitulada A Lição de Música, obra do artista. Ela parece inacabada, com toques muito leves, não trazendo o colorido das pinturas do pintor. É por isso que alguns críticos dizem que se trata de um croqui, ou seja, de um estudo para uma pintura. A cena apresenta dois jovens personagens. A garota, bem séria, encontra-se diante do piano, com as mãos no teclado, enquanto o rapaz, aparentemente muito novo, parecendo ser seu professor, encontra-se à sua esquerda, com a mão esquerda sobre o livro de pautas e a direita sobre o espaldar da cadeira da garota.

Além do caderno de pautas sobre o piano vê-se também um candelabro. Sobre a cadeira almofadada, à direita, há um gatinho olhando para o observador, um instrumento musical e algumas folhas soltas. O enquadramento apertado da obra parece comprimir os personagens na tela.

Ficha técnica
Ano: c. 1769
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 110 x 120 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Ticiano – S. CATARINA DE ALEXANDRIA…

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor Ticiano Vecellio (1490 – 1576), também conhecido como Tizian Vecellio De Gregorio, Tiziano, Titian ou ainda como Titien, encontra-se entre os grandes nomes da pintura italiana. Ainda pequeno, retirava suco de flores para desenhar toalhas e lençóis. O pai, Capitão Conte Vecellio, reconhecendo o pendor artístico do menino, retira-o da pequena Pieve Cadore, onde nascera e envia-o para Veneza, acompanhado do irmão mais velho. Ali, ainda com seus oito anos de idade, ele é apresentado por um tio aos mais importantes pintores venezianos da época.  Passa pelas mãos de Gentile Bellini e depois pelas de Giorgione que o acolhe com entusiasmo. Ticiano sorve com tanto interesse os ensinamentos de Giorgione que, com 20 anos incompletos, tem uma de suas pinturas confundida com a obra do mestre. Oportunidade em que o aluno percebe que não existe mais nada a ser aprendido com ele e passa a caminhar por conta própria.

A composição religiosa intitulada Santa Catarina de Alexandria em Oração e também como Santa Catarina de Alexandria Adorando a Cruz é uma obra de Ticiano atribuída à sua última fase, quando já contava com quase oitenta anos de idade. Nela estão presentes uma rigorosa perspectiva da disposição arquitetônica e  plasticidade das formas. O artista usou as sutilezas da cor sombria, aplicadas em largas pinceladas.

A cena acontece no que parece ser o espaço interior imediato à entrada de uma rica casa veneziana.  Ali se encontra Santa Catarina de Alexandria, contida e meditativa, rodeada pelos atributos que a identificam: um pedaço da roda em que seria martirizada, mas que foi quebrada em razão da intervenção divina; a espada, à sua esquerda, com a qual foi depois decapitada; e a palma, símbolo de seu martírio.

Santa Catarina usa uma luxuosa vestimenta e traz um dos joelhos sobre um pedaço da roda de madeira sobre a qual também se escora a vistosa espada de metal com cabo dourado. Traz as mãos cruzadas no peito e os olhos voltados para um enorme crucifixo à sua frente, fixo sobre o que parece ser uma lápide com ornamentos em alto relevo que parecem retratar a deposição de Cristo no túmulo. Aos pés da cruz vê-se uma caveira, simbolizando a morte. Uma grande palma é vista em primeiro plano, próxima à cruz.

Ao fundo, tanto à esquerda quanto à direita das colunas, vê-se uma sombria paisagem que diverge totalmente da parte interna do ambiente. O enorme cenário e a grandeza da arquitetura do local repassam a Santa Catarina um sentimento de grande solidão. Ela olha para a imagem de Cristo crucificado com imensa tristeza.

Ficha técnica
Ano: 1567
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 119x 100 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://artsviewer.com/titian-275.html

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Jacob van Ruisdael – MAR BRAVO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor holandês Jacob van Ruisdaele (1628/1629 – 1682) era filho do também pintor Isaac van Ruisdael. É provável que tenha recebido as primeiras aulas na oficina de seu tio Salomon van Ruysdael. O artista é tido como um dos mais notáveis pintores paisagistas holandeses do século XVII. Como o mar sempre foi parte integrante da vida holandesa, o pintor retratou-o em vários momentos.

A composição Mar Bravo é uma vista majestosa do estuário do rio Ij, próximo a Amesterdã. A natureza é mostrada com grande realismo, solenidade e beleza. O mar escuro e encapelado, cuja espuma forma uma renda branca, tem como dossel grossas nuvens que flutuam sob um fundo azul. O vento encrespa a água produzindo relevos.

Inúmeras embarcações com suas velas abertas são vistas ao fundo num mar menos turbulento. Algumas delas mostram-se inclinadas em razão da forte ventania. A que se encontra em primeiro plano traz uma bandeira que esvoaça. Ela se encontra em águas escuras e selvagens. Sua vela branca é iluminada por um raio de sol.

Ficha técnica
Ano: c.1670
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 107 x 125,8 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Jacob Jordaens – RETRATO DE UM HOMEM…

Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Retrato de um Homem e sua Mulher é obra do pintor Jacob Jordaens (1593 – 1678), um importante artista do Barroco Flamengo. Estudou com Adam van Noort que foi professor de Peter Paul Rubens, tendo também trabalhado por um curto período de tempo com Rubens. Dono de um estilo parecido com o de Caravaggio, embora também se arvorasse na pintura holandesa, o pintor executou inúmeras encomendas, inclusive internacionais.

Os dois retratados não foram identificados, mas presume-se que se trate de marido e esposa. O formato da pintura leva a um típico casamento da época (século XVII), pois a hera que se encontra subindo na arquitetura, à esquerda do casal, simbolizava o amor e a fidelidade matrimonial. O retrato foi tirado ao ar livre, como mostra a paisagem à direita.

A mulher encontra-se sentada, tendo o marido de pé, às suas costas. A vestimenta de ambos retrata a época em que viveram. A cabeça de ambos está voltada para o observador.

Durante muito tempo este retrato foi tido como obra de Peter Paul Rubens, pessoa de quem Jordeans foi assistente e grande conhecedor de seu estilo. Mais novo do que Rubens e Van Dyck – seus contemporâneos – o artista tornou-se um reconhecido pintor de retratos em Antuérpia, merecidamente sucessor de seu mestre.

Ficha técnica
Ano: c. de 1621 – 1622
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 124,5 x 92,4 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.mfa.org/collections/object/portrait-of-a-young-married-couple-31681

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