Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Hans Memling – O TRÍPTICO DONNE

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura denominada O Tríptico Donne, também conhecida como A Virgem e o Menino com Santos, é um tríptico do pintor alemão Hans Memling (c.1433 – 1494), cuja obra encontra-se no ponto de transição do Gótico para o Renascimento. Presume-se que ele possa ter sido aluno de Rogier vander Weyden. O artista foi dono de um estilo próprio, onde se destacaram suas figuras graciosas, cores ricas e detalhes minuciosamente trabalhados.

A Virgem e seu Menino encontram-se na parte central do tríptico, rodeados por dois anjos e duas santas. Maria está sentada sobre um trono, coberto com um dossel vermelho, trazendo o Menino Jesus sentado em seu colo, nu, com uma mãozinha no seu livro de orações, e a outra levantada em forma de bênção (ou para pegar a fruta que lhe oferece o anjo). As santas Catarina e Bárbara estão de pé, ladeando a Virgem e o pequeno Jesus, assim como dois anjos músicos com suas asas azuis.

Diante do trono, ajoelhado, juntamente com sua esposa Elizabete e filha, está o doador da obra – Sir John Donne. Ele usa roupas escuras, enquanto sua esposa usa um vestido de cor púrpura, adornado com um colar com um medalhão. A família ostenta riqueza. Santa Catarina apresenta Sir John à Virgem, enquanto santa Bárbara apresenta Lady Donne e sua filha Anne, a mais velha do casal.

No painel, à esquerda, está São João Batista com um cordeirinho branco (símbolo da Paixão de Cristo) no braço esquerdo, enquanto aponta para ele com a mão direita. Ao fundo vê-se uma figura com um gorro vermelho, é a do próprio pintor, responsável pela obra. No painel, à direita, está São João Evangelista, segurando um cálice. Os dois santos são intercessores do doador.

O reverso dos dois painéis que compõem a pintura central também é decorado com estátuas simuladas dos Santos Cristóvão e Antão Abade, o que indica que eram usados tanto abertos quanto fechados. Uma bela paisagem é vista no fundo da pintura da parte central e da pintura das asas do tríptico: um homem montado em um cavalo, um moleiro descarregando um saco de trigo de seu jumento, uma roda d’água de um moinho (atributo de Santa Catarina), uma torre (atributo de Santa Bárbara), árvores, etc.

Ficha técnica
Ano: c. 1475-80
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 71 x 68 cm (painel central)/ 71 x30 (painéis laterais)
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/hans-memling-the-donne-triptych

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Corregio – MERCÚRIO ENSINANDO CUPIDO…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Mercúrio Ensinando Cupido diante de Vênus, também conhecida como Vênus com Cupido e Mercúrio, ou ainda, A Escola do Amor, é uma obra do pintor renascentista italiano Corregio (c.1469-1534), cujo nome oficial era Antonio Allegri, tido como um dos mais renomados artistas do Alto Renascimento italiano. É provável que tenha tido como mestre o pintor Francesco Bianchi Ferrari. Recebeu influências de Andrea Mantegna, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio e Michelangelo. Em sua busca para levar leveza e elegância a seu trabalho, acabou por ser um pioneiro na pintura ilusionista.

Presume-se que esta pintura, que fazia parte da coleção do Duque de Mântua, fez par com “Antíope”, que se encontra hoje no Museu do Louvre. Ela representaria o “amor intelectual”, enquanto a segunda simbolizaria o “amor físico”.

Vênus, Mercúrio e Cupido, em primeiro plano, encontram-se numa clareira na floresta. A deusa está próxima ao filho, a quem o deus Mercúrio (Hermes) mostra algo escrito. Vênus é vista de frente, nua, como uma deusa alada, carregando um manto vermelho no ombro esquerdo. Mercúrio, também nu, sentado, com parte de seu manto azul no ombro e no colo, olha carinhosamente para o pequeno deus. Ele não traz seu capacete alado, como é comumente mostrado, portanto, trata-se de uma representação incomum em relação aos dois deuses mitológicos.

Ficha técnica
Ano: c. 1525
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 91 x 155 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Pietro Longhi – O ARRANCA-DENTES

Autoria de Lu Dias Carvalho

Contemporâneo de paisagistas, Pietro Longhi poderia ser chamado mestre da paisagem humana. Seguiu a topografia dos costumes sociais, em lugar de descrever a psicologia. (Enciclopédia dos Museus)

O desenhista e pintor italiano Pietro Longhi (1702 – 1785) tornou-se famoso por seus retratos e cenas de gênero no estilo Rococó. Seu pai Alessandro Falca era ourives. Longhi iniciou seus estudos com o artista Antonio Balestra. Veio depois a estudar e trabalhar com Giuseppe Crespi, responsável por introduzi-lo no estudo da natureza e dos temas de gênero. Inicialmente, sua criação estava ligada aos temas religiosos e aos mitológicos, mas, por influência de Antoine Watteau e de seus seguidores, enveredou-se pelas cenas de vida pública e privada, pintando, sobretudo, cenas da vida dos nobres da Veneza do século XVIII. Apesar da delicadeza de suas pinturas, essas traziam, muitas vezes, certa dose de humor. Seu filho, Alessandro Longhi, também se tornou um renomado pintor.

Na composição O Arranca Dentes, o artista apresenta uma cena em que um extrator de dentes, atividade comum à época, mas que se restringia apenas à retirada de dentes e à abertura de abscessos,  encontra-se sobre uma mesa de um local meio escurecido, mostrando o resultado de seu trabalho. O caráter de espetáculo dado à cena é reforçado pela presença de um mico, num patamar mais alto, atrás do personagem principal, que ergue o braço direito para mostrar o dente arrancado.

Um jovem e cabisbaixo rapaz, sentado na mesma mesa em que se encontra o dentista, traz um lenço branco na boca, o que deixa claro tratar-se do dono do dente extraído, a cuspir sangue e ainda curvado pela dor, pois a ação acabara de acontecer. Através de seus trajes humildes pode-se concluir que se trata de alguém do povo.

Um grupo de doze pessoas está presente no ambiente do espetáculo. É interessante notar que os dois mascarados, em primeiro plano, são os mesmo que se encontram ao fundo, à esquerda do dentista. A postura dos pares é praticamente idêntica. É possível que se tratem das mesmas pessoas, sendo representadas em dois momentos diferentes, embora se encontrem bem próximas. Suas máscaras fazem sombras no chão, o que significa que a luz vem da direita.

Duas mulheres emparelhadas, usando longos e trabalhados véus, fazem parte do grupo de espectadores. Parecem pertencer a uma classe rica. Uma delas observa o comportamento das crianças, à esquerda, que parecem oferecer algo ao macaquinho que se mostra indiferente ao que acontece em seu derredor. Uma anã bem vestida aparenta negociar com um homem, sentado num pequeno banco, que vende peras, vistas num cesto a seus pés.

As duas colunas presentes na obra representam as do Palácio Ducal  e trazem inscrições que fazem menção a Pietro Grimani (doge na época), e à eleição de Antônio Poli como vigário da Igreja de Santa Margherita.

Ficha técnica
Ano: 1746
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 62 x 50 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://artistika.blogspot.com.br/

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Turner – O SOL ERGUENDO-SE ATRAVÉS DA NÉVOA

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição O Sol Erguendo-se através da Névoa é uma obra do pintor inglês Joseph Mallord William Turner, tido como um brilhante paisagista e o criador da pintura romântica de paisagens. Em seu trabalho paisagístico, o artista trabalhava principalmente com o uso da luz que absorvia as formas e transformava-as em vibrações cromáticas. Muitas vezes, a visão topográfica de suas paisagens não passavam de uma claridade intensa de espaço e luz.

Esta é uma pintura da fase inicial de sua carreira, em que ele une a terra e o mar num único elemento luminoso, a refletir reflexos que banham as figuras humanas. Ao fundo, em segundo plano, são vistas as silhuetas escuras das grandes embarcações. Na praia, inúmeras pessoas, homens e mulheres, trabalham limpando peixes, enquanto outras pessoas estão a vendê-los ou a comprá-los.

Ficha técnica

Ano: 1807
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 134,5 x 179 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa

Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Robert Campin – A VIRGEM E O MENINO DIANTE…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada A Virgem e o Menino diante de um Para-fogo é uma obra do pintor flamengo Robert Campin (1375 – 1444), que alguns creem ter sido o pintor denominado Mestre de Flémalle. Era dono de uma aguda percepção, o que o levava a apresentar com perfeição os pormenores de seus trabalhos. Suas obras do início de sua carreira são parecidas com iluminuras francesas.  Embora imprecisas, suas figuras revelam uma ilusão de profundidade. Dentre seus alunos está o famoso pintor Rogier van der Weyden que também exerceu influência na obra de seu mestre.

Na pintura em questão, a Virgem Maria, sentada sobre um banco de madeira, encontra-se amamentando seu Menino. Está suntuosamente vestida, traz a gola do vestido aberta e de onde tira o seio direito, na costumeira posição que as mães usam para amamentar os filhos. Seus longos e cacheados cabelos caem-lhe pelos ombros e costas. Ela é representa como a Rainha do Céu em seu palácio. À sua direita, sobre almofadas vermelhas, encontra-se seu livro de orações. O armário de madeira, à direita, no qual a Virgem apoia o braço, traz sobre seu tampo um cálice.

O Menino Jesus é apresentado nu, deitado no colo de Maria, para evidenciar a sua humanidade. Está virado para o observador, com sua mãozinha esquerda tocando o cabelo, e não parece apressado para receber o leite materno. Mostra-se bem pequenino, em relação ao tamanho da Virgem Mãe.

Esta composição passou por algumas restaurações, tendo recebido alguns acréscimos: a arca de madeira, o cotovelo da Virgem e a parte abaixo da travessa horizontal da janela. Também foi cortada sua parte esquerda. Presume-se que tenha sido danificada durante  um incêndio. O para-fogo (peça móvel colocada diante do fogo para desviar o calor) feito de vime trançado, às costas da Virgem, parece-se com uma imensa auréola a circundar-lhe a cabeça.

A paisagem que se vê através da janela traz detalhes realistas. Ali estão uma fileira de lojas, dois homens com uma escada, apagando um início de incêndio, cavaleiros e pessoas andando nas ruas, etc. (ver os detalhes na figura menor)

Ficha técnica
Ano: c. 1440
Técnica: óleo com têmpera de ovo no carvalho com adições de noz
Dimensões: 63,5 x 49 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/research/the-virgin-and-child-before-a-firescreen
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/follower-of-robert-campin-the-virgin-and-child-

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Jacques Blanchard – VÊNUS E AS GRAÇAS…

Autoria de LuDiasBH

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A composição denominada Vênus e as Graças Surpreendidas por um Mortal é uma obra do pintor francês Jacques Blanchard.

Cinco figuras estão presentes na tela: Vênus, deusa da beleza e do amor; as Três Graças (Tália, Eufrósina e Aglaia ou Abigail), deusas da felicidade, responsáveis pela harmonia, pelo encanto, pela alegria, pelo desabrochar e por outras graças; também estão correlacionadas aos trabalhos do espírito e às artes; e o pequeno Cupido, deus do amor, ser imortal.

Vênus e suas companheiras encontram-se prazerosamente deitadas sobre um manto cinza, enquanto outro vermelho, atado às árvores, serve-lhes de sobrecéu. A deusa do amor tem a seu lado o filho, que dorme profundamente. Elas recebem a visita de um homem que se mostra surpreso diante de tanta beleza. A deusa e as Três Graças parecem não se importar com sua presença, pois não há nenhum sinal de retraimento por parte delas.

Ficha técnica
Ano: c. 1632
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 170 x 218 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch

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