Pietro Longhi – O ARRANCA-DENTES

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Contemporâneo de paisagistas, Pietro Longhi poderia ser chamado mestre da paisagem humana. Seguiu a topografia dos costumes sociais, em lugar de descrever a psicologia. (Enciclopédia dos Museus)

O desenhista e pintor italiano Pietro Longhi (1702 – 1785) tornou-se famoso por seus retratos e cenas de gênero no estilo Rococó. Seu pai Alessandro Falca era ourives. Longhi iniciou seus estudos com o artista Antonio Balestra. Veio depois a estudar e trabalhar com Giuseppe Crespi, responsável por introduzi-lo no estudo da natureza e dos temas de gênero. Inicialmente, sua criação estava ligada aos temas religiosos e aos mitológicos, mas, por influência de Antoine Watteau e de seus seguidores, enveredou-se pelas cenas de vida pública e privada, pintando, sobretudo, cenas da vida dos nobres da Veneza do século XVIII. Apesar da delicadeza de suas pinturas, essas traziam, muitas vezes, certa dose de humor. Seu filho, Alessandro Longhi, também se tornou um renomado pintor.

Na composição O Arranca Dentes, o artista apresenta uma cena em que um extrator de dentes, atividade comum à época, mas que se restringia apenas à retirada de dentes e à abertura de abscessos,  encontra-se sobre uma mesa de um local meio escurecido, mostrando o resultado de seu trabalho. O caráter de espetáculo dado à cena é reforçado pela presença de um mico, num patamar mais alto, atrás do personagem principal, que ergue o braço direito para mostrar o dente arrancado.

Um jovem e cabisbaixo rapaz, sentado na mesma mesa em que se encontra o dentista, traz um lenço branco na boca, o que deixa claro tratar-se do dono do dente extraído, a cuspir sangue e ainda curvado pela dor, pois a ação acabara de acontecer. Através de seus trajes humildes pode-se concluir que se trata de alguém do povo.

Um grupo de doze pessoas está presente no ambiente do espetáculo. É interessante notar que os dois mascarados, em primeiro plano, são os mesmo que se encontram ao fundo, à esquerda do dentista. A postura dos pares é praticamente idêntica. É possível que se tratem das mesmas pessoas, sendo representadas em dois momentos diferentes, embora se encontrem bem próximas. Suas máscaras fazem sombras no chão, o que significa que a luz vem da direita.

Duas mulheres emparelhadas, usando longos e trabalhados véus, fazem parte do grupo de espectadores. Parecem pertencer a uma classe rica. Uma delas observa o comportamento das crianças, à esquerda, que parecem oferecer algo ao macaquinho que se mostra indiferente ao que acontece em seu derredor. Uma anã bem vestida aparenta negociar com um homem, sentado num pequeno banco, que vende peras, vistas num cesto a seus pés.

As duas colunas presentes na obra representam as do Palácio Ducal  e trazem inscrições que fazem menção a Pietro Grimani (doge na época), e à eleição de Antônio Poli como vigário da Igreja de Santa Margherita.

Ficha técnica
Ano: 1746
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 62 x 50 cm
Localização: Museu de Brera, Milão, Itália

 Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://artistika.blogspot.com.br/

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