Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Lorenzo Lotto – UMA DAMA COMO LUCRÉCIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Uma Dama como Lucrécia é uma obra-prima do pintor, desenhista e ilustrador italiano Lorenzo Lotto (c.1480 -1556). O artista serviu de ponte de transição entre os velhos mestres de Veneza e a arte do Barroco tardio, no norte da Itália. Dentre os pintores que exerceram influência em sua obra estão Giovanni Bellini, Antonello da Messina, Giorgione, Ticiano e Rafael. Ele pintou altares, obras religiosas e retratos.

A tela mostra uma mulher a três quartos. Sua pose – inclinada para a sua direita–  é instável e seus gestos mostram-se meio rústicos. Seu vestido verde, pintado com laranja brilhante, e o arranjo branco dos cabelos são finamente trabalhados. Um colar de ouro com muitas voltas do qual pende um pingente com pedras preciosas que refletem luz e pérola enfeita o decote amplo de seu vestido com mangas bufantes.

Na frente da modelo – não foi identificada –, sobre uma mesa com toalha cor-de-rosa, há um ramo de flores amarelas e um pedaço de papel com a inscrição: “Após o exemplo de Lucrécia não deixe nenhuma mulher violada viver”. A retratada parece mostrar em sua mão esquerda o desenho de Lucrécia Bórgia que se encontra nua, momentos antes de apunhalar-se no coração. O dedo indicador de sua mão direita também se direciona para o desenho da romana prestes a apunhalar-se, após ter sido estuprada.

Nota: Lucrécia Bórgia foi mulher de Lucius Tarquinius, tendo sido violada pelo filho dele. Ela se suicidou em razão da desonra.

Ficha técnica
Ano: c. 1570
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 96,5 x 73,5 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Renascimento/ Editora Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/lorenzo-lotto-portrait-of-a-woman-inspired-by-

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Pisanello – A VIRGEM E O MENINO COM…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O medalhista, desenhador e pintor italiano Pisanello (1395–1455) tinha como nome original o de Antonio di Pucci Pisano. Foi criado em Verona, mas estudou em Veneza com o mestre Gentile Fabriano, servindo-lhe de assistente nos trabalhos do palácio do Dodge. Mudou-se para Florença e de lá foi para Roma, após a morte da mãe. Veio a tornar-se um dos pintores mais importantes de seu tempo, sendo chamado para executar trabalhos nas cortes de Mântua, Ferrara e Milão. Também trabalhou em Nápoles para o rei Afonso de Aragão. Em razão de sua pintura que unia a elegância e a delicadeza, aliada a uma alegre narrativa e uma observação afiada da natureza, Pisanelio tornou-se um dos maiores representantes do Gótico Internacional.

A pintura do artista, denominada A Virgem e o Menino com São Jorge e Santo Antônio Abade  mostra o encontro de São Jorge (à direita), exemplo de virtude, com Santo Antônio Abade (à esquerda), protetor contra a peste a lepra, sob a presença da Virgem com o seu Menino em sua visão fulgurante.

Maria encontra-se acima da cena entre os dois santos, meio de perfil, como se flutuasse no ar dentro de uma enorme esfera de luz dourada da qual emergem muitos raios de ouro que se contrapõem à cena abaixo, dando luminosidade ao dia.  Apenas metade de seu corpo é vista. Suas vestes trazem as cores e as formas do Gótico Internacional. Ela traz o seu Menino nos braços. Abaixo, na terra, tendo como fundo uma floresta, estão São Jorge e Santo Antônio Abade.

O santo à direita usa uma complexa armadura, com uma cruz nas costas e traz na cabeça um grande chapéu, mostrando que se trata de um cavaleiro com posses. Pisa nas asas do dragão, cuja cabeça toca sua perna direita. Parte das cabeças de dois cavalos é vista à sua direita. O santo à esquerda é um velho eremita de expressão irritadiça que se apresenta curvado, trazendo nas mãos um sino, o qual toca com um galho de árvore. Um halo dourado circunda sua cabeça. A seus pés está um porco que, assim como o sino, é também seu atributo. A relação entre ambos é formal.

Pisanello mostra a sua capacidade artística sobretudo no chapéu de São Jorge, na pintura da volumosa e arredonda armadura e pelos maravilhosos efeitos da luz sobre o metal, mas não apresenta uma figura convincente com a santidade. Uma floresta serve de pano de fundo para a cena.

Ficha técnica
Ano: 1435-1441
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 29,2  x 47 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
Obras-primas da arte ocidental/ Taschen
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Géricault – A JANGADA DA MEDUSA

Autoria de Lu Dias Carvalho

(Clique na foto para vê-la mais próxima e maior)

A pintura atinge e atrai todos os olhos. (Le Journal de Paris).

Nem a poesia nem a pintura conseguirão um dia transmitir o horror e a angústia dos homens na jangada. (Théodore Géricault)

Esta pintura de Géricault abriu novos caminhos, levando a arte ao controvertido domínio do protesto político. (Robert Cumming)

A composição A Jangada da Medusa, também conhecida como A Balsa da Medusa, é uma obra-prima do sensível pintor francês Théodore Géricault, um dos mais famosos artistas do estilo romântico em seu início, na França. Foi inspirada num fato real que diz respeito à fragata Medusa que, em 1816, soçobrou na costa da África Ocidental, quando se dirigia ao Senegal. Levava cerca de 400 passageiros a bordo, mas os botes salva-vidas só podiam resgatar 250. Assim, 150 pessoas foram jogadas numa jangada feita às pressas. Dessas, apenas 10 sobreviveram depois de 13 dias perdidas no mar. Vitimados pela fome e sede, dizimaram-se uns aos outros. O fato tornou-se um acontecimento escandaloso, cuja responsabilidade caiu sobre o comandante, um homem arrogante, protegido pelo regime Bourbon.

Géricault  fez inúmeros desenhos e esboços a fim de captar melhor aquilo que queria externar. Escolheu para pintar o momento em que os sobreviventes do naufrágio avistam ao longe o pequeno navio mercante Argus, responsável por salvá-los. Para criar sua obra de tom heroico, contatou dois sobreviventes (o médico Savigny e o cartógrafo Corréad) da tragédia, além de ler o livro escrito por ambos. Fez uma maquete de uma jangada em tamanho real  a fim melhor representá-la, dispondo figuras de cera sobre ela. Fez esboços de feridos, moribundos e cadáveres na tentativa de ser fiel à realidade. O artista chegou a visitar um hospital  para compreender melhor os detalhes anatômicos humanos, levando uma cabeça cortada e membros do corpo, colhidos num necrotério, para seu atelier. Também fez uso de modelos vivos. A obra tornou-se tão real que é possível ao observador imaginar-se entrando na jangada que ocupa o primeiro plano da tela. A parte dedicada ao mar ganhou pouco destaque.

A obra – pintada quando o artista tinha apenas 27 anos – apresenta um grupo desesperado de pessoas sobre uma jangada feita dos escombros (tábuas, cordas, partes do mastro, etc.) da fragata Medusa, à deriva no mar, em meio a ondas bravias, aguardando socorro. Muitos dos náufragos já se encontram mortos. Apesar da tristeza e do desespero reinante é possível captar o intenso alívio e a emoção do pequeno grupo, à direita, à vista de socorro, o que imbui a obra de grande dramaticidade. O grupo forma uma pirâmide menor. Vale lembrar que os sobreviventes já se encontravam quase mortos e enlouquecidos, mas, ainda assim, foram pintados como jovens fortes e musculosos.

Corpos sem vida espalham-se por toda a jangada. Um deles, em primeiro plano, tem a cabeça na água. À esquerda, um pai, com um pano vermelho nas costas, lamenta a morte do filho, segurando seu corpo nu sobre a perna esquerda, sem mostrar interesse algum pela possibilidade de resgate. Atrás dele, mais ao fundo, um homem segura a cabeça com as mãos, lamentado a própria sorte. O restante dos sobreviventes traz os olhos voltados para a embarcação, ainda minúscula, ao longe, num ato de desespero e esperança, pois eles poderiam não ser vistos. Um homem, sobre um caixote, tenta levantar o mais alto possível a bandeira, sendo seguro por outro. Abaixo, recostado a um barril, outro homem ergue um pano branco. Outro se volta para trás, para anunciar aos companheiros o que acabara de ver, apontando para o horizonte distante.

À direita, um vagalhão em forma de pirâmide ameaça a jangada, contrapondo-se à vela. A natureza mostra sua força através da vela inflada pelo vento e pelos movimentos tempestuosos do mar. Ainda assim, raios de luz entrecortam as nuvens, como se trouxessem um vestígio de esperança. A presença de um machado com sangue na cena, em primeiro plano, é uma referência ao canibalismo relatado pelos sobreviventes. A presença de uma figura em silhueta, com o braço em perspectiva, eleva os olhos do observador da parte baixa da embarcação para o topo dramático formado pelo pequeno grupo que tenta chamar a atenção do Argus.

O artista  usou duas pirâmides para fazer sua obra. A primeira é formada pelas cordas que seguram a vela. A segunda é feita pelas figuras humanas, tendo na bandeira o ápice. Ela traz na sua base os doentes e agonizantes até chegar ao grupo que aguarda o resgate, ou seja, vai da agonia à esperança.  Uma melancólica e dramática paleta de cores, predominando os tons de carne, presentes nos corpos pálidos, postados nas mais diferentes posições. Através do claro-escuro do estilo Caravaggio, eles recebem um destaque pungente. Tons quentes contrastam com o azul escuro do oceano em fúria, debaixo de um céu de nuvens revoltas, mas bem mais claro. O tom escuro da pintura parece fortalecer a desdita tenebrosa das vítimas. Uma infinidade de influências de artistas anteriores é vista na obra.

Há no conjunto desta obra, considerada um clássico do Movimento Romântico, movida por uma brutal e intensa paixão, muitos movimentos complexos e gesticulação. Sua estrutura é piramidal e tem no mastro o seu ápice. Antes de criá-la, o artista fez cerca de cinquenta estudos. A inclusão de um negro segurando a bandeira vermelha e branca serviu de elemento polarizador, ao trazer para a discussão o movimento abolicionista, defendido pelo artista. Géricault criou esta pintura com o objetivo de repassar uma mensagem ao povo. Ainda sob o calor do terrível acontecimento, ela se tornou logo famosa, ganhando aplausos da crítica e do público. Foi mostrada no Salão de 1819, com o título “Cena de um Naufrágio”, sendo mal recebida. O júri não lhe concedeu nenhuma láurea. Em razão do boicote a seu trabalho, o artista foi a seguir para a Inglaterra, a convite, onde permaneceu dois anos. Só foi vendida após a morte prematura do artista, quando tinha 32 anos, ao amigo Dedreux-Dorcy.

A pintura, vista antes como um panfleto contra o governo, foi mudando aos poucos o seu enfoque diante do realismo e da comoção produzida, pois os fatos que se escondem por trás dela são ainda mais cruéis. A crítica política ficou em segundo plano, e o sofrimento humano, ou seja, a vida humana abandonada à própria sorte, passou a ocupar o primeiro lugar. Embora se trate de uma das primeiras pinturas do Movimento Romântico, com sua obra Géricault vislumbrou a chegada do Realismo, assim como o uso da mídia como uma ferramenta política.

Obs.: Esta pintura vem se degradando com o tempo, já tendo perdido muitas partes dos detalhes originais. O próprio pigmento (betume) utilizado pela artista tem contribuído para isso, sem possibilidade de restauração.

Ficha técnica
Ano: 1818
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 491 x 716 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Arte em Detalhes/ Robert Cumming
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/raft-medusa
http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2013/08/a-jangada-da-medusa
http://www.artble.com/artists/theodore_gericault/paintings/the_raft_of_the_medusa

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Stephan Lochner – NASCIMENTO DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor alemão Stephan Lochner (c. 1410 – 1451) foi um dos principais nomes da Escola de Colônia. Chegou a morar por certo tempo nos Países Baixos, mas foi em Colônia que teve uma importante oficina e tornou-se participante do conselho da cidade. Foi um grande admirador das obras de Jan van Eyck. A influência desse seu contemporâneo levou-o a criar um estilo muito primoroso. As obras tradicionais de sua Colônia também o levaram a criar pinturas delicadas, líricas e sensíveis. Lochner também unificou a vocação realística do sul da Alemanha com o idealismo do final do Gótico de Colônia. Suas obras apresentam uma intensa luminosidade e grande transparência, com grande destaque para os reflexos de luz. Ele foi, sem dúvida alguma, um importante pintor de sua época, com seu estilo delicado. É tido como um dos primeiros pintores alemães que seriam prestigiados pelos românticos.

A composição Nascimento de Cristo, também conhecida como Natividade, obra de extremo lirismo, é a outra parte de um díptico. A Virgem Mãe, mais parecida com uma jovenzinha, encontra-se ajoelhada no chão salpicado de palhas, diante de seu Menino Jesus, debaixo de um estábulo. Ela usa um vestido azul-escuro e, sobre ele, um suntuoso manto azul num tom mais claro. Uma grande e dourada auréola aparece por trás de sua cabeça, adornada com longos cabelos dourados que lhe caem pelas costas. Suas mãos encontram-se em postura de oração.

O diminuto Menino Jesus encontra-se deitado sobre um pequeno pano bordado, estendido no chão sobre algumas folhas de capim seco, onde mal cabe seu corpinho nu. Ele também traz uma enorme auréola dourada que mais se parece com um travesseiro redondo. Sua mãozinha direita está em postura de bênção. Seus grandes olhos estão voltados para a Virgem. Atrás do pequenino está uma velha manjedoura, onde comem um boi e um burrinho. Três pequenos anjos aparecem na janela, enquanto outros quatro, presentes no telhado, trazem nas mãos um pergaminho. Um oitavo anjo, adejando, indica aos três pastores, à esquerda, a Virgem e seu Menino. À esquerda dos pastores encontra-se o rebanho.

Ficha técnica
Ano: c. 1440/45
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 35,5 x 21,6 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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Bramantino – A ADORAÇÃO DOS MAGOS

 Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição A Adoração dos Magos é uma obra do pintor e arquiteto italiano Bramantino (1465-1530), cujo nome de batismo era Bartolomeo Suardi. Herdou do mestre Donato Bramante o apelido usado. Presume-se que tenha recebido formação como pintor com o mestre Bernardino Butinone, artista renascentista. Em Roma, ele ajudou Bramante em várias construções. São tidas como obras-primas da tapeçaria italiana, as 12 alegorias relativas aos meses, produzidas por ele. Foi pintor da corte do Duque Francisco II Sforza. Recebeu influência da escola lombarda e de Leonardo da Vinci com seu sfumato. Foi muito admirado em sua cidade natal, Milão, onde exerceu o ofício de pintor e arquiteto. Também escreveu um trabalho sobre perspectiva.

A Adoração dos Magos encontra-se entre os mais notáveis trabalhos do artista, através do qual mostra seu conhecimento profundo de perspectiva e de arquitetura. Apresenta a Virgem e seu Menino recebendo a visita dos reis magos, que se preparam para homenagear a criança, pois, como se vê, ainda se encontram de pé. Nenhuma das figuras encontra-se calçada, o que leva a crer que os visitantes sejam pessoas que se sentem humildes diante do Salvador. Algumas delas trazem panos enrolados na cabeça, assim como a Virgem. O turbante do mago mais velho encontra-se no degrau abaixo daquele onde se encontram os pés de Maria.

A Virgem Maria, seu Menino e uma grande comitiva encontram-se em frente a um edifício em ruínas, sem uma lógica estrutural, apresentando molduras de pedra clara, enormes portas e paredes verdes. À esquerda da Virgem, São João Batista, carregando um cajado, aponta com o dedo indicador para o Menino Jesus, que se vira para trás para fitá-lo. À sua direita, outro homem (seria São José?), em frente à porta, também indica a criança. Muitas figuras humanas presentes são difíceis de serem identificadas, assim como a inscrição na base, onde a Virgem apoia seu pé direito.

Ao fundo, através das portas e do lado aberto da edificação, vê-se uma paisagem escarpada. À direita, ergue-se uma grande montanha rochosa que se assemelha a um castelo (como foi concebido originalmente, segundo testes com raios-X). São vistos, mais distantes, um velho arco triunfal e uma diminuta torre. O ponto de fuga da obra encontra-se no nível do joelho direito da Virgem.

Ficha técnica
Ano: c. 1500
Técnica: óleo sobre madeira de choupo
Dimensões: 57 x 55,2 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa

Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/research/exhibition-catalogues/building-the-picture/architectural-time/bramantino-the-adoration-of-the-kings

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Martin Schongauer – NASCIMENTO DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O gravador e pintor alemão Martin Schongauer (c. 1450 – 1491) era filho de um ourives. Formou-se provavelmente na oficina de Caspar Isenmann, da cidade de Colmar. Seu trabalho como pintor foi muito pouco documentado ao contrário do de gravador, cujo trabalho levava o monograma E. S.. Através de suas famosas gravuras em cobre e de seus desenhos, assim como de seus retábulos, exerceu grande influência no Gótico tardio na Alemanha. Na pintura acima é visível a influência flamenga, em especial a de Rogier van der Weyden.

A composição Nascimento de Cristo, também conhecida como Natividade, trata-se de um painel votivo. Provavelmente, o doador encontra-se na outra parte. Apresenta a Virgem Mãe com seu Menino Jesus ao colo, ao ar livre. Ela veste um vestido vermelho, trazendo sobre este um manto da mesma cor que se espalha sobre a vegetação. Está sentada sobre um banco coberto de erva. Segura seu Menino com a mão esquerda e com a direita oferece-lhe um galhinho de chicória, planta que, na Idade Média, era vista como dotada de poderes para afastar o mal. O pequeno Jesus, nu, sentadinho, traz a mãozinha direita em postura de bênção.

À direita, atrás da Virgem e de seu Menino, dentro do estábulo, encontra-se o carpinteiro José, de pé, com seu cajado, próximo a um boi e a um burro. Delicadas florzinhas cobrem o chão em torno do manto da Virgem, num delicado lirismo. À esquerda, desenrola-se uma paisagem com água, árvores e montes.

Ficha técnica
Ano: c. 1475/80
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 26 x 17 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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