Arquivo da categoria: Pintores Brasileiros

Informações sobre pintores brasileiros e descrição de algumas de suas obras

Vicente do Rego Monteiro – MANI OCA…

Autoria de Lu Dias Carvalho

manioca

A composição denominada Mani Oca / O Nascimento de Mani é uma obra do artista brasieliro Vicente do Rego Monteiro que nela retrata uma lenda indígena.

A tela mostra a índia que deu a luz a Mani, sentada numa rede, tendo a filhinha suspensa em seus braços. Ela apresenta sua menina aos habitantes da aldeia. Nota-se que a alvura da pele da criança contrasta-se com a dos demais indígenas, inclusive com a da mãe. Seu rostinho está direcionado para fora da pintura. Mãe e filha posicionam-se no centro da composição e são as únicas personagens a mostrarem o corpo por inteiro.

Os índios, nus e presentes a meio corpo, mostram-se surpresos com a cor da criança, admirando-a com olhos estupefatos. Alguns deles trazem adornos na cabeça e no pescoço. Seus olhos e demais traços são parecidos com os das gravuras japonesas dos séculos XVIII e XIX, evidenciando a influência recebida pelo artista das gravuras japonesas. Possuem cabelos escuros. O que difere os homens das mulheres é a presença de seios volumosos.

O chefe indígena, que na lenda seria o avô da criança, é o mais próximo do bebê. Ele usa um cocar com uma pena vermelha, um grosso colar no pescoço e colares de dentes de presas no peito. Uma índia, postada atrás da mãe e de seu bebê, do outro lado da rede, traz sua criança adormecida dentro de uma pequena rede, cujas alças circundam a sua cabeça, descansando em suas costas. A pele de sua criança contrasta com a pele da pequenina Mani.

O artista dá ao ambiente, registrado na pintura, o formato de uma oca. Uma abertura ao fundo deixa à vista um campo azul esverdeado, representativo da água e tanto pode ser um rio como o mar.

Para conhecer a lenda clique em: COMO SURGIU A MANDIOCA

Ficha técnica
Ano: 1921
Técnica: aquarela e nanquim sobre o papel
Dimensões: 28 x 36,5 cm
Localização: Acervo do Museu de Arte contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Vicente do Rego Monteiro/ Coleção Folha

Views: 5

Vicente do Rego Monteiro – A CRUCIFIXÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

acruci

A composição denominada Crucifixão é uma obra do pintor brasileiro Vicente do Rego Monteiro. Nela, o artista retrata a crucificação de Cristo. Em suas pinturas de temática religiosa, Vicente também retratou outras passagens da vida de Jesus, assim como episódios bíblicos e imagens de santos. Esta é um de seus trabalhos mais conhecidos.

Esta foi a primeira tela em que Vicente retratou um tema religioso. Para ela fez inúmeros estudos. Trata-se de uma obra estilizada e toda baseada em formas geométricas. Linhas horizontais e verticais estruturam a tela. Nas figuras são usados traços da cultura marajoara. A referência a essa cultura também está presente no traçado das mãos e dos pés das figuras (somente os pés de Cristo aparecem), assim como na supremacia dos tons terrosos.

Cristo traz na cabeça uma coroa de espinhos que faz o seu rosto sangrar. Seu olhar é de grande tristeza. Uma ferida é vista em seu peito direito, de onde escorre uma gota de sangue. Dois pequenos círculos escuros indicam as patelas de Jesus. Os quadrados com um x representam os pregos em suas mãos e pés. Abaixo deles escorrem gotas de sangue.

A figura de Cristo na cruz está ladeada por duas outras, com seus olhos a verterem lágrimas. Ao rosto de cada mulher, em formato de coração e partindo diretamente do ombro, agrega-se o corpo escuro e o braço levantado. Embora os rostos das mulheres sejam frontais, seus corpos encontram-se de perfil. Há uma pequena diferença no rosto de cada uma delas (uma está com os olhos fechados e a outra, abertos), mas a postura do corpo é a mesma, como se fossem espelhados. Ambas trazem os braços apoiados na cruz.

Cristo crucificado está de frente para o observador. Encontra-se centralizado na tela, em tamanho bem superior ao das mulheres, o que reafirma sua importância sobre essas. A luz, que é refletida no centro do corpo do Mestre, propaga-se pelas linhas brancas das vestes das mulheres, sendo responsáveis por esboçar o drapeado das mesmas e também o contorno das montanhas que se erguem atrás.

Os efeitos de claro-escuro contribuem para aumentar a dramaticidade da tela.

Ficha técnica
Ano: 1922
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 88,5 x 77,7 cm
Localização: Acervo da Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM/RJ, Brasil

Fontes de pesquisa
Vicente do Rego Monteiro/ Coleção Folha
Enciclopédia Itaú Cultural

Views: 45

Pintores Brasileiros – VICENTE DO REGO MONTEIRO

Autoria de Lu Dias Carvalho

viremon

A vida é tudo o que tenho. A vida e somente a vida. É sobre ela que estou construindo a minha obra. (Vicente do Rego Monteiro)

Em geral, o ideal do artista brasileiro é fugir de sua terra para ir adorar os ídolos europeus e voltar com alguns esquisitos nus de “cocotes” francesa ou alguns pinheiros romanos, pintados e repintados por meio mundo, como se não houvesse lindas mulheres e poderosas paisagens em nossa terra.” (Enrico Castelli, o Chim)

 O pintor, ilustrador, desenhista, muralista, escultor, poeta e professor Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) nasceu na cidade do Recife/PE. Era filho do comerciante de tecidos Ildefonso do Rego Monteiro e da professora Elisa Cândida Figueiredo Melo do Rego Monteiro. Desde pequenos ele e seus irmãos foram incentivados pela mãe em relação às artes. Dos cinco filhos três tornaram-se pintores, outro se tornou arquiteto e a outra, escritora.

A família de Vicente mudou-se para a França, quando ele estava com a idade de 12 anos. Antes disso tivera contato com a arte, ao acompanhar sua irmã mais velha nos cursos na Escola Nacional de Belas-Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Em Paris o garoto frequentou importantes academias, nas quais teve aulas de escultura, desenho e pintura. Também aproveitou para conhecer muitos países europeus, dando ênfase à visita de museus de arte. Paris também lhe proporcionou o conhecimento dos espetáculos de dança. Apaixonou-se, sobretudo, pelo balé russo, paixão essa que se faria presente em seu trabalho. Aos 13 anos de idade participou do Salão dos Independentes com duas obras: uma pintura e uma escultura.

No final de 1914 a família de Vicente retornou ao Brasil, fugindo da Primeira Guerra Mundial. O artista passou a viver no Rio de Janeiro, onde fez esculturas e mostrou-se interessado pela música e pela dança popular do país. Três anos depois voltou ao Recife, onde fez desenhos de danças e pinturas. O pintor criou desenhos e aquarelas tendo como referência as lendas amazônicas e outras temáticas do país, como as cabeças de negras. Tempos depois seria a vez da temática marajoara. O estudo da arte e culturas indígenas levou-o ao conhecimento da obra de Rugendas e Debret, tendo o último exercido grande influência em seus trabalhos. Também dedicou-se à temática religiosa. Em São Paulo tornou-se amigo dos modernistas Victor Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e do pintor acadêmico Pedro Alexandrino. Em sua viagem à Bélgica e à Alemanha travou conhecimento com os expressionistas que sobre ele exerceriam uma grande influência. Também viria a interessar-se pelo Surrealismo.

O artista retornou a Paris, onde montou um ateliê, ali permanecendo até 1933, morando mais de 10 anos na França. Segundo os críticos, ele realizou nesse período a sua mais representativa produção pictórica. Foi nessa época que apresentou sua primeira exposição individual. Dois livros com ilustrações suas foram publicados: “Montmartre” e “Quelques Visages de Paris”. Foi também nesse período que perdeu várias obras em razão de um incêndio em seu ateliê. Ali também conviveu com artistas e intelectuais brasileiros.

Ao retornar ao Brasil, Vicente ficou um grande período sem se dedicar à pintura com o afinco de antes. Comprou uma fazenda, onde passou a fabricar cachaça. Em 1937 retornou a Paris, apenas por alguns meses, e ali realizou duas exposições. Em 1942 retomou a pintura. Dedicou-se aos temas nordestinos, religiosos e às cenas de dança. Dedicou-se também à poesia. Continuou indo a Paris para expor sua arte. Foi professor na Escola de Belas-artes da Universidade Federal de Pernambuco.

Tendo se separado de sua primeira esposa, a francesa Marcelle Louis Villard, Vicente uniu-se a Crisolita Pontual Barreto Beltrão que lhe deu três filhos, e com quem viveu até o final de sua vida. O artista morreu de infarto na cidade do Rio de Janeiro em 1970, aos 71 anos de idade.

Fontes de pesquisa
Vicente do Rego Monteiro/ Coleção Folha
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso

Views: 8

Pedro Weingärtner – LA FAISEUSE D’ANGES

Autoria de Lu Dias Carvalho

lafaida

A composição La Faiseuse d’Anges (que na tradução literal significa “a fazedora de anjos”) é um trípitico do pintor brasileiro Pedro Weingärtner. Foi feita quando ele se encontrava em Roma, mas trazida depois ao Brasil, sendo exposta pela primeira vez na cidade de São Paulo, quando o artista ali realizou sua terceira exposição. A obra foi adquirida pelo governo  local e doada à Pinacoteca do Estado.

O assunto da obra — segundo o historiador de arte Rafael Cardoso — deve ter causado um grande impacto nas pessoas da época em razão de sua forte temática, que até os dias de hoje ainda é discutida: aborto e infanticídio — asuntos esses inclusive praticamente ausentes da tradição pictórica. Possivelmente o título em francês tinha por objetivo abrandar a temática usada pelo pintor, de modo a não espantar o público. À época da exposição desta pintura, este primeiro painel foi visto como representativo da “sedução”.

No primeiro painel, à esquerda, ao fundo, está uma praça iluminada. As pessoas fantasiadas indicam que se trata de uma noite carnavalesca. Uma jovem bem vestida, com um véu transparente tapando-lhe o rosto, desce de uma carruagem, cuja roda pode ser vista à sua direita, acompanhada de outra mulher, também muito bem vestida e, ao que parece, encaminham-se para uma festa privada. À sua esquerda, mais ao fundo, um homem faz-lhe um gesto de cortejo levantando a cartola. Ela o observa. Atrás dele, abaixado, está a figura de Mefistófeles (demônio do folclore alemão) que na pintura pode ter duplo significado: uma fantasia de Carnaval ou o símbolo da tentação.

O painel central reflete a “consequência” do que acontecera no anterior. A jovem cortejada do primeiro painel transformou-se numa mãe, e agora encontra-se numa residência pobre, sentada, apoiando o braço direito no espaldar da cadeira, com a mão a sustentar-lhe o queixo. O braço esquerdo segura um bebê ao colo. À sua esquerda está um banco, sobre o qual se vê um lenço e uma carteira. Ela se encontra muito bem vestida, contrapondo-se ao cenário humilde do lugar.

Pensativa, a mulher traz o rosto virado para o primeiro painel, como se estivesse a lembrar-se da cena. Mostra-se também indecisa quanto a deixar ali o bebê. Um pouco distante dela está uma mulher idosa, de pé, com uma mão na cintura e a outra na cadeira onde se encontra uma manta no espaldar e uma mamadeira esquentando em banho-maria no assento. Com um visível ar de impaciência, a mulher mais velha observa a outra com o filho. Ela ainda não se decidiu, como comprova a existência da carruagem na porta e essa mesma porta aberta, mostrando  a possibilidade de a mãe aflita mudar de ideia.

O painel direito  apresenta um lugar sinistro, onde uma mulher, a aborteira, conta moedas de ouro. Atrás dela há um forno com o fogo crepitando, onde são queimados os bebês. Os anjos que sobem da fumaça escura seriam os bebês anjos sacrificados, no intuito de a futura mãe dar fim ao fruto não desejado.

 Em seu livro “A arte brasileira em 25 quadros” Rafael Cardoso diz que a sequência dos quadros “não está explicitada na obra”. Ele explica que, se o observador olha o tríptico em sequência, o que se tem é um infanticídio, pois o bebê do quadro central seria um dos anjinhos a voar em direção à janela. Mas ele não concorda com esta análise, pois a mamadeira evidencia que se está cuidando da criança. E ninguém alimenta um bebê para matá-lo depois. O mais provável, pela expressão da mãe — argumenta ele — é que ela esteja deixando o bebê com a velha senhora, sem saber qual será seu destino. Ainda é possível observar que a mulher idosa do terceiro quadro não se parece com a do segundo. Contudo, se o observador olhar o primeiro painel, ligando-o ao terceiro, concluirá que se trata de um aborto.

Não se tem uma explicação de fato para aquilo que o artista quis realmente passar em relação ao quadro central. Mas é fato que o tema da obra é o aborto. O quadro do meio pode ter tido o objetivo de referir-se à maternidade, de modo a levar à compreensão dos  painéis laterais, uma vez que mostrar uma mulher grávida era um tabu à época.

Ficha técnica (tríptico)
Ano: 1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 151 x81,5; 151 x202; 151 x81,5
Localização: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil

Fonte de Pesquisa
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso

Views: 42

Pintores Brasileiros – PEDRO WEINGÄRTNER

Autoria de Lu Dias Carvalho

pedwei

[…] E seus pensamentos e anseios de realização voltaram-se para o Rio Grande do Sul. Não que não o tivesse pintado com suas paisagens e suas gentes, mas talvez se apercebesse que sua terra tinha aspectos e motivos ainda não estudados com a paixão com que estudara aqueles de Anticoli, que lhe inspiraram tão notáveis telas. […] Sentiu que em contato com a nossa paisagem poderia realizar coisas novas, não pintadas ainda por ninguém, como efetivamente depois as pintou, associando deste modo, mais vivamente, a sua arte à terra em que nasceu. (Angelo Guido)

O desenhista, gravurista, litógrafo, pintor e professor brasileiro Pedro Weingärtner (1853-1929) nasceu em Porto Alegre. Era filho de imigrantes alemães. Seu pai nutria grande apreço pela arte, era, inclusive, um desenhista amador. Seus irmãos, Inácio e Jacob, também eram artistas, tendo se dedicado à litografia. É provável que tenha sido Inácio, seu irmão mais velho, o responsável por inseri-lo no mundo das artes.

Pedro rumou para a Europa,  aos 25 anos, a contragosto da família, para estudar pintura, sendo que a maior parte de seus estudos deu-se na Alemanha.  Ele próprio era responsável por suas despesas, e também contou com a ajuda dos amigos quando a dificuldade fez-se presente. Em sua passagem pela França, onde teve como mestre William-Adolphe Bouguereau, conseguiu, através da intervenção do Barão de Itajubá, embaixador do Brasil em Paris à época, uma mesada para estudar em Roma, onde complementaria seus estudos. Ali abriu um ateliê, embora viesse muito ao Brasil, onde expunha e vendia facilmente suas obras, ganhando fama e dinheiro, e também visitava a família no Rio Grande do Sul. Morou cerca de vinte anos na Itália.

O artista possuía uma técnica aprimorada e nutria grande preocupação com os detalhes de sua pintura, que chegava a ser, muitas vezes, quase fotográfica, uma influência de seus mestres alemães. Em Paris participou de pelo menos duas exposições. Não podem ser esquecidos seus refinados trabalhos em gravura feita no metal, campo em que foi precursor, em nosso país.

Somente no final de sua vida foi que Pedro retornou ao Brasil, tendo que competir com uma geração diferente da sua, pendente para o modernismo, enquanto era um dedicado seguidor dos ensinamentos acadêmicos. Contudo, mostrou-se, de certa forma, aberto ao novo, tanto é que em suas obras podem ser encontrados reflexos de elementos neoclássicos, românticos, naturalistas e realistas. Pintou paisagens, retratos, temas clássicos e mitólogicos. Também contribuiu com a arte brasileira, ao retratar imigrantes e gaúchos.

Pedro Weingärtner morreu em 1929, no Rio Grande do Sul, dois anos após um derrame que o deixou hemiplégico. O escultor, gravador, escritor e crítico de arte ítalo-brasileiro Ângelo Guido, sobre ele assim se expressou:

Certos aspectos da pintura de Pedro Weingärtner só poderão ser compreendidos em toda a sua significação se tivermos em conta a própria índole do pintor, calma, vivamente compreensiva e dotada da profunda capacidade para se afeiçoar às criaturas, aos lugares e às coisas. O traço fundamental do seu caráter era incontestavelmente a bondade. E por ser bom era igualmente compreensivo e simples, de uma simplicidade tão natural, tão do seu feitio que chegava, por vezes, a parecer infantil, na vida como na arte. […] Embora reservado e sonhador, ninguém era mais sem complicações do que ele, mais acessível e suavemente comunicativo e delicado no trato com as pessoas que sabiam chegar até sua alma; alma que não se abria facilmente e nunca se manifestava em efusões estrepitosas. Mas que nem por isso deixava de estar sempre atenta para receber e amar o que fosse belo e digno, puro e sincero.

Nota: autorretrato do artista

 Fonte de Pesquisa
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Weing%C3%A4rtner
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24732/weingartner

Views: 2

Belmiro de Almeida – MANEQUINHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

maneq         manek

[…] foi em casa de um amigo que observei a sua filhinha ensaiando os primeiros passos na alameda do jardim e notei uma coisa curiosa na proporção das crianças, nessa idade; têm o tronco muito maior do que as pernas, o que não se verificava na formosa menina. Assim, pensei no “Mannekin Pis”de Bruxelas e comecei a modelar o meu Manequinho, servindo-me do modelo da menina. (Belmiro de Almeida)

Esta é uma escultura do pintor, caricaturista, escultor, professor e jornalista mineiro Belmiro de Almeida. Foi esculpida pelo artista em 1906,  e os cariocas deram-na o nome de Manequinho,  pela semelhança com o “Manneken Pis” da Bélgica, portanto, nada a ver com o diminutivo do nome próprio Manoel (Manequinho, Maneco) .

Após transformar-se em símbolo do clube carioca Botafogo de Futebol e Regatas, na década de 1950, na cidade do Rio de Janeiro, esta escultura tornou-se muito famosa, passando a vestir a camisa do referido time toda vez que ele se torna campeão. Encontra-se hoje em frente à sede do Botafogo. Mas a obra original de Belmiro de Almeida foi roubada em 1990, porém, Amadeu Zani, usando o molde original de Belmiro, fez uma nova estátua em sua fundição para a alegria de todos, principalmente dos botafoguenses.

A obra de Belmiro de Almeida, portanto, não é uma reprodução do famoso e amado “Manneken Pis” (o menino que urina) existente na cidade de Bruxelas, na Bélgica, como imaginam muitas pessoas. Algumas diferenças podem ser notadas:

  • o Manequinho nacional possui cerca de um metro de altura, enquanto “Manneken Pis” belga tem cerca de 20 centímetros;
  • o nosso menininho é bem proporcional em seu formato, enquato o garotinho belga sustenta uma grande cabeça, em relação ao pequenino corpo;
  • o garotinho brasileiro não precisa da ajuda das mãos para direcionar seu potente jato, enquanto o belga usa a mãozinha esquerda para segurar o seu “piupiu”;
  • o Manequinho possui uma postura ereta, enquanto o “Manneken Pis” inclina seu tronco para trás;
  • o rosto e os cabelos dos dois menininhos também são diferentes.

Contudo, ambos possuem algo em comum:

  • já foram roubados (sendo que o belga foi reencontrado e o brasileiro não);
  • são vestidos pelo povo;
  • e são muito amados.

Sobre o fato de o Manequinho ter se transformado no símbolo do clube do Botafogo, assim explica o site “Mundo Botafogo”:

Com a conquista do Campeonato Carioca de 1957, a estátua do menino apareceu vestida com a camisa do Botafogo (dizem que por obra de Didi, que pagava uma promessa feita). A partir daí tornou-se um símbolo da torcida alvinegra. Acabou furtado, em 1990, não se sabe se por afronta aos botafoguenses, ou simples vandalismo. Uma nova estátua foi fundida, graças ao fundidor Zani e, em seguida, recolocada no Mourisco.

A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, em 2002, acabou tombando a estátua, que virou patrimônio da cidade.

Ficha técnica
Título: Manequinho
Ano: 1911
Técnica: escultura em bronze
Dimensões: 105 x 45 x 22
Doação: Associação dos Amigos da Pinacoteca do Estado, Parque da Luz, Rio de Janeiro, Brasil

Fontes de pesquisa
A arte brasileira em 25 quadros/ Rafael Cardoso
http://mundobotafogo.blogspot.com.br/2011/04/historia-do-manequinho-i.html
http://www.amabotafogo.org.br/historia/manequinho.asp

Views: 32