A composição O Sono, do pintor francês Gustave Courbet, foi feita sob encomenda para Khalil-Bey, diplomata turco e colecionador de obras de arte eróticas. Neste quadro, o pintor rompe mais uma vez com os tabus culturais de sua época, ao apresentar, numa pintura, uma cena de amor lésbico, visto até então, apenas em estampas e ilustrações.
A composição apresenta duas mulheres, uma morena e outra loira, nuas e entrelaçadas durante o sono, num contato visivelmente amoroso. Como soubesse que a obra não se destinava a ser exibida em público, por fazer parte de uma coleção particular, o artista sentiu-se livre para executá-la livremente.
As duas modelos encontram-se num quarto, sobre uma cama com os lençóis amarfanhados. No canto direito superior da tela está um vaso cheio de flores, que para alguns possuem o formato de um útero. Para o pintor, não afeito à simbologia, trata-se apenas de um vaso decorativo. Um longo colar de pérolas brancas estende-se na cama, debaixo do braço da personagem de cabelos escuros. Entre os pés das duas figuras, na parte inferior da cama, há também uma joia, possivelmente brincos. No canto inferior da tela, à esquerda, próxima ao braço da modelo de cabelos escuros, encontra-se uma mesa de madeira com objetos de vidro sobre ela e joias.
Ficha técnica
Ano: 1866
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 135 x 200 cm
Localização: Musée du Petit Palais, Paris, França
Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Sextante
1000 obras-primas da arte europeia/ Könnemann
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As análises da LuDias continuam sendo uma das melhores coisas da internet! E nesta pandemia nos alenta o coração.
Thomas
Agradeço muitíssimo as suas palavras generosas. É sempre bom contar com leitores como você. Percebo que gosta muito da arte, pois ela torna os nossos dias mais leves.
Será sempre um prazer recebê-lo neste espaço.
Abraços,
Lu
Lu,
Esta obra é espetacular! Vários são os motivos de eu considerar assim:
– valentia do tema na época em questão;
– os detalhes dos corpos das mulheres;
– importância das duas anulando o cenário, que é quase nada;
– a diferença da cor dos corpos; fazendo uma de cor mais forte e quente, e a outra de pele mais clara, embranquecida, do tipo talvez de doente; e por fim
– a morena é mais provocante, sedutora.
Gostei pra caramba. Belo texto seu para uma pintura, como disse, espetacular.
Parabéns! Abraço,
Alfredo Domingos
Alfredo
Somente hoje, revisando o texto, vi o seu brilhante comentário.
Concordo plenamente com a sua análise, que sempre termina enriquecendo o texto.
Peço desculpas pela demora da resposta.
Abraços,
Lu