A minha prima Josenilda Gomes Feitosa espalha a quatro ventos que seu casamento foi um tiro no pé, um atraso de vida, que seu fardo é muito pesado e que ela deu um nó na própria sorte e coisa e tal, deixando-me com um nó na garganta, ao ver o sofrimento da pobrezinha, cujo maior sonho era ter um mancebo amarrado à sua pessoa. Mas, quando eu lhe disse que havia uma saída, ou seja, a separação, ela pulou longe, sob o argumento de que seu marido era realmente um nó em sua vida, uma carne de pescoço, duro de engolir, mas “o que Deus uniu na Terra, homem algum pode separar”. Então, pensei comigo: dê um nó na língua e leve a sua carga sozinha, sem cansar os ouvidos das pessoas com suas lamúrias. Era preciso dar um basta no seu nhenhenhém.
O mais engraçado é que “dar um nó” significava antigamente “casar-se”. Expressão esta que tem origem portuguesa e indiana, sendo que na Índia usavam amarrar a roupa do noivo e da noiva. O nó simbolizava a união do casal. Nos dias de hoje “dar um nó” significa complicação, dificuldade, impossibilidade de resolver algo. E venhamos e convenhamos, certos casamentos são na verdade um nó górdio, impossível de ser desatado. Foi o que aconteceu com minha prima Josenilda que deu também um nó cego nos neurônios do bom senso.
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Lu
Gosto de suas explicações sobre os ditos populares. Aqui pra nós: será que o governo Russo “deu um nó” no poderio americano ou “foi um tiro no pé”?
Adevaldo
Vá lá entender o que pensam os poderosos, enquanto o povo vira joguete em suas mãos. O que sei é que esta quizila está dando um nó na cabeça de muita gente.
Abraços,
Lu