Filmes – TROPA DE ELITE e TROPA DE ELITE 2

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Tropa de Elite é um termo normalmente utilizado para designar unidades militares com treinamento excelente e armamento superior, destinadas a agir de forma decisiva em ações militares. Compõe unidades militares dos exércitos dos Estados, com função de manter o território nacional a salvo, guardando e fiscalizando áreas estratégicas, além de intervir em casos de emergência. Além disso, formam a inteligência e a contraespionagem.

O filme Tropa de Elite, produzido em 2007, pelo diretor José Padilha, tem como tema a violência urbana na cidade do Rio de Janeiro e as ações do BOPE (Batalhão de Operações Policias Especiais) e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Foi o primeiro filme brasileiro a vazar para o mercado pirata e a internet, antes mesmo de seu lançamento. Mas tal fato não impediu o seu sucesso nas bilheterias dos cinemas.

O personagem principal do filme, Capitão Nascimento, vivido pelo ator Wagner Moura, tem sido uma das figuras mais polêmicas do cinema nacional, pois adota como método, para combater a bandidagem na cidade, a invasão de favelas e a tortura e morte dos criminosos.

Embora trate de uma obra ficcional, Tropa de Elite provocou acalorados debates dentro da sociedade brasileira. Uma parte do público vê o Capitão Nascimento como um herói, mesmo com seus métodos violentos, e defende que esse é o caminho, para combater a bandidagem. A outra parte vê o filme como uma apologia à violência policial e julga o comportamento do Capitão Nascimento como o de um fascista. No filme, o BOPE foi mostrado como “incorruptível”, com seus policiais honestos.

Em Tropa de Elite, as críticas tiveram como parâmetro dois argumentos embutidos no filme:

1º – Os maiores responsáveis pela proliferação do tráfico de drogas e da violência urbana são os usuários de substâncias ilícitas.

2º – A prática de tortura por parte dos policiais supostamente transformados em heróis.

A polêmica gerada sobra Tropa de Elite fez com que a sua continuação, Tropa de Elite 2, se tornasse a produção nacional mais aguardada do ano. Para não cair nas mãos da pirataria, como aconteceu com o anterior, o diretor José Padilha tomou todas as precauções. Foi armado um forte esquema de segurança, para proteger as cópias do filme, envolvendo policiais do BOPE.

No segundo filme, Tropa de Elite 2, os acontecimentos ocorrem 13 anos depois do primeiro filme. O Capitão Nascimento já se encontra mais velho e bem mais amadurecido. Nota-se com clareza que o segundo filme responde às críticas feitas ao anterior.

O Capitão Nascimento é promovido a coronel e, além de se envolver com o combate à bandidagem e com seus métodos extremos, ainda tem sérios problemas familiares. Ele se separa da esposa e tem problemas com o filho adolescente, causados pela inaceitação, por parte do garoto, da violência e do caráter explosivo do pai. Eles acabam se afastando um do outro.

Ainda no início do filme, O Cel. Nascimento dá-se mal em uma operação realizada pelo BOPE, sob seu comando. Um traficante é executado durante a operação. De modo que a população (no filme) vê-se dividida entre os que apóiam o coronel (população e programas de TV) e os que o rebatem (organizações defensoras dos direitos humanos).

Apesar de tudo, o Cel. Nascimento ascende ao poder, após ser convidado pelo governador, para assumir o cargo do subsecretário de Inteligência, na Secretária de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Convite aceito, ele deixa o comando do BOPE.

Para quem gostava de tomar decisões à sua maneira, o coronel vale-se do cargo, para transformar o BOPE numa máquina mortífera, cujo objetivo é combater a ferro e fogo o crime organizado no RJ. Mas não dura muito para que o Cel. Nascimento perceba que os políticos que o cercam “podem ser tão perigosos quanto os criminosos”.

Embora os traficantes não possuam mais poder de fogo para atuar nas favelas, o controle delas passa para as mãos das milícias, grupos armados formados por policiais corruptos, que exigem dinheiro dos moradores para lhes oferecer segurança. Os novos censores mostram-se ainda mais corruptos. Se os traficantes apenas vendiam drogas, os milicianos controlam todo o comércio da favela, incluindo o de drogas. E, como se não bastasse, passam a influenciar a política, apoiando parlamentares em troca de favores, no “é dando que se recebe”. Com a infiltração de políticos no crime organizado, Cel. Nascimento vai se tornando mais solitário em sua luta contra a bandidagem.

No primeiro filme, Tropa de Elite, os defensores dos Direitos Humanos foram seus maiores críticos. Agora, com a exposição da classe política em Tropa de Elite 2, essa, com certeza, está chiando alto.

Segundo as críticas, ambos os filmes são empolgantes na ação, mas a qualidade do enredo é superior no segundo, pois nele o problema de segurança pública é tratado com mais profundidade. E, se alguém saiu do primeiro filme com a ilusão de que a repressão é a única forma de resolver o problema da violência, verá que não é bem assim, ao assistir ao segundo. A conclusão é clara: a violência é causada por uma série de fatores que se entrelaçam: morros, governos e polícias. De modo que nenhum Cel. Nascimento sozinho tem capacidade de resolver, pois o sistema é muito mais forte.

A gente não pensava que um cara que tortura e mata pudesse ser visto como herói.

(Resposta dada por Wagner Moura, protagonista, ao ser perguntado sobre a reação do público no primeiro filme.)

O Estado converte miséria em violência. Ele transforma os pequenos criminosos em monstros e empurra os policiais para a corrupção. (José Padilha, cineasta)

Curiosidades:

Tropa de Elite 2 ultrapassou a bilheteria de Avatar aqui no Brasil. E já é o filme com maior bilheteria, ultrapassando Dona Flor e Seus Dois Maridos.

• O diretor José Padilha nega fazer parte de seus planos dirigir Tropa de Elite 3.

• O ator Wagner Moura, que interpreta o Coronel Nascimento, “pediu pra sair” e também diz não retornar para o papel de um terceiro filme.

• Além da pirataria, o longa-metragem Tropa de Elite teve de enfrentar a tentativa de pelo menos 19 policiais do BOPE de impedir sua exibição nos cinemas brasileiros, alegando que o filme denigre a imagem do BOPE, cujos integrantes seriam retratados como assassinos e torturadores.

Tropa de Elite ganhou o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim.

Tropa de Elite 2 é o filme de maior público na estréia da história do cinema nacional. Baseia-se em histórias verdadeiras de como as milícias dominaram os morros cariocas e nas estratégias usadas para combatê-las.

• Diretor nega que Tropa de Elite 2 seja panfletário ao falar de corrupção. E

Wagner Moura conta que deputados impediram filmagens no Congresso.

Tropa de Elite 2 foi lançado sob forte esquema antipirataria, que incluiu instruções do BOPE. Além de não ter cópias digitais, somente película, a sessão première no Teatro Municipal de Paulínia, no interior paulista, incluía revista em bolsas com apreensão de câmeras e celulares de convidados, além de portas com detectores de metais na sala de exibição.

• Segundo o diretor, tanta precaução se referia ao “trauma” sofrido em 2007, quando Tropa de Elite foi pirateado e se tornou um fenômeno de vendas nos camelôs. Estima-se que 11 milhões de pessoas tenham assistido a um DVD pirata do filme antes de sua estreia.

• O livro Elite da Tropa 2 já se encontra nas livrarias e custa R$ 39,50. Embora filme e livros sejam apresentados como ficcionais ambos se inspiram em pessoas e histórias da vida real. Mostram o lado violento das milícias, com cenas de humilhação, tortura e assassinatos.

• Tanto os autores do livro quanto o diretor do filme acham que a máfia das milícias, que se encontra enraizada na polícia e na administração pública, é uma forte ameaça às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Pois, ao tirar o tráfico armado da comunidade, permanece a polícia e, se a corporação não for separada de sua ala podre, a comunidade corre o perigo de ficar nas mãos de milicianos, tão nocivos quanto os traficantes.

• Vejam Ônibus 174 do mesmo diretor, onde ele mostra a violência urbana sob a ótica do miserável que se transforma em bandido.

Fonte de Pesquisa:
Revista Época, 4 de outubro de 2010
Revista Época, 11 de outubro/2010
Wikipédia

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2 comentaram em “Filmes – TROPA DE ELITE e TROPA DE ELITE 2

  1. Mário Mendonça

    Lu

    São dois filmes distintos:

    O primeiro mostra o dia a dia do bope, o treinamento e seus problemas de corrupção focada na policia militar do Rio de Janeiro.

    O segundo filme expandiram o problema da corrupção para a politica e mídia, e poderiam muito bem o terem feito sem ter que usar o nome do bope que pra mim não tem nada a ver com o enredo do primeiro que era mais militar; aproveitaram que o Capitão Nascimento estava surfando numa boa onda para o colocarem como herói e deu certo.

    Particularmente gosto mais do primeiro, que considero uma obra prima da violência e o coloco no mesmo nível de gênios como Sam Packpah, John Woo e Tarantino, principalmente no antológico final quando o Baiano fala: na cara não capitão, e ele pede a doze e passa para o André terminar o serviço….Padilha subiu no conceito de quem gosta de filmes violentos…

    Abração

    Mário Mendonça

    Responder
    1. LuDiasBH

      Mário
      Confesso que tenho a maior dificuldade para ver este tipo de filme.
      Vejo com um olho aberto e o outro fechado… risos.

      Não resta dúvida de que o primeiro foi bem melhor.
      São poucas as continuações que superam o primeiro filme.
      Vimos isso com O Planeta dos Macacos.
      As continuações ficaram bem aquém.

      Eles queriam fazer mais um filme sobre Tropa de Elite, mas o Wagner Moura não aceitou participar.

      Obrigada pelo excelente comentário.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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