Autoria de Lu Dias Carvalho
Comemorar o fim da escravidão humana não é tarefa para muitos povos, uma vez que, em pleno século XXI, ela ainda se encontra a todo vapor em várias partes do planeta. A diferença é que os negros não são mais acorrentados na África e levados para terras estranhas como escravos, mas pessoas desesperadas ou fragilizadas, de várias etnias, em todo o mundo, são feitas escravas diariamente. Esta é a única diferença.
Estatísticas mostram que quase 30 milhões de pessoas vivem na condição de escravas, sem distinção de sexo ou idade. São compradas e vendidas, exploradas e agredidas e mantidas em cativeiro. Só para se ter uma ideia do que vai pelo mundo, no que diz respeito à servidão humana:
- Na Índia, crianças são vendidas pelos próprios pais, para as mais variadas frentes de trabalho, dentre essas está a confecção de bijuterias, trabalhando mais de 10 horas por dia, sem direito à escola.
- No Paquistão, crianças de 5 e 6 anos são vendidas para o Golfo Pérsico para trabalharem como jóqueis e condutores de camelos de corrida. Mas, assim que completam certa idade, são jogadas na rua.
- A América Central possui um grande número de crianças sem teto, um prato cheio para os aliciadores.
- Brasileiros são escravizados na região Norte do próprio país, para trabalharem com suas famílias na produção de carvão para a indústria siderúrgica, ou para trabalharem na plantação e colheita de cana na região nordestina.
- Proprietários rurais indianos possuem famílias inteiras de pequenos agricultores na escravidão, muitas delas pagando por dívidas dos pais já mortos.
- Calcula-se que quase 20 milhões de pessoas são escravas por dívida na Índia, no Paquistão, em Bangladesh e no Nepal.
- No Miamar, os escravos são responsáveis pela colheita de cana-de-açúcar e de outros produtos agrícolas.
- Crianças escravas na China confeccionam fogos de artifício. Homens e mulheres trabalham nas fábricas por salários miseráveis, sem direitos trabalhistas.
- A mineração de diamantes é feita por escravos em Serra Leoa.
- No Egito e Benin, crianças são usadas no setor de algodão.
- Na Costa do Marfim, escravos infantis colhem os grãos de cacau que são exportados para produzir o “gostoso” chocolate.
- A venda e revenda de mulheres para prostíbulos é um negócio que vem deslanchando com a maior desenvoltura. No início, o produto humano provinha de países latinos, africanos, asiáticos, mas, atualmente, já é bastante forte o contingente vindo do leste europeu.
- Redes de mafiosos têm como produto o aliciamento de crianças para suprir o mercado de pedófilos, em várias partes do mundo.
A grande maioria das mulheres escravizadas é ludibriada com a proposta de trabalhar como modelos, em restaurantes, fábricas e hotéis. Na maioria das vezes, elas são estupradas, antes de serem repassadas a seu destino final. Cabe-lhes a tarefa de ficarem seminuas, dançar, beber muito com o cliente e ir para o quarto com qualquer um. Se não cumprem tais “deveres”, são espancadas. E o sistema da dívida contraída é tão cruel quanto nos outros casos. Elas dificilmente conseguem pagar o que “devem”. E, caso isso aconteça, sem dinheiro, voltam a cair nas mãos de outra máfia.
O mais estarrecedor na compra de mulheres e crianças para a prostituição, assim como para outros tipos de serviços escravos, é que são vendidas para países considerados “guardiões” dos Direitos Humanos e de forte cunho religioso, como Israel, França, Itália, Alemanha, Suíça, Japão, Espanha, Portugal, Áustria, Suíça, EUA, etc. O que abala a fé na humanidade e mostra a hipocrisia das leis e crenças. Contudo, os EUA ainda são o país que aplica penas severas, quando descobrem casos de escravidão dentro de seu território. O Brasil ainda navega no “faz de conta que pune”.
Segundo estudiosos no assunto, a globalização tem sido responsável pelo crescimento do negócio escravo no mundo. Embora ela tenha facilitado o deslocamento de bens e divisas de um lugar para outro, as restrições para a imigração legal de pessoas em busca de trabalho tem sido severamente dificultada. E, com isso, a máfia do tráfico humano deita e rola na clandestinidade com o uso da internet e de contas bancárias. Não podemos negar que a globalização trouxe ao mundo muitos pontos positivos, assim como muitas mazelas vieram com ela. O objetivo primordial do mundo globalizado é o lucro, muitas vezes a qualquer preço, quando três bilhões de pessoas, quase a metade dos habitantes da Terra, tentam viver com 2 dólares por dia.
As desigualdades na distribuição da riqueza do planeta é outro fator preponderante no aumento da escravidão humana, assim como o esfacelamento de antigos países como a União Soviética, Iugoslávia, as guerras civis, o desabamento dos preços dos produtos de exportação dos países mais pobres, tendo que concorrer com os de países mais ricos (como exemplo podemos citar a venda de milho barato dos EUA para o México, desempregando os pequenos cultivadores de milho mexicanos), as catástrofes naturais (seca, terremotos…), etc. O México é hoje é um entreposto de entrada para a mercadoria humana, que anseia por encontrar trabalho nos EUA. Os migrantes têm se transformado em presa fácil para as numerosas gangs mexicanas que apreendem os documentos das pessoas e as forçam a trabalhar como escravas em fazendas distantes, levando as garotas para os prostíbulos, dentre eles o de Tapachula.
A escravidão por dívidas contraídas, feitas normalmente para pagar serviços médicos ou para arranjar trabalho em outros países, nunca tem fim, pois à dívida principal são acrescidos juros exorbitantes e cálculos desonestos.
Nota: Cerâmica do Vale do Jequitinhonha
Fontes de Pesquisa:
National Geographic/ nº 41
Site para denúncia:
www.nationalgeographicBR.com.br/o3o9
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Lu Dias
É dever do Estado evitar estas “mazelas”; a palavra democracia é um engodo criado pelo capitalismo para impor regras neoliberais que permitem estas baixarias com seres humanos. Não pense que nos países mais desenvolvidos há punição; a realidade é escondida, pois submetem outras nações ao seu bel prazer.
Tu já ouviste falar de Thomas Pinkety, um grande pensador da atualidade, que está assustando o atual status quo? Ele é um economista francês.
Abração
Mário Mendonça
Mário
Eu ainda não ouvi falar de Thomas Pinkety.
Sou meio fraca em economia.
Fale-me um pouquinho dele.
Abraços,
Lu
Eu me pergunto se é assim tão difícil, amar,respeitar,partilhar e perdoar, não é difícil termos
estas ações. Se as pessoas tivessem essas atitudes veriam que a vida lhes correria melhor.
Abraços Lu
Rui Sofia
Com certeza, Rui.
Ainda assim, o mundo é muito melhor hoje, com suas leis e direitos humanos do que antigamente.
Abraços,
Lu
Realmente as pessoas do bem estão em extinção, por isso é que nos vamos encontrando com facilidade, eu encontrei a ti e tu a mim. Eu me pergunto, por que não há mais compaixão, generosidade e compreensão?
Abraços
Rui Sofia
Rui
As pessoas estão mais voltadas para o “ter” do que para o “ser”.
Querem sempre mais e muito mais.
Com isso, deixam de olhar à volta e ver os problemas do outro.
Abraços,
Lu
Realmente o que o homem faz pelo dinheiro e pelo o poder é muito triste: escraviza, mata, até vende órgãos. Aqui em Portugal e Espanha também fazem isso com os romenos. Infelizmente vivemos num mundo maligno que a mim perturba. Não sei como essa gente consegue dormir, enfim.
Abraços
Rui Sofia
Pedro Rui
Vivemos uma época de tremenda ambição.
Por dinheiro e poder as pessoas são capazes de atos horrendos.
Pessoas estão sendo escravizadas em todas as partes do mundo.
Até parece que a escravidão negra não serviu de exemplo.
A compaixão e a generosidade estão se transformando artigos difíceis de serem encontrados.
Mas ainda existem pessoas boas, que podem salvar o mundo com seus exemplos.
Grande abraço,
Lu