Autoria de Lu Dias Carvalho
O pintor alemão Hans Baldung ficou famoso pelo fascínio que nutria pela morte, muito comum em sua obra. Não foram poucos os seus quadros em que tal figura mostrou-se presente, sendo a obra As Três Idades do Homem e a Morte um deles.
Na sua composição, mais uma vez o pintor alerta para o caráter passageiro de tudo que existe, tanto em relação à Natureza quanto à Humanidade e tudo que for produzido por ela, ou seja, a vida é por demais efêmera.
Em primeiro plano estão três figuras humanas: um bebê, uma jovem e uma anciã, cada uma representado uma fase da vida:
• o bebê representa a infância;
• a jovem representa a maturidade;
• a anciã representa a velhice.
O bebê dorme, alheio a tudo, sem nenhum conhecimento da vida. A jovem olha para a frente, como se mostrasse que um longo futuro ainda a aguarda. A velha olha para a jovem, puxando-a pelo manto, como se quisesse alertá-la sobre a brevidade da vida. Por sua vez, seu braço esquerdo está enlaçado pela morte, mostrando o quão próximas elas se encontram.
A morte traz na mão esquerda uma clepsidra (relógio de água, que indica o tempo, conforme o escoar da água), como se mostrasse que a vida é regida pelo tempo, que passa para todos. O bebê, segurando a ponta de uma espada quebrada, que também é segura, na sua parte superior, pela mão da morte, lembra que o fato de nascer já implica na morte do homem.
Ao fundo, uma cidade em ruínas, mostra que tudo o que o homem produz é fugaz. E a coruja, em primeiro plano, tanto pode representar o pecado, quanto a sabedoria na compreensão de tais fatos da vida. Acima, uma pequena cruz a brilhar no céu nublado, pode representar a redenção humana.
Ficha técnica
Ano: c. 1540
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 151 x 61 cm
Localização: Museu do Prado, Madri, Espanha
Fonte de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
Views: 6
Lu
Olha muito obrigado pelo seu trabalho. Vi esta pintura em um livro, não entendi direito e fui pesquisar a explicação. Achei excelente.
Darlei
Agradeço muitíssimo a sua visita e comentário. O meu blog possui inúmeros artigos sobre arte. Esta pintura necessita mesmo de explicação, pois é muito complexa. Volte mais vezes!
Abraço,
Lu
E trocando em miúdos, a morte é única certeza que temos na vida.
Valéria
Esta é a nossa mais perturbadora certeza. Ainda assim, muitos consideram-se os donos do mundo, amealhando mais do que precisam para viver um curto espaço de tempo, sem falar na prepotência que carregam.
Abraços,
Lu
Prezada Lu Dias
Faltou o “infortúnio”, que a vida nos prega. Como somos deuses, podemos abreviar essas fases como se elas fossem uma parábola.
Mas vamos dar um desconto ao Hans, nessa época, o “religare” era fundamental.
Abração
Mário Mendonça
Mário
Encontro-me feliz por ter se lembrado de mim. Faz tanto tempo…
É verdade! A cada época a sua conduta.
Quanto ao ato de viver, depende do olhar de cada um.
Abraços,
Lu