Autoria de Lu Dias Carvalho
Os brâmanes sempre gozaram das delícias do poder que só foi um pouco enfraquecido, quando o budismo sacudiu a Índia. Mas esses sacerdotes, com a tenacidade que lhes é peculiar, deram uma volta por cima e reconquistaram o domínio, ainda na dinastia dos Guptas. A partir do século II da nossa era, os registros já mostram grandes doações, principalmente em terras, feitas às castas dos brâmanes. Segundo alguns historiadores, a maioria das escrituras era fraudulenta. E, como não podia deixar de ser, as terras dos brâmanes eram isentas de taxas, mas só até a chegada dos ingleses.
Através da leitura dos artigos do Código de Manu é possível observar como tudo na Índia convergia para os brâmanes, a casta mais alta que tanto dominava a religião quanto o Estado indiano:
• Ao fazer por si mesmo um exame de causas, o rei deve procurar um brâmane, preparado para executar tal função.
• E que esse brâmane seja o responsável por examinar os negócios submetidos à decisão do rei.
• Um país, habitado por “sudra” e ateus e desprovido de brâmanes, será destruído pela fome e moléstias.
• Quando um brâmane instruído descobre um tesouro, ele será todo seu, pois um brâmane é dono de tudo que existe.
• Se for o rei a encontrar um tesouro, ele terá direito apenas à metade.
• Quando se trata da salvação de um brâmane, não é crime fazer um juramento falso.
• Aos homens das três últimas classes pode-se infligir penas, quando prestam falso testemunho, mas um brâmane deverá sair do reino são e salvo.
• Um homem que tiver a imprudência de aconselhar um brâmane, relativamente a seu dever, deverá ser castigado com óleo fervendo na boca e na orelha.
• Se um homem de classe baixa escarra com insolência sobre um brâmane, ele terá os dois lábios mutilados; se urina, terá mutilada a uretra; se solta gases na presença do brâmane, terá o ânus mutilado.
• Assim como os reis, os brâmanes serão sempre purificados, ao reprimir os maus e favorecer os bons.
• Por subtrair animais de um brâmane, o ladrão deve ter a metade do pé cortada.
• Um “sudra” deve ser condenado à morte por violar a mulher de um brâmane.
• Se a mulher de um brâmane e o um homem de uma casta baixa cometerem adultério, espontaneamente, deverão ser queimados com fogo de ervas de caniço.
• Se um brâmane goza à força de uma mulher de outro brâmane, deverá pagar uma multa.
• Ao contrário de outras classes, cuja pena é a morte, o brâmane adúltero deverá sofrer uma tonsura (corte do cabelo similar a uma coroa).
• Um rei jamais deve matar um brâmane, seja qual for o crime cometido, deverá apenas expulsá-lo do reino, entregando-lhe todos os bens, sem lhe fazer mal algum.
• A maior iniquidade cometida no mundo é o assassinato de um brâmane, que jamais poderá ser condenado à morte.
• Ao se encontrar em necessidade, um brâmane pode se apossar dos bens de um “sudra”, seu escravo, pois um escravo nada tem que lhe pertença e nada possui que o seu dono não lhe possa tomar.
• O filho que um brâmane concebe por luxúria, com uma mulher servil, será tido como um cadáver vivo.
• Na falta de parentes para herdar uma fortuna, os brâmanes serão chamados a herdá-la.
• As propriedades de um brâmane jamais poderão voltar para as mãos de um rei, como acontece com as outras classes.
• Um príncipe não deve se apropriar do patrimônio de um grande criminoso, ele deverá ser oferecido a um brâmane virtuoso.
• Um brâmane, imbuído dos estudos dos estudos sagrados, é o senhor deste universo.
• Se um homem de classe baixa gosta de atormentar um brâmane, deverá ser punido com castigos corporais que lhe causem terror.
• Instruído ou ignorante, um brâmane é uma poderosa divindade.
• Mesmo que os brâmanes façam uso de vis empregos, eles devem ser sempre honrados, pois trazem em si algo de divino.
Fonte de pesquisa
O Código de Manu/ Editora Edipro
Nota: imagem copiada de newsrpg.wordpress.com
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