Autoria de Lu Dias Carvalho
Após a perda de seu pai e do seu irmão Ernst, grande companheiro nas artes, Gustav Klimt sentiu-se muito abalado. Afastou-se da atividade pictórica por um tempo, para a reflexão. Ao retornar à carreira, o artista trazia uma nova visão da vida, na qual incluía a morte. Desse modo, o ciclo natural da vida passou a fazer parte de seu trabalho, ainda que indiretamente.
Na composição As Três Idades da Mulher a temática sobre o ciclo da vida é mostrada diretamente. Para muitos estudiosos de arte, o artista inspirou-se no quadro “As Três Idades da Mulher e a Morte”, obra do pintor renascentista alemão Hans Baldung Grie.
As figuras de Klimt estão dispostas verticalmente: uma mulher idosa, uma jovem e uma garotinha, todas nuas, com o objetivo de mostrar a passagem do tempo. A mulher idosa encontra-se de perfil, com os cabelos a tapar-lhe o rosto. Além dos seios caídos, da pele flácida, costas encurvadas e da protuberante barriga, chamam a atenção as veias que se espalham pelo braço, mão, perna e pés direitos da anciã. Próxima a ela, está a jovem mãe, com seu corpo rijo e pele rósea, com sua filhinha adormecida nos braços. O enlevo que se vê na figura da mulher jovem contrasta com o isolamento em que se encontra a da idosa. Como em todos os quadros do artista, a decoração cumpre o seu papel. Mãe e filha parecem unidas sob um mesmo manto.
Klimt não atribui à figura da mãe a sensualidade característica de suas mulheres, embora ela possua os mesmos atributos dessas: cabelos ruivos, lábios carnudos e rosto carmesim. A presença da criança e o seu aconchego à mãe, assim como os olhos fechados da mulher jovem, inibem qualquer tipo de sensualidade.
Ficha técnica
Ano: 1905
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 180 x 180 cm
Localização: Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Roma, Itália
Fonte de pesquisa
Gustav Klimt/ Coleção Folha
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