Mestres da Pintura – RENÉ MAGRITTE

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

Possuía alguma habilidade técnica da arte de pintar e, no meu isolamento, levei a cabo experiências que eram conscientemente diferentes de tudo quanto conhecia na pintura. Experimentei o prazer da liberdade ao pintar os quadros menos convencionais. (René Magritte)

 Magritte era basicamente um pintor de ideias, um pintor de pensamentos visíveis, mais do que de assuntos. (Marcel Paquet)

 Magritte acreditava que o pensamento consciente é que conduz a uma ideia, e a ideia é o que importa na pintura. (Stephen Farthing)

O desenhista, ilustrador e pintor belga René François Ghislain Magritte (1898 – 1967) era filho de Léopold Magritte – alfaiate e comerciante têxtil – e Régina. Sua mãe, que já tentara tirar a própria vida noutras vezes, suicidou-se quando ele tinha 14 anos de idade, deixando-lhe profundas cicatrizes. Ingressou ainda muito novo na Académie Royale des Beaux-Arts/Bruxelas (1916 a 1918), ali permanecendo apenas dois anos, pois achava as aulas improdutivas e pouco inspiradoras. Foi nessa época que conheceu Georgette Berger – que também estudava arte – com quem viria a se casar. Ela se tornaria – além de esposa – sua modelo e musa.

Magritte começou a pintar aos 12 anos de idade. Suas primeiras pinturas – datadas de cerca de 1915 – eram de estilo impressionista. Já as que ele criou durante os anos de 1918 a 1924 receberam influência do Futurismo e do Cubismo figurativo de Metzinger. Ele era um homem agnóstico, taciturno e aparentemente tímido que cultivava opiniões políticas de esquerda.  Sua primeira pintura surrealista, intitulada “O Jóquei Perdido”, foi criada em 1926.

O artista trabalhou numa fábrica de papel de parede, foi designer de cartazes e anúncios antes de ser contratado pela Galerie la Centaure. Tal contrato permitiu-lhe trabalhar em tempo integral com a pintura, vindo a tornar-se um dos principais artistas surrealistas de seu país, dono de imagens espirituosas e instigantes. Na maioria das vezes ele inseria objetos comuns num contexto incomum, desafiando a percepção do observador em sua realidade pré-condicionada. Suas estranhas justaposições desafiavam o espectador, exigindo que considerássemos novamente as propriedades dos elementos cotidianos do mundo ao  redor.

A primeira exposição de Magritte como pintor profissional aconteceu em 1927 em Bruxelas. As críticas desfavoráveis, contudo, deixaram o artista deprimido, levando-o a mudar-se para o subúrbio de Paris naquele mesmo ano. Tornou-se amigo de André Breton e inseriu-se no grupo de pintores surrealistas, ali criando suas famosas obras. Tal período foi de grande importância para sua carreira, pois, ao conviver com aquele grupo,  passou a expor seu trabalho junto ao deles. Tornou-se também amigo de Salvador Dalí e Marcel Duchamp, dentre outros. Viveu em Paris durante três anos, tornando-se um dos principais membros do movimento surrealista.

As criações artísticas de Magritte tanto se inclinavam para o surrealismo realista como para o realismo mágico, contudo, elas se encontravam em maior número dentro do realismo mágico, pois o artista gostava de explorar objetos do cotidiano, retratando-os em contextos inusitados, assim como cenas familiares e pessoas, dando-lhes uma visão bem diferente da encontrada na realidade, oferecendo ao observador representações impactantes. E suas estranhas posições levam o observador a repensar as propriedades das coisas ao seu redor. O artista era, portanto, dono de um grande senso de humor. Os objetos alcançavam em sua arte os contextos mais inesperados. Gostava de usar jogos de duplicação e seus arranjos eram muitas vezes bizarros.

O artista belga encontrou na pintura metafísica de Giorgio de Chirico a linguagem poética que tanto buscava. Ao ficar conhecendo a reprodução de “The Song of Love” de Chirico (obra criada em 1914), Magritte ficou extremamente emocionado, a ponto de dizer: “é um dos momentos mais emocionantes de minha vida: meus olhos viram o pensamento pela primeira vez”. Em 1929 René Magritte expós na Goeman Gallery em Paris juntamente com Salvador Dalí, Jean Arp, Chirico, Max Ernst, Juan Miró, Picabia, Picasso e Yves Tanguy.

Magritte voltou para a Bélgica em 1930. Fez exposição nos Estados Unidos e na Inglaterra.  O artista, cujas imagens influenciaram a art pop, minimalista e conceitual, morreu em 1967, aos 68 anos de idade, vitimado por um câncer.

Fontes de pesquisa
Magritte/ Editora Taschen
https://en.m.wikipedia.org/wiki/René_Magritte

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