Recontado por Lu Dias Carvalho
Cupido, o deus do amor, e sua mãe, a bela Vênus, gostavam muito de brincar. E foi assim que ela se feriu em uma das setas que o menino carregava. E, por azar ou sorte, antes que a ferida fosse cicatrizada por completo, a deusa avistou o encantador Adônis, e quedou-se de amores por ele, relegando toda a vida que levara antes, pois a paixão, que sentia, tirara-lhe o gosto por outros prazeres.
Adônis era ainda muito jovem e intrépido, o que levou Vênus a preocupar-se com ele. Por isso, ensinou-lhe como lidar com os animais, sobretudo com os corajosos, lembrando-lhe que sua beleza, que tanto a encantava, não seduziria o coração dos leões e dos javalis, de modo que melhor seria deixá-los em paz do que enfrentá-los. A seguir, embarcou em seu carro puxado por cisnes e subiu pelos céus.
Infelizmente Adônis, em sua altivez, não se deixou guiar pelos conselhos da experiente Vênus. Queria provar a si mesmo que seria capaz de obter a caça que quisesse. E foi assim que, ao ver um javali, lançou sobre ele seu dardo, machucando o animal. Ferido, mas ainda munido de uma força extraordinária, esse arrancou o dardo com seus possantes dentes e pôs-se a perseguir o jovem. Ao alcançá-lo, fincou-os no seu flanco, deixando-o agonizante.
Mesmo nos ares, Vênus conseguiu ouvir os gemidos de seu amado. Imediatamente fez com que seus cisnes retornassem ao local, onde o deixara, para encontrá-lo envolto no próprio sangue. Para consolar-se de sua imensa dor, transformou o sangue de Adônis numa flor parecida com a romã, conhecida por anêmona ou flor-do-vento.
Nota: A Metamorfose da Morte de Adônis, obra de Marcantonio Franceschini
Fontes de pesquisa
O Livro de Ouro da Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM
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