NOVO ESTILO – ART CINÉTICA E A OP ART (Aula nº 109)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A Arte Cinética, também conhecida como Cinestismo, diz respeito a obras que possuem movimento real ou aparente. Apareceu entre os anos de 1913 e 1920, quando artistas como Marcel Duchamp, Naum Gabo e Vladimir Tatlin passaram a preocupar-se como o movimento mecânico na obra deles, após Man Ray e Aleksandr Rodchenko criarem os primeiros móbiles e, quando os artistas de Bauhaus trabalharam com as técnicas de projeção para aperfeiçoar luz e movimento. Foram Naum Gabo e Antoine Pevsneros os primeiros a usar a palavra “cinética” em 1920, numa referência à arte. O cineasta Wolfgang Ramsbott foi o responsável por fixar o movimento, quando em 1960 publicou uma cronologia sobre Arte Cinética.

A Op Art, também conhecida como Arte Óptica, trata-se de uma manifestação artística que tem por base ilusões de óptica, ou seja, é a pintura ou escultura que utiliza efeitos ópticos e ilusionistas observados pelos olhos humanos. Tais trabalhos visam causar a impressão de que se encontram em movimento, ou passando por alguma deformação e, nalgumas vezes, repassam a sensação de emitir clarões e vibrações. São construções rigorosas, normalmente em branco e preto ou em cores contrastantes. O termo “op art” apareceu pela primeira vez num artigo não assinado da revista Time, publicado em 1964. Mais tarde a expressão passou a denominar todo tipo de arte que faz uso da ilusão e efeitos ópticos, exercendo um efeito psicofisiológico sobre o observador.  Sua origem, contudo, situa-se ao longo da história da arte. Também está relacionada com a pesquisa psicológica, ao relacionar a mente e o olho sobre a natureza da capacidade de percepção.

Uma exposição sobre a Op Art foi realizada em Nova Iorque em 1965 com o título “O Olho que Responde”, tornando o novo estilo muito popular. Nessa exposição havia obras de Bridget Riley, Victor Vasarely, Josef Albers, Almir da Silva Mavignier, Richar Anuszkiewicz, Julian Stanczak e Tadasuzuke Kuwayama, dentre outros. Não se trata, porém, de algo totalmente inovador, pois tais trabalhos já eram feitos há muitos tempos atrás, a fim de causar a ilusão óptica, como comprova o gravador e artista Maurits Cornelis Escher, tendo suas obras imitadas burlescamente até hoje, a exemplo do jogo “Sonic” que apresenta animações de pássaros que se transformam em peixes.

O escultor e artista plástico estadunidense Alexander Calder tornou-se famoso ao criar escultura com movimento – os móbiles. Influenciado por Piet Mondrian, ele criou suas primeiras construções abstratas em 1933. Também se pode aludir ao pintor e escultor húngaro Victor Vasarely que, trabalhando na França como designer gráfico, levou para sua obra o “movimento sem movimento”, firmando-se como um artista óptico, sendo considerado o pai da Op Art.

Desde a Antiguidade os artistas empregaram o tromp l’oeil (técnica artística que, com truques de perspectiva cria uma ilusão ótica que faz com que formas com duas dimensões aparentem possuir três) para criar efeitos visuais que enganam o olhar. Os primeiros modernistas abriram espaço para a Pop Art ao colocar lado a lado a cor pura e a abstração. A obra intitulada “Composição em Linhas” (1917) de Piet Mondrian foi posteriormente classificada como Pop Art. As experiências com a Arte Cinética tiveram início em 1950. O que cria a ilusão de que a obra encontra-se em movimento é o uso de cores, linhas e formas. Quase sempre o artista conta com a ajuda de assistentes, pois muitas vezes suas habilidades técnicas são mais importantes que as do artista.

Houve um rápido crescimento da geometria da Op Art em preto e branco para a colorida como mostram as obras de Vasarely e Riley. Não demorou para que esse tipo de arte fizesse parte do universo do consumismo. Passou a fazer parte do mundo da moda, dos outdoors, das capas de discos e de decorações de interiores. Durante os anos 1960 a Op Art e a Arte Cinética caíram no gosto popular. Embora sua origem remeta aos primeiros anos do século XX, a sua importância estende-se até os dias atuais.

Nota: a obra que ilustra este texto, intitulada Galaxie (1979), é do artista Victor Vasarely.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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4 comentaram em “NOVO ESTILO – ART CINÉTICA E A OP ART (Aula nº 109)

  1. Adevaldo R. de Souza

    Lu

    São interessantes, curiosas e atrativas a “Arte Cinética” e a “Op Art” com menos expressão e mais visualização, apresentando as características: tridimensionalidade; efeitos óticos e visuais; movimento e contraste de cores; tons vibrantes (principalmente preto e branco); formas geométricas e linhas; observador participante e estilo abstrato.

    A criação da Op Art teve como fator a evolução da ciência que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principalmente nos estudos psicológicos sobre a vida moderna e da Física sobre a Óptica, considerando a alteração das cidades modernas e do sofrimento do homem com as alterações constantes em seus ritmos de vida. Esse estilo de arte tem um apelo emocional, pois é excessivamente cerebral e sistemático, mais próximo da Ciência do que da Humanidade, entretanto suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto às da Ciência e da tecnologia.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Adevaldo

      Você fez uma importante síntese desses dois tipos de arte. Destaco a afirmação:

      “Esse estilo de arte tem um apelo emocional, pois é excessivamente cerebral e sistemático, mais próximo da Ciência do que da Humanidade, entretanto suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto às da Ciência e da tecnologia.”

      Abraços,

      Lu

      Responder
  2. Hernando Martins

    Lu

    Nesse vai e vem dos estilos, eis que surge a a Arte Cinética, uma nova modalidade artística baseada na ciência ,ou seja, na física e na matemática. Podemos dizer que essa arte tem muito a ver com a industrialização e o desenvolvimento tecnológico. A natureza em si já é uma arte, porque tem uma beleza extraordinária, com uma harmonia muito perfeita. A Arte Cinética consegue mostrar algumas leis da física através de cores e linhas muito precisas, elementos fundamentais para evidenciar a beleza dessa arte.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Hernando

      Os estilos vão ficando cada vez mais elaborados, à medida que se aprofundam na Ciência. Imagine um pintor do Renascimento dando de cara com esse tipo de arte que exige um conhecimento elaborado de ciências específicas como a Física e a Matemática.

      Abraços,

      Lu

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