O budismo faz parte das sete grandes religiões que são: hinduísmo, budismo, confucionismo, taoísmo, judaísmo, cristianismo e islamismo. Elas podem ser englobadas em três grandes correntes:
- Originárias da Índia: hinduísmo e budismo
- Originárias da China: confucionismo e taoísmo
- Originárias do Oriente Médio: judaísmo, cristianismo e islamismo
De acordo com a sua origem, cada religião possui uma figura-chave:
- hinduísmo e budismo – o místico
- confucionismo e taoismo – o sábio
- judaísmo, cristianismo e islamismo – o profeta
O budismo originou-se na Índia, entre o século VI a.C. e o século IV a.C., quando vários grupos religiosos passaram a rejeitar os fundamentos do hinduísmo: a autoridade suprema dos Vedas, os sacrifícios impiedosos feito com animais e a severidade dos brâmanes. Sidarta Gautama, pertencente à casta guerreira, era um dos mestres inconformados. Ainda hoje, os “intocáveis indianos” (dalits) vêm abandonando o hinduísmo e abraçando o budismo, fugindo da crueldade do sistema de castas para com os miseráveis.
Para o budismo, o Universo é composto por vários sistemas, não aceitando um Deus criador e senhor de tudo. Cada um dos sistemas passa por um ciclo que abrange nascimento, desenvolvimento e declínio (ou morte), que tem a duração de bilhões de anos. E cada sistema também possui seis reinos, tendo cada um deles vários níveis, num total de 31:
1- Seres dos infernos – aqueles que vivem em um dos muitos infernos;
2- Preta – o reino de seres que padecem de necessidades sem alívio, sofrimento, remorsos, fome, sede, nudez, miséria, sintomas de doenças, entre outros;
3- Animais – um espaço de divisão com os humanos, mas considerado como outra vida;
4- Seres humanos – um dos reinos de renascimento, em que é possível atingir o nirvana.
5- Semideuses – tidos como “divindades humildes”, titãs e anti-deuses;
6- Deva – comparado ao paraíso.
O reino dos infernos fica na parte inferior, mas sua concepção difere da cristã, que tem o inferno como um lugar quente e de permanência eterna, como castigo pelas faltas cometidas na vida terrena. No budismo é possível libertar-se do inferno, assim que o ser se liberta do carma que o levou até ali, podendo os infernos serem quentes ou frios.
Buda não deixou nada escrito, contudo, a tradição budista reza que no ano do falecimento do mestre, houve um concílio, onde seus discípulos passaram seus ensinamentos, oralmente, diante de uma assembleia de monges que, por sua vez, transmitiu os oralmente aos seus discípulos. Somente após o século I d.C., é que os ensinamentos budistas começaram a ser escritos. Porém, o budismo não conta com um livro sagrado como acontece com outras religiões. Existem vários cânones, como o chinês e o tibetano, por exemplo.
Embora o budismo seja bastante conhecido na Ásia, atualmente vem ganhando um grande número de adeptos em todo o mundo. Alguns estudiosos colocam-no como a quinta maior religião do mundo.
O Carma (lei de causa e efeito, ou seja, resultado das boas e más ações) diz respeito às ações do corpo, da fala e da mente, que nascem da intenção mental, responsáveis por gerar consequências boas ou ruins. A intenção, ainda que não expressa, é determinante no efeito da ação. Existem diferenças nas escolas budistas quanto ao carma ser perdoado ou não. Para algumas, a recitação de mantras corta um carma negativo.
No conceito budista, as pessoas passam por uma sucessão de vidas, como forma de renascimento, num constante processo de mudança, que é determinado pelas leis de causa e efeito (carma). Não se trata de um ser encarnado ou transmigrado de uma vida para outra. Cada renascimento ocorre dentro de um dos seis reinos.
Samsara é o ciclo das existências pelas quais passam os seres, nas quais está presente o sofrimento, fruto da ignorância.
As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados por Buda, depois de atingir o nirvana:
1- O que é o sofrimento?
R- A vida, como nós a conhecemos (nascimento, trabalho, separação, velhice, doença, morte), leva ao sofrimento.
2- De onde vem o sofrimento?
R- O sofrimento vem do desejo, do apego às coisas, da ambição, do ódio, da cegueira e da ânsia de viver, responsáveis por várias reencarnações.
3- Como pode o sofrimento ser superado?
R- O sofrimento acaba quando termina o desejo.
4- Qual é o caminho para acabar com o desejo?
R- Usar o equilíbrio. Não buscar o prazer e nem a autopunição, conduzindo-se através do Nobre Caminho Óctuplo:
– reto conhecimento e reta intenção: saber (panna)
– reto falar, reto agir e reto viver: moralidade, ética (sila)
– reto esforço, reta atenção (sati) e reta concentração (samadhy)
O Caminho do Meio é a prática de não extremismo.
Nirvana – é o não necessitar mais de reencarnar, a iluminação.
No budismo, a vida monástica é importantíssima. Os monges são muito venerados pelos devotos. Eles são os mestres espirituais. Usam túnicas de cor vermelho-escura, preta, cinza ou amarelo-açafrão. Há uma simbiose entre os monges e as pessoas. Eles lhes oferecem o alimento espiritual e elas o material. São responsáveis pelos casamentos, celebrações fúnebres, bênçãos das novas moradias, expulsão dos espíritos maus, etc. A cabeça raspada é o sinal de que eles renunciaram aos prazeres do mundo. Como propriedade pessoal, em muitos mosteiros, eles só podem ter: prato de esmolas, cinto, navalha de barbear, agulha, palito e peneira para coar da água os organismos vivos.
Somente os meninos, aos seis ou sete anos de idade, são admitidos na escola monástica. O que traduz num grande merecimento e honra para os pais das crianças.
Fontes de pesquisa:
Religiões do Mundo/ Hans Küng
Líderes que Mudaram o Mundo/ Gordon Kerr
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