O MEC ESTÁ SUJO DE COCÔ

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Ainda que os sábios queimassem seus miolos matutando, não conseguiam entender o porquê de o rei ter repassado a pasta mais importante de seus domínios – Ministério da Educação – a um estrangeiro que ali chegara há algum tempo, pois ela dizia respeito ao presente e ao futuro de todos os nobres e vassalos. O mais triste era saber que o detentor de tão prestigioso cargo nem ao menos falava corretamente a língua local. Se um teste rudimentar fosse aplicado ao sujeito, haveria de tropeçar feio nas palavras que as crianças do reino aprendiam quando ainda balbuciavam. O tal sujeito travava uma briga de foice com as vogais abertas e fechadas – bem diferentes do “hablar” de sua língua natal.

Corria a boca pequena que o responsável por nomear o titular daquela pasta era certo astrólogo responsável por prever e proteger o dia a dia da família real. E, como é sabido, quando falta sabedoria aos governantes os astros são logo chamados para resolver suas quizilas. Portanto, na sua incapacidade de gerir o reino, o rei achou por bem atender ao pedido de seu astrólogo, pois diz o horóscopo que não se brinca com um mandachuva dos astros. Está aí a história da bela Calisto, filha de Licaon (um doidivanas convertido em lobo), transformada na Constelação da Ursa Maior, que não me deixa mentir. Já pensaram no fato de o rei ser transformado em Ogle-TR-56b, vivendo a cinco mil anos-luz de seu reino e, sobretudo, de seu adorado clã?

O monarca, portanto,  não apenas colocou o sugerido titular da Educação no posto almejado, como também os chegados ao seu mentor, pouco lhe importando a cara de poucos amigos de grande parte de seus vassalos que via naquilo um despautério. Eles que fossem pentear macacos. Melhor seria – pensou sua majestade – estar protegido por todos os agrupamentos de estrelas que voejavam em torno do mestre que o defendia com unhas e dentes, pouco lhe importando o teor de suas ações. Assim, os dois continuavam a beber no mesmo copo.

Pobre rei (embora alguns digam “Bem feito!”)! Certo de ter agradado o seu guru e, portanto, sem nada a temer quanto ao seu futuro – uma vez que todos os percalços eram retirados da frente de suas confortáveis chinelas – seguia avante, apesar dos tropeções que apenas o desequilibravam, mas sem lhe causar maiores transtornos – deixando seus opositores boquiabertos. O monarca não sabia – ou bancava o avestruz –  que seu conselheiro era um homem destrambelhado, incapaz de baixar o topete. Se alguma compostura tivesse, seria provavelmente no trato com os astros que povoavam a Via Láctea – e olhe lá!

Deixando os finalmentes de lado, vamos aos fatos. O  dito guru nem precisou de disse me disse para baixar o nível, certo que estava de encontrar-se na barra do manto do rei. Ainda que não fosse barba a barba, mandou o seu “não” mais protegido ministro enfiar o Ministério da Educação no próprio cu – não, não se trata de cu do mundo ou do cu da mãe joana, mas daquele esfíncter tão necessário ao corpo humano na  eliminação excrementos. Se tal ministério já andava sujo igual a pau de galinheiro com tanta brigalhada, transformado num perfeito balaio de gato, passou a andar todo enlameado de cocô de gente graúda. A léguas de distância era possível – ainda que o olfato não fosse perfeito – sentir o fedor!

O mal cheiroso Ministério da Educação não causou nadica de nada de contragosto aos súditos do reino. Ao contrário, eles acharam que eram justamente ali que deveria estar seu titular estrangeiro que havia baixado a ripa neles, chamando-os de “ladrões vorazes, canibais que tudo roubam, desde assentos salva-vidas dos aviões ao que mais possam levar”. Depois dessa infame aula educacional de “moral e cívica”, esperava os vassalos do reino que o verborrágico palrador fosse penalizado com a exoneração, ou seja, fosse cantar em outra freguesia. Os sábios  chegaram a dizer que o ministro não tardaria uma hora a mais no cargo após gravíssima ofensa à gente daquelas terras, se o rei e seu staff tivessem preocupação com seus governados, pois o respeito ao povo é o pressuposto do agir de um mandatário. Mas tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes, gozando o truculento ministro dos agrados da corte e de seus apaniguados.

O fato é que o mentor destrambelhado balançou o coreto ao ordenar que o arrogante e maledicente detentor da pasta educacional (MEC) enfiasse a infeliz no seu esfíncter anal (com rima e tudo). E é lá que a sofredora continua, pois a educação no reino anda mais suja do que a infinidade de pés dos pedintes que por ele perambulam. O ministro estrangeiro falastrão irá precisar de muito cristel no fiofó para permanecer no cargo. E assim – quem diria? – o guru raivoso vingou os súditos do reino, ainda que os puxa-sacos tenham jogado um balde água fria no furdunço, deixando a bandeira do desbocado a meio-pau.

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6 comentaram em “O MEC ESTÁ SUJO DE COCÔ

  1. Maria Claudia

    Que texto maravilhoso, Lu!

    Precisamos protestar de alguma forma contra todo esse desgoverno que se instalou no nosso país. O difícil é ver ainda tantas pessoas apoiando e “dando corda” pro que está acontecendo.

    Beijos

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Maria Claudia

      As pessoas já estão caindo na real, embora o arrependimento tenha vindo tarde. E os que “dizem” continuar dando apoio aos crimes perpetrados contra a nação brasileira e o povo é por que não têm caráter para reconhecer que erraram na escolha.

      Abraços,

      Lu

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  2. Ana Paula

    Lu

    Seu brilhante texto consegue exprimir com humor esse horror que beira a um nível de insanidade que pairou de vez em nossa nação. Temos que inserir em nosso dia a dia textos como esses, para que possamos nos opor contra tudo e todos que massacram esta pátria abandonada. É importante posicionamentos como o seu vincularem, pois conseguiremos fazer a nossa parte, sendo significativa ou não, em meio a tanto devaneio. O importante é estarmos ativos diante do que vivemos.

    PARABÉNS!

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Ana Paula

      Nós, brasileiros, não podemos nos silenciar diante de tanto desmando. Cada um a seu modo precisa protestar contra o desmantelo de nossa pátria e sobre o achincalhe de que tem sido vítima seu povo. Esta é a minha forma de protesto. Aguarde outros textos.

      Obrigada por sua presença querida neste espaço.

      Abraços,

      Lu

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  3. Luiz Cruz

    Lu
    Parabéns por seu texto, adorei os adjetivos que você encontrou para os personagens. O Ministério da Educação desta nossa terra não merecia esse ministro tão fora do contexto da Educação. Esse chefe da nação ama as armas e quem ama armas não ama a VIDA.

    Nada como a criatividade e o convívio com as palavras. Muito bom!

    Um grande abraço pra você, daqui de Tiradentes-MG.

    Luiz Cruz

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Luiz

      Obrigada por sua presença sempre tão querida.

      Realmente é uma vergonha termos um estrangeiro maluco como Ministro da Educação.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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