O PODER DA IMAGINAÇÃO

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ensina-nos o que fazer para nos livrarmos dos pensamentos negativos.

Vigiar a imaginação, procurando não a reprimir, mas conquistá-la, é fundamental para uma vida serena, produtiva e sã. A imaginação é a melhor serva, quando conquistada, mas é a mais tirânica e doida senhora, quando solta e impura. Ninguém desconhece as mil e muitas enfermidades que nascem e crescem, graças à imaginação mórbida. Não é este o caso dos hipocondríacos? Seus sintomas não são realmente imaginários. Eles existem mesmo e quem lhes dá existência é a imaginação perturbada do doente.

As preocupações que tanto martirizam os ansiosos, não são alimentadas pela imaginação? Não é o fato de ficarmos a imaginar que vai acontecer algo de mal que nos tira a calma? A maior parte de nossos sofrimentos antecipados (preocupações) é gratuita. Aquilo que tememos venha acontecer, que a imaginação diz que vai acontecer, muitas vezes só acontece pela força que a imaginação lhes dá.

Os preocupados geralmente são homens de imaginação fecunda. Os gênios, também. Nos primeiros, ela é destrutiva. Nesses, criadora. A imaginação, em si, portanto, não é nem construtiva nem destrutiva, a direção em que é usada é o que assim a faz. Não é isto que nos diz a psicocibernética? É só “carregar” o servo-mecanismo de nosso cérebro com um alvo negativo e nefasto, para que o mal ocorra, diz esta moderníssima ciência.

Conquiste sua imaginação. Não lute. Não tente reprimi-la. No entanto, oriente-a. Leve-a para a direção construtiva. Quando se surpreender “sonhando acordado”, isto é, realizando na imaginação tudo aquilo que, por isto ou por aquilo, não consegue realizar “de verdade”, desperte-se. Recuse-se a deixar-se enovelar nos caprichos deste hábito pouco sadio. Aprenda a perceber os momentos em que sua imaginação é quem está dirigindo você e não você a ela.

Sua imaginação é um instrumento precioso quando você a exerce na direção certa, a de sua libertação – a direção que há de levá-lo a integrar-se em si mesmo e integrar-se em Deus. Use o ilimitado poder da imaginação para fazer de si mesmo um retrato mental positivo. Imagine-se cada dia mais vitorioso, sereno, iluminado, forte, equânime, senhor de sua mente, cheio de saúde, de alegria, de amor universal, redimido.

Faça isto daqui para o resto de sua existência. A força imensa que a imaginação do hipocondríaco demonstra ao fazê-lo padecer é igual a que você tem a seu dispor para melhorar-lhe a saúde. A imaginação que tem força para desgraçar também tem o poder de salvar. Nunca deixe a imaginação solta arrastá-lo na direção errada. Mantenha-a sempre firme no rumo de sua redenção.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google.

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Turner – CASTELO DE CAERNARVON

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O inglês Joseph Mallord William Turner (1775 – 1851) nasceu em Londres. Aos 14 anos de idade passou a trabalhar com o desenhista arquitetônico Thomas Malton, que chegou a concluir que o garoto jamais seria um artista, sendo no mesmo ano aceito na Escola da Academia Real de Artes, em Londres, onde ganhou a admiração de seus colegas. Aos 15 anos, expôs suas primeiras aquarelas na referida academia. Aos 25 anos já era Membro Associado, período em que visitou, pela primeira vez, outros países do continente europeu, estudando em Paris, no Louvre, os Antigos Mestres, dando destaque às paisagens holandesas e composições de Claude Lorrain. A visita de Turner a outros países, inclusive à Itália, mudou radicalmente seu estilo, quando passou para as criações visionárias.

A composição Castelo de Caernarvon é uma obra do pintor inglês, dono de uma memória visual fora do comum e tido como o maior intérprete de paisagem inglesa, cuja obra vai além da realidade objetiva, ao recriá-la em termos puramente pictóricos. Esta obra faz parte do acervo do MASP desde 1958.

O artista gostava de percorrer os mais diferentes lugares (vales, montanhas, rios…) em busca de inspiração para sua obra. Ele fez inúmeras telas usando o Castelo de Caernarvon como temática. Na pintura acima, exprime-se com poucas pinceladas, enchendo a paisagem com muita luminosidade.

Ficha técnica
Ano: 1830 – 1835
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 94 x 135 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Chamberlain – PONTA DA ARMAÇÃO EM NITERÓI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor, desenhista e militar inglês Henri Chamberlain (1796 – 1844) esteve no Brasil como oficial da Marinha britânica, onde pintou várias paisagens urbanas, importantes como registros daquela época. Chegou a publicar em seu país um sugestivo album de águas-tintas chamado “Vistas e Costumes do Rio de Janeiro”, que trazia 36 gravuras de bairros e paisagens da, na época, capital do Brasil.

A composição intitulada Ponta da Armação em Niterói é uma paisagem pintada pelo artista inglês. Faz parte do acervo do MASP desde 1950. Retrata Ponta de Armação, uma península situada na cidade fluminense de Niterói. O nome “armação” diz respeito à pesca, ou seja, tem a ver com o fato de “armar os barcos”. Esta península foi um importante baleeiro no litoral brasileiro, depois substituído pela indústria naval.

A paisagem apresenta a Ponta de Armação no início do século XIX. Trata-se de uma movimentada paisagem com diversas figuras humanas em terra e no mar. Muitas embarcações espalham-se pela água verde-esmeralda da pintura.

 Ficha técnica
Ano: 1819 – 1820
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 75 x 152 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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O SER HUMANO É UM TODO

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Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, escreveu mais de 30 livros sobre a saúde física e mental.  Neste texto retirado de seu livro “Yoga para Nervosos”*, ele nos explica que o ser humano não é uma dualidade.

Quando o homem adoece, adoece todo. É um erro considerar uma gripe apenas um mal físico. A predisposição para resfriar tem causas tanto físicas como psíquicas, morais e até filosóficas. Os germes patogênicos não conseguem grandes êxitos quando assaltam uma pessoa bem nutrida, de moral forte, confiante em si mesma, entregue a Deus, que não tem tempo ocioso para ficar na cama. Hipocondríacos e histéricos, ao contrário, são criaturas doentes, fracas, vulneráveis, e exatamente o são por motivos psíquicos e até mesmo filosóficos. Creem mais na sua fraqueza e no poder das doenças do que no oposto, isto é, na imunidade e nas extraordinárias capacidades autoterapêuticas da mente e do organismo.

Todos reconhecem e as estatísticas confirmam a existência de sujeitos “azarados”, isto é, aqueles que, se um tijolo cai de um andaime é precisamente em sua cabeça. São pessoas predispostas a acidentes e marcadas pela fatalidade. Para tais indivíduos vale dizer que bateram com o carro ou fraturaram a perna num tombo de banheira graças a uma causa psíquica. A ciência psicossomática tem feito bons progressos no estudo da chamada “infortunística”. Freud, em sua psicopatologia da vida cotidiana, admitiu serem os conflitos interiores as causas dos acidentes diários. Ora, se moléstias infectocontagiosas e até acidentes (mesmo a agressão assassina) que em nada poderiam parecer dependentes do psiquismo e de nossas crenças filosóficas, frequentemente têm causa psíquica, que dizer da distonia neurovegetativa? Que dizer das dez mil roupagens dos distúrbios neuróticos?!

Um nervoso é um enfermo integral, como nenhum outro. Caiu doente em todos os planos de seu ser, não obstante serem mais nítidos seus sofrimentos físicos e psíquicos. O homem adoece todo, e seus males orgânicos têm causas nos níveis mais sutis de seu ser. Por isso, somente uma terapêutica integral pode, definitivamente, curar. Desde os primórdios da humanidade, a ciência de curar era psicossomática, isto é, não se cingia apenas a tratar do corpo. Os pajés, os feiticeiros, os xamãs de todas as tribos foram os precursores da moderna medicina psicossomática. Seus cerimoniais, amuletos, trabalhos de magia, tinham poder curador porque atuavam a partir do plano mais sutil e, por isto mesmo, mais poderoso: o psiquismo.

O tempo passou e a ciência médica atravessou, recentemente, uma fase em que se descuidou das causas sutis das enfermidades e dos estados psíquicos de seus doentes, concentrando- se em aliviar sintomas físicos e tratar do corpo ou parte dele. Mas veio a reação. Segundo Gomes de Araújo “A chamada Medicina Psicossomática surgiu efetivamente como uma reação compreensível, e por sinal salutar, àquela outra Medicina que, ainda no primeiro quartel deste século (séc. XX), obstinava-se em definir-se e apresentar-se como estrita examinadora ‘do corpo’, mantendo-se tenazmente esquecida, pelo menos na aparência, de que um corpo humano, estritamente observado como ‘corpo’, isto é, como coisa puramente física, só pode sê-lo depois da morte”.

A reação, ouso aventurar, precisa ampliar-se, completar-se.  Enquanto a moderna medicina psicossomática vir o homem apenas em seus níveis mais densos — o físico e o psíquico — ainda estará tratando de um homem incompleto. O homem integral é visto pelas escolas hinduístas como formado por cinco koshas ou revestimentos, que vão se quintessenciando a partir do corpo físico até atingir o mais sutil, onde não há nada de material e concreto, formal e pessoal, que é o plano da mais pura bem-aventurança.

*Esse livro é encontrado em PDF no Google.

Nota: Mulher Doente, obra de Jan Steen

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Di Paolo – MADONA DA HUMILDADE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O ilustrador de manuscritos e pintor italiano Giovanni di Paolo (1403 -1482) possuía um estilo narrativo semelhante ao da escola sienesa. É provável que tenha aprendido a arte da pintura com Taddeo di Bartolo, tendo recebido influências de Gregorio di Cecco, Benedetto di Bindo, Gentile da Fabriano, entre outros. Sua pintura que combinava aspectos da fantasia e ausência de perspectiva tinha um toque de expressionismo. Tinha grande fascínio pela natureza, sempre presente em sua obra, como mostra a maioria de seus quadros. Seus trabalhos tornaram-se bem conhecidos.

Na composição Madona da Humildade, também conhecida como Virgem e Criança, o artista faz uma interpretação mais complexa da concepção de Maria, bem de acordo com a arte medieval da época. A Virgem é representada segundo uma visão cósmica em que o universo é composto de esferas concêntricas, como mostram os arcos paralelos que direcionam o olhar do observador para um horizonte distante. Na parte central superior da pintura aparece o Espírito Santo em meio a reflexos de luz.

A Virgem encontra-se numa relva florida em meio a morangos e flores silvestres, numa clareira, de frente para o observador. Ela se encontra sentada sobre uma almofada de brocado amarela, vestindo um manto azul-marinho que deixa apena suas mãos, rosto e pescoço à vista. Na cabeça usa um turbante e um fino véu e tem o pescoço cingido por colares. Traz seu Menino, nu e magricela, nos braços. Um halo dourado na cabeça de ambos demonstra a divindade de mãe e filho. Seu olhar está voltado para o pequeno Jesus, enquanto o dele se volta para o observador.

Uma cerca de árvores frutíferas protege a Virgem e seu Menino. O fato de ela se sentar ao chão revela a sua humildade. O tamanho de Maria e do Menino é excessivamente grande em relação aos elementos da paisagem, em conformidade com as regras da época. O fundo inclinado da pintura revela inúmeros elementos: bosques, campos floridos, montanhas, edificações fortificadas, estradas pontilhadas por pedras brancas, etc. Um rio nasce à direita, passa por trás dos dois primeiros rochedos e desagua no lago à direita.

Este painel exprime a beleza lírica da pintura de Siena. Existe outra versão desta obra na Pinacoteca de Siena.

Ficha técnica
Ano: c.1442
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 56 x 43 cm
Localização: Museu de Arte, Boston, EUA

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.wga.hu/html_m/g/giovanni/paolo/1/humility.html

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ANSIEDADE X TEMPO DE CURA

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Autoria do Prof. Hermógenes

O Professor Hermógenes, um dos precursores da ioga no Brasil, intitulou um capítulo de seu livro “Ioga para Nervosos”* (década de 1960) com o nome de “A Coisa”. Naquela época, o Transtorno do Pânico ainda era pouco compreendido. Aqui ele nos  ensina como a ansiedade em busca da cura pode ser nefasta.

 É preciso tirar a ansiedade por curar-se depressa. A cura demasiado rápida, em muitos casos, é ilusória. O que realmente lhe convém é cada vez maior dose de satividade, de paz, de integração de si mesmo e maior penetração nos planos mais divinos de seu ser. A ansiedade pela cura é tão perniciosa como acreditar-se curado, quando se está apenas melhor. Faça tudo dentro de suas possibilidades, sem se sentir infeliz pelo que não vier a conseguir, sem se deprimir pelo que não puder fazer. Faça tudo com fé. Evite preocupações, principalmente com o tempo. Lembre-se de que seu distúrbio nervoso levou anos para instalar-se. Não se sinta desanimado por não ficar logo bom, nem surpreendido com as recaídas com as naturais dificuldades do caminho.

Se você fizer de sua cura um objetivo a ser atingido seja como for; se você se preocupar com o andamento de seu caso; se você ficar de olho pregado nos sintomas a fim de perceber se a taquicardia ou dor precordial está diminuindo; se você começar a medir a pulsação e a pressão, querendo saber se já está melhor; se você faz de seus sintomas psíquicos a coisa mais importante nesta vida, pode crer, você está retardando a cura e talvez a impedindo. Não faça assim. É claro que você tem o direito de saber-se melhor, inclusive, lucrará muito com a percepção das melhoras que, sem preocupação, for notando em si. Goze e aproveite a euforia serena resultante das melhoras que se vão manifestando, mas acautele-se contra a expectativa ansiosa. Essa só servirá para fortalecer aquilo de que você quer se libertar. Sabe por quê? Por causa da concentração mental que você estaria mantendo sobre o mal. A sua preocupação o está fazendo fixar-se na enfermidade. Preocupar-se com a cura, fatalmente resulta em preocupar-se com a doença. Em resumo: “Não arranque todos os dias a semente, procurando ver se a plantinha está nascendo”. (Yogananda)

As técnicas aqui ensinadas (livro “Yoga para Nervosos”) são de eficiência real. A grande recomendação é: paciência. Mantenha a esperança. Insista. Sem qualquer ansiedade, insista, sabendo que, quanto mais você for paciente, maior a probabilidade de êxito. Esqueça a cura para também se esquecer da doença. Não é possível demarcar com uma risca, onde termina a doença e onde a saúde começa, tal como também não é possível assinalar onde o físico acaba e começa o mental. Esqueça que deve ou necessita ou tem de ficar bom. Persistência. Esperança. Paciência. Suavidade.  Deixe as coisas acontecerem.

*O livro “Yoga para Nervosos” encontra-se em PDF no Google.

Nota: Caipira Declamando, obra de Anita Malfatti

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