GÊNEROS MUSICAIS MAIS POPULARES NO BRASIL

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Autoria de Lucas Alves Assunção

Se existe algo que me faz ter orgulho do Brasil é o samba, não o do Carnaval, mas o do grande Cartola e de tantos outros sambistas de verdade. O samba é como o blues dos estadunidenses. Quando os africanos chegaram aqui começaram a misturar ritmos da África com a música dos portugueses, assim nasceu o samba, uma música sofrida que consegue ser triste e alegre ao mesmo tempo. Com o passar do tempo, o samba virou pagode. E o pagode que já era ruim, virou uma piada. Hoje em dia, no país em que este gênero musical foi criado, mal se escuta falar de samba, o que é uma pena, pois este gênero merece mais respeito e amor dentre todos os outros, pois, afinal, é a cara do Brasil. É a nossa identidade musical.

O chamado sertanejo universitário é bem diferente do sertanejo de raiz. Há muito tempo este gênero tem sido empurrado goela abaixo do povo brasileiro. Tudo o que se precisa para ter sucesso no sertanejo universitário é um topete, uma barba bem cuidada, um rosto levemente bonito, vestir-se relativamente bem e saber executar uma dancinha grotesca. É o gênero que mais abusa do “auto tune” e tem a maioria de suas letras compostas por terceiros na atualidade. Aqui também são poucos os talentos, sendo a imensa maioria fabricada pela mídia.

A música popular brasileira já não é a mesma de antes. Cito como exemplo o cantor Thiago Iorc que ganhou um Grammy com a música “Trevo de Quatro Folhas”, música essa que possui três acordes. Sabemos que complexidade não é sinal de perfeição, por isso, até hoje tento entender o que a letra da música quer dizer, a exemplo deste trecho: “eu só quero o leve da vida pra te levar”.  A verdade é que a MPB era um gênero extremamente rico. Todos os que já ouviram Cartola, Tom Jobim, Chico Buarque, João Gilberto e muitos outros percebem que o brasileiro conseguia misturar toda a complexidade do jazz com o ritmo do samba, o que resultava numa perfeição incrível. Até os jazzistas lá de fora idolatravam os nossos músicos, porém, infelizmente, hoje em dia estamos na contra mão de nossa história musical.

O rock no Brasil tem uma história bem conturbada, pois nenhuma banda que realmente tocava rock chegou a um nível alto de sucesso, excetuando os “Mutantes”, mas quem conhece essa banda hoje em dia? Grande parte dos brasileiros pensa que o rock brasileiro começou nos anos 80, com os Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Barão Vermelho, dentre outros, e que não existem bandas de rock no Brasil. Acontece que nenhuma dessas bandas dos anos 80 tocava  rock. Elas tocavam um pop suave chamado de pós-punk. As verdadeiras bandas de rock do Brasil começaram nos anos 50, várias outras surgiram nos anos 60/70/80, porém, o rock no Brasil sempre fez parte do underground (dos porões), jamais podendo alcançar a grande mídia. Podem ser citadas como bandas de rock brasileiras: Made in Brazil, Patrulha do Espaço, Casa das Máquinas, Máscara de Ferro, Harppia, Salário Mínimo, Centúrias, Excalibur, Golpe de Estado e Inox,  dentre muitas outras que sempre viveram no esquecimento. Vários músicos talentosos participaram dessas bandas.

Não há muito o que se dizer sobre o funk. Creio que o único motivo de fazer sucesso está no fato de ser uma das únicas formas de entretenimento do povo mais carente de nosso país. É sempre a mesma batida, as letras sempre falam das mesmas coisas. É um gênero musical agressivo e pouco original, cujas letras estão sempre focadas em dinheiro, mulheres (tratadas com termos abusivos) e carros importados. É um pena que artistas que poderiam sobressair em outros gêneros musicais optem por esse.

Nota: Receita de Samba, obra do pintor brasileiro Heitor dos Prazeres

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EU NÃO POSSO DESISTIR DO BRASIL

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Autoria de Carlos Alberto Pimentel

Após viajar por este imenso país nos últimos 20 anos, de norte a sul e de leste a oeste, por mar, ar e terra, descobri o quanto eu amo a terra em que nasci. Só não conheço ainda o Amapá e o Tocantins. Conheci gente sofrida, mas hospitaleira e trabalhadora. Comi vatapá na Bahia e pato no tucupi no Pará. Churrasco na campanha Gaúcha e o tambaqui grelhado no restaurante da Bia, às margens do Rio Negro, em Manaus. Naveguei pelo Rio Negro, encantado com o boto cor de rosa e sentindo-me pequeno frente à imensa e bela Floresta Amazônica.

Já estive em 14 países e já trabalhei em dois, mas como seria se eu desistisse do Brasil? Como seria não ouvir o gorjeio das nossas aves, ver de perto a beleza das nossas matas e seus bichos, como o canto melancólico do sabiá? Deixar os meus amigos? Perder todos os vínculos de quase sete décadas de vida.

Algum leitor desatento, talvez, poderia entender esse meu lamento como uma patriotada. Não me importo. Descobri que, com raízes muito profundas fincadas aqui, não posso desistir do Brasil. Descobri que não posso desistir de minha pátria principalmente depois de uma experiência em viagem recente à terra dos pais da minha avó paterna: a Suíça.

Uma comerciante de Zurique, ao perceber o meu sotaque, quis saber de onde eu vinha. Ao saber, fez alguns comentários sobre o que lera nos jornais locais que me atingiram em cheio. Um dardo no coração! Imediatamente comecei a defender o meu Brasil – embora, infelizmente, muito do que ouvia era a mais pura verdade. Até aquele momento, pensava que o meu DNA fosse uma mistura: 50 % helvético e 50 % lusitano. Estava totalmente errado! Meu DNA é 100% brasileiro! Mais uma razão pela qual não consigo desistir do Brasil.

Apesar de ser bombardeado diariamente pela mídia com más notícias: corrupção, doentes em corredores de hospitais sofrendo, criminalidade crescente, governantes ladrões, etc., não posso desistir do Brasil. Já vivi no exterior por meses sem falar o Português – a sensação foi como comer todos os dias uma comida sem tempero! Que língua maravilhosa a nossa! Leva tanto sentimento. Saudade! O vínculo de gratidão ao outro ao dizer obrigado! Ela nos une nos quatro cantos desse imenso país, com regionalismos deliciosos. Meus amigos lá de fora ficam encantados quando a ouvem.

Muitos compatriotas mais jovens e qualificados estão desistindo do Brasil. Indo embora. Não os culpo. Eles têm razão de sobra. Foram os que mais sofreram com as canalhices dos maus políticos e maus empresários. Psicopatas e canalhas. Entretanto, as minhas raízes são muito profundas e, mesmo se quisesse, não poderia deixar o Brasil. Assim, só me resta lutar para mudar o meu país e, um dia, nele morrer. Não podemos mais deixar o Brasil ser estraçalhado nas mãos desses canalhas e psicopatas.

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Renoir – MENINA COM AS ESPIGAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor francês Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) alegrava-se por ter nascido num família de grande talento manual, onde havia alfaiates, ourives e desenhista de modas. Para ele teria sido mais difícil se tivesse nascido numa família de intelectuais, pois teria levado muito tempo para se livrar das ideias recebidas. De origem humilde, aos 13 anos de idade ele deu início à sua carreira artística, pintando porcelanas, cortinas e leques para ajudar financeiramente sua família composta por mais seis irmãos. Émile Laporte, seu colega nas aulas noturnas da Escola de Desenho e Arte Decorativa, incentivou-o a frequentar o ateliê do mestre suíço Charles Gleye, para que pudesse se ingressar na Academia, o que aconteceu dois anos depois.

A composição denominada Menina com as Espigas, também conhecida como Menina com Flores, é uma obra do pintor. Faz parte do acervo do MASP desde 1952. Renoir fez inúmeros retratos de crianças, na maioria das vezes valendo-se de uma técnica em que usava cores vistosas,  trabalhando minuciosamente os detalhes, como acontece com esta pintura em que o artista usa um colorismo exuberante e superfícies esmaltadas, possivelmente lembrando a sua juventude, quando decorava leques e porcelanas.

Ficha técnica
Ano: 1888
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 65 x 54 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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O TRANSTORNO BIPOLAR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Duas palavras-chaves podem ser usadas para se referir ao Transtorno Bipolar: intensidade e oscilação. Trata-se de uma doença que causa variações extremas no humor. (Renan Fasolin Medeiros)

O Transtorno Bipolar – uma das doenças mentais que afetam cerca de 4% da população mundial, segundo dados da Associação Brasileira de Tratamento Bipolar (ABTB) – é também conhecido como Transtorno Afetivo Bipolar ou ainda como Transtorno Bipolar de Humor. Antigamente era chamado pelo triste nome de Psicose Maníaco-depressiva. Esta psicopatologia vem se tornando tão conhecida que é muito comum hoje, popularmente, chamar uma pessoa de bipolar quando, em certos momentos, ela age diferentemente daquilo que se deseja, considerando que seja alguém que vive entre “altos e baixos”.

Assim como outros transtornos crônicos, ainda não existe cura para a bipolaridade, mas o uso de medicamentos adequados permite ao portador do problema uma melhor qualidade de vida. Seu diagnóstico é complexo, pois seus sintomas misturam-se aos de muitos outros transtornos. Estudos mostram que não se trata de uma doença apenas do cérebro, mas do organismo como um todo, por isso se diz que se trata de uma doença “sistêmica”. Três estados são preponderantes no Transtorno Bipolar: intensidade e oscilação, ou seja, seu portador passa por variações intensas de humor, alternadas entre períodos de euforia (mania) e períodos de depressão. Também não é possível estimar o tempo de duração de tais fases que tanto podem durar dias ou até mesmo meses.

Ainda não se tem um parecer exato sobre as causas que levam à bipolaridade. O que se sabe é que no Transtorno Bipolar existe uma combinação de vários fatores (por isso se diz que é um transtorno multifatorial) genéticos, biológicos e sociais. Pesquisas mostram que a maioria dos portadores de bipolaridade possui pelo menos um caso de pessoas com transtorno mental na família, contudo, a genética indica apenas a possibilidade de uma predisposição ao transtorno, como acontece com os portadores de outras doenças mentais. Acontecimentos que trazem uma grande carga emocional também podem acionar o gatilho, assim como o uso abusivo de álcool e de outras drogas ilícitas.

Um indivíduo com Transtorno Bipolar apresenta três estados principais de humor:

  • Mania – diz respeito a uma fase de grande excitabilidade que se diferencia de um estado de euforia ou alegria considerado normal. A pessoa distancia-se da realidade ao apresentar um pensamento fantasiado fora do comum. Isso pode ser percebido através de humor excessivo, inquietude, excesso de energia, dificuldade para dormir, agitação psicomotora, ideias de grandeza, discurso difuso, libido exacerbada, incapacidade de avaliar situações de risco para si e para os outros. Sintomas psicóticos (como delírios e perda da razão) podem ocorrer quando o transtorno encontra-se muito agravado. Nesta fase é comum o abuso de drogas (ilícitas ou lícitas), a prática exacerbada de sexo (sem levar em conta os métodos contraceptivos e preventivos contra doenças sexualmente transmissíveis), o descontrole nos gastos, a perda de rendimento no trabalho, os problemas nas relações interpessoais, dentre outros.
  • Depressão – quando nessa fase, o indivíduo mostra-se desinteressado por tudo, até mesmo por coisas que antes gostava de fazer; carrega um pesado sentimento de angústia e de vazio existencial; não tem energia ou vontade própria; tem ideias suicidas, podendo até mesmo colocá-las em prática. Embora a depressão no quadro bipolar apresente os mesmos sintomas e características parecidos com as do “Transtorno Depressivo Maior”, a diferença fica por conta da alternância relativa aos estados de humor.
  • Hipomania – trata-se de um estado mais leve de mania, trazendo menos problemas ao portador de bipolaridade, isto porque não existe a presença dos devastadores sintomas psicóticos. Sua duração é curta, não necessitando de intervenção ou internação hospitalar. Muitas vezes, nesse estado em que a vítima torna-se altamente produtiva e ativa, é quase impossível para as pessoas em volta descobrir que se trata de uma fase da bipolaridade, dificultando o diagnóstico, o que vem a ser um problema, pois o quadro de humor hipomaníaco tende a evoluir para as fases descritas acima.

Sugestão de filme: “O Lado Bom da Vida”, de 2012, que mostra a vida de personagens que lutam para vencer transtornos mentais como depressão, bipolaridade e a obsessão por jogos de apostas.

 Nota: Garota em frente ao Espelho, obra de Pablo Picasso

Fonte de pesquisa
Grandes Temas do Conhecimento – Psicologia/ Mythos Editora

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Simon Vouet – PSIQUE VENDO O AMOR DORMINDO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

psivendor

A composição denominada Psique vendo o Amor Dormindo é uma obra do pintor francês Simon Vouet. Em sua pintura, o artista toma como tema o mito grego sobre Psique e Cupido.

A cena representada diz respeito à curiosidade de Psique em relação ao seu amor alado (Cupido) que só a visitava durante a noite, sem permissão para que ela pudesse vê-lo. O artista retrata o momento em que ela acende uma lâmpada de azeite para iluminá-lo.

Cupido encontra-se nu sobre lençóis brancos, debaixo de um dossel vermelho, magnificamente arranjado, o que torna a cena ainda mais sensual. Seu arco vermelho e aljava encontram-se sobre um móvel, atrás de Psique que traz um manto verde em volta do corpo e na mão direita a faca, com que iria matar o imaginado monstro apregoado por suas irmãs. Com a mão esquerda ela ergue a lâmpada fatídica.

Conta o mito que para vingar-se da beleza de Psique, Vênus pediu ao seu filho Cupido para castigá-la, fazendo com que se apaixonasse por um ser mortal. Ao vê-la, contudo, ele se sentiu embriagado com sua beleza e acabou se ferindo com a própria seta, vindo a apaixonar-se por ela. Psique foi morar com ele num palácio, sem jamais vê-lo. Ao receber a visita das irmãs, essas lhe disseram que seu marido era uma terrível serpente que iria devorá-la depois, deveria, portanto, esconder uma lâmpada e uma faca afiada, a fim de decepar sua cabeça, enquanto ele dormisse. E assim agiu a ingênua esposa, antes de surpreender-se com a presença de Cupido, que a abandonou, chateado com a sua deslealdade.

Ficha técnica
Ano: 1626
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 112 x 165 cm
Localização: Musée des Beaux-Arts, Lyon, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

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Gauguin – POBRE PESCADOR

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Conheci a miséria extrema, o que significa passar fome e tudo que se lhe segue. Isso não é nada, ou quase nada. A gente se acostuma e, tendo boa vontade, pode até rir disso. (…) Com muito orgulho, acabei por conseguir bastante energia. Eu quis querer. (Paul Gauguin)

 O pintor francês Eugène Henri Paul Gauguin (1848 – 1903) era filho do jornalista e cronista político Clovis Gauguin e de Aline-Marie Chazal, cuja família pertencia à nobreza espanhola, que se mudou para o Peru na época da conquista daquele país. Tinha uma única irmã, Marie, dois anos mais velha do que ele. Sua origem era mestiça (francesa, espanhola e peruana). Sua avó, que militava na defesa dos indígenas, era filha de um nobre peruano.

A composição denominada Pobre Pescador é obra do artista. Trata-se de um retorno à vida elementar e à natureza primitiva, algo que o artista sempre buscou na solidão de uma ilha da Polinésia (Taiti), no seu contato com a gente simples do lugar. Esta obra melancólica faz parte do acervo do MASP desde 1958.

O pescador encontra-se nu, ajoelhado e sentado sobre os calcanhares, com o braço esquerdo descansando na canoa que se encontra à sua frente, numa praia desértica, enquanto segura um objeto semelhante a uma cuia de coco. Seu braço direito descansa ao longo de seu corpo. Ele parece introspectivo e frágil em meio à paisagem luxuriante. Dois coqueiros cruzam seus troncos à sua frente. Mais adiante, as águas batem de encontro a um rochedo.

Ficha técnica
Ano: 1896
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 75 x 65 cm
Localização: Museu de Arte, São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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