Veronese – A CEIA EM EMAÚS

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

aceem

A composição A Ceia em Emaús é uma obra do pintor maneirista italiano Paolo Veronese. A partir desta obra, o artista passa a incluir um grande número de personagens em seus trabalhos. O tema é de somenos importância, pois o que interessa ao pintor é mostrar a sociedade de Veneza, seus nobres com seus palácios e jardins.

Esta pintura, que tem como temática uma passagem bíblica, não traz no tema central o seu real motivo, ou seja, este não domina a composição, mas sim a presença dos personagens que dele fazem parte, embora se mostrem alheios ao real significado da passagem religiosa, como se o que importasse fosse o momento presente e não o passado, mesmo sendo esse real ou imaginário. A cena é situada num ambiente suntuoso com suas colunas clássicas caneladas.

É possível notar que a cena parece fazer parte do cotidiano de tais pessoas. A figura de Cristo, embora ocupe a parte central da mesa e da pintura, não ganha o destaque merecido, seguindo a tradição do título da obra. Duas garotinhas, vestidas ricamente, à frente da mesa, brincam com seu cachorro, totalmente alheias ao acontecimento. O mesmo acontece com um garoto à direita, de costas para a mesa, e outro à esquerda, abaixado.

Ao redor do Mestre, que traz os olhos voltados para os céus, segurando o pão com a mão esquerda e abençoando-o com a direita, estão dois homens sentados. Próximo a Cristo, um garçom, com um pano vermelho na cabeça, serve a mesa. À sua direita, outro homem carrega uma bandeja com carnes. Um grande grupo de classe rica , indiferente aos acontecimentos, ocupa a parte direita da composição, onde se vê uma mulher carregando um bebê, tendo ao lado o esposo, apresentando sua imensa prole. Dois garotos pobres são vistos à esquerda de Jesus, sendo um deles negro, quase imperceptível, ao fundo, e raro para a época.

Através do vão triangular é possível ver uma cidade ao fundo, pessoas e colinas. Nesta composição, o pintor, ainda muito jovem, não mostra um perfeito domínio de seu estilo, misturando vários gêneros de pintura, tanto é que tema dos Evangelhos e de Veneza renascentista agregam-se e embaralham-se.

Ficha técnica
Ano: c. 1560

Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 290 x 448 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Veronese/ Abril Cultural

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

Views: 3

A VIDA NO BREJO E O LUAR DO SERTÃO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

As luzes da jovem e vaidosa Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro, tinham sido substituídas, para mim, pela escuridão e também pelo luar do sertão, coisas que eu nunca imaginara até entrão. O céu da cidade, cuja presença eu nem notara, agora se apresentava num esplendor que me deixaria deslumbrado e cativo para o resto da minha vida. Era preciso aprender a andar na escuridão, pelos caminhos rústicos trafegados apenas a pé, por carroças ou algum cavaleiro. O luar desconhecido da cidade, agora, no meio rural, além da poesia, tornava os caminhos bem visíveis, mudava muito a vida da gente. Das noites no sertão ficaram em mim impressões e lembranças que nunca se apagariam.

Além do luar e do céu estrelado havia a familiaridade com todo um mundo de ruídos da noite: os latidos distantes dos cães que guardavam seus terreiros, as corujas e os curiangos piando seus solos e, como grande coral, o coaxar da saparia pelos brejos. Se todo o mato tem uma grande variedade de ruídos noturnos, os brejos têm algo de especial. Aí vivem, numa imensa variedade e proximidade, sapos, sapinhos, sapões, rãs e pererecas, além de aves, cobras e uma multidão de insetos aéreos e terrestres. No verão, essa variedade se enriquece com pirilampos que riscam com sua suave luz a escuridão da noite.  É interessante que essa espantosa variedade de seres vivos “dá expediente” principalmente à noite. Toda essa imensa diversidade de vida “funciona” plenamente na mais completa escuridão.

Algumas dessas “descobertas” eu pude fazer muito cedo, ainda criança. Com um precário lampião a querosene ou com a mais “avançada tecnologia” da época: um lampião a carbureto. Com ele, eu fazia “expedições” para pescar em pequenos riachos ou para caçar rãs, logo depois das chuvas. A simples presença de uma pequena luz, não só mostra como alvoroça toda a vida do brejo, mas também a que existe ao seu redor. A forte impressão sobre a grande variedade de bichos e a presença perturbadora da luz sobre a vida do brejo ganhariam, no futuro, para mim, um significado muito maior.

Nota: Extraído do livro “Corrupira”, ainda inédito, do autor.
Imagem: Meninos Brincando, obra de Portinari

Views: 1

Pontormo – JOSÉ DO EGITO

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Lu Dias Carvalho

jodoe

O pintor italiano Jacopo Carucci (1494 – 1556) nasceu na cidade de Pontormo, na Toscana, apelido que viria a dotar em sua arte. Teve como mestre Leonardo da Vinci e Piero di Cosimo, vindo depois a entrar para o ateliê de Andrea del Sarto, tendo desenvolvido um estilo maneirista distinto. Em 1522 foi morar no monastério da Ordem dos Cartuxos, onde pintou uma série de afrescos, cujo tema era a Paixão e a Ressurreição de Jesus Cristo. Foi professor de seu filho adotivo Agnolo Bronzino e também colaborador de Michelangelo. Suas últimas obras receberam a influência das gravuras de Albrecht Dürer, por quem nutria grande admiração e seguiu o modelo de Michelangelo. Assim como Rosso Florentino, Pontormo tornou-se o expoente máximo do Maneirismo, com seus trabalhos dramáticos e expressivos.

A composição intitulada José do Egito é um exemplo característico da pintura florentina até o início do século XIV, mostra passagens da história de José, inseridas no Antigo Testamento (Gênesis 47: 13 e 48), tendo como pano de fundo uma paisagem fictícia e elementos arquitetônicos. Foi criado para o quarto de dormir de Pier Francesco Borgherini e Margherita Acciaioli, no Palácio Borghese, em Florença, por ocasião de suas núpcias.

Esta pintura apresenta quatro zonas principais:

  • no primeiro plano, à esquerda, José apresenta sua família ao faraó egípcio;
  • à direita, em primeiro plano, José está sentado num carro triunfal, puxado por três crianças (putti) seminuas. Ele ouve a leitura de uma mensagem, feita por um jovem ajoelhado à sua frente, e ao mesmo tempo segura uma criança (putto). Uma quinta criança, envolta num pano branco, encontra-se em cima de uma coluna, como se imitasse uma das duas estátuas presentes no espaço;
  • uma multidão curiosa, no meio das duas primeiras cenas, busca saber o que está acontecendo, cena também descrita como a multidão querendo pão;
  • mais ao fundo, no centro da pintura, algumas pessoas, escoradas em uma grande pedra, também observam a multidão em primeiro plano.

A curvatura da escada, que leva até o quarto de Jacó, situado no topo do edifício cilíndrico, tem por finalidade trazer mais tensão e drama à composição. No meio dela, José leva um de seus filhos pela mão, enquanto no topo dessa, outro filho é saudado por sua mãe. José também é visto ao lado dos filhos Efraim e Manassés, próximo à cama de seu pai Jacó, moribundo, recebendo a bênção paterna.

Ficha técnica
Ano: c. 1515/18

Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 92,7 x 110 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/pontormo-joseph-with-jacob-in-egypt

Views: 12

AS FORÇAS ARMADAS E A SOBERANIA DO BRASIL

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de Edward Chaddad

Há milhares de brasileiros esperando que as Forças Armadas brasileiras tomem posição diante da iminente destruição de nossa soberania e atuem no sentido de sua defesa. Pelo andar da carruagem, o Brasil é um país prestes a tornar-se burguês, onde o trabalhador é apenas um detalhe, uma máquina que irá processar a produção, sem direito à saúde, à educação, a uma boa alimentação, ao descanso, às férias, em suma, ao mínimo possível para manter sua condição de ser humano.

A Constituição Federal, claramente, como se pode observar, no seu artigo l42, que reza: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”, atribui às Forças Armadas uma grande missão: a defesa de nossa pátria, ou melhor, garantir e, acima de tudo, proteger os princípios fundamentais da nossa soberania.

É importante ressaltar que é fundamental que o Brasil mantenha sua soberania intocada, pois sem ela inexiste o Estado. Lembro que a soberania é o suporte de nossa cidadania, da dignidade da pessoa humana, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, do pluralismo político, ficando claro que todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.

Seria totalmente constitucional, portanto, a manifestação das Forças Armadas, alertando todos os brasileiros para a situação de caos em que se encontra o país, não se afastando, assim, do dever de evitar que a sucumbência do Brasil ante as forças nocivas que o transformam numa colônia. Os políticos, que nos “dirigem” atualmente, estão vendendo todos os bens soberanos, ou seja, traindo o povo brasileiro, em resumo, a nossa pátria. Os neoliberais, hoje extremistas ultraliberais, já o fizeram após a revolução militar de 1964, alienando muitos bens que representavam nossa soberania.

Lembro a venda da nossa Vale do Rio Doce ao preço de três bilhões e trezentos milhões de reais, quando, só naquele ano, dera um lucro de aproximadamente dois bilhões de reais. Hoje essa empresa tem o valor de mais de 50 bilhões de dólares. Alienaram a Vale e, com isso, obtivemos, como lucro, um desastre ecológico jamais imaginado pelo povo de Minas Gerais e Espírito Santo, mostrando que a eficiência do setor privado inexiste, pois, acima de tudo, é o lucro que é seu alvo, deixando assim de promover a segurança do empreendimento.

Perdemos também, durante governo neoliberal – 1991 a 2002, uma infinidade de bens que representavam nossa soberania, como a CEMAR, CESP-TIETE; CETEEP – COELBA, CONGÁS; COSERN; CPFL, RGE,,ELEKTRO; ELETROPAULO; ESCELSA; GERASUL;LIGHT; BAMERINDUS, BANESP, BANCO MERIDIONAL; BANCO REAL; BEA;BEG (Banco de Goiás); CARAIBA PQU (Petroquímica União S.A). Querem mais: TELEBRAS: EMBRATEL, TELESP, TELEMIG, TELERG, TELEPAR, TELEGOIÁS, TELEMS, TELEMAT, TELESP, TELEBAHIA, TELERGIPE, TELECEARÁ, TELEPARÁ, TELPA, TELPE, TELERN, TELMA, TELERON, TELEAMAPÁ TELAMAZON, TELEPISA, TELEACRE, TELAIMA, TELEBRASÍLIA, TELASA. A lista não se encerra aqui. Foi apenas uma amostragem.

Houve muito mais alienações, inclusive em bens de Estados federados. Quase venderam a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. E retornam agora para completar a sua tarefa, encomendada pela nossa burguesia e por governos do exterior, interessados nas nossas riquezas, autorizando ativos da Petrobrás e terras brasileiras a preço de banana. Inclusive, há até quem diga que eles irão alienar até o Aquífero Guarani. Lembro que os israelenses adquiriram a maior quantidade de terras possível dos palestinos e, de uma hora para a outra, declararam que o território era deles, e lá constitui o Estado de Israel. Ah, o que acontecerá com a nossa a Amazônia…

Nunca defendi o regime militar, pois encontrei grandes barreiras na liberdade, principalmente de expressão. Fui e sempre serei contra regime ditatorial, seja lá qual for, pois o preço a ser pago é a liberdade e até a morte, como aconteceu. Ademais, sou democrata e sempre defenderei a democracia. Porém, não posso deixar de lado que, durante o Regime Militar, as leis trabalhistas (com raras modificações, como a estabilidade que virou FGTS) e a Previdência não foram afetadas. Inclusive, os militares fizeram modificações para beneficiar a aposentadoria dos professores. É bom lembrar isto. Depois, como os militares não quiseram vender os ativos soberanos de nosso País, como minério, petróleo, terras, etc., foram retirados do Poder, com o apoio da Cia. Após o fim da ditadura militar, veio a galope o neoliberalismo, quando os neoliberais começaram a vender nossos ativos soberanos, provando-se que o motivo da queda militar foi este.

A partir da vitória das forças de centro-esquerda em nosso País, este movimento de venda de bens soberanos parou. E agora o novo governo neoliberal, não escolhido pelo povo, objetiva, entre muitas outras coisas, a alienação de nossos bens soberanos, principalmente a Petrobrás, que hoje tem o Pré-Sal, um dos maiores reservatórios de petróleo de primeira qualidade no mundo todo. E o neoliberalismo, hoje em seu extremismo , ou seja, com o ultraliberalismo a todo vapor, veio com a finalidade de vender de vez todo o resto das riquezas do Brasil.

Pode-se constatar pela venda planejada de todos os ativos soberanos de nosso país, que a grande maioria de nossos políticos não é nacionalista, pois estão garantindo a alienação total dos bens que representam nossa soberania. As ditaduras, tanto de Vargas como a Militar, defenderam a soberania do Brasil, inclusive os direitos trabalhistas e previdenciários, estes criados ao tempo de Vargas, ainda que desprezassem a liberdade do povo. No momento em que grupos estrangeiros e mesmo brasileiros tomam nossos bens soberanos, o governo não governa. O povo não governa, pois perde a sua soberania.

Hoje sei que os militares foram derrubados do poder, porque não aceitaram que nossos bens soberanos fossem alienados. Falou mais alto o sentimento patriótico e não concordaram. Daí terem sido derrubados. Finalizando, penso que as Forças Armadas brasileiras devem e podem tomar posição diante da iminente destruição de nossa soberania e atuem, patrioticamente, no sentido de sua defesa, máxime no rigor da nossa lei constitucional, renita-se, como se pode observar, no seu artigo l42, que atribui às forças armadas uma grande missão: a defesa de nossa pátria, protegendo os princípios fundamentais da nossa soberania.

 

Views: 1

Tintoretto – LEDA E O CISNE

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria de LuDiasBH

leoci

A composição denominada Leda e o Cisne é uma obra do pintor italiano Jacopo Robusti, mas que é conhecido como Jacopo Tintoretto, sendo tido como o mais importante artista do maneirismo veneziano.

Em sua tela Tintoretto apresenta a bela Leda e o cisne, tomando como temática a mitologia clássica que conta o mito sobre a bela mulher e Zeus, o deus dos deuses. Tal mito era muito popular em Roma, figurando em inúmeros trabalhos artísticos da época, como medalhões, mosaicos, murais e esculturas. É também muito representado até os dias de hoje.

Segundo a mitologia grega, a jovem Leda era casada com Tíndaro, rei de Esparta. Mas ao vê-la, o deus Zeus (Júpiter), sempre afeito a um rabo de túnica, apesar da vigilância de sua esposa Hera (Juno), desejou possuí-la. Portanto, metamorfoseou-se num cisne para seduzi-la. Leda foi fecundada, e, em consequência de tal união botou dois ovos, dos quais nasceram os gêmeos Castor e Pólux (nascidos de um ovo) e a bela Helena (nascida do outro) que se tornou famosa em razão da Guerra de Troia.

Ficha técnica
Ano: c. 1552-1558
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 145 x 145 cm
Localização: Palazzo Vecchio, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
Mitologia/ Thomas Bulfinch
Mitologia/ LM

Views: 2

A FUNÇÃO DE UMA BOA ESCOLA

Siga-nos nas Redes Socias:
FACEBOOK
Instagram

Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

A fala do professor geralmente é a “fonte” que reproduz as coisas que estão escritas no livro didático. Isso agrava a carência na habilidade de ler dos nossos alunos. Essa carência é tão grave que se estende aos níveis mais altos de escolaridade, até mesmo à pós-graduação, com reflexos no desempenho dos indivíduos e no desenvolvimento do país. Nosso ensino é feito quase que exclusivamente pelo discurso do professor. Quase nada fica do “quase tudo” que pensamos ter ensinado, quando se usa o “método” apenas discursivo ou de copiar. A ausência na escola de qualquer atividade inteligente que envolva também as mãos é uma das deformidades de nossa cultura. Essa deformação se propaga e constitui um dos problemas das elites intelectuais nos países “sub” desenvolvidos.

Sabemos fazer discursos sobre “soluções”, mas sabemos fazer muito pouco de fato. Este não é um problema só do ensino fundamental e médio. Grande parte das instituições de ensino superior é de uma enorme pobreza na capacidade de realizar qualquer coisa que não seja “aula teórica”. Quando se trata de ensino de alguma área das chamadas ciências da Natureza ou simplesmente Ciência, isso produz uma grande e grave deformação. Aprende-se a “falar” sobre as coisas, mas se sabe “fazer” muito pouco com elas. Ao longo de décadas de meu trabalho com professores de Ciências e de Física ficou para mim evidente que muitos de nossos cursos são parecidos a cursos de natação feitos por correspondência: aprendemos a falar sobre a importância da natação, mas não nos atrevemos a entrar na água.

O constante exercício de uma postura passiva, de só se sentar e ouvir, acaba por atrofiar a iniciativa dos jovens, formando muito mais “sentistas” que cientistas. A iniciativa é um dos ingredientes indispensáveis ao progresso do indivíduo e das nações. Nossa escola, pela postura passiva que estimula a imobilidade como “bom comportamento”, exercita a passividade e atrofia a iniciativa. A dificuldade de exprimir-se com clareza ao falar denota a grande falta de oportunidade de exercitar-se essa habilidade, pois:

1. É a ESCOLA o lugar em que se deve exercitar a verbalização de argumentos.

2. É também a ESCOLA o lugar em que, nas DISCUSSÕES, o jovem deve aprender a exercitar a oportunidade em que se deve calar para ouvir os argumentos dos outros. Democracia se aprende exercitando suas regras desde cedo: na ESCOLA, principalmente.

3. É também na ESCOLA que devemos exercitar o convívio com as diferenças de todos os tipos: raça, credo religioso, orientação política ou de gênero, deficiências físicas e outras.

A ESCOLA pode e deve ser tolerante com as diferenças, mas intransigente com a burla e a fraude. Mais importante que discursos sobre ÉTICA é o exercício do respeito a pessoas e instituições em todas as atividades, dentro e fora das classes. Portanto, o papel da ESCOLA e do PROFESSOR deve e pode ser uma espécie de “rampa” para a “decolagem” definitiva e independente do indivíduo rumo a um “voo” com autonomia para continuar a crescer em conhecimento, pelos seus próprios meios. A ESCOLA e o PROFESSOR devem, e podem, ser as coisas de que nos recordaremos por toda a vida com admiração, gratidão e respeito pelo “balizamento” que nos guiaram e com as boas  lembranças das pessoas que nos proporcionaram a “pista” para uma boa “decolagem” com nossos “motores” em nosso “voo” pela vida e pelo Mundo.

Nota: texto extraído do livro “Nossa Escola Quase Inútil”, 2006, inédito
Imagem: A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, obra de Rembrandt

Views: 1