Uccello – SÃO JORGE E O DRAGÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura São Jorge e o Dragão é uma obra do pintor italiano Paolo Uccello, que possui outra composição com esta mesma temática religiosa, sendo ambas bem parecidas. O quadro apresenta duas cenas relativas à história do santo. A primeira diz respeito à luta contra o dragão que causava terror aos habitantes da cidade e que queria devorar a filha do rei. A segunda mostra a princesa segurando-o com seu cinto. O dragão simbolisa aqui o paganismo.

No céu, uma tempestade está tomando corpo. O olho das linhas de tempestade direciona-se para a lança de São Jorge, sugerindo que a intervenção divina levou-o à vitória. Uccello usa o lance para enfatizar o ângulo a partir do qual São Jorge ataca o dragão, ajudando a estabelecer um espaço tridimensional. As manchas estranhas de grama ilustram a preocupação obsessiva do pintor Uccello com perspectiva linear e sua tendência para criar um padrão decorativo.

Em primeiro plano estão presentes São Jorge, a princesa e o dragão. São Jorge, montado sobre seu cavalo branco, que refuga, usa uma pesada armadura. Ele se inclina para a direita e acerta a fera com uma lança exageradamente comprida. Seu rosto aparenta apreensão e coragem. A princesa traz o dragão preso a seu cinto a fim de levá-lo à cidade. Ela não demonstra nenhum medo, mas ao contrário, sugere estar segurando um dócil animal, cuja posição é de absoluta passividade.

O dragão mostra-se muito mais exótico do que amedrontador. Suas pernas desconjuntadas encontram-se abertas. As patas apresentam, cada uma, três unhas expostas e afiadas. De sua boca escorre sangue, em decorrência do ferimento causado pela lança do santo.  Suas asas apresentam círculos com cores diferenciadas. E sua enorme cauda enrodilha-se no ar.

A enorme caverna do monstro é vista atrás da cena, à esquerda. O chão é composto por pedras e canteiros de ervas rasteiras. Atrás de São Jorge divisa-se uma floresta e um redemoinho de nuvens pesadas, formando um olho, como a reafirmar o perigo pelo qual passa o santo e a intervenção divina. Ao fundo descortinam-se montanhas, atrás das quais vê-se a luminosidade de uma cidade. O céu azulado traz a presença de uma meia-lua e pequenas nuvens brancas. A longa lança leva os olhos do observador de São Jorge para o dragão e deste para a pricesa.

Ficha técnica
Ano: c. 1455
Técnica: têmpera sobre tela
Dimensões: 57  x 73 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/paolo-uccello-saint-george-and-the-dragon

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Intersexualidade – AS IRMÃS KARAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O hermafroditismo, termo que vem caindo em desuso, sendo substituído por intersexualidade, caracteriza-se pela presença dos dois sexos e/ou caracteres secundários desses num mesmo indivíduo, que tanto pode ser animal ou vegetal. Trata-se de um distúrbio tanto morfológico quanto fisiológico. Podemos dizer que o indivíduo portador de tal condição é hermafrodita ou hermafrodito, pois se trata de um substantivo de dois gêneros, contudo, hoje em dia usa-se mais a palavra intersexuado ou “intersex”.

O nome hermafrodito tem origem na mitologia grega. Segundo o mito, Hermafrodito era uma divindade grega híbrida, fruto de um relacionamento passageiro entre os deuses Hermes (Mercúrio) com Afrodite (Vênus). Embora fosse muito belo, ao deus não agradava as mulheres. Mas ao se apaixonar por ele, a ninfa Salmácida pediu aos deuses que unissem seus corpos, apesar da indiferença do jovem deus por ela. E assim foi feito. Ele se tornou, ao mesmo, tempo masculino e feminino. Por causa de sua aparência com o deus, os hemofroditas eram reverenciados na Antiguidade. Hermafrodito, portanto, vem da junção dos nomes Hermes+Afrodite.

Os irmãos gêmeos franceses Albert e Alberta Karas, ambos hermafroditas,  são um caso bem conhecido na história desse fenômeno (foto à direita). O que se encontra de pé possuía a parte inferior do corpo masculina e a superior feminina. O que se encontra sentado, diferentemente do primeiro, possuía o lado esquerdo do corpo femino e o direito masculino, sem falar que ainda possuía o braço e a perna de seu lado feminino menores (cerca de cinco centímetros) do que os membros do lado masculino. O lado feminino do rosto era liso e possuía a maçã mais proeminente, enquanto no lado  masculino nascia barba.

Nota: fotos copiadas de http://www.sideshowworld.com/81-
SSPAlbumcover/HH/2015/Albert/Alberta.html

Fontes de pesquisa
Freaks – Aberrações Humanas/ Editora Livros e Livros
http://www.sideshowworld.com/81-
SSPAlbumcover/HH/2015/Albert/Alberta.html

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Vídeo – O NASCIMENTO DE VÊNUS – Botticelli

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O Nascimento de Vênus é uma das mais famosas obras do artista italiano Sandro Botticelli, sendo conhecida em todo o mundo. Nela o pintor  revela as mudanças sofridas em sua visão do mundo. Vênus passa a representar a alma cristã a emergir das águas do batismo. A pintura em questão é um dos pontos altos da maturidade do grande artistas italiano.

A composição O Nascimento de Vênus retrata a chegada da deusa Vênus (Afrodite), nascida da espuma do mar, à terra. Embora desnuda, ela não sugere erotismo algum, ao contrário, passa-nos uma extrema pureza. Encontra-se dentro de uma enorme concha que é impelida para a praia pelo deus Zéfiro e pela ninfa Clóris. Na margem está a esperá-la uma das Horas, para colocar sobre ela um manto de púrpura bordado de flores…

Obs.: Conheça mais sobre a pintura, acessando o texto completo no link:
O Nascimento de Vênus

E assista depois ao vídeo –
https://www.youtube.com/watch?v=5fFkPiPqtcY

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Léger – AS NÚPCIAS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição As Núpcias, também conhecida como O Casamento, é uma obra do pintor normando Fernand Léger. A grande preocupação do artista em seu trabalho era tornar a forma o mais simples possível.

Em sua pintura cubista, Léger usa um traço resumido e exato, de modo que personagens e paisagem integram-se a tal ponto, que é impossível separá-las no espaço, embora todos os elementos ali se encontrem agregados uns aos outros, dando movimento à cena. As figuras humanas, estilizadas geometricamente ao máximo, e a paisagem penetram-se reciprocamente, acentuando a dinâmica da cena. E mais uma vez as mãos destacam-se no trabalho do artista.

Ficha técnica
Ano: 1911
Técnica: óleo em tela
Dimensões: 257 x 206 cm
Localização: Museu Nacional de Arte Moderna, Paris, França

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Editora Abril Cultural

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A CURIOSIDADE HUMANA PELO BIZARRO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O ser humano foi sempre fascinado pelo desconhecido, por aquilo que se encontra além de sua imaginação, quer isso esteja ligado às forças da natureza, quer se relacione aos aspectos da vida humana. A mitologia é uma prova de que, ao não poder contar com a Ciência, a humanidade acabou criando explicações para si mesma. As superstições também fazem parte do fantástico, ainda presentes em muitas culturas. Os extraterrestres ainda se evidenciam na imaginação da maioria de nós, em pleno século XXI, ansiosos por vê-los aparecer.  E quando o esdrúxulo torna-se real, a fascinação avoluma-se e ganha vida, tornando-se incontrolável.

Os circos e os espetáculos itinerantes de tempos atrás, com suas apresentações funambulescas e estrambóticas, eram comuns em todas as partes do mundo, onde lhes era possível chegar. Raridades bizarras atraiam milhares de espectadores que podiam vê-las, pagando um preço irrisório. Para complementar a renda dos artistas itinerantes, fotografias das pobres criaturas chamadas de “monstruosidades” eram vendidas ao final do espetáculo ou de apresentações circenses, e acabavam ilustrando álbuns ou coladas às paredes, ao lado de fotos de ídolos. Muitas vezes tais seres humanos (ou animais) que fugiam ao padrão comum, faziam mais sucesso do que os ditos artistas. E quanto mais incomum fosse a aparência da pessoa, mais facilmente encontrava um emprego circense. O Barnum & Bailey’s Circus é um exemplo desta história esdrúxula da humanidade que seria vista hoje como falta de humanidade.

Ainda que, ao explorar deformidades físicas, os circos possam nos parecer hoje totalmente desnaturados e cruéis, essa era a única forma que muitas daquelas pessoas, consideradas anormais para o modelo humano, tinham para manter a si mesmas e a suas famílias, pois não podiam contar com a ajuda de nenhum órgão público e tampouco existiam instituições que pudessem acolhê-las. As famílias eram pressionadas para cuidar de seus deficientes, sendo grande parte delas muito pobres.

Se a maioria dos portadores de deficiência física, mesmo em nossos dias, não contam com um suporte do Estado, imaginemos naquela época. E sem falar na fragilidade desses seres de então, sem nenhuma esperança de tratamento, tendo que se adaptar a um mundo que não os aceitava e, ainda por cima, eram detentores de uma saúde extremamente frágil, dependentes de cuidados de terceiros. Ser acolhido por um circo era uma benesse, por mais triste que isso possa nos afigurar hoje. Portanto, qualquer julgamento sobre um determinado assunto precisa se ater à época do acontecimento, levando em conta os mais diferentes fatores.

E não pensemos nós que o uso da deformidade física como ganha-pão sumiu de nossa amada Terra. Não. Esse tipo de humilhação humana continua presente, ainda que em menor grau, até mesmo nos países ditos civilizados. Um passeio pelas ruas dessa ou daquela cidade comprovará que os circos e os espetáculos itinerantes desapareceram, mas muitos de seus “artistas anômalos” continuam a povoar as ruas, mendigando. Imaginemos agora, a vida de pessoas assim, presentes nos chamados países subdesenvolvidos, em cujas estradas, ruas e praças exibem-se como se estivessem numa feira de horrores, sujeitas aos mais variados olhares, às mais diversas formas de estranhamento e às poucas mãos que se estendem compadecidas… E viver, assim, num mundo em que a perfeição física chega às raias da loucura, deve trazer um sofrimento pungente a quem não vê uma luz no final do túnel.

Nota: imagem copiada de http://rockntech.com.br

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Baldovinetti – RETRATO DE UMA DAMA EM AMARELO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O pintor italiano Alessio Baldovinetti (c. 1425-1499), natural de Florença, foi o mais considerável representante, em sua cidade natal, do início da Renascença. Foi aluno de Domenico Veneziano, a quem tomou como modelo, assim como recebeu influências de Fra Angelico, Andrea del Castagno e Piero della Francesca. Em seu trabalho foi capaz de mesclar, com maestria, vários informações das técnicas desses artistas. Além de fazer desenhos de vitrais, mosaicos e marcheteria, ainda fazia retábulos e decorava paredes de igrejas. Também supervisionou restauros. Artistas posteriores a ele, como Domenico Ghirlandaio, Antonio del Polaiuolo e Andrea del Verrochio, usaram seu trabalho como fonte de inspiração.

A composição Retrato de uma Dama em Amarelo tem sido delegada, ao longos dos tempos, a diferentes pintores, mas a maioria dos historiadores da arte contemporâneos atribuem-no a Alessio Baldovinetti. A retratada era tida como a Condessa Palma de Urbino e, posteriormente como Francesca Stati, mulher do poeta Ângelo Galli de Urbino. Atualmente é tida como sendo a irmã de Piero Soderini, em razão do bordado que se apresenta na manga de sua blusa, motivo decorativo usado pela família.

Este magnífico retrato  traz uma jovem de perfil, imóvel, diante de um forte e uniforme fundo azul, que destaca ainda mais a sua figura. Embora não seja bonita, mostra-se muito elegante. Seus contornos são nítidos, sendo a pálida pele do rosto e do pescoço alongado muito lisa e delicada. Sua boca está fechada, com o lábio inferior projetando-se sobre o superior. Ela  traz o olhar fixo em algo. Uma fina linha branca acentua seu perfil meio duro. A posição de perfil foi muito usada pelos pintores da Renascença.

Os cabelos dourados da retratada estão ornamentados com uma faixa de pano, encimada por um enfeite de pérolas. Um cordel preto circula parte de sua testa raspada, conforme moda da época, até sumir em meio à massa de cabelos loiros. Um colar de contas redondas cinge-lhe o pescoço, trazendo como pingente uma pérola. Suas sobrancelhas finas parecem ter sido raspadas e feitas a lápis. Ela veste uma blusa amarela, e aparenta ter seios diminutos. A blusa, com decote em V e manga fofa bordada em preto, com três folhas de palmeira, é o que mais atrai a atenção do observador. É possível notar um pequeno detalhe da saia avermelhada.

Obs.: Este retrato ainda mantém sua moldura original em ouro.

Ficha técnica
Ano: c. 1465
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 62,8  x 40 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/alesso-baldovinetti-portrait-of-a-lady

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