Pollaioulo – APOLO E DAFNE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

apoeda

Antonio del Pollaiuolo (1431-198) iniciou sua carreira como ourives, vindo a interessar-se pela pintura, assim como seu irmão Piero Pollaiuolo. A obra pictórica foi centrada mais em afrescos e pinturas sobre madeira. Em seu estilo, chama a atenção o forte movimento das formas e linhas claras. O seu trabalho como ourives contribuiu para que ele fosse um dos primeiros pintores italianos do Renascimento a criar gravuras em cobre.

Em sua composição denominada Apolo e Dafne, o artista narra uma passagem do mito grego que conta a perseguição do deus Apolo à ninfa Dafne. A cena pintada traduz o momento em que o deus Apolo, terrivelmente apaixonado, começa a segurar Dafne, e o início da transformação da ninfa num loureiro (Laurus nobilis), como mostram seus braços já transformados em galhos. Em segundo plano desenrola-se uma imensa paisagem.

O artista, em sua composição, amainou a impetuosidade do mito (encontrado qui no site), mostrando as duas figuras como se fossem dois jovens enamorados, quando na verdade a selvageria de Apolo, segundo a mitologia, levou Dafne a um fim terrível.

A postura diagonal das duas figuras reforça a impressão de que se encontram suspensas no ar, o que dá grande intensidade ao quadro. Os dois braços levantados, transformados em galhos de loureiro, também mostram que a ninfa os tinha para o alto, antes de serem transformados, na tentativa de fugir do ímpeto amoroso do deus.

Ficha técnica
Ano: c. 1470-75
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 29,2 x 19,7 cm
Localização: Galeria Nacional, Londres, Grã-Bretanha

Fonte de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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BRASÍLIA – UMA HOMENAGEM AOS CANDANGOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                                  (foto de René Burri – 1960)

Esta foto memorável de René Burri, tirada em 1960, é uma das mais fascinantes que já vi. Retrata um dos muitos construtores da capital federal brasileira, o chamado candango, nome dado aos operários vindos, em sua maioria, do Nordeste do país, responsáveis pela construção de Brasília, levando sua família para conhecer a cidade que acabava de nascer na região Centro-Oeste de nosso país.

Chega a ser comovente a admiração das crianças, com suas roupas domingueiras, olhando extasiadas para cima, possivelmente diante de um grande edifício de Brasília. O maiorzinho deles, à esquerda, enverga todo o pescoço para trás, no intuito de visualizar o máximo possível. A menininha, com seu vestido branco de babados, não se mostra menos arrebatada. Chega a tapar a boca para que apenas os olhos trabalhem. O segundo garotinho, visivelmente surpreendido, talvez pelos poucos anos de idade, ainda sem uma compreensão maior do que vê, bota a mão na cintura e encosta-se na mãe buscando segurança, provavelmente pensando: “Vai que essa coisa não se encontre bem segura e despenque-se sobre mim!”. O pequenino, com os olhos voltados para baixo, nos braços da zelosa mãe, e recostado em seu seio, não está nem aí para nada. Pressente que é preciso conhecer outras coisas, primeiro.

O pai e marido orgulhoso, metido num velho terno amarrotado, sorri, possivelmente pensando: “Eu ajudei a construir este mundaréu!”. No braço esquerdo carrega a bolsa da mulher, já com seu fardo, e na mão direita traz um cigarro. Prende a sua mocinha pelo braço, deixando visível a aliança, insígnia de homem de família daqueles tempos. A mãe e esposa, trajando um vestido de tecido fino estampado e de mangas fofas, com os cabelos jogados para trás e brincos pendentes, traz uma sombrinha aberta com a intenção de proteger seu pimpolho do forte sol do Planalto Central. Ela olha encabulada. Apesar de não esboçar um sorriso, deve estar matutando: “E pensar que meu homem ajudou a construir tudo isso!”.

Ao olhar esta foto, várias perguntas borbulham em minha mente. O que foi feito desse senhor e de sua família? Como vive hoje cada uma dessas crianças? O trabalho árduo do pai beneficiou-as no futuro? O que os governantes do país, que anos após anos habitam as mansões luxuosas e os gabinetes atapetados e refrigerados de Brasília, com seus salários insondáveis, têm feito por aqueles de mãos rudes, como as desse senhor da foto, que ainda assim pensava estar construindo um grande e mágico futuro para seu país? Seu orgulho terá valido a pena? Os filhos e netos dos candangos estarão menos sofridos hoje do que estiveram naquela época? Ou tudo continua como dantes, com os interesses voltados apenas para o capital? Nas tribunas dos Três Poderes, o ser humano é o foco das atenções ou estas estão voltadas apenas para o GRANDE CAPITAL, que sempre acaba pousando nos Bancos? A Justiça que ali finca morada merece realmente ser chamada de tal? Eis a questão!

O fotógrafo suíço René Burri (1933-2014) clicava com a alma tamanha é a beleza das imagens que aprisionava com sua câmara. Ele trabalhava para a agência “Magnum Photos”, tendo deixado retratos memoráveis de celebridades. Fotografou em diferentes partes do mundo, tendo com o Brasil uma longa relação, clicando muitas imagens de nossas metrópoles e de nosso povo. E a capital brasileira não podia ter ficado fora de suas lentes. Fotografou-a diversas vezes, inclusive na sua inauguração. Chegou a publicar um livro, em 2011, no qual reuniu os registros que fez de Brasília.

Nota: imagem copiada de https://br.pinterest.com/pin/134756213823772422/

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Rafael – MADONA TEMPI

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Madona Tempi é uma obra religiosa do pintor e arquiteto italiano Rafael Sanzio, encomendada pela família Tempi, cujo sobrenome dá título à pintura. Trata-se de uma obra, embora belíssima, desprovida de qualquer preocupação consciente por parte do artista, para demonstrar seu valor artístico.

A Virgem Mãe, voltada para a direita, aproveita o frescor da tarde para segurar seu rechonchudo Menino Jesus entre os braços, apertando-o carinhosamente contra seu corpo. Sua figura imensa, acrescida de seu manto volumoso, toma a maior parte da tela, criando um efeito monumental. Apenas ¾ de seu corpo está à vista na pintura. Seu rosto, colado ao do filho, traz o olhar voltado para ele. A criança tem os olhos voltados para a esquerda, como se observasse algo por perto.

A Madona veste um vestido cor-de-rosa, esvanecido pela luz na parte que se encontra visível para o observador. A manga dourada da camisa, usada debaixo do vestido, aparece cobrindo-lhe o antebraço.  De sua cabeça desce um enorme e denso manto azul-esverdeado, que envolve grande parte de seu corpo. Sobre os cabelos dourados e finos repousa um véu transparente, que alcança as costas e envolve parte da gola.

Ao fundo desenrola-se uma paisagem azulada, meio disforme, que, assim como o azul do céu, é bem tênue, fazendo com que o manto azul ganhe ainda mais destaque. O Menino Jesus, de costas para o observador, e com o rosto de perfil, usa apenas um pequeno pano claro, que cobre parte das nádegas. Mãe e filho trazem halos acima da cabeça, como prova da divindade de ambos. A pintura repassa um belo sentimento de amor materno quer seja ele humano ou divino.

Ficha técnica
Ano: 1508
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 75 x 51 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador

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Poussin – APOLO E DAFNE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição denominada Apolo e Dafne é uma obra mitológica do pintor francês Nicolas Poussin, tido como o fundador do neoclassicismo francês. Ele gostava de inspirar-se na arte da Antiguidade e na do Renascimento italiano. Presume-se que esta tela formava uma dupla com “Midas e Baco”, pois ambas são idênticas no formato, estão relacionadas com o mesmo tema e foram criadas na mesma época, tendo sido executadas em forma de retângulos dinâmicos. Embora o tema seja tratado com delicadeza, o artista supera o conteúdo mitológico, e faz uma alusão à Idade de Ouro, ideal fortemente arraigado no século XVII.

Apolo, sentado numa pequena elevação do terreno, debaixo de uma árvore, ocupa a parte direita da composição, em primeiro plano, de costas para o observador. Ele usa um manto alaranjado, que cobre parte de seu corpo. Usa sandálias brancas de tiras, no estilo romano, e uma coroa de folhas de oliveira. Atrás dele estão sua harpa e aljava de ouro. A mão esquerda do deus mitológico segura Dafne pelas costas, enquanto a direita traz um ramo de oliveira,  posicionado na axila esquerda da jovem, pela qual ele se mostra visivelmente atraído.

A ninfa Dafne encontra-se de pé, de frente para Apolo. Ela usa um manto azul-escuro, que cobre parte de seu corpo, que se inclina ligeiramente para trás. Faceiramente acaricia as folhas da grande árvore, sendo sustentada pelo deus da beleza. À sua direita encontra-se Cupido, armado de arco e flecha, prestes a flechar Apolo. Abaixo dele, de costas para Dafne, aparece um personagem nu, de barba e cabelos grisalhos, sentado no chão, com os joelhos dobrados e com a mão direita cobrindo o rosto reclinado para frente, possivelmente embriagado. Sua mão esquerda abraça um vaso de onde sai um vinho espumante.

À esquerda estão quatro pequenos anjos deitados na relva em meio a jarros, estando um deles de pé, com uma touceira de ramagens nos braços. Ao fundo, desenrola-se uma bela paisagem.

Nota: conheça a lenda sobre o casal, aqui no site, em Mitos e Lendas.

Ficha técnica
Ano: 1625
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 98 x 135 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
http://www.wga.hu/html_m/p/poussin/1/02apollo.html
http://wikhistart.clefebvre.profweb.ca/index.php/Nicolas_Poussin

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Albrecht Altdorfer – SÃO JORGE NA FLORESTA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor alemão Albrecht Aldorfer (c.1480 – 1538) foi provavelmente filho do pintor Ulrich Altdorfer. Na cidade de Rogensburg foi agraciado com o título de “Pintor de Amberg”, tornando-se um nome importante no lugar, inclusive como seu mestre construtor. Foi um dos grandes mestres da chamada “Escola do Danúbio” (nome dado a um grupo de pintores do começo do século XVI, na Baviera e Áustria, e ao longo do vale do Danúbio, e que se encontravam entre os primeiros artistas a trabalharem com a pintura de paisagens e figuras). Antes do século XVI, as paisagens na pintura europeia eram vistas como elementos secundários, servindo apenas de pano de fundo histórico ou simbólico para as figuras apresentadas na obra, que normalmente tratavam-se de cenas religiosas ou narrativas. O trabalho de Albrecht Altdorfer foi muito importante para a evolução da paisagem na história da arte.

Em sua composição denominada São Jorge na Floresta, também conhecida por São Jorge e o Dragão, ele usa as duas figuras, em primeiro plano, apenas como pretexto para criar uma belíssima floresta, tida como uma das mais encantadoras paisagens da pintura alemã. O desenho é tão minucioso que seria possível enumerar as folhas. Grossos e finos troncos levantam-se em meio à densa folhagem, ora inclinando-se para a esquerda ora para a direita. Os gigantescos carvalhos e as faias, que apresentam uma intensa variedade de tons verdes, compactos e luminosos, apenas abrem um pequeno espaço, como se fosse uma clareira na base da pintura, para servir de cenário ao santo e à fera, que mais se parece com um enorme sapo, tendo o corpo voltado para o observador e a cabeça para o guerreiro.

São Jorge veste uma armadura de metal preto, que lhe deixa apenas o rosto de fora, sendo que as esvoaçantes plumas de seu capacete incorporam-se à folhagem, sendo quase impossível divisá-las. O santo empunha uma lança com a mão direita, enquanto domina o cavalo com a esquerda. Seu corpo está tombado para frente, com os olhos fixos no bicho que se mistura à vegetação. O guerreiro monta um garboso cavalo branco, que traz as patas dianteiras voltadas para trás, ao refugar do dragão. Surpreende o fato de as patas traseiras encontrarem-se alinhadas, numa elegante postura, não denotando medo. O local, onde se trava o combate, abre-se para uma paisagem montanhosa, mais distante, que parece densa e fechada.

Ficha técnica
Ano: c.1510
Técnica: óleo e pergaminho em painel de tília
Dimensões: 28 x 22,5 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann
https://www.learner.org/courses/globalart/work/270/index.html

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Giotto – CRUCIFICAÇÃO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A composição Crucificação, também conhecida como Descendo ao Limbo, é uma obra do arquiteto e pintor italiano Giotto de Bondone. Trata-se de um pequeno painel relativo à fase mais madura da carreira do artista. Faz parte da época em que Giotto dirigia um dinâmico estúdio em Florença, na Itália. Presume-se que grande parte desta obra foi feita pelos alunos do artista.

Jesus Cristo encontra-se pregado à cruz, ocupando o centro da tela. De suas feridas jorra sangue abundantemente, principalmente da que se encontra abaixo do peito, de onde o líquido sai em golfadas. Ele não traz coroa de espinhos, mas uma auréola dourada. Dois anjos azuis estão abaixo de cada mão e dois vermelhos acima, de modo a contrabalançar o sólido grupo abaixo. O drapeado do lençol que cinge parte do corpo de Jesus mostra o grande talento de Giotto. As figuras presentes na tela são tridimensionais, trazendo a impressão de que é possível tocá-las.

Aos pés de Cristo estão São Francisco e o casal de doadores da obra.  À sua direita, Maria, mãe de Jesus, é amparada pelas Três Marias (Maria Madalena, Maria de Cléofas e Maria Salomé), que choram. E à sua esquerda estão São João Evangelista, Nicodemos e José de Arimateia, de quem se vê apenas parte do rosto. Os dois não possuem auréola, assim como o casal de doadores. Chama a atenção na pintura seu fundo dourado, o que retira a crucificação de Cristo de seu contesto histórico, mas, por outro lado, dá mais ênfase às personagens presentes na cena.

Ficha técnica
Ano: entre 1320 a 1325
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 45 x 43 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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